Últimas em Bienal do Livro Paraná 2010
Resumo da Bienal do Livro Paraná 2010
Evento Nobre: Rubem Alves
Evento Nobre: Miguel Sanches Neto e Affonso Romano de Sant´anna
Território Jovem: Malvine Zalcberg e Ana Paula Vosne Martins
Espaço Livre: Marcelo Madureira e Rodrigo Chemin
Café Literário: Heloisa Seixas e João Paulo Cuenca
Café Literário: Elvira Vigna e Luiz Ruffato
Café Literário: Ruy Castro e Guilherme Fiuza
Café Literário: João Gabriel de Lima e Paulo Camargo
Café Literário: Marçal Aquino e Laerte
Últimas em Café Literário
Café Literário: Heloisa Seixas e João Paulo Cuenca
Café Literário: Elvira Vigna e Luiz Ruffato
Café Literário: Ruy Castro e Guilherme Fiuza
Café Literário: João Gabriel de Lima e Paulo Camargo
Café Literário: Marçal Aquino e Laerte
Café Literário: Fabrício Carpinejar e Alberto Martins
Notícias
Corpo Ancestral de Maikon K, em Curitiba Ópera “Os Mestres Cantores de Nuremberg” e o Ballet Bolshoi “A Lenda do Amor” ao vivo Maratona de filmes da trilogia “O Hobbit” em dezembro na UCI UCI Cinemas exibe show “Queen Rock Montreal” em alta definição Exibição, ao vivo, de “O Barbeiro de Sevilha” na UCI Cinemas Combo Especial “Jogos Vorazes: A Esperança — Parte 1” Vendas antecipadas para o documentário “David Bowie Is”Mais Notícias »
Café Literário: Fabrício Carpinejar e Alberto Martins
“Poesia é núcleo, é matriz. Quando eu faço poesia, fico chapado.” Carpinejar
“Escrever é poesia, é dar corda para a inquietação.” Martins
Um bate-papo sobre poesia talvez não seja um evento que chame muito a atenção das pessoas, principalmente porque a discussão em torno dela seja ainda muito acadêmica e repleta de referências canônes da literatura, gerando uma conversa monótona, com linguagem muito específica, e assuntos muito distantes do cotidiano. Não foi o caso do Café Literário, na Bienal do Livro Paraná 2010, com Fabrício Carpinejar e Alberto Martins, mediado por Luiz Rebinski Junior, em cima do tema “Poesia, quem é você?”.
De uma forma bem descontraída e acalorada, os dois poetas literalmente discutiam as suas opiniões sobre o que é ser poeta e a poesia na atualidade. Uma discussão muito pertinente no campo literário hoje, já que o fazer poético vem se metamorfoseando desde do Modernismo e os Concretistas a partir da década de 70.
A identidade do poeta foi o ponto central em que a discussão girou. Para Carpinejar, os poetas vivem uma crise de identidade e têm muito problema em se assumir, não só perante as editoras e o mercado, mas na sua própria vida pessoal também. Diz que se essa dificuldade fosse ultrapassada, isto iria ajudá-los na criação do seu próprio trabalho, tornando-se mais autênticos. Já Martins acredita que não é o escritor que tem o direito de se intitular poeta, até que porque ele não considera isso como um ofício e sim um momento que acontece durante o trabalho, mas cabe ao leitor da obra decidir isto. Este momento da discussão deixou claro a dualidade (necessária) das pontos de vista dos dois poetas, Martins optando pelas visões do ¨outro¨ que o escritor vive e Carpinejar visando o cotidiano na autoria da poesia, insistindo em um autor mais próximo de quem o lê. Este debate foi o que mais se destacou, principalmente pela indignação de Carpinejar com o fato que Martins não conseguia responder a pergunta “Tu é poeta ou não é?” de maneira binária (sim ou não).
A diferença de gerações entre os dois é muito clara, principalmente pela diferença das visões sobre as novas tecnologias. Carpinejar publica também seus poemas em blog e possui uma visão totalmente adepta ao mundo virtual. Como seria se Drummond usasse o twitter e fosse tão exposto como são as pessoas hoje? Porque é que um poeta precisa ter um livro publicado para ser considerado poeta? Não pode apenas fazê-lo no mundo virtual? Por que uma biblioteca precisa ser silenciosa, sem música e sem poder levar comida? Esses foram alguns questionamentos levantados por ele. Alías, a sua visão de biblioteca moderna é bem diferente do que ouvimos normalmente falar por aí. Martins tem uma visão claramente mais literata e voltada ao ato da leitura como experiência e não somente prática social. Ele questiona a efemeridade dos poetas virtuais e ao se contrapor às opiniões do gaúcho, diz que a poesia não pode ser generalizada, pois é um ato singular.
O bate-papo se desenvolveu de uma forma excelente, pois mesmo que os dois autores sejam contemporâneos entre si, o contraste de opiniões é necessário para que uma lacuna permaneça aberta quanto a caracterização do que é poesia, hoje. A discussão não girou em torno somente desse assunto, pois quando se trata de literatura outros dois componentes sempre andam juntos: leitor e autor, e nesse quesito ambos abrem novas discussões muito pertinentes.
No final do bate-papo, Fabrício Carpinejar e Alberto Martins receberam várias perguntas vindas dos participantes, que levaram á desdobramentos bem interessantes, tornando o encontro bem dinâmico, descontraído e informal, satisfazendo a proposta principal do Café Literário, na Bienal do Livro Paraná 2010.
O interrogAção gravou em áudio todo esse bate-papo e se você quiser pode escutar aqui pelo site, logo abaixo, ou baixar para o sue computador e ouvir onde preferir.
Ouça a palestra completa: (clique no link abaixo para ouvir ou faça o download)
[wpaudio url=“http://www.interrogacao.com.br/media/bienallivropr2010/CafeLiterario-Carpinejar-Martins.mp3” text=“Café Literário: Fabrício Carpinejar e Alberto Martins” dl=“0”]
Compartilhar isto:
Todas as informações e opiniões publicadas no interrogAção não representam necessariamente a opinião do portal, e são de total responsabilidade dos seus respectivos autores.
Faça parte do interrogAção.