Espaço Livre: Marcelo Madureira e Rodrigo Chemin

Espaco Livre Marcelo Madureira e Rodrigo Chemin

Trazen­do a pro­pos­ta de dis­cu­tir a liber­dade nos mais vari­a­dos meios cul­tur­ais o Espaço Livre, do dia 10 de out­ubro na Bien­al do Livro Paraná 2010, trouxe o tema Liber­dade de Impren­sa e Expressão com os con­vi­da­dos Marce­lo Madureira, come­di­ante con­heci­do pelo pro­gra­ma Cas­se­ta & Plan­e­ta, e o pro­mo­tor de justiça Rodri­go Chemin.

O debate ini­ciou de for­ma acalo­ra­da por parte do come­di­ante que não poupou críti­cas ao atu­al sis­tema judi­ciário vigente. Para Madureira a Justiça brasileira neces­si­ta urgen­te­mente de ade­quações aos novos tem­pos, citan­do que ela age de for­ma muito vagarosa, con­ser­vado­ra e her­méti­ca, ain­da soan­do como um enig­ma para a maio­r­ia da pop­u­lação, que por não a enten­der aca­ba somente ten­do respeito. Ain­da, reforça a questão dela, assim como boa parte do sis­tema públi­co, estar cheia de fun­cionários par­a­sitários e que por con­ta dess­es deficits, a justiça no país ain­da anda a pas­sos lentís­si­mos e resolve pou­cas questões de urgência.

Mas o foco da críti­ca de Marce­lo Madureira, na Bien­al do Livro Paraná 2010, foi as coibições que a impren­sa vem sofren­do por parte do gov­er­no e políti­cos. Para ele, a impren­sa tem a neces­si­dade de ser fiel ao seu públi­co e por causa dis­so os políti­cos acabam por agir de for­ma agres­si­va con­tra ela. Mas afi­nal quem são ess­es home­ns de poder que proíbem e cen­suram a impren­sa no país? Para Madureira o pon­to da questão se definiria em uma palavra: impunidade. Eles querem viv­er impunes de seus atos e, com a mídia, isso se tor­na prati­ca­mente impos­sív­el. Além dis­so, reforçou o poder da mídia nos momen­tos de decisão de poder, como as eleições.

Em momen­to algum Marce­lo Madureira foi suave em seu dis­cur­so , sendo certeiro em suas críti­cas e comen­tários citan­do nomes de pes­soas envolvi­das em escan­dâ­los sobre cortes que a mídia vem sofren­do ao lon­go dos anos. Inclu­sive, fala que nun­ca na história do canal em que tra­bal­ha, hou­ve tan­tas proibições e pressões de cen­sura. O come­di­ante foi polêmi­co por expor com fer­vor as suas opiniões sobre a políti­ca e esse atu­al perío­do de eleições.

Infe­liz­mente, Madureira foi ten­den­cioso quan­do ques­tion­a­do sobre a rede Globo e seus próprios meios sub­je­tivos de manip­u­lação. Não soube respon­der e desvi­ou o assun­to trazen­do a tona comen­tários agres­sivos sobre atu­ais can­didatos à presidên­cia do país. Este foi o pon­to fra­co do debate na Bien­al do Livro Paraná 2010, deixan­do claro que o assun­to políti­ca e liber­dade de impren­sa pode ser perigoso por ser um jogo de ide­olo­gias (e inter­ess­es) a serem defendidas.

Já o pro­mo­tor Rodri­go Chemin deba­teu o assun­to em tom cal­mo. Logo no iní­cio con­cor­da com Madureira sobre a atu­al situ­ação da justiça no país. Mas tam­bém afir­ma que há uma nova ger­ação de pro­mo­tores assu­min­do atual­mente e que estes tem uma mis­são de desmisti­ficar mais de 500 anos de erros e ten­ta­ti­vas. Ain­da, afir­ma como é difi­cil depen­der, neste caso o Min­istério Públi­co do Paraná, dos orgãos supe­ri­ores que acabam por decidir tudo, como se fos­se uma ditadura.

O pro­mo­tor de justiça afir­ma vee­mente a neces­si­dade da pop­u­lação ficar aten­ta e se tornar cada vez mais ques­tion­ado­ra quan­to aos atos dos rep­re­sen­tantes políti­cos e da própria Justiça, para assim tornar as decisões mais ágeis e pri­or­izadas aque­las com mais importân­cia. Ain­da, diz que a impren­sa real­mente tem papel fun­da­men­tal ness­es proces­sos, mas que ela deve ser infor­ma­ti­va e não ten­den­ciosa como muitos meios cos­tu­mam ser.

O assun­to de liber­dade nos meios de comu­ni­cação, foco deste debate na Bien­al do Livro Paraná 2010, sem­pre é per­ti­nente, prin­ci­pal­mente em épocas, como ago­ra, de eleições e cen­suras. Em 2010, os come­di­antes de meios de comu­ni­cação foram cen­sura­dos em falar sobre os can­didatos, haven­do uma con­tra­parti­da dos profis­sion­ais que acharam injus­ta a cen­sura e con­seguiram seus dire­itos de expressão garan­ti­dos. Por­tan­to, há sim uma neces­si­dade de uma edu­cação con­sci­en­ti­zado­ra para a pop­u­lação para que nem políti­cos e muito menos mídia, pos­sam ten­den­ciar e/ou cen­surar as opiniões de cada um e os dire­itos de cidadão.

O inter­ro­gAção gravou em áudio todo esse bate-papo e se você quis­er pode escu­tar aqui pelo site, logo abaixo, ou baixar para o sue com­puta­dor e ouvir onde preferir.

Ouça a palestra com­ple­ta: (clique no link abaixo para ouvir ou faça o down­load)

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