Últimas em Bienal do Livro Paraná 2010
Resumo da Bienal do Livro Paraná 2010
Evento Nobre: Rubem Alves
Evento Nobre: Miguel Sanches Neto e Affonso Romano de Sant´anna
Território Jovem: Malvine Zalcberg e Ana Paula Vosne Martins
Espaço Livre: Marcelo Madureira e Rodrigo Chemin
Café Literário: Heloisa Seixas e João Paulo Cuenca
Café Literário: Elvira Vigna e Luiz Ruffato
Café Literário: Ruy Castro e Guilherme Fiuza
Café Literário: João Gabriel de Lima e Paulo Camargo
Café Literário: Marçal Aquino e Laerte
Últimas em Café Literário
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Café Literário: Fabrício Carpinejar e Alberto Martins
Notícias
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Café Literário: Marçal Aquino e Laerte
As relações entre Literatura, Cinema, TV e Quadrinhos, hoje, giram em torno da questão da adaptação. É frequente a discussão sobre as formas que os meios audiovisuais se apropriam da linguagem literária. Foi permeado por essa polémica que o quadrinista Laerte e o roteirista Marçal Aquino fizeram um debate mediado por Mariana Sanchez, dia 06 de outubro no Café Literário da Bienal do Livro Paraná 2010.
Laerte é cartunista e um dos maiores quadrinistas do Brasil, publica tiras nos principais jornais do país e atualmente também no seu site Manual do Minotauro. Marçal Aquino é roteirista, escritor e jornalista e assina roteiros de filmes como Os Matadores e O Cheiro do Ralo. Ambos os convidados tem uma vasta experiência da imagem como linguagem, seja ela no formato de HQs ou em roteiros para o audiovisual. Laerte defende mais a Televisão e as produções em seriados, falando muitas vezes que a qualidade da TV não é de todo ruim, já Marçal Aquino é um defensor do Cinema como linguagem imagética e dialoga muito sobre a importância da Literatura para um roteirista.
A experiência de ambos é que pontua as duas opiniões durante a discussão. Um dos pontos altos do debate aconteceu quando o assunto se situou na adaptação de livros e quadrinhos para a tela dos cinemas. Marçal diz que ¨Cinema é que nem suruba, precisa de mais gente para fazer¨ se contrapondo com o ato solitário da escrita. Ainda, diz que essa premissa de que o livro é sempre melhor que o filme é verdadeira levando em conta que as duas linguagens são completamente diferentes e que não há uma necessidade de fidelidade entre os dois, afinal ¨texto não tem dono quando vai ser adaptado para outro meio”.
Para Laerte, não há certeza que o livro seja melhor, mas que frequentemente é. Ele cita o filme Uma História sem Fim como referência de adaptação porque o roteirista teve a sabedoria de se limitar pegando apenas uma parte da história para que fosse algo viável. O quadrinista comenta sobre a adaptação do seu trabalho Piratas do Tiête, afirmando que Otto Guerra é um herói da animação nacional e que o filme não será mais baseado nesses personagens, mas sim em tiras feitas nos últimos anos, que são mais gerais e sem personagens.
Laerte levanta muitas características pioneiras das HQs que serviram de inspiração para os estilos de tomadas no Cinema. Ambos os palestrantes conseguiram o tempo todo comprovar com vários elementos esse diálogo que compõe o tripé Cinema/HQs/Literatura. Marçal também afirma que hoje é quase impossível ter um roteiro totalmente original, sem referências na literatura, afinal hoje as artes são polifônicas e dialogam entre si.
Outro ponto da discussão foi a questão do papel do artista e da significação social da palavra Arte. Laerte afirma ter dificuldades com esses termos e que para ele isso não tem tanta importância porque para fazer quadrinhos é preciso apenas de papel, caneta e computador, para pesquisar imagens no google. Marçal também se mostra pouco interessado em rotulações artísticas, afirmando que faz o que realmente gosta e que vê de forma favorável ele não viver de literatura, se permitindo escrever só quando tem vontade ou uma coisa bacana para dizer.
Marçal finaliza seu discurso com um grande elogio á obra de Laerte, afirmando a todos presentes que eles estavam presenciando um momento muito importante com um grande artista. Além disso, chama a atenção para o fato de que os seus quadrinhos são um dos poucos que podem ser contados para outra pessoa, sem precisar do apoio visual feito pelo desenho.
Foram muitos os assuntos pertinentes nesse Café Literário, na Bienal do Livro Paraná 2010, os três tópicos Cinema/HQs/Literatura são muito amplos, principalmente quando se coloca dois artistas amplamente ligados nessas áreas para debater. O que ficou nítido é que hoje, em âmbito contemporâneo, é praticamente impossível uma arte se desvencilhar de outra, portanto há sempre a necessidade de discussão de diálogo entre elas.
O interrogAção gravou em áudio todo esse bate-papo e se você quiser pode escutar aqui pelo site, logo abaixo, ou baixar para o sue computador e ouvir onde preferir.
Ouça a palestra completa: (clique no link abaixo para ouvir faça o download)
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