Author: Daniel Kossmann Ferraz

  • Pico do Petróleo, por Stuart McMillen | Quadrinho

    Pico do Petróleo, por Stuart McMillen | Quadrinho

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    O inter­ro­gAção é o tradu­tor ofi­cial das HQs do Stu­art McMillen.

  • Aniversário de 5 anos | Editorial

    Aniversário de 5 anos | Editorial

    niver

    Com­par­til­har. Esta é a palavra que ini­ciou uma série de ações, pesquisas e aven­turas que fiz­er­am sur­gir e abaste­cer o inter­ro­gAção durante estes 5 anos de vida. De uma peque­na faís­ca ini­ci­a­da por um blog pes­soal, hoje somos um por­tal cul­tur­al com uma equipe de 6 pes­soas fixas, espal­ha­dos por qua­tro cidades do Brasil e uma nos EUA, e com con­teú­do de mais de out­ros 15 colab­o­radores. E foi por causa de peque­nas e grandes ações que cada um deles tomou, que o inter­ro­gAção é o que ele é hoje.

    Sou pro­fun­da­mente agrade­ci­do a Mara, que é mais que par­ceira no movi­men­to catár­ti­co de ten­tar faz­er o impos­sív­el e rev­olu­cionar a pro­dução de con­teú­do cul­tur­al, a Marília, que está sem­pre res­pi­ran­do poe­sia e pos­sui um olhar incrív­el, ao Rafael, que é um furacão na pro­dução dos mais diver­sos tex­tos e entre­vis­tas, ao Aris­tides, que está sem­pre com­par­til­han­do suas aven­turas pelos mares da con­tra­cul­tura, ao Lau­ro, por dis­sem­i­nar que a arte é inevitáv­el, a Déb­o­ra, por sua visão afi­a­da e certeira, ao Faw, por acred­i­tar e colab­o­rar na con­strução de novos cam­in­hos, e a Car­ol, por aju­dar a espal­har a nos­sa paixão. Con­sidero todos vocês mais que impor­tantes com­pan­heiros nes­sa jor­na­da, mas ver­dadeiros ami­gos, daque­les que con­ta­mos nos dedos das mãos.

    Alguns deles tam­bém tem o que falar dessa jor­na­da, segue abaixo seus depoimentos:

    Uma das coisas que eu ten­ho apren­di­do com a vida é que o entu­si­as­mo nos faz nave­g­ar em águas pro­fun­das, sub­ter­râneas, abis­sais. Esse é o sen­ti­men­to que ten­ho exper­i­men­ta­do nestes 3 anos em que faço parte do interrogAção.

    Com as imer­sões que faço por meio do tra­bal­ho que desen­volve­mos no site – e através das con­ver­sas que ten­ho com o Daniel, edi­tor-chefe, nas reuniões de fechamen­to de pau­ta e de edição, con­tin­uo man­ten­do meu entu­si­as­mo vivo, flame­jante, res­pi­ran­do min­has três palavras mág­i­cas — son­ho, galáx­ia e saudade.

    No inter­ro­gAção, nós son­hamos em viv­er pela e para a cul­tura; não achamos que a galáx­ia é o lim­ite e man­te­mos a saudade do que ain­da não vive­mos como ele­men­to de pul­são. É essa crença em paixões avas­sal­ado­ras, no poder dos livros, na magia da músi­ca e na imer­são cul­tur­al que eu quero con­tin­uar des­per­tan­do no meu coração, na min­ha mente e no meu espíri­to. E tudo isso eu ten­ho encon­tra­do em dobro no interrogAção.

    Obri­ga­da a quem me indi­cou e a quem abraçou a causa ao meu lado e ao lado do Daniel – a quem chamo de mel­hor ami­go. Eu sem­pre leio livros ou ouço músi­ca para son­har, para ser trans­porta­da den­tro de uma visão nova, de uma partícu­la de vida espe­cial. Obri­ga­da por isso e muito mais, inter­ro­ga! Parabéns!


    perfil-maraMara Vanes­sa Torres
    Edi­to­ra-Exec­u­ti­va

    Min­ha relação com o site inter­ro­gAção é de pura afe­tivi­dade. É uma equipe jovem, apaixon­a­da por cul­tura e artes, que em vez de seguir regras e padrões, procu­ra desco­brir ou cri­ar sua iden­ti­dade, seu espaço.

    Escr­ev­er para o site inter­ro­gAção é uma exper­iên­cia inter­es­sante. Estim­u­la a orga­ni­zar a escri­ta e a dialog­ar com a lit­er­atu­ra con­tem­porânea. Nun­ca tive méto­do para escr­ev­er, para mim a lit­er­atu­ra e a poe­sia são neces­si­dades ínti­mas, tan­to de leitu­ra quan­to de com­posição. Pub­licar no site per­mite com­par­til­har paixões e dialog­ar com o admiráv­el mun­do novo em que vivemos.

    perfil-mariliaMar­il­ia Kubota
    Reda­to­ra

    O inter­ro­gAção é o cam­po livre da expressão e do apro­fun­da­men­to do int­elec­to. É nele que encon­tramos textos/artigos/crônicas/dossiês que nos per­mitem ir além do con­hec­i­men­to. É o atal­ho para a sabedoria.

    Foi o inter­ro­gAção que me per­mi­tiu explo­rar áreas e poten­cial­i­dades que até então só vis­lum­bra­va em um hor­i­zonte dis­tante. A parce­ria está no começo. Em breve ire­mos lançar o ‘Dos­siê Musas da Boca’, solid­i­f­i­can­do essa parceria.

    Foi tam­bém graças ao inter­ro­gAção que tive a opor­tu­nidade de con­hecer dois ami­gos que levarei pra sem­pre: Daniel Koss­mann e Mara Vanes­sa Torres.

    perfil-rafaelRafael Spaca
    Reda­tor

    Mas não vamos parar a fes­ta por aí! Para comem­o­rar esta meia déca­da de mui­ta paixão pela cul­tura, ire­mos lançar durante o mês de março uma nova ver­são do site, total­mente foca­da na exper­iên­cia da leitu­ra, novas seções de con­teú­do e várias out­ras novi­dades. Fiquem aten­tos aos anún­cios neste edi­to­r­i­al e nas nos­sas redes sociais.

    Para finalizar, que­ria tam­bém agrade­cer a todos os nos­sos leitores, par­ceiros e apoiadores, por acred­itarem e aju­darem a man­ter essa chama do inter­ro­gAção ace­sa, que é ali­men­ta­da por muito suor, tesão e sonhos.

    Obri­ga­do!!!

  • Novembro 2014 | Editorial

    Novembro 2014 | Editorial

    Há um espaço vazio den­tro do portal
    Onde cresce as teias
    E ago­ra eu vou te atualizar
    Vou te atualizar

    (Mod­i­fi­cação espon­tânea da letra Lotus Flower, do Radiohead)

    Tiran­do as teias e o mofo do edi­to­r­i­al, assim como do por­tal inter­ro­gAção, volta­mos a atu­al­izá-lo men­salmente, ago­ra tam­bém brin­can­do com novos formatos.

    Para este mês reser­va­mos vários assun­tos inter­es­santes, como uma entre­vista espe­cial com o Rafael Spaca, autor do blog Os Cur­tos Filmes, um dos maiores blogs nacionais sobre cur­tas, e o respon­sáv­el pelo pro­je­to “Rua do Tri­un­fo — a vol­ta”, local que foi um grande mar­co no Cin­e­ma Nacional.

    Falan­do em cin­e­ma, ressusitare­mos a seção do Cin­e­ma Clás­si­co com uma análise microscópi­ca do filme “O Vagabun­do, do queri­do Charles Chap­lin, feito pelo nos­so mais novo colab­o­rador Cicero Pedro. No final de out­ubro tam­bém volta­mos com o Cur­ta Da Sem­ana, com o “Dese­jo”, de Anne Pin­heiro Guimarães, e vamos dar con­tinuidade focan­do nos cur­tas nacionais, sendo um dele sobre o futuro do cin­e­ma. Tam­bém volta­mos a escr­ev­er sobre algu­mas estreias de filmes, como foi o caso de “Boy­hood: Da Infân­cia à Juven­tude”, de Richard Lin­klater.

    Em Lit­er­atu­ra, vamos ter uma resen­ha do “As Vir­gens Sui­ci­das”, de Jef­frey Eugenides, e con­tin­uan­do em livros, quem mel­hor para resen­har um livro de poe­sia do que um poeta? Ter­e­mos a resen­ha da Mar­il­ia Kub­o­ta do “Poe­ma Sujo”, de Fer­reiro Gullar.

    Tam­bém vamos estrear uma nova série de arti­gos sobre finan­cia­men­to cole­ti­vo, mas ain­da não vou entre­gar mais detal­h­es para man­ter a sur­pre­sa no ar. Mas as novi­dades não param por aí! No final de novem­bro, vamos para São Paulo faz­er uma pas­sagem pela Bal­a­da Literária 2014!

  • Boyhood: Da Infância à Juventude (2014), de Richard Linklater | Crítica

    Boyhood: Da Infância à Juventude (2014), de Richard Linklater | Crítica

    boyhood_infancia_juventude-richard_linklater-critica-posterFaz­er um filme que seja cin­e­matografi­ca­mente ino­vador não é algo triv­ial, muito menos quan­do se dese­ja que ele chame a atenção do grande públi­co das salas de cin­e­ma. Esse feito fica ain­da mais difí­cil quan­do não é uti­liza­do grandes efeitos espe­ci­ais ou nar­ra­ti­vas com­plexas, que podem muitas vezes afas­tar mais o públi­co do que o insti­gar. “Boy­hood: Da Infân­cia à Juven­tude” (Boy­hood, EUA, 2014) con­seguiu realizar todas essas proezas, e a ideia para criá-lo veio jus­ta­mente do dese­jo de não uti­lizar efeitos espe­ci­ais para sim­u­lar o envel­hec­i­men­to dos per­son­agens ou então uti­lizar difer­entes atores para rep­re­sen­tar a pas­sagem to tem­po em uma história sobre o amadurec­i­men­to da infân­cia à juven­tude (explic­i­ta­do no desnecessário sub­tí­tu­lo nacional). A solução encon­tra­da por Richard Lin­klater, que escreveu, dirigiu e pro­duz­iu o lon­ga, por mais malu­ca (e genial) que pareça, foi de fil­mar os mes­mos atores durante 12 anos, mais ou menos uma vez por ano.

    A história do filme é bem uni­ver­sal: acom­pan­hamos Mason (Ellar Coltrane), dos 5 aos 18 anos, assim como os out­ros per­son­agens que con­vivem com ele durante esse tem­po. Mas o foco da história não é somente o cresci­men­to de uma cri­ança, mas tam­bém sobre o proces­so de ser pai/mãe, prin­ci­pal­mente em um tem­po onde é cada vez mais comum casais se sep­a­rarem e os fil­hos acabam por ter duas, ou mais, pes­soas que cumprem o papel dos gen­i­tores. Não temos aqui a tradi­cional estru­tu­ra, nor­mal­mente sim­plista, de um enre­do de cin­e­ma, onde é fácil iden­ti­ficar os altos e baixos do desen­volvi­men­to do per­son­agem prin­ci­pal, que vai atrav­es­san­do as suas difi­cul­dades para, no final do lon­ga, chegar a uma con­clusão da história, seja ela pos­i­ti­va ou não. Ape­sar de Lin­klater ter um obje­ti­vo bem definido para o lon­ga, o roteiro do lon­ga esta­va sem­pre bem aber­to para poder acom­pan­har parte das decisões de vida toma­da pelo ator prin­ci­pal. O dire­tor até brin­ca que se Ellar decidisse virar um luta­dor, o filme provavel­mente iria acom­pan­har isso de algo for­ma, mudan­do dras­ti­ca­mente de rumo.

    boyhood_infancia_juventude-richard_linklater-critica-1

    A vida é um sopro, dizia Oscar Niemey­er, e é jus­ta­mente assim que acom­pan­hamos o pas­sar do tem­po em “Boy­hood: Da Infân­cia à Juven­tude”. Vamos pulan­do de um ano ao out­ro, algu­mas vezes com acon­tec­i­men­tos mais impac­tantes, out­ras vezes ape­nas com a mudança da fol­ha cal­endário como fato mar­cante. Quan­do menos percebe­mos, já se pas­saram vários anos. Tudo isso sem qual­quer indi­cação explíci­ta, nada de “um ano depois” ou a data carim­ba­da na tela. Tiran­do uma ou out­ra fes­ta de aniver­sário e acon­tec­i­men­tos mar­cantes da história, como a can­di­datu­ra do pres­i­dente Oba­ma e a febre do Har­ry Pot­ter, que aju­dam a cri­ar uma noção mel­hor da tem­po­ral­i­dade dos even­tos. Isso tam­bém ocorre pela escol­ha da tril­ha sono­ra, com os hits que mar­caram cada época, que aliás é uma das grandes vir­tudes do filme, com ban­das como Cold­play, The Hives, Foo Fight­ers, Cat Pow­er, Arcade Fire, entre outros.

    O que mais chama a atenção em relação ao tem­po, é acom­pan­har como a aparên­cia dos per­son­agens vão se trans­for­man­do. Difí­cil diz­er se o fato de saber que todas essas mudanças são reais, as tor­nam mais impres­sio­n­antes do que se não tivesse essa infor­mação. Mas acred­i­to que seria muito difí­cil, se não impos­sív­el, causar o mes­mo impacto através dos méto­dos tradi­cionais de envelhecimento.

    Fotos de Mason em diferentes anos
    Fotos de Mason em difer­entes anos

    De iní­cio, Mason esta mais para um obser­vador de tudo que acon­tece em sua vol­ta, sem­pre com um olhar bem aten­to, mas sem qual­quer poder de ação. São mudanças de cidade, sep­a­ração dos pais, novas esco­las… Tudo acon­tece a par­tir da sua per­spec­ti­va, na qual muitas coisas pare­cem não ter muito sen­ti­do, elas sim­ples­mente acon­te­cem. Com o tem­po, ele vai amadure­cen­do, não só perceben­do mais a com­plex­i­dade da real­i­dade a sua vol­ta, mas tam­bém começan­do a ter um efeito maior sobre ela. Isso é crescer.

    Se assemel­han­do bas­tante com a vida fora das telas do cin­e­ma, “Boy­hood: Da Infân­cia à Juven­tude” é um filme uni­ver­sal e muito sen­sív­el. Difí­cil não refle­tir sobre as próprias escol­has, e aque­las que ain­da podemos faz­er, depois e durante a imer­são de 12 anos con­den­sa­dos em quase três horas da vida de Mason, um per­son­agem que ain­da tem uma vida toda pela frente.

  • Amantes Eternos (2013), de Jim Jarmusch | Crítica

    Amantes Eternos (2013), de Jim Jarmusch | Crítica

    amantes-eternos-2013-de-jim-jarmusch-critica-posterSer imor­tal, ou pelo menos algo próx­i­mo a isso, é um dese­jo que inspi­ra muitas histórias e pesquisas, pas­san­do des­de abor­da­gens mais mís­ti­cas às mais tec­nológ­i­cas. Essa condição, além de ofer­e­cer várias pos­si­bil­i­dades, tam­bém lev­an­ta várias questões que são muitas vezes difí­ceis de se imag­i­nar dada a bre­v­i­dade de nos­so tem­po de vida. Como será que uma criatu­ra per­pé­tua se sen­tiria em relação ao cam­in­har da história da humanidade? E uma relação amorosa que durasse sécu­los? Estes são os dois fios con­du­tores da tra­ma de “Amantes Eter­nos” (“Only Lovers Left Alive”, Inglaterra/Alemanha/Grécia, 2013), dirigi­do e escrito por Jim Jar­musch.

    Pas­san­do longe da ficção cien­tí­fi­ca para cri­ar tal condição, Jar­musch traz um novo olhar a criatu­ra imor­tal­iza­da (nos dois sen­ti­dos) por Bram Stok­er: o vam­piro. Antes que alguns torçam o nar­iz, não se tra­ta de mais uma adap­tação pueril ou uma des­cul­pa para colo­car pes­soas em colantes pre­tos lutan­do entre si ou com mon­stros em câmera lenta. “Amantes Eter­nos traz nova­mente os vam­piros para o seu auge nas telonas, assim como fez “Entre­vista com o Vam­piro” (1994), de Neil Jor­dan, basea­do na obra da escrito­ra Anne Rice. Só que des­ta vez, o con­fli­to prin­ci­pal não é uma crise exis­ten­cial con­si­go mes­mo, mas sim com a espé­cie humana em ger­al, aqui apel­i­da­da car­in­hosa­mente de zumbis.

    Tal crise tem seus motivos mais que óbvios. Afi­nal, deve ser depri­mente ver, e as vezes tam­bém con­viv­er, com várias mentes bril­hantes que são igno­radas e até mor­tas por con­ta de suas ideias rev­olu­cionárias, para somente depois de décadas, serem final­mente escu­tadas, mes­mo que ape­nas par­cial­mente. Jun­tan­do isso a todo o con­hec­i­men­to que esta pes­soa iria acu­mu­lar durante sécu­los, cria-se uma situ­ação no mín­i­mo desan­i­mado­ra. Os dois per­son­agens prin­ci­pais de “Amantes Eter­nos são extrema­mente cul­tos, sem­pre lem­bran­do de seus ami­gos do pas­sa­do (Schu­bert, Gus­tave Flaubert, Shake­speare…) como se ontem hou­vessem con­ver­sa­do. Por con­ta dis­so, se tor­nam até meios esnobes, mas nun­ca sendo pedantes e sem­pre com um óti­mo sen­so de humor nas suas refer­ên­cias e brincadeiras.

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    Para sobre­viv­er todo esse tem­po, além da con­stante mudança de local, há algo ain­da mais impor­tante a ser preza­do: o anon­i­ma­to. Afi­nal, seria difí­cil, para não diz­er impos­sív­el, escon­der a “imor­tal­i­dade” sob qual­quer tipo de holo­fote. Ou seja, nada de virar astros de rock ou vig­i­lantes noturnos. Faz­er isso seria como se inti­t­u­lar “agente secre­to” quan­do todos sabem que seu nome é James Bond e que você é o 007. Mas voltan­do ao assun­to do lon­ga em questão… Adam vive em Detroit, uma cidade nos Esta­dos Unidos que atual­mente está prati­ca­mente aban­don­a­da, ten­do declar­a­do con­cor­da­ta no ano pas­sa­do. Com certeza um dos mel­hores lugares para alguém se escon­der atual­mente no EUA.

    Em “Amantes Eter­nos, acom­pan­hamos o casal Adam (Tom Hid­dle­ston, o óti­mo Loki de “Thor”), um músi­co ávi­do e genial, e Eve (Til­da Swin­ton, a imor­tal “Orlan­do”), uma amante da lit­er­atu­ra, ten­tan­do sobre­viv­er no mun­do atu­al. Mas a com­posição de músi­cas já não con­segue mais mas­carar a insat­is­fação de Adam em relação a vida e a humanidade e Eve vai vis­itá-lo para ajudá-lo nes­ta crise. Falan­do em músi­ca, a tril­ha sono­ra é um dos grandes destaques do lon­ga, sendo bas­tante som­bria mas ao mes­mo tem­po sedu­to­ra, um ver­dadeiro post-rock vampiresco.

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    Com uma fotografia bem som­bria, o filme se pas­sa quase todo em ambi­entes fecha­dos e mal ilu­mi­na­dos, sem­pre a noite é claro. Este foi o primeiro lon­ga fil­ma­do dig­i­tal­mente por Jar­musch, que tem sérias restrições a respeito desse for­ma­to por não pos­suir, segun­do ele, uma qual­i­dade boa para áreas aber­tas e com mui­ta ilu­mi­nação. Mas como neste lon­ga não há nada dis­so, acabou se adap­tan­do per­feita­mente a estas lim­i­tações. Out­ra curiosi­dade inter­es­sante é que den­tro do set de fil­ma­gens, não era toca­da nen­hu­ma músi­ca, foi ape­nas dis­tribuí­do um mix­tape entre a equipe.

    Para con­diz­er com todo o dis­cur­so da anon­im­i­dade e con­hec­i­men­to sec­u­lar dos per­son­agens, ess­es vam­piros não pos­suem visual­mente nada de extra­vante, ten­do ape­nas como difer­en­cial um cabe­lo bem ani­male­sco (que foi cri­a­do mis­tu­ran­do a par­tir da mis­tu­ra de cabe­lo humano com pêlo de cabra e iaque). O lon­ga tam­bém brin­ca com várias das con­cepções a respeito dess­es seres da noite, prin­ci­pal­mente com a maneira que eles se ali­men­tam, que é sen­sa­cional. Out­ro detal­he inter­es­sante está rela­ciona­do com a intro­dução de um novo, con­ce­bido pelo próprio dire­tor, para car­ac­ter­izá-los. Vamos ver se você percebe ou perce­beu qual é ele.

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    Resu­min­do em pou­cas palavras: se você gos­ta de filmes inteligentes e fica intri­ga­do com as pos­si­bil­i­dades de per­pé­tu­os sug­adores de sangue, é bem prováv­el que fique com­ple­ta­mente seduzi­do por “Amantes Eter­nos.

  • Julho 2014 | Editorial

    Julho 2014 | Editorial

    O que te dá Tesão na vida?

    É com a per­gun­ta aci­ma que a Revista Trip de Jun­ho (#233) cole­ta alguns depoi­men­tos para o seu espe­cial “Cadê o Tesão?”. E o que isto tem haver com o inter­ro­gAção? Tudo! Afi­nal, é o Tesão (sem­pre com T maiús­cu­lo) que move cada cen­tímetro deste por­tal. Não só o Tesão pela cul­tura e pelo jor­nal­is­mo, que por enquan­to é só dig­i­tal, mas prin­ci­pal­mente o Tesão pelo com­par­til­hamen­to de con­hec­i­men­to. Escreve­mos e pub­li­camos neste espaço para com­par­til­har nos­sas exper­iên­cias, opiniões, anális­es e tudo que faz o nos­so coração bater mais forte.

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    A ener­gia é o entu­si­as­mo em movimento.

    Cada um tem o seu jeito par­tic­u­lar e pecu­liar de comu­nicar aqui­lo que sente e de viv­er suas emoções. Alguns con­seguem se expres­sar mais pela escri­ta e de maneira mais intro­ver­ti­da, que é o tema da crôni­ca deste mês da Mar­il­ia. Já out­ras vezes, são mais reativos e podem até ser inter­na­dos por isso, como acon­te­ceu com o per­son­agem Neto do filme “Bicho de Sete Cabeças, explo­rado em uma análise da Mara. Tam­bém tem aque­las vezes que sim­ples­mente deci­dem ir emb­o­ra, como fez Che Gue­vara em sua céle­bre viagem de moto pela Améri­ca do Sul, figu­ra que Rafael comen­ta a biografia. Mas não vamos esque­cer tam­bém do “mun­do vir­tu­al”, ou “afas­ta­do do tecla­do” (away from key­board), que o ativista Aaron Swartz uti­li­zou como seu prin­ci­pal meio de expressão, retrata­do no doc­u­men­tário “Inter­net’s own boy”, lança­do faz poucos dias e do qual falarei.

    Além do con­teú­do aci­ma que vai ser pub­li­ca­do ao lon­go do mês, con­tin­uare­mos tam­bém mel­ho­ran­do a orga­ni­za­ção do por­tal. Os mais aten­tos já devem ter perce­bido que no mês pas­sa­do tra­bal­hamos prin­ci­pal­mente na orga­ni­za­ção do menu, sep­a­ran­do o con­teú­do em anális­es, críti­cas, entre­vis­tas, crôni­cas, … além de out­ras peque­nas mudanças no site.

    Para quem esta­va se per­gun­tan­do a respeito do Con­cur­so Cul­tur­al que anun­ci­amos no edi­to­r­i­al de qua­tro anos do inter­ro­gAção, ago­ra ele final­mente será divulgado!

    Difí­cil ter­mi­nar este edi­to­r­i­al sem lem­brar da óti­ma frase, e títu­lo de livro, do Rober­to Freire (1927–2008), que aca­ba sendo um grande norteador: Sem Tesão não há solução.

  • Quatro anos de conteúdo cultural diferenciado | Editorial

    Quatro anos de conteúdo cultural diferenciado | Editorial

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    Nada mel­hor para comem­o­rar os qua­tro anos do que ter novi­dades no por­tal! Este mês ire­mos inau­gu­rar o “inter­ro­gAções”, área ded­i­ca­da para matérias exper­i­men­tais que vão além da divisão atu­al do con­teú­do em Cin­e­ma, Lit­er­atu­ra, HQs, Con­tra­cul­tura, Even­tos e Notí­cias. Tam­bém irão faz­er parte dela as seções “Diário de Bor­do”, onde serão relatadas vis­i­tas a lugares cul­tur­ais den­tro e fora do país, e o “Excla­mação”, espaço onde a equipe do inter­ro­gAção vai dar dicas ou indi­cações men­sais de lança­men­tos, even­tos e notí­cias interessantes.

    Uma seção do por­tal que sem­pre atrai vis­i­tantes, vai ser atu­al­iza­da e expandi­da, o “Cin­e­ma mais Bara­to”  irá tam­bém abranger Teresina e Lon­d­ri­na, além de Curiti­ba. Se você tem inter­esse em aju­dar a adi­cionar os dias e preços pro­mo­cionais de cin­e­ma da sua cidade, entre em con­ta­to conosco.

    Tam­bém fize­mos algu­mas mudanças para mel­ho­rar a nave­g­ação no site: Adi­cionamos no menu o item “Sobre”, onde é pos­sív­el aces­sar facil­mente várias pági­nas com infor­mações do site, e tam­bém inse­r­i­mos em cada uma das áreas o sub-menu “+ Ver todos”, para você visu­alizar tudo o que foi pub­li­ca­do nela.

    E é claro que como toda boa fes­ta, não pode fal­tar uma lem­branc­in­ha legal para mar­car este acon­tec­i­men­to tão impor­tante. Pen­san­do nis­so, mon­ta­mos um kit espe­cial que vai ser pre­sen­tea­do no Con­cur­so Cul­tur­al Qua­tro anos de inter­ro­gAção (aguarde divul­gação), com livros, HQs, DVDs, pôsters e um cader­no feito man­ual­mente. Vai perder essa?

  • O Pássaro-do-Sol ressurge das cinzas | Editorial

    O Pássaro-do-Sol ressurge das cinzas | Editorial

    O nome inter­ro­gAção surgiu no iní­cio de 2009 para um pro­je­to de com­par­til­hamen­to de apren­diza­dos (depois apel­i­da­do car­in­hosa­mente de “Uni­ver­si­dade Pira­ta”), que acabou não vin­gan­do, mas o seu con­ceito (de inter­rog­ar e agir) ficou e não saiu mais da min­ha cabeça. Deci­di então resig­nificá-lo alguns meses depois como um blog para com­par­til­har algu­mas traduções que havia feito pelo sim­ples e puro praz­er de poder torná-las mais acessíveis, neces­si­dade que ficou mais emi­nente pric­i­pal­mente depois de ler e traduzir o quadrin­ho “Entre­tendo-nos até a morte”, do Stu­art McMillen, que me mar­cou pro­fun­da­mente na época.

    Essa e mais out­ras duas traduções (“Coz­in­ha Caseira” e “O Kama Sutra da Leitu­ra”, que foi a primeira que fiz muitos anos antes) foram pub­li­cadas em jul­ho de 2009, e depois acabei não ali­men­tan­do mais o espaço. Foi só no iní­cio de 2010 que resolvi parar de deixar este espaço como uma grande inter­ro­gação na vida e final­mente assumir a ação que esta­va adorme­ci­da den­tro daque­la palavra. Como já fazia anos que que­ria escr­ev­er sobre filmes, mas ain­da não tin­ha toma­do a ini­cia­ti­va, deci­di que este seria um bom iní­cio para, final­mente, colo­car o pro­je­to em práti­ca. Assim, com a aju­da do ami­go Joba Tri­dente, escrevi min­has primeiras críti­cas de cin­e­ma. Foi dessa for­ma que, há exata­mente qua­tro anos, em uma madru­ga­da de hiper­a­tivi­dade cul­tur­al, publiquei às 0 horas (um bom mar­co para um iní­cio) a críti­ca “Hana­mi — Cere­jeiras em Flor”, tex­to que não só ofi­cial­mente lançou o inter­ro­gAção, mas tam­bém mudou com­ple­ta­mente min­ha vida.

    Depois de 12 críti­cas de filmes pub­li­cadas, o blog esta­va começan­do a rece­ber mais vis­i­tas e a ter um retorno muito pos­i­ti­vo de ami­gos e vis­i­tantes. Aí pen­sei, por que não assumir o pro­je­to como um espaço colab­o­ra­ti­vo onde a cul­tura seria refleti­da por várias per­spec­ti­vas? Foi assim que o inter­ro­gAção pas­sou de um blog pes­soal para um por­tal cul­tur­al. Aos poucos os colab­o­radores foram apare­cen­do e as novas pos­si­bil­i­dades se con­cretizan­do. O foco do site deixou de ser ape­nas cin­e­ma, con­tra­cul­tura e quadrin­hos, expandin­do para lit­er­atu­ra e a cober­tu­ra de even­tos. Todas essas mudanças tiver­am como fonte de ener­gia a paixão pelo com­par­til­hamen­to e pela reflexão da cul­tura, sem qual­quer retorno financeiro.

    Como todo pro­je­to, o inter­ro­gAção tam­bém teve vários altos e baixos durante ess­es qua­tro anos. Pas­samos por momen­tos de extrema empol­gação e pro­dução ao con­seguir aces­so para cobrir even­tos como a Bien­al do Livro do Rio e o Fes­ti­val de Verão de Cin­e­ma do RS, até encar­ar um inter­va­lo de meses com pub­li­cações escas­sas por con­ta da fal­ta de tem­po dos inte­grantes (fac­ul­dade, tra­bal­ho e vida pes­soal). Em 2013, o por­tal pas­sou por um dess­es choques, onde hou­ve um hia­to sig­ni­fica­ti­vo dev­i­do a uma grande mudança na equipe. Feliz­mente, em novem­bro do mes­mo ano, o pro­je­to foi lenta­mente pas­san­do por uma reestru­tu­ração inter­na, para sur­gir em 2014 total­mente trans­for­ma­do, como uma fênix revig­o­ra­da sain­do das cinzas.

    Além da nova equipe do por­tal, com­pos­ta tam­bém pela edi­to­ra-exec­u­ti­va Mara Vanes­sa e pelos reda­tores Aris­tides Oliveira e Mar­il­ia Kub­o­ta, out­ro grande sinal des­ta nova fase é a estreia deste edi­to­r­i­al men­sal que, depois de qua­tro anos, final­mente entrará em ação. Várias out­ras novi­dades estão por vir, então pre­pare-se, pois viemos para, no mími­no, sacud­ir o cenário do jor­nal­is­mo cul­tur­al dig­i­tal. E para finalizar, nada mel­hor do que entoar em alto e bom som o gri­to de comem­o­ração de aniver­sário deste ano: Para o alto e avante, interrogAção!

  • O Lobo de Wall Street (2013), de Martin Scorsese | Crítica

    O Lobo de Wall Street (2013), de Martin Scorsese | Crítica

    o-lobo-de-wall-street-2013-de-martin-scorsese-critica-1Con­sid­er­a­da como um dos setes peca­dos cap­i­tais, a ganân­cia é um sen­ti­men­to cuja origem está pro­fun­da­mente enraiza­da na nos­sa história como seres humanos. Sendo muito cul­tua­da em cer­tos cír­cu­los de negó­cios, a cobiça é muitas vezes vista como essen­cial para quem aspi­ra ser bem suce­di­do. “O Lobo de Wall Street” (The Wolf of Wall Street, EUA, 2013), novo filme do reno­ma­do dire­tor Mar­tin Scors­ese, é uma odis­seia no mun­do de um grupo de cor­re­tores de Wall Street, onde a ambição desme­di­da impera sem qual­quer restrições.

    Basea­do na vida do cor­re­tor Jor­dan Belfort (Leonar­do DiCaprio), cuja tra­jetória foi reple­ta de dro­gas, exces­sos e fraudes, acom­pan­hamos sua evolução de tra­bal­hador inocente vin­do de uma família pobre para mil­ionário dono de uma grande empre­sa. Jor­dan é um ver­dadeiro “self made man”, que vende sua tra­jetória como exem­p­lo da con­cretiza­ção do son­ho amer­i­cano. Afi­nal, segun­do ele, quem não quer ficar rico?

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    A super equipe de vende­dores de Belfort

    Suas com­petên­cias como vende­dor vão muito além da sua área de atu­ação, e seu prin­ci­pal pro­du­to é ele mes­mo. A plateia de Belfort não é for­ma­da só por seus clientes e fun­cionários, que muitas vezes o ado­ram quase como um deus, mas tam­bém pelo próprio espec­ta­dor do filme. Através de várias falas dire­ta­mente para câmera, Jor­dan não está só con­tan­do a sua história, mas vendendo‑a para você, crian­do sim­pa­tia e gan­han­do sua con­fi­ança. Ao mes­mo tem­po que suas ati­tudes são intol­eráveis, é difí­cil não sen­tir cer­ta fasci­nação por sua “sin­ceri­dade” e caris­ma. É um sen­ti­men­to muito pare­ci­do com aque­le cri­a­do por alguns dos per­son­agens prin­ci­pais do Woody Allen, que as vezes ele mes­mo inter­pre­ta, ao se jus­ti­ficar ao espec­ta­dor o seu com­por­ta­men­to egoís­ta e muitas vezes bizarro.

    As brincadeiras nada usuais dentro da empresa
    As brin­cadeiras nada usuais den­tro da empresa

    Falan­do em não usu­al, leia-se extrav­a­gante e as vezes até grotesco, esqueça total­mente o politi­ca­mente cor­re­to ao assi­s­tir “O Lobo de Wall Street”, pois um dos seus destaques é jus­ta­mente o humor negro, e as vezes de mau gos­to. Pre­con­ceitos, dro­gas, mas­tur­bação, sexo, … tudo é con­ta­to e mostra­do aber­ta­mente e sem cen­sura como se fos­se uma con­ver­sa entre dois ami­gos ínti­mos. Se você gos­tou de filmes como “TED” (2012) e “Super­bad: É Hoje” (2007), provavel­mente vai ado­rar este.

    O quase irreconhecível Leonardo DiCaprio como Leonardo DiCaprio
    O quase irrecon­hecív­el Leonar­do DiCaprio como Belfort

    Out­ro grande destaque do filme é seu exce­lente elen­co. Depois de faz­er dois papéis segui­dos de mil­ionário, no pés­si­mo “O Grande Gats­by” (2013) e no óti­mo “Djan­go Livre” (2012), Leonar­do DiCaprio está sen­sa­cional como o mag­na­ta Belfort, fican­do muitas vezes irrecon­hecív­el de tão envolve­do­ra que é sua atu­ação. Seu papel é quase como uma pos­sív­el mat­u­ração de seu out­ro per­son­agem, o Frank de “Pren­da-me se For Capaz” (2002). Mas ape­sar de já ter um port­fólio bem forte, este é seu sex­to tra­bal­ho com o dire­tor Scors­ese, DiCaprio ain­da não con­quis­tou nen­hum Oscar, fato que pode mudar este ano com sua indi­cação como mel­hor ator pelo papel, prin­ci­pal­mente por já ter lev­a­do o “Globo de Ouro” de 2014 na mes­ma cat­e­go­ria. “O Lobo de Wall Street” tam­bém está sendo indi­ca­do a mais qua­tro Oscars, o de mel­hor filme, dire­tor, ator coad­ju­vante (o exce­lente Jon­ah Hill) e roteiro adaptado.

    Margot Robbie, Leonardo DiCaprio e o diretor Martin Scorsese
    Mar­got Rob­bie, Leonar­do DiCaprio e o dire­tor Mar­tin Scorsese

    Uma curiosi­dade inter­es­sante a respeito des­ta pro­dução é que o ver­dadeiro Jor­dan Belfort ain­da está vivo e foi bas­tante con­sul­ta­do durante a pro­dução do filme. Além de ter pas­sa­do um tem­po jun­to com Belfort durante a preparação para o papel, DiCaprio tam­bém o con­sul­ta­va quan­do tin­ha algu­ma dúvi­da durante as fil­ma­gens. Segun­do o ator, Jor­dan é bem aber­to a respeito des­ta sua fase mais obscu­ra, não ten­do prob­le­ma de falar sobre ela, inclu­sive em público.

    Quase um deus perante seus funcionários
    Quase um deus per­ante seus funcionários

    Com três horas de duração, “O Lobo de Wall Street” con­segue explo­rar bem a sua história e per­son­agens, tudo se desen­volve de for­ma tão nat­ur­al que você quase não percebe o tem­po pas­san­do. A não lin­eari­dade da nar­ra­ti­va cria um rit­mo bem dinâmi­co, não apelando para flash­backs ou cortes muito rápi­dos demais somente para envolver o espec­ta­dor em seu enre­do. Sua car­ga dramáti­ca é muito bem bal­ancea­da com o seu humor, mas ape­sar de engraça­do não clas­si­fi­caria como comé­dia. Ao final do filme fica ape­nas uma grande questão: como você me vende­ria uma caneta?

    Assista o trail­er leg­en­da­do abaixo:

    Veja tam­bém o makin off dos efeitos especiais:

  • Revolta! | HQ da Semana

    Revolta! | HQ da Semana

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    Notí­cias sobre cor­rupção no gov­er­no não são nen­hu­ma grande novi­dade e estão cada vez mais pre­sentes no nos­so cotid­i­ano. É difí­cil não mostrar cer­ta indig­nação a respeito do assun­to em con­ver­sas com nos­sos con­heci­dos e ami­gos, fican­do a dis­cussão ain­da mais acalo­ra­da em bares, onde o efeito do álcool se une ao forte sen­ti­men­to de indig­nação. Quem aqui nun­ca pen­sou que talvez seria mais fácil se alguém colo­casse uma bala na cabeça dess­es políti­cos cor­rup­tos para resolver de vez a situação?

    É jus­ta­mente a notí­cia de uma pes­soa que resolveu tomar esta ati­tude, que cin­co ami­gos escu­tam na tele­visão enquan­to estão beben­do no bar, con­ver­san­do sobre suas revoltas com a situ­ação políti­ca do país. Na saí­da, eles acabam esbar­ran­do com esse mas­cara­do assas­si­no e a vida de todos atrav­es­sa uma pro­fun­da trans­for­mação. Assim começa “Revol­ta!”, uma HQ rote­i­riza­da e desen­ha­da pelo curitibano André Cal­i­man, pub­li­ca­da men­salmente, des­de out­ubro de 2012, em seu blog ofi­cial.

    revolta-hq-da-semana-2O pro­je­to ini­ciou antes das primeiras passeatas do país, quan­do ain­da paira­va no ar um cli­ma descon­fortáv­el de cal­maria. Na época, André (que é tam­bém escritor, ilustrador, car­i­ca­tur­ista e pro­fes­sor), que­ria faz­er algo mais autoral, que fos­se rel­e­vante e falasse sobre o momen­to atu­al brasileiro. Quan­do começou a pub­licar a história na inter­net, viu que ela pode­ria tomar pro­porções bem maiores e que tam­bém havia uma cer­ta urgên­cia para pub­licá-la, pois a real­i­dade esta­va se mostran­do coer­ente com suas ideias. Assim, decid­iu finan­ciar cole­ti­va­mente o seu tra­bal­ho, através do Catarse, para trans­for­má-lo em um livro, con­seguin­do inclu­sive atin­gir um val­or maior do que sua meta ini­cial em out­ubro de 2013.

    Além da arte muito bem tra­bal­ha­da, fei­ta inteira­mente a mão com nan­quim, a história é o grande destaque des­ta HQ. Com per­son­agens bem com­plex­os, não há aque­la divisão sim­plista de bom/mau e, por con­ta de várias revi­ra­voltas e sur­pre­sas, o enre­do prende o leitor de uma for­ma alu­ci­nante entre seus capí­tu­los. É aque­le tipo de leitu­ra que uma vez que você ini­cia, não con­segue mais parar.

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    Por enquan­to, a história ain­da não foi pub­li­ca­da por inteiro no blog da HQ, mas já está final­iza­da e em breve os apoiadores do pro­je­to no Catarse dev­erão rece­bê-la em suas casas. Pos­so afir­mar que não é fácil quan­do você se depara com o avi­so “Em breve” ao chegar no últi­mo capí­tu­lo disponív­el, mas a espera por cada novo capí­tu­lo está val­en­do a pena!

    Se você ficou inter­es­sa­do em saber um pouco mais sobre o autor e a obra, con­fi­ra a entre­vista com o André Cal­i­man que o inter­ro­gAção fez.

  • Entrevista: André Caliman

    Entrevista: André Caliman

    andre-caliman-0Ini­cian­do o nos­so ciclo de entre­vis­tas com autores nacionais de Histórias em Quadrin­hos, con­ver­samos dire­ta­mente de Curiti­ba com o André Cal­i­man, que recen­te­mente teve seu pro­je­to “Revol­ta!” finan­cia­do pela platafor­ma Catarse.

    André tam­bém é escritor, ilustrador, car­i­ca­tur­ista e pro­fes­sor. Ele foi um dos cri­adores da revista Quadrin­hó­pole e tam­bém da revista Aveni­da, pos­suin­do vários de seus tra­bal­hos pub­li­ca­dos tan­to nacional­mente quan­to inter­na­cional­mente, como as HQs: “Rua”, “Fire”, “Seque­stro em Três Bura­cos” e “E.L.F”.

    Como surgiu a ideia de cri­ar “Revol­ta” e qual foi o estopim para o pro­je­to sair ape­nas do mun­do das ideias?

    Escrevi e desen­hei o primeiro capí­tu­lo em Out­ubro de 2012. A situ­ação não era a mes­ma que vive­mos ago­ra. Na ver­dade era bem o con­trário. Paira­va no ar uma cal­maria descon­fortáv­el. Pare­cia que um joga­va no out­ro a cul­pa por ninguém faz­er nada com relação aos escân­da­los de cor­rupção. Quan­tas vezes, em algu­ma dis­cussão políti­ca, eu ouvia alguém falar, não nec­es­sari­a­mente pra mim: “Ah, é?! E você, o que está fazen­do sobre isso?

    Out­ro comen­tário recor­rente era: “Quero ver quan­do chegar algum malu­co e matar ess­es ladrões!

    Nes­sa época eu que­ria faz­er um pro­je­to meu, e algo que fos­se rel­e­vante, que falasse sobre o momen­to atu­al e sobre essas pes­soas que eu encon­tra­va em bares, fac­ul­dades, etc. Imag­inei o que acon­te­ceria se as pes­soas se revoltassem. Ou ao menos, se uma pes­soa se revoltasse.

    O resto da história veio naturalmente.

    Você já pen­sa­va des­de o iní­cio em uti­lizar o crowd­fund­ing para via­bi­lizar uma ver­são impres­sa da HQ?

    Não, a ideia era sim­ples­mente escr­ev­er e desen­har e esper­ar que as pes­soas lessem. Eu não sabia muito bem no que isso ia dar. O primeiro capí­tu­lo, que retra­ta o bar que eu sem­pre fre­quen­ta­va e os ami­gos com os quais eu sem­pre esta­va, foi umas das coisas mais diver­tidas que já fiz. Quan­do a história foi toman­do cor­po e vi que seria um grande livro e pre­cisa­va ser pub­li­ca­do o quan­to antes, pois a real­i­dade se mostrou coer­ente com a ficção, o Catarse pare­ceu a mel­hor opção, me val­en­do do públi­co que já acom­pan­ha­va a HQ na internet.

    Como foi o plane­ja­men­to para cri­ar a cam­pan­ha deste seu primeiro pro­je­to de crowd­fund­ing? Onde você sen­tiu, ou sente, mais dificuldade?

    Revol­ta!” é uma HQ mais mar­gin­al, vio­len­ta, trans­gres­so­ra. E quan­do colo­quei ela no Catarse, me deparei com uma supos­ta obri­gação de torná-la com­er­cial, um pro­du­to que pre­cisa­va ser com­pra­do. E o desafio foi faz­er isso sem descar­ac­teri­zar a obra e sua intenção provoca­ti­va. Acho que deu certo.

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    André tra­bal­han­do na HQ “Revol­ta!”

    Há vários pro­je­tos de HQs que con­seguiram ser via­bi­liza­dos graças a essa nova dinâmi­ca, para citar ape­nas alguns: “GNUT”, “RYOTIRAS OMNIBUS” e recen­te­mente o livro “Ícones dos Quadrin­hos”. Você acred­i­ta que o mod­e­lo de crowd­fund­ing pode ser, ou já está sendo, uma grande rev­olução no cenário nacional dos quadrinhos?

    Acho que sim, pois há muito tem­po são os próprios autores de quadrin­hos que fazem o mer­ca­do nacional. As edi­toras tem uma mis­te­riosa difi­cul­dade para apos­tar em coisas novas e autores novos. Então o Catarse vem como uma fer­ra­men­ta para tirar essa difi­cul­dade que os autores tem de atin­gir o seu públi­co e vender seu pro­du­to diretamente.

    Por que você decid­iu lançar a HQ gra­tuita­mente na inter­net? Você acred­i­ta que isto pode ter um impacto neg­a­ti­vo numa futu­ra ven­da da ver­são impres­sa de algum pro­je­to deste tipo?

    Acho que não. Pre­tendo man­ter o públi­co que começou a ler a HQ gra­tuita­mente no blog, fazen­do-os con­hecer mais do mate­r­i­al e eternizá-lo em suas prateleiras com o livro impres­so. Fora que essa incia­ti­va de pub­licar gra­tuita­mente tam­bém teve um intu­ito de atin­gir um públi­co mais amp­lo, que não está acos­tu­ma­do e com­prar quadrin­hos. Mes­mo porque, antes dis­so, pre­cisa saber que exis­tem bons quadrin­hos sendo feitos.

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    Você já tra­bal­hou rote­i­rizan­do e desen­han­do (“FIRE” e “Aveni­da”), somente desen­han­do (“E.L.F.” e “Seque­stro em Três Bura­cos”) e recen­te­mente par­ticipou em um pro­je­to que ape­nas rote­i­ri­zou.  Qual você mais gos­ta de faz­er? Como foi tra­bal­har só escrevendo?

    Eu gos­to cada vez mais de escr­ev­er. E a atu­al­i­dade está me dan­do muitas ideias que quero abor­dar. Não con­si­go mais me sat­is­faz­er desen­han­do roteiros de out­ras pes­soas que falam de per­son­agens que já não exis­tem há cem anos.

    E, para mim, a úni­ca for­ma de ser um quadrin­ista com­ple­to é escr­ev­er e desen­har histórias próprias. Recen­te­mente eu escrevi um roteiro que foi desen­hado por uma quadrin­ista super tal­en­tosa daqui de Curiti­ba, a Mari­na Tye­mi, e gostei da experiência.

    Mas como disse, não é um tra­bal­ho autoral completo.

    Você tam­bém já pos­sui tra­bal­hos pub­li­ca­dos no exte­ri­or (“E.L.F.” e “Fire”), como foi essa experiência?

    Antes ain­da de me for­mar, come­cei a desen­har a série E.L.F. escri­ta pelo Jason Avery. Antes dis­so, eu havia feito ape­nas revis­tas inde­pen­dentes, então foi um momen­to de profis­sion­al­iza­ção do meu tra­bal­ho. Tin­ha mui­ta pre­ocu­pação com o resul­ta­do, e isso me fez crescer muito, pen­san­do novas for­mas de resolver meu desenho.

    Tam­bém foi muito bom ser bem remu­ner­a­do e pub­li­ca­do lá fora. É um mer­ca­do para o qual eu quero voltar, mas com pro­je­tos próprios.

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    Falan­do em pub­licar no exte­ri­or, há planos de no futuro sair uma ver­são em inglês de Revolta?

    Sim. Mas antes pre­ciso pub­licar aqui. A história per­tence a este país e esse é o momen­to de ser pub­li­ca­da aqui. Mas num pas­so seguinte, com certeza.

    Acho que o tema da Revol­ta é uni­ver­sal. E os con­fli­tos dos per­son­agens da HQ com certeza são recon­hecíveis em qual­quer parte do mun­do. E isso fica prova­do com algu­mas críti­cas que rece­bo no blog onde a HQ é pub­li­ca­da. As pes­soas sem­pre criti­cam aqui­lo que as aflige, que as provo­ca. E na min­ha opinião, é isso que uma boa história deve causar nas pessoas.

    Quais são os autores e artis­tas que exercem algum tipo de influên­cia no seu trabalho?

    Muitos, mas eu pode­ria citar alguns: Hugo Pratt, Flavio Col­in, Vic­tor de La Fuente, Dino Battaglia, Lourenço Mutarelli.

    Se você pen­sar na sua tra­jetória até ago­ra no mun­do dos quadrin­hos, hou­ve algo especí­fi­co que te deixou extrema­mente revoltado?

    Algo óbvio: As edi­toras nacionais se empen­harem tan­to em repub­licar mate­r­i­al estrangeiro e não faz­erem muito esforço para apos­tar em algo feito aqui, muitas vezes com uma qual­i­dade maior.

    Inclu­sive autores brasileiros que estão acos­tu­ma­dos a pub­licar por edi­toras estrangeiras, que pos­suem tra­bal­hos autorais supe­ri­ores ao que fazem lá fora, encon­tram difi­cul­dade em achar espaço com as edi­toras daqui.

    Acho que a ati­tude a ser toma­da pelas edi­toras é: Apos­tar em coisas novas e inter­es­santes. Os autores já estão fazen­do isso, e se elas não os acom­pan­harem, vão ser deix­adas cada vez mais de lado.

    Na maio­r­ia das vezes que te vi desen­han­do Revol­ta, você esta­va com fone de ouvi­do. Que tipo de músi­ca você cos­tu­ma escu­tar para desenhar?

    Na maio­r­ia das vezes ouço palestras filosó­fi­cas. Hahaha

    Ouço todo tipo de música.

    Anal­isan­do o cenário atu­al de HQs, tan­to nacional­mente quan­to inter­na­cional­mente, quais são os quadrin­istas que mais estão chaman­do a sua atenção?

    Gipi, Sean Mur­phy, Dani­lo Beyruth, Cyril Pedrosa, Guazzel­li, Craig Thompson.

    Muito se dis­cute sobre os novos jeitos de se cri­ar quadrin­hos na web, adi­cio­nan­do ani­mações, inter­a­tivi­dade e até real­i­dade aumen­ta­da. Como você vê isso? Acred­i­ta que ain­da pos­sam ser chama­dos de quadrin­hos ou é out­ra coisa? Tem algu­ma dessas novas pos­si­bil­i­dades que você gostaria de explorar?

    Quan­do você muda de for­ma­to, é nat­ur­al que per­ca alguns ele­men­tos e gan­he out­ros. Acho que essas pos­si­bil­i­dades tem que ser bem aproveitadas. E se chegarem ao pon­to de se tornarem out­ra coisa que não quadrin­hos, óti­mo. Os quadrin­hos vão con­tin­uar do jeito que são.

    Não pen­so em nada do tipo ago­ra, mas é uma possibilidade.

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    Na maio­r­ia de seus quadrin­hos você sem­pre aparece de algu­ma for­ma, as vezes você mes­mo é o per­son­agem prin­ci­pal das histórias e em out­ras as vezes aparece disc­re­ta­mente ape­nas em um desen­ho. Essa aparição é algo esti­lo Hitch­cock ou tem algum sig­nifi­ca­do específico?

    É inevitáv­el. Em todos os per­son­agens há um pouco de mim e quan­do eu retra­to a mim mes­mo, tem um pouco de out­ras pes­soas ali. E isso acon­tece porque gos­to de humanizar bas­tante meus per­son­agens, torná-los recon­hecíveis. A min­ha mel­hor ref­er­en­cia sou eu mes­mo e as pes­soas ao meu redor.

    No Revol­ta, além de você como refer­ên­cia para o “Ani­mal”, há tam­bém há seus ami­gos como inspi­ração para o visu­al dos per­son­agens. Até onde eles se mis­tu­ram com a realidade?

    No começo da HQ, eu que­ria que os per­son­agens fos­sem eles mes­mos, inteira­mente. Mas con­forme a história foi avançan­do, os per­son­agens foram se definin­do den­tro da tra­ma de for­mas difer­entes. E me dei a liber­dade de dar autono­mia aos per­son­agens, desvin­cu­lan­do-os em parte das pes­soas que os inspi­raram. Mes­mo assim, ain­da ago­ra quan­do vou desen­har os gestos dos per­son­agens ou colo­car uma fala nos balões, pen­so nos meus ami­gos que servi­ram de mod­e­lo. Isso enriquece e human­iza muito cada um dos personagens.

    Alguém já reclam­ou por ter se vis­to desen­hado em algum dos quadros da HQ?

    Não, todo mun­do gos­ta. (até agora)

    Você acha que é pos­sív­el a ideia prin­ci­pal do Revol­ta sair do papel e se trans­for­mar em realidade?

    Foi uma sen­sação estran­ha quan­do, em Jun­ho, eu vi na tele­visão as man­i­fes­tações no Brasil todo. Foi quase como se a HQ estivesse se tor­nan­do real­i­dade, pois esse era o cam­in­ho para o qual eu esta­va dire­cio­nan­do a trama.

    Quan­do eu par­ticipei das man­i­fes­tações, vi e sen­ti o que esta­va acon­te­cen­do, sabia que eu dev­e­ria aprox­i­mar ain­da mais a HQ da real­i­dade. Se antes eu havia inva­di­do as ruas, colan­do pági­nas nas pare­des, ago­ra as ruas pare­ci­am estar entran­do na HQ. As pes­soas que eu desen­ha­va gri­tan­do ago­ra gri­tavam de ver­dade. E eu deix­ei que elas entrassem de vol­ta nos quadrin­hos. E tudo fez muito mais sentido.

    Ain­da assim, é uma peça de ficção, e o que eu vi se tornar real­i­dade foi o cli­ma da HQ, a intenção de gri­tar, falar, se revoltar, recla­mar. E não se pre­ocu­par se tem um ban­do de gente dizen­do que tudo não pas­sa de uma ingenuidade, porque querem pare­cer cul­tas e con­tro­ladas, quan­do no fun­do o que querem é estar ali gri­tan­do jun­to, mes­mo na chu­va e depois de um dia de tra­bal­ho duro.

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    Tre­cho da HQ “Revol­ta!”

    Vários quadros do Revol­ta são bas­tante cin­e­matográ­fi­cos, as vezes é quase pos­sív­el escu­tar o que está acon­te­cen­do em cada um deles. Isso me fez ficar imag­i­nan­do que tipo de tril­ha sono­ra a HQ teria. Qual seria a sua indi­cação de track­list per­fei­ta para escu­tar enquan­to se lê Revolta?

    Acho que de tudo um pouco, não con­si­go pen­sar em uma tril­ha especí­fi­ca. Mas pos­so diz­er que eu colo­caria algu­mas coisas épi­cas para os capí­tu­los que ain­da estão por vir.

    Quais fer­ra­men­tas físi­cas e vir­tu­ais você uti­liza para desen­har este projeto?

    Eu desen­ho tudo com pena e nan­quim em papel A3. Depois faço um trata­men­to no pho­to­shop e colo­co as letras. Gos­to de man­ter a sim­pli­ci­dade que os quadrin­hos permitem.

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    Muito legal a sua ideia de colar algu­mas pági­nas pela cidade, como está sendo o retorno des­ta ini­cia­ti­va? Já pen­sou em colar eles em algum lugar bem inusi­ta­do mas ain­da não teve coragem?

    O retorno é muito bom. As pes­soas me man­dam e‑mails, comen­tam, mas a maior parte do retorno é silen­cioso. Eu gos­to de pen­sar que as pes­soas olham a pági­na cola­da em algum lugar, gostam ou des­gostam e voltam à sua vida normal.

    Eu sem­pre pen­so em colar onde as pes­soas pos­sam ler. Pon­tos de ônibus, pare­des de bares, fac­ul­dades. Eu faço isso ape­nas para as pes­soas lerem, e não para provo­car os donos de estabelecimentos.

    Mas eu gostaria de colar den­tro dos ônibus ou den­tro da prefeitura.

    Você já tem ideia no que quer tra­bal­har depois deste projeto?

    Primeiro eu vou tirar férias (cur­tas). Mas já tem alguns pro­je­tos quase acaba­dos que vão sair logo em segui­da do Revolta!

    Depois pre­tendo enveredar por quadrin­hos jor­nalís­ti­cos por um tempo.

    Mas tudo isso só depois de pub­licar o livro do Revol­ta!, que é a min­ha prioridade.

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    Para finalizar a entre­vista: o sen­ti­men­to de revol­ta pode ser um grande catal­isador, o que te move a desenhar?

    Quan­do eu come­cei a ler, quadrin­hos e livros (lá na ado­lescên­cia), me sur­preen­di com a pos­si­bil­i­dade de con­hecer novas ideias e prin­ci­pal­mente pen­sar sobre elas, seja con­cor­dan­do ou dis­cor­dan­do. É isso que eu bus­co ago­ra como autor, abor­dar ideias, de várias for­mas. E com isso, sacio a min­ha neces­si­dade de me expressar.

    E o que me man­têm escreven­do e desen­han­do é ver que as pes­soas estão lendo.

    Por isso, agradeço a todos que acom­pan­ham o blog e que con­tribuíram no Catarse. O livro da “Revol­ta!” vai exi­s­tir graças a vocês.

    Obri­ga­do.

  • Ratolândia (Rat Park)

    Ratolândia (Rat Park)

    Ratolândia (Rat Park)

    Ratolândia (Rat Park)

    Ratolândia (Rat Park)

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    Ratolândia (Rat Park)

    Ratolândia (Rat Park)

    Ratolândia (Rat Park)

    Ratolândia (Rat Park)

    Ratolândia (Rat Park)

    Ratolândia (Rat Park)

    Ratolândia (Rat Park)

    Ratolândia (Rat Park)

    Con­sul­to­ria cien­tí­fi­ca da tradução por Luís Fer­nan­do Tófoli. O inter­ro­gAção é o tradu­tor ofi­cial das HQs do Stu­art McMillen.

  • O Grande Gatsby (2013), de Baz Luhrmann | Crítica

    O Grande Gatsby (2013), de Baz Luhrmann | Crítica

    ograndegatsby-posterCom um visu­al deslum­brante e um elen­co com vários nomes de peso, O Grande Gats­by (The Great Gats­by, EUA/Australia, 2013), dirigi­do por Baz Luhrmann, é com certeza um dos filmes mais esper­a­dos deste semestre.

    O lon­ga con­ta a história de Nick Car­raway (Tobey Maguire), um aspi­rante a escritor que ao se mudar para Nova York, deixa sua paixão pelas letras de lado por con­ta do tra­bal­ho na bol­sa de val­ores. Ele mora ao lado da man­são do mis­te­rioso Jay Gats­by (Leonar­do DiCaprio), que sem­pre está dan­do grandes e lux­u­osas fes­tas e, para sua sur­pre­sa, um dia é con­vi­da­do para uma delas. Do out­ro lado da ilha vive sua pri­ma Daisy (Carey Mul­li­gan) e seu mari­do Tom Buchanan (Joel Edger­ton), com o qual estu­dou jun­to na fac­ul­dade. O des­ti­no de todos aos poucos é entre­laça­do por con­ta de um grande seg­re­do que Gats­by esconde.

    O enre­do foi basea­do no famoso romance homôn­i­mo do escritor amer­i­cano F. Scott Fitzger­ald, pub­li­ca­do em 1925, que já foi adap­ta­do duas vezes para o cin­e­ma. A primeira em 1949, dirigi­da por Elliott Nugent, e a segun­da e mais con­heci­da adap­tação, dirigi­da por Jack Clay­ton em 1974, com Robert Red­ford e Mia Farrow.

    As luxuosas festas na mansão do Gatsby
    As lux­u­osas fes­tas na man­são do Gatsby

    Difí­cil não ficar mar­avil­ha­do com toda a recon­strução da época e seus fig­uri­nos estu­pen­dos ao assi­s­tir O Grande Gats­by. Moti­vo aliás que fez Luhrmann ficar con­heci­do tam­bém pelos lon­gas Moulin Rouge — Amor em Ver­mel­ho (2001) e Romeu + Juli­eta (1996). Nes­ta adap­tação, o dire­tor tam­bém decid­iu explo­rar exten­si­va­mente a téc­ni­ca trav­el­ling para mostrar a Nova York da déca­da de 20 e seus arredores. O resul­ta­do ficou visual­mente muito inter­es­sante, mas pelo seu uso muito repet­i­ti­vo logo ficou algo cansati­vo. Aliás, são só nes­tas cenas em que o 3D é real­mente perce­bido. Há out­ro recur­so visu­al que foi muito bem tra­bal­ha­do: as várias ani­mações cri­adas para retratar visual­mente o tex­to da história nar­ra­da pelo Nick, como se ele estivesse escreven­do naque­le momento.

    A Nova York da década de 20
    A Nova York da déca­da de 20
    Capa da trilha sonora
    Capa da tril­ha sonora

    A tril­ha sono­ra é out­ro aspec­to bem inter­es­sante do filme, pois con­trasta total­mente com o esti­lo e ima­gens da época, out­ra car­ac­terís­ti­ca pecu­liar do dire­tor. Var­ian­do bas­tante de esti­lo mas ten­do sem­pre algum ele­men­to mais eletrôni­co no meio, a tril­ha traz para o pre­sente todo aque­le ambi­ente fes­ti­vo, e tam­bém aumen­ta ain­da mais a sen­sação de arti­fi­cial­i­dade e vazio que todo este glam­our e mate­ri­al­is­mo trazem con­si­go. As músi­cas são com­postas por nomes famosos como Bey­on­cé, will.i.am, Flo­rence + The Machine, Lana del Rey e Jack White.

    Tobey Maguire, Leonardo DiCaprio, Carey Mulligan e Joel Edgerton
    Tobey Maguire, Leonar­do DiCaprio, Carey Mul­li­gan e Joel Edgerton

    O maior defeito de O Grande Gats­by é não deixar espaço para que o espec­ta­dor pos­sa tirar suas próprias con­clusões e exerci­tar min­i­ma­mente sua imag­i­nação. O prin­ci­pal cul­pa­do dis­to é a pre­sença de uma nar­rador que está sem­pre pre­ocu­pa­do em explicar tudo que se está ven­do nos mín­i­mos detal­h­es, como se ele estivesse lit­eral­mente lendo um livro e as ima­gens da tela fos­sem ape­nas uma rep­re­sen­tação do tex­to. O uso da nar­ração é tão exces­si­vo que a atu­ação de profis­sion­ais tão tal­en­tosos como o Leonar­do DiCaprio (que recen­te­mente fez Djan­go Livre) e a Carey Mul­li­gan (do óti­mo Dri­ve), ficam em segun­do plano. O roteiro, escrito pelo próprio Luhrmann e por Craig Pearce, tam­bém não faz questão de man­ter qual­quer tipo de mis­tério ou pos­sív­el dúvi­da a respeito da inter­pre­tação de uma situ­ação, não per­den­do tem­po para logo explicar tudo, seja por flash­backs ou narração.

    Cena da adaptação de 1974 com Bruce Dern, Sam Waterston, Mia Farrow, Robert Redford e Lois Chiles
    Cena da adap­tação de 1974 com Bruce Dern, Sam Water­ston, Mia Far­row, Robert Red­ford e Lois Chiles

    Na adap­tação de 1974, dirigi­da por Clay­ton e rote­i­riza­da por Fran­cis Ford Cop­po­la, muitas coisas ficam suben­ten­di­das e o mis­tério sobre quem é real­mente esse mis­te­rioso Gab­sty e quais suas intenção, só é rev­e­la­do muito aos poucos. Com­para­n­do com a ver­são atu­al, é difí­cil não se sen­tir trata­do como alguém que não con­segue enten­der nada do que está acon­te­cen­do na tela, de tão exager­a­do que são as expli­cações ou então a demon­stração das inten­sões dos per­son­agens por movi­men­tos físi­cos exager­a­dos. Cer­tos momen­tos a impressão é de que este roteiro foi feito para sanar todas as dúvi­das que o out­ro criou, para não haver assim qual­quer sen­sação de confusão.

    Muitas flores e talento, mas pouco conteúdo
    Muitas flo­res e tal­en­to, mas pouco conteúdo

    O Grande Gats­by tin­ha grandes chances de ser um dos destaques do cin­e­ma deste ano, mas acabou sendo ape­nas uma exper­iên­cia visual­mente deslum­brante por con­ta da fra­ca adap­tação do roteiro, que não se pre­ocupou em insti­gar o inter­esse do espec­ta­dor para algo além de coisas boni­tas na tela. Nem o elen­co de peso con­seguiu tornar a história do filme razoavel­mente cativamente.

  • Lapsus

    Lapsus

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    Com um desen­ho min­i­mal­ista e um óti­mo sen­so de humor, a ani­mação Lap­sus (2007), do argenti­no Juan Pablo Zaramel­la, con­ta a diver­ti­da história de uma freira que decide se aven­tu­rar no seu lado negro.

    Uti­lizan­do somente o con­traste do bran­co com o pre­to, Zaramel­la explo­ra não só as ideias e con­ceitos por trás dessas cores, mas tam­bém brin­ca com as várias posi­bil­i­dades grá­fi­cas das for­mas uti­lizadas no desen­ho quan­do a cor do fun­do é inver­ti­da. O cur­ta fica ain­da mais engraça­da pois as úni­cas pal­abras que a freira con­segue falar são “Oh my God!”, que em por­tuguês seria algo como “Ai meu Deus!”, inde­pen­dente da situ­ação em que ela está.

    O animador Juan Pablo Zaramella
    O ani­mador Juan Pablo Zaramella

    A ani­mação Lap­sus foi vence­do­ra de mel­hor cur­ta do Ani­ma Mun­di São Paulo 2007 e gan­hou prêmios nos fes­ti­vais de Hiroshi­ma, Annecy e Sun­dance. O dire­tor tam­bém foi pre­mi­a­do em vários out­ros fes­ti­vais, com ani­mações como a “El Desafio a la Muerte“, “Via­je a Marte”, “Sex­teens” e “Lumi­naris”. Além dis­so, ele pos­sui em seu port­fo­lio exce­lentes cur­tas para com­er­ci­ais de mar­cas como: Pepi­tos, Plan Rom­bo, Knorr e Amer­i­can Express.

    Juan Pablo Zaramel­la é for­ma­do pelo Insti­tu­to de Arte Cin­e­matografi­co de Avel­lane­da, na Argenti­na, como Dire­tor de Ani­mação, tra­bal­ha atual­mente como ani­mador inde­pen­dente, escreven­do, dirigin­do e ani­man­do cur­tas. Começou a desen­har quan­do tin­ha somente três anos de idade e aos oito já estu­da­va desen­ho e fazia flip­books. Este ano, tam­bém foi o respon­sáv­el pela cri­ação da iden­ti­dade visu­al do Ani­ma Mun­di 2013, fes­ti­val que par­tic­i­pa com seus cur­tas des­de 2002 e através do qual seu tra­bal­ho é muito divul­ga­do aqui no Brasil.

    Assista o cur­ta com­ple­to abaixo:

    O dire­tor tam­bém fez um diver­tido “Por trás das cam­eras”, com cenas exclu­si­vas, ima­gens dos basti­dores e uma entre­vista polêmica.

  • A Recompensa (The Reward)

    A Recompensa (The Reward)

    TheReward_PosterEm um pequeno vilare­jo de Tohan, dois jovens vivem seus dias ape­nas seguin­do suas roti­nas comuns e sem graça. Mas um dia, um glo­rioso herói surge repenti­na­mente. E enquan­to os dois o obser­vam com grande admi­ração, ele deixa cair aci­den­tal­mente um mapa do tesouro. Após uma peque­na briga sobre quem vai ficar com o mapa, deci­dem encon­trar jun­tos o mis­te­rioso tesouro. Na ani­mação A Rec­om­pen­sa (The Reward, 2013), dirigi­do por Mikkel Mainz e Ken­neth Ladekjær, acom­pan­hamos durante nove min­u­tos, a jor­na­da dess­es per­son­agens para con­seguirem gan­har a tão dese­ja­da recompensa.

    O cur­ta foi pro­duzi­do durante sete meses em um work­shop, por estu­dantes da esco­la de ani­mação dina­mar­que­sa The Ani­ma­tion Work­shop. Boa parte do proces­so de cri­ação foi doc­u­men­ta­do no blog ofi­cial do pro­je­to, assim como as artes de cada um dos per­son­agens, cenários e armas uti­lizadas. Um ver­dadeiro tesouro para qual­quer fã de desen­ho ou ani­mação! A tril­ha sono­ra, cri­a­da por Math­ias Winum, tam­bém está disponív­el e pode ser escu­ta­da abaixo.

    Uma dica antes assi­s­tir: veja o cur­ta até o final. Tem uma peque­na cena após os crédi­tos, que é rel­e­vante para a tra­ma apresentada.

    Assista a ani­mação A Rec­om­pen­sa (The Reward) abaixo:

    Mak­ing Of da animação:

    Após o tér­mi­no do work­shop e do lança­men­to do cur­ta, os dois dire­tores se jun­taram a Bo Juhl (out­ro ex-estu­dante da esco­la), para cri­ar o estú­dio de ani­mação Sun Crea­ture, cujo propósi­to é explo­rar o mun­do da ani­mação 2D e ten­tar ultra­pas­sar as bar­reiras e lim­ites das ani­mações atu­ais. Como seu primeiro pro­je­to, a equipe decid­iu cri­ar uma cam­pan­ha no Kick­starter para faz­er uma série ani­ma­da basea­da no mun­do de A Rec­om­pen­sa (The Reward), se apro­fun­dan­do em alguns aspec­tos da história orig­i­nal, como o con­to da len­da por trás do espel­ho e porque o mapa e foi cri­a­do. Eles tam­bém fiz­er­am um pequeno jogo basea­do no cur­ta, para ser joga­do em duas pes­soas, que está disponív­el gra­tuita­mente na inter­net. A boa notí­cia é que o pro­je­to con­seguiu ser bem suce­di­do no dia 6 de abril, ago­ra só res­ta esper­ar o resultado!

  • Le Taxidermiste

    Le Taxidermiste

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    Os ani­mais prepara­dos pelo taxi­der­mista estão pre­sentes em todo lugar da casa

    A esposa em sua sua últi­ma hom­e­nagem ao fale­ci­do mari­do — um exímio taxi­der­mista — con­tra­ta uma agên­cia funerár­i­al à domicílio. Esta é a história do cur­ta Le Taxi­der­miste (França, 2011), dirigi­do por Paulin Coin­tot, Dori­anne Fibleuil, Antoine Robert e Maud Ser­tour, alunos da uni­ver­si­dade france­sa de com­putação grá­fi­ca Supin­fo­com Arles.

    Ape­sar do tema mór­bido, a ani­mação é reple­ta de humor negro, cheia de peque­nas brin­cadeiras e piadas, sendo difí­cil não esboçar nem que seja um pequeno sor­riso durante a duração do cur­ta. Além dos per­son­agens prin­ci­pais (que são no mín­i­mo excên­tri­cos), não podemos esque­cer de out­ro sem­pre pre­sente: a mosca.

    LeTaxidermiste-2
    A ofic­i­na de tra­bal­ho do taxidermista

    Através dos vários tra­bal­hos espal­ha­dos pela casa, desco­b­ri­mos um pouco mais sobre a vida deste pecu­liar taxi­der­mista, que em seu velório só teve a pre­sença da esposa e dos ani­mais empal­ha­dos. Vemos alguns dos que pare­cem serem seus primeiros tra­bal­hos, ain­da bem tor­tos e sem muito cuida­do. Out­ros que estavam em pro­gres­so e tam­bém todas as fer­ra­men­tas uti­lizadas em seu ofí­cio. Além dis­so, é pos­sív­el ver rap­i­da­mente algu­mas fotos suas e de sua mul­her, espal­hadas pelos cômo­d­os, rev­e­lando um pouco mais da vida dos dois.

    Desenho com as proporções dos personagens
    Desen­ho com as pro­porções dos personagens

    Por con­ta da enorme quan­ti­dade de obje­tos pre­sentes em cada um dos ambi­entes da casa, vários detal­h­es podem pas­sar desaperce­bidos na primeira vez, tor­nan­do uma segun­da assis­ti­da ain­da mais inter­es­sante e divertida.

    No site ofi­cial da ani­mação é pos­sív­el ver várias ima­gens do proces­so de cri­ação do cur­ta e dos per­son­agens. Ape­sar do mak­ing of ain­da não estar disponív­el, vale a pena a visita.

  • Vinil Verde

    Vinil Verde

    Mãe dá a Fil­ha uma caixa cheia de vel­hos dis­quin­hos col­ori­dos com músi­cas infan­tis. Fil­ha pode­ria ouvir os dis­quin­hos, mas nun­ca, o dis­co verde.

    vinil-verde-posterÉ com essa nar­ração pecu­liar e sin­is­tra que começa o cur­ta Vinil Verde (2004), dirigi­do por Kle­ber Men­donça Fil­ho, um sus­pense brasileiro bem fora do comum.

    A história toda se desen­volve em vol­ta des­ta proibição e como já era de se esper­ar, Fil­ha não con­segue resi­s­tir por muito tem­po à ten­tação de escu­tar o Vinil Verde (ape­sar de todos os dias Mãe lem­brar de que não pode­ria). Cada vez que toca o dis­quin­ho, algo ruim acon­tece. Mes­mo assim, con­tin­ua fazen­do isso todos os dias até as con­se­quên­cias chegarem ao seu ápice.

    O fato dos per­son­agens serem chama­dos de “Mãe” e “Fil­ha”, já cria um tom meio sin­istro no cur­ta, que fica ain­da mais macabro por con­ta da nar­ração com sotaque alemão car­rega­do. A história é uma livre adap­tação da fábu­la rus­sa “Luvas Verdes”. Seu esti­lo lem­bra bas­tante o livro infan­til “Juca e Chico — História de Dois Meni­nos em Sete Trav­es­sur­as”, do autor alemão Wil­helm Busch, traduzi­do por Ola­vo Bilac, onde as trav­es­sur­as são tão cruéis quan­to suas consequências.

    O diretor Kleber Mendonça Filho
    O dire­tor Kle­ber Men­donça Filho

    Este é o segun­do tra­bal­ho de Kle­ber Men­donça Fil­ho, que está chaman­do mui­ta atenção na mídia nacional e inter­na­cional, por con­ta do seu últi­mo lon­ga O Som ao Redor. O cur­ta foi todo feito com fotografias (total­izan­do 500 fotogra­mas) e jun­to com a nar­ração, faz com que gan­he um ar fan­ta­sioso e assustador.

    Para quem ficou curioso, a músi­ca do tão perigoso Vinil Verde, foi fei­ta por Sil­vério Pes­soa e Ton­ca. Ela foi toca­da por uma ban­da de Ribeirão Pre­to que fazia basi­ca­mente só cov­er dos Los Her­manos, sendo este um de seus exper­i­men­tos mais autorais.

    Se você ficou inter­es­sa­do em assi­s­tir out­ros tra­bal­hos do dire­tor, alguns deles podem ser assis­ti­dos na sua con­ta ofi­cial do Vimeo.

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    O inter­ro­gAção é o tradu­tor ofi­cial das HQs do Stu­art McMillen.

  • Francesca da Rimini, de Zondonai, direto de Nova York na UCI

    Francesca da Rimini, de Zondonai, direto de Nova York na UCI

    Foto ópera Francesca da Rimini - UCI Cinemas 02

    A rede de cin­e­mas UCI exibirá, ao vivo, no próx­i­mo dia 16, a par­tir das 13h, “Francesca da Rim­i­ni”. Adap­ta­da pelo com­pos­i­tor ital­iano Ric­car­do Zan­don­ai e inspi­ra­da no episó­dio “Infer­no de Dante”, da Div­ina Comé­dia, a ópera tomou os pal­cos do Met­ro­pol­i­tan Opera House pela últi­ma vez em 1986, e retor­na à cena com uma bela e encan­ta­do­ra pro­dução. O espetácu­lo poderá ser con­feri­do no con­for­to das poltronas de cin­e­ma em 12 difer­entes salas da rede UCI, e será trans­mi­ti­do dire­ta­mente do MET, em Nova York, Esta­dos Unidos. Em Curiti­ba (PR), as sessões acon­te­cem no UCI Estação e no UCI Palladium.

    Com­pos­ta por qua­tro atos, a ópera con­ta a história do amor proibido entre Francesca e seu cun­hado Pao­lo, inter­pre­ta­do pelo tenor Mar­cel­lo Gior­dani. A sopra­no Eva Maria-West­broek empres­ta sua voz à per­son­agem prin­ci­pal da tra­ma, Francesca, casa­da con­tra sua von­tade com o jovem des­fig­u­ra­do Gio­van­ni Malat­es­ta, con­heci­do como Gian­ciot­to. Quem con­duz o espetácu­lo é o mae­stro Mar­co Armiliato.

    Francesca da Rami­ni” é uma adap­tação de Zan­don­ai, basea­da no episó­dio ‘Infer­no’, da obra ‘Div­ina Comé­dia’, de Dante Alighieri, escritor ital­iano. Sua estreia acon­te­ceu há 99 anos, em 1914, no Roy­al The­atre, em Turim, Itália. Zan­don­ai com­pôs esta e diver­sas óperas durante sua vida, eternizan­do suas criações.

    Esta é a penúl­ti­ma exibição da tem­po­ra­da 2013 de óperas do Met­ro­pol­i­tan. “Giulio Cesare” encer­rará a pro­gra­mação, no dia 27 de abril, trazen­do o alto tenor mais acla­ma­do do mun­do, David Daniels. Os ingres­sos cus­tam R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia-entra­da) e poderão ser adquiri­dos nas bil­hete­rias dos cin­e­mas e nos ter­mi­nais de autoa­tendi­men­to. Os bil­hetes tam­bém podem ser com­pra­dos no site da UCI.

    SERVIÇO:
    UCI Estação – Sala 05
    Rua Sete de Setem­bro, 2775/ loja C‑01
    Rebouças – Curiti­ba – Paraná
    CEP: 80230–010

    UCI Pal­la­di­um – Sala 04
    Av. Pres­i­dente Kennedy, 4121/ Loja 4001
    Portão – Curiti­ba – Paraná
    CEP: 80610–905

  • Oz, Mágico e Poderoso | Crítica

    Oz, Mágico e Poderoso | Crítica

     Oz, Mágico e Poderoso PosterUm trail­er de encher os olhos e um grande inves­ti­men­to em mar­ket­ing. Foi assim que a Dis­ney criou uma enorme expec­ta­ti­va com Oz, Mági­co e Poderoso (Oz the Great and Pow­er­ful, EUA, 2013), seu mais novo lança­men­to dirigi­do por Sam Rai­mi. Explo­ran­do a história de como surgiu o famoso per­son­agem do icôni­co filme O Mági­co de Oz (1939), o lon­ga bus­ca agradar toda a legião de fãs já exis­tentes e tam­bém uma nova ger­ação que provavel­mente nun­ca ouviu falar da estra­da amarela e dos sap­at­in­hos de rubi.

    A história começa em 1905 em Kansas com Oscar Dig­gs, um mul­heren­go mági­co circense apel­i­da­do de Oz. Ao ten­tar fugir em um balão por con­ta de um de seus “truques” sedu­tores, é sug­a­do para o meio de um tor­na­do, chegan­do à fan­tás­ti­ca Ter­ra de Oz, onde há uma pro­fe­cia rela­tan­do que o grande mági­co de Oz viria dos céus para der­ro­tar a Bruxa Má, trazen­do paz para todos. Oscar acred­i­ta que esta pode ser final­mente a sua grande opor­tu­nidade de obter o suces­so que tan­to alme­ja, porém não tem a mín­i­ma ideia das pro­porções do que impli­ca ser este herói.

    A famosa estrada amarela
    A famosa estra­da amarela

    Para quem já assis­tiu O Mági­co de Oz, dirigi­do por Vic­tor Flem­ing, é impos­sív­el olhar para este novo lon­ga sem procu­rar algu­ma refer­ên­cia — que são inúmeras. Temos o famoso iní­cio todo em pre­to e bran­co e a tam­bém diver­ti­da repetição de alguns atores fazen­do per­son­agens sim­i­lares nos dois mun­dos. Dev­i­do aos dire­itos autorais da história e do filme de 1939 serem deti­dos pela Warn­er Bros, muitos dos ele­men­tos mais icôni­cos (como o sap­at­in­ho de rubi) não pud­er­am ser uti­liza­dos — prob­le­ma que irá ces­sar no ano de 2034, quan­do a obra entrará em domínio públi­co. Algu­mas vezes foi pos­sív­el con­tornar este prob­le­ma: para o visu­al da Bruxa Má foi usa­do um tom de verde difer­ente do orig­i­nal e a estra­da amarela foi man­ti­da, mas sem o seu iní­cio em espiral.

    O visual impressionante da terra fantástica de Oz
    O visu­al impres­sio­n­ante da ter­ra fan­tás­ti­ca de Oz

    Um dos grandes atra­tivos do lon­ga é com certeza o seu visu­al fan­tás­ti­co, que fica ain­da mais sur­preen­dente se for assis­ti­do no IMAX. Alguns movi­men­tos de câmera panorâmi­ca são bem inusi­ta­dos, só sendo pos­síveis graças a uti­liza­ção de uma câmera vir­tu­al em um ambi­ente ger­a­do pelo com­puta­dor. O 3D do filme foi muito bem uti­liza­do, lem­bran­do bas­tante o óti­mo tra­bal­ho feito no A Invenção de Hugo Cabret (2011), val­en­do a pena ser assis­ti­do com o uso des­ta tecnologia.

    Apesar de todos os cuidados, em algumas cenas ficou bem evidente o uso do chroma key
    Ape­sar de todos os cuida­dos, em algu­mas cenas ficou bem evi­dente o uso do chro­ma key

    Os pon­tos neg­a­tivos do lon­ga ficaram prin­ci­pal­mente na fal­ta de real­is­mo em alguns momen­tos. Mes­mo com os cuida­dos para os atores inter­a­girem ao máx­i­mo com ele­men­tos reais (foi feito por exem­p­lo uma mar­i­onete da boneca de porce­lana), ficou bem evi­dente em cer­tas cenas o uso do chro­ma key, assim como a inserção dig­i­tal de per­son­agens. Para pio­rar, essas situ­ações ficaram ain­da mais acen­tu­adas por uma atu­ação beiran­do o teatral, supon­do dar mais cred­i­bil­i­dade aos efeitos espe­ci­ais. Mas são poucos os momen­tos que isso acon­tece e na ver­dade, acabou até de cer­ta for­ma sendo diver­tido, lem­bran­do as pro­duções em que o orça­men­to é cur­to demais e foi pre­ciso impro­vis­ar, ape­sar de não ter sido este o caso neste filme. Para quem gos­ta, tem um vídeo bem inter­es­sante no canal Mak­ing Of do YouTube, sobre os back­stages da fil­magem.

    James Franco e o diretor Sam Raimi no set de filmagem
    James Fran­co e o dire­tor Sam Rai­mi no set de filmagem

    O desen­volvi­men­to da história de Oz, Mági­co e Poderoso, reme­teu ao óti­mo, e tam­bém bem arrisca­do, tra­bal­ho feito em TRON: O Lega­do (2010), sequên­cia do filme de 1982, ambos da Dis­ney, assim como a história de Bran­ca de Neve e o Caçador (2012), onde o famoso con­to de fadas é explo­rado de for­ma a agradar um públi­co mais ado­les­cente. Na ver­dade, ele está se sain­do tão bem que a Dis­ney já anun­ciou que fará uma nova sequên­cia (provavel­mente com out­ro diretor).

    Se você não ficou muito empol­ga­do com o remake da Dis­ney de Alice no País das Mar­avil­has (2010), Oz, Mági­co e Poderoso provavel­mente irá te sur­preen­der. Além de explo­rar muito bem toda a história de como surgiu o famoso Mági­co de Oz, ele tam­bém con­tou com uma óti­ma equipe de atores como James Fran­co, Mila Kunis e Rachel Weisz. Para quem gos­ta de tril­has sono­ras, este é out­ro destaque do lon­ga, pro­duzi­do pelo óti­mo Dan­ny Elf­man, que ficou mais con­heci­do pela sua parce­ria com o dire­tor Tim Bur­ton em filmes como O Estran­ho Mun­do de Jack e A Noi­va Cadáver.

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=hBlhviucIxc