Crítica: Corações em Conflito

corações em conflito

Tra­bal­har muito para con­seguir gan­har din­heiro sufi­ciente e dessa for­ma man­ter um padrão de vida dese­jáv­el é a real­i­dade de muitos. Em Corações em Con­fli­to (Mam­moth, Suécia/Dinamarca, 2009), de Lukas Moodys­son, é refleti­do jus­ta­mente o dis­tan­ci­a­men­to que este tipo de com­por­ta­men­to pode causar den­tro de uma família.

Leo (Gael Gar­cia Bernal), cri­ador de um site sobre jogos eletrôni­cos de suces­so, e Ellen (Michelle Williams), cirurgiã total­mente ded­i­ca­da à sal­var vidas, são um casal de suces­so profis­sion­al. Eles tem uma fil­ha de oito anos mas, por tra­bal­harem demais, ela pas­sa a maior parte do tem­po com sua babá Fil­ip­ina, de for­ma que a relação entre pais e fil­ha é muito escas­sa. Quan­do Leo pre­cisa via­jar a Tailân­dia, para assi­nar um con­tra­to impor­tante, uma série de reações em cadeia começam a acon­te­cer, trazen­do con­se­quên­cias dramáti­cas para todos.

Corações em Con­fli­to tem como prin­ci­pal car­ac­terís­ti­ca per­son­agens que mes­mo estando em lugares e situ­ações total­mente difer­entes, pos­suem algum tipo de lig­ação, na maio­r­ia dramáti­cas. O que lem­bra muito filmes como Babel, de Ale­jan­dro González Iñár­ritu, e Crash — No lim­ite, de Paul Hag­gis. Ape­sar dis­so, o lon­ga não chega a ser tão envol­vente e cati­vante quan­tos estes dois.

O enre­do pos­sui algu­mas ideias bem inter­es­santes, prin­ci­pal­mente em mostrar difer­entes real­i­dades con­viven­do uma ao lado da out­ra sem terem con­sciên­cia dis­so. Corações em Con­fli­to ques­tiona tam­bém a fal­ta de atenção dada á própria família, prin­ci­pal­mente aos fil­hos, e a difi­cul­dade de lidar com eles por causa deste afas­ta­men­to cada vez maior. Algu­mas cenas do filme são bas­tante impac­tantes, mostran­do como o ciúme e a difi­cul­dade para con­seguir comu­nicar uma men­sagem, podem resul­tar em des­do­bra­men­tos muito sérios.

Um dos grandes prob­le­mas de Corações em Con­fli­to está na sua tril­ha sono­ra, mais pare­cen­do um apan­hado das dez músi­cas favoritas de alguém da equipe de pro­dução, que sim­ples­mente jogou em cima do lon­ga em cenas que achou legal. As músi­cas sim­ples­mente não tem nen­hu­ma lig­ação com o que está acon­te­cen­do, algu­mas se repe­ti­ram incan­sáveis vezes, além de “que­brarem o cli­ma” dramáti­co alme­ja­do pelo lon­ga. Como as tril­has sono­ras são um aspec­to muito impor­tante para mim, fiquei muito inco­moda­do e pos­so afir­mar: difi­cil­mente vi uma pro­dução sono­ra tão ruim. Infe­liz­mente os atores tam­bém não aju­daram muito a man­ter o cli­ma do filme, seus papéis são bem vazios e cer­tas atu­ações são total­mente forçadas e sem emoção.

Corações em Con­fli­to lida com prob­le­mas fre­quentes e impor­tantes das relações humanas, mas que muitas vezes são igno­ra­dos por causa da com­plex­i­dade que trazem con­si­go. Ape­sar de não con­seguir ser muito envol­vente, causa um descon­for­to dev­i­do aos fortes temas abor­da­dos, que podem ser usa­dos para uma boa dis­cussão após o filme.

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Trail­er:

httpv://www.youtube.com/watch?v=qVgwpLyN2ek


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