“Eu quero escrever uma história simples, bela e extraordinária”
F. Scott Fitzgerald em correspondência para o seu editor Maxwell Perkins em 1922. Três anos depois publicaria O Grande Gatsby (Penguin-Companhia, tradução de Vanessa Barbara e introdução e notas de Tony Tanner), romance considerado por muitos como um dos melhores do século XX.
Fitzgerald nos concede uma jornada através da obsessão de um homem que se entrega a um mundo de valores duvidosos, movido apenas por um amor do passado. Também é a história de pessoas superficiais que vivem sobre a ilusão da eterna juventude, beleza e riqueza; não se importando com nada a não ser a si mesmos.
Nick Carraway, jovem graduado em New Haven e ex-combatente da Primeira Guerra Mundial, narra sua mudança para West Egg e acaba se tornando vizinho do misterioso Jay Gatsby que promove festas extravagantes em sua mansão, atraindo a alta sociedade local que especula sobre o seu passado: ninguém conhece Gatsby pessoalmente, mas todos já ouviram alguma suposta história sobre suas ações, entre elas, que já teria cometido assassinato.
O que ninguém sabe é que Gatsby pretende repetir o passado: reencontrar o seu amor perdido na juventude, Daisy, agora casada com o agressivo Tom Buchanan, que mora na parte oposta da baía, em East Egg (onde moram os ricos na ilha fictícia*, West Egg é a parte pobre). Ele alimenta esperanças de que um dia ela possa visitar uma de suas festas e assim reconquistá-la.
Os anos 1920 foram os anos de prosperidade econômica na América do Norte, principalmente nos Estados Unidos, após a Primeira Guerra Mundial — período conhecido como Roaring Twenties. Após a recessão, a economia americana entrava em uma nova fase. A indústria automobilística produzia em massa, o cinema e o rádio eram as principais formas de entretenimento, o jazz se tornava bastante popular e a propaganda tinha um papel importante na mídia. Também nesta década foi instituída, em 1923, a Lei Seca (que teve seu fim em 1933) – onde produzir, vender, importar e exportar bebidas alcoólicas era ilegal. O crime organizado – a máfia, liderada por Al Capone – passou lucrar muito com a venda clandestina. Nessa época, o materialismo e o egoísmo se tornaram parte do sonho americano e isso ficou muito bem retratado em O Grande Gatsby.
O livro também trata dos problemas que acarretam quando vivemos do passado e do fim das ilusões da juventude. A tristeza está presente do começo ao fim. A obra continua atual e é válida para aqueles que ainda não tiveram contado com esse clássico americano.
*Acredito que talvez fiquem confusos com minha explicação sobre East e West Egg, mas a tradutora fez uma cartografia da região no blog da Companhia.
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Há seis adaptações do romance para o cinema, mas recomendo a versão de 1974 com Robert Redford (Gatsby) e Mia Farrow (Daisy) no papeis principais. O roteiro é de Francis Ford Coppola, em substituição a Truman Capote, demitido pelo estúdio. A direção ficou por conta de Jack Clayton.
Está em pós-produção a adaptação em 3D (não me pergunte, eu também não sei o motivo) para o cinema de O Grande Gatsby estrelada por Tobey Maguire, na pele de Nick Carraway, Leonardo Di Caprio, como Jay Gatsby, Joel Edgerton interpreta Tom Buchanan e o papel de Daisy ficou para Carey Mulligan; com estreia prevista ainda para este ano. É esperar para ver o resultado.
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E como presente para o bravo e destemido leitor (a) que chegou até aqui, fique com o jogo de Super Nintendo do livro mais famoso de F. Scott Fitzgerald . Não precisa agradecer.
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