Author: Daniel Kossmann Ferraz

  • UCI traz “Parsifal”, de Wagner, para as salas de cinema

    UCI traz “Parsifal”, de Wagner, para as salas de cinema

    Photo: Micaela Rossato/Metropolitan Opera
    No próx­i­mo sába­do (02), os brasileiros poderão assi­s­tir, ao vivo e em alta res­olução, à “Par­si­fal”, céle­bre ópera do com­pos­i­tor alemão Wag­n­er, cujo bicen­tenário é cel­e­bra­do este ano. A pro­dução será trans­mi­ti­da, dire­to do Met­ro­pol­i­tan Opera House, nas telonas de 12 cin­e­mas da rede UCI, a par­tir das 14h. Em Curiti­ba (PR), a apre­sen­tação estará em car­taz nos cin­e­mas UCI Estação e UCI Pal­la­di­um. Além da extra­ordinária apre­sen­tação, os espec­ta­dores poderão acom­pan­har os basti­dores e entre­vis­tas com as estre­las, feitas exclu­si­va­mente para o cinema.

    Com três atos, a ópera se pas­sa nas leg­endárias col­i­nas do Monte Sal­vat, na Espan­ha, onde vive uma frater­nidade de cav­aleiros do San­to Graal. O espetácu­lo ver­sa sobre o peca­do, a dor, a redenção, e a cura. No elen­co, Jonas Kauf­mann é o pro­tag­o­nista ingên­uo, que encon­tra a sabedo­ria nes­ta nova visão de François Girard, dire­tor de “O Vio­li­no Ver­mel­ho”, lon­ga gan­hador do Oscar de Mel­hor Tril­ha Sono­ra. Tam­bém, com­põem o cast­ing, a sopra­no Kata­ri­na Dalay­man, como a mis­tériosa Kundry, o barítono Peter Mat­tei, como o rei Amfor­t­as, o baixo-barítono Evge­ny Nikitin ‚como o per­ver­so feiti­ceito Kling­sor, e René Pape como o nobre cav­aleiro Gurne­manz. Todos sob a con­dução de Daniele Gatti.

    Par­si­fal” foi a últi­ma obra da car­reira de Wag­n­er e teve sua estreia em Bayreuth, em 26 de Jul­ho de 1882. Pio­neiro em avanços de lin­guagem musi­cal, que tiver­am grande influên­cia no desen­volvi­men­to da músi­ca eru­di­ta europeia, Wag­n­er fale­ceu menos de um ano depois de lançar o espetáculo.

    Em 2013, ain­da serão trans­mi­ti­dos mais duas óperas do MET: Francesca da Rim­i­ni (16/03), com con­dução de Mar­co Armil­ia­to; e Giulio Cesare (27/04), com o alto tenor mais acla­ma­do do mun­do, David Daniels, que encer­ra a tem­po­ra­da de apresentações.

    Os ingres­sos cus­tam R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia-entra­da) e poderão ser adquiri­dos nas bil­hete­rias dos cin­e­mas e nos ter­mi­nais de autoa­tendi­men­to. Os bil­hetes tam­bém podem ser com­pra­dos no site da rede: http://www.ucicinemas.com.br/met-opera/

    Veja aqui os trail­ers do 1º e 2º Ato de Parsifal:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=g7-Gtu8lhmY

    httpv://www.youtube.com/watch?v=80BKuBxJvBQ

    SERVIÇO:
    UCI Estação – Sala 05
    Rua Sete de Setem­bro, 2775/ loja C‑01
    Rebouças – Curiti­ba – Paraná
    CEP: 80230–010

    UCI Pal­la­di­um – Sala 04
    Av. Pres­i­dente Kennedy, 4121/ Loja 4001
    Portão – Curiti­ba – Paraná
    CEP: 80610–905

  • TPB AFK: The Pirate Bay Away From Keyboard | Crítica

    TPB AFK: The Pirate Bay Away From Keyboard | Crítica

    TPB AFK: The Pirate Bay Away From Keyboard | CríticaO doc­u­men­tário TPB AFK: The Pirate Bay Away From Key­board (2013), dirigi­do pelo sue­co Simon Klose, acom­pan­ha o proces­so judi­cial por pirataria enfrenta­do pelos três cri­adores do site The Pirate Bay entre os anos 2008 a 2012. Talvez você este­ja se per­gun­tan­do “legal, mas o que eu ten­ho a ver com toda essa história?” e é aí que entra o pon­to prin­ci­pal do lon­ga. Ele não é a respeito da vida dos fun­dadores do site ou uma imer­são no mun­do do copy­right, mas sim um filme sobre a liber­dade de com­par­til­har e o futuro da própria internet.

    Para quem não con­hece, o The Pirate Bay é pos­sivel­mente o maior site de tor­rents da inter­net e, uma hora ou out­ra, aca­ba sendo um pon­to de para­da obri­gatória para quem cos­tu­ma faz­er down­loads. Mas se você pen­sou, ou só ouviu falar, que lá é ape­nas um paraí­so de arquiv­os ile­gais, onde você pode encon­trar prati­ca­mente tudo que quis­er para baixar, está com­ple­ta­mente engana­do. O seu propósi­to é sim­ples­mente pos­si­bil­i­tar o com­par­til­hamen­to de arquiv­os, mas o que os usuários vão faz­er com esse serviço, já é com­ple­ta­mente out­ra história.

    os fundadores do The Pirate Bay: Gottfrid, Peter e Fredrik
    os fun­dadores do The Pirate Bay: Got­tfrid (anaka­ta), Peter (brokep) e Fredrik (TiAMO)

    Ape­sar da ideia ini­cial de que assi­s­tir a um doc­u­men­tário sobre um proces­so judi­cial seja algo maçante e restri­to ape­nas para fãs da causa da inter­net livre, o óti­mo tra­bal­ho de edição de Per K. Kirkegaard, faz com que você prati­ca­mente não sin­ta o tem­po pas­san­do. Esta foi inclu­sive uma das maiores pre­ocu­pações do dire­tor, ele tin­ha fil­ma­do muito mate­r­i­al, mas não que­ria mostrar aqui­lo de uma maneira cha­ta, então criou um pro­je­to no Kick­Starter para con­seguir con­tratar um edi­tor profis­sion­al. Ele esti­mou o cus­to para isso de $25.000 e con­seguiu atin­gir essa meta em menos de três dias, con­seguin­do no total $51,424. Tam­bém vale a pena destacar a óti­ma tril­ha sono­ra cri­a­da por Ola Fløt­tum, que é sutil mas muito envol­vente. Para quem está pre­ocu­pa­do em não enten­der alguns ter­mos téc­ni­cos, há uma expli­cação deles durante o filme, então não pre­cisa se preocupar.

    O títu­lo do doc­u­men­tário veio da abre­vi­ação AFK (Away From Key­board — que seria algo como: Longe Do Tecla­do) que é uma oposição a ideia da sigla IRL (In Real Life — Na Vida Real), uti­liza­da por algu­mas pes­soas para des­ig­nar quan­do algo acon­tece no mun­do fora das telas dos com­puta­dores. O IRL sep­a­ra o on do offline, enquan­to o AFK vê o online ape­nas como uma exten­são do offline, ou seja, está inclu­so no que podemos perce­ber como real­i­dade e não como algo imag­inário ou fic­cional. Os três fun­dadores do site, como a maio­r­ia dos mem­bros do Par­tido Pira­ta, exibidos no doc­u­men­tário, se con­hece­r­am ini­cial­mente pela inter­net e o fato deles nun­ca terem se encon­tra­do pes­soal­mente, não foi um obstácu­lo para poderem cri­ar uma relação ver­dadeira de amizade e confiança.

    Monique Wadsted, a advogado que representa Hollywood no processo
    Monique Wad­st­ed, a advo­ga­do que rep­re­sen­ta Hol­ly­wood no processo

    Um dos motivos do dire­tor ter feito o filme, era que ele não con­seguia ver a relação que a indús­tria de mídia faz ale­gan­do que o com­par­til­hamen­to de arquiv­os é uma ameaça à cria­tivi­dade. Para ele, o aces­so irrestri­to à cul­tura era o cerne da rev­olução online, onde qual­quer expressão artís­ti­ca imag­ináv­el pudesse aflo­rar cria­ti­va­mente. De um lado, seus ami­gos artis­tas estavam sofren­do pela redução nas ven­das, mas por out­ro, as pos­si­bil­i­dades de pro­duzir, com­er­cializar e dis­tribuir a arte deles tin­ha muda­do fun­da­men­tal­mente para mel­hor. Ele ficou então pen­san­do que dev­e­ria haver for­mas de con­stru­ir uma próspera econo­mia dig­i­tal, que incor­po­rasse essas novas fer­ra­men­tas, em vez de crim­i­nal­izá-las. Com este doc­u­men­tário Simon espera lev­an­tar ques­tion­a­men­tos a respeito desse proces­so legal e tam­bém dos já real­iza­dos con­tra pes­soas que com­par­til­havam arquiv­os, para que este cenário mude.

    Simon Klose no vídeo da campanha do KickStarter
    Simon Klose no vídeo da cam­pan­ha do KickStarter

    Esse foi um dos motivos para que que o doc­u­men­tário fos­se dis­tribuí­do sob a licença BY-NC-SA da Cre­ative Com­mons, assim qual­quer um pode com­par­til­har e mod­i­ficar com atribuições, mas não pode faz­er uso com­er­cial da mes­ma. Simon até fez um post no blog do doc­u­men­tário expli­can­do detal­hada­mente porque ele escol­heu esta licença. O dire­tor incen­ti­va não só que as pes­soas façam o down­load, mas que tam­bém com­par­til­hem e remix­em o filme, crian­do out­ras obras. A mes­ma pro­pos­ta tam­bém foi fei­ta, e inclu­sive o remix foi parte da pro­dução, pelo doc­u­men­tário RIP!: Um Man­i­festo Remix, do canadense Brett Gay­lor, provavel­mente o primeiro doc­u­men­tário aber­to (open source) cri­a­do.

    Câmera pirata no Festival
    Câmera pira­ta no Festival

    TPB AFK: The Pirate Bay Away From Key­board foi lança­do dia 8 de fevereiro de 2013 no 63º Fes­ti­val Inter­na­cional de Filmes em Berlim e tam­bém simul­tane­a­mente na inter­net, uma ati­tude total­mente con­dizente com toda a filosofia do site. Inclu­sive uma pes­soa que foi ao fes­ti­val fez uma fil­magem pira­ta do mes­mo, gru­dan­do uma câmera na cadeira com sil­ver tape, cap­tan­do além do filme com­ple­to, o bate-papo com o dire­tor após a exibição. Veja o mes­mo no YouTube ou faça o down­load via tor­rent.

    Des­ta vez se você ficou inter­es­sa­do em assi­s­tir o filme, não vai ter somente a pos­si­bil­i­dade de assi­s­tir ao trail­er logo abaixo, como tam­bém vê-lo na ínte­gra leg­en­da­do pelo YouTube. Se quis­er tam­bém pode faz­er o down­load em difer­entes qual­i­dades (480p, 720p e 1080p) e baixar a leg­en­da separadamente.

    Trail­er:

    Filme Com­ple­to:
    httpv://www.youtube.com/watch?v=eTOKXCEwo_8

  • The Passenger

    The Passenger

    curta da semana: the passenger

    O aus­traliano Chris Jones é um artista, ani­mador e músi­co que se for­mou em Design Indus­tri­al na Uni­ver­si­ty of Tech­nol­o­gy em Mel­bourne e depois foi tra­bal­har como game artist na Beam Soft­ware (que depois virou Info­grames, Atari, ago­ra Krome). Em 1998 começou a tra­bal­har nos horários livres em um cur­ta, para servir de port­fólio do seu tra­bal­ho, mas pouco sabia que este pro­je­to iria mudar total­mente a sua vida. O tem­po foi pas­san­do e a ani­mação foi gan­han­do taman­ha pro­porção que, para poder ter­miná-la, decid­iu largar o emprego em maio de 2000 e viv­er somente do din­heiro que tin­ha economizado.

    Depois de seis lon­gos anos em um quar­to com seu com­puta­dor, final­mente con­seguiu ter­mi­nar o cur­ta The Pas­sen­ger (2006), que tem 7 min­u­tos de duração. Ele foi o respon­sáv­el por cri­ar tudo no pro­je­to: os sons, a músi­ca, a direção, os per­son­agens, a ani­mação, … finan­cian­do todo o equipa­men­to necessário e seu sus­ten­to através daque­las econo­mias que tin­ha feito, talvez uma das pou­cas opções em uma época onde nem se imag­i­na­va sites de crowdfunding.

    A ideia ini­cial de The Pas­sen­ger era que algo estran­ho acon­te­cesse den­tro de um ônibus e que fos­se meio assus­ta­dor. Assim surgiu o enre­do de um vici­a­do em livros que, para fugir de uma tremen­da chu­va e um cachor­ro louco que encon­tra, enquan­to está andan­do tran­quil­a­mente lendo o seu livro, resolve entrar em um ônibus. Nele aca­ba encon­tran­do um peix­in­ho nada comum den­tro de uma sacol­in­ha de plástico.

    curta da semana: the passenger

    Chris doc­u­men­tou todo o proces­so de cri­ação do seu pro­je­to em um blog, que tem o diver­tido sub­tí­tu­lo “como faz­er um filme de sete min­u­tos em ape­nas oito anos”, onde ele con­ta vários detal­h­es muito inter­es­santes da pro­dução, como a pés­si­ma escol­ha que foi cri­ar o per­son­agem com mãos e pés grandes, que com­pli­ca muito a vida na hora de ani­má-lo. Ess­es relatos são defin­i­ti­va­mente uma con­sul­ta obri­gatória para quem pen­sa ou já se aven­tu­ra no mun­do da ani­mação digital.

    No site tam­bém tem uma área de infor­mações inúteis, onde ele com­pi­lou vários dados da cri­ação do mes­mo como: o cur­ta con­tém 10.056 frames e o tem­po médio de ren­der foi 3 horas por frame, 192 tril­has de efeitos sonoros e que durante a pro­dução do mes­mo, as trilo­gias Star Wars, O Sen­hor do Anéis e Har­ry Pot­ter foram feitas (não por ele).

    Saben­do de tudo isso ago­ra, você com certeza vai apre­ciar e se diver­tir ain­da mais o curta!

    httpv://www.youtube.com/watch?v=OGW0aQSgyxQ

    Se você gos­tou do pro­je­to e quis­er apoiá-lo, o autor está venden­do o DVD com vários mate­ri­ais extras no site.

  • Dossiê Darren Aronofsky: The Fountain — Graphic Novel

    Dossiê Darren Aronofsky: The Fountain — Graphic Novel

    Dossiê Darren Aronofsky: The Fountain - Graphic NovelO dire­tor inglês Peter Green­away já vem divul­gan­do des­de a déca­da de 80 a sua ideia de que o cin­e­ma mor­reu e em seus últi­mos pro­je­tos, como na trilo­gia As male­tas de Tulse Luper, expande a exper­iên­cia do cin­e­ma ini­cial­mente lim­i­ta­do ape­nas às suas salas escuras. Dev­i­do a explo­ração mer­cadológ­i­ca cada vez maior nes­ta indús­tria, é fácil que sub­pro­du­tos de um lon­ga sejam pro­duzi­dos para ten­tar sim­u­lar esta expan­são, mas na ver­dade são somente pequenos extras ou um mak­ing of do que já foi feito, não mudan­do real­mente a exper­iên­cia cin­e­matográ­fi­ca em si. Ou seja, são ape­nas out­ros meios para con­seguir mais din­heiro do consumidor.

    É aí que está a grande difer­ença da graph­ic nov­el The Foun­tain, escri­ta por Dar­ren Aronof­sky e ilustra­da por Kent Williams, que foi lança­da pelo selo Ver­ti­go da DC Comics em 2005 e ain­da é inédi­ta no Brasil. Ape­sar de ter sido prati­ca­mente desen­volvi­da em para­le­lo ao filme A Fonte da Vida, lança­do em 2006 e dirigi­do pelo próprio Aronof­sky, ela foi cri­a­da de maneira com­ple­ta­mente inde­pen­dente. A base dos dois é a sua história, mas as semel­hanças prati­ca­mente acabam por aí. Temos em cada um dess­es pro­je­tos uma ver­são difer­ente do enre­do ini­cial, que uti­lizam ao máx­i­mo todas as pos­si­bil­i­dades da mídia na qual foi adap­ta­da, respei­tan­do a sua própria lin­guagem e esti­lo. Algo sim­i­lar acon­tece quan­do uma adap­tação de um livro para as telas não ten­ta repro­duzir a exper­iên­cia da leitu­ra, mas sim cri­ar algo novo uti­lizan­do a lin­guagem do cinema.

    Tomás em busca da Árvore da Vida
    Tomás em bus­ca da Árvore da Vida

    Se você ain­da não con­hece a história prin­ci­pal, ela nar­ra em três difer­entes tem­pos a jor­na­da de um mes­mo per­son­agem (Tomás, Tom­my e Tom) em bus­ca da imor­tal­i­dade para poder ficar jun­to a sua ama­da. As três nar­ra­ti­vas vão se alter­nan­do e uma é inter­de­pen­dente da out­ra, ou seja, é necessário que o per­son­agem resol­va a mes­ma questão ness­es espaços difer­entes de tem­po para que ele pos­sa final­mente con­cluir a sua própria história.

    Darren Aronofsky
    Dar­ren Aronofsky

    Este provavel­mente ain­da é o pro­je­to mais ambi­cioso de Aronof­sky — posição que talvez vai ser toma­da pelo seu novo lon­ga Noé, pre­vis­to para 2014 — e tam­bém foi o que mais divid­iu o públi­co, como ele mes­mo comen­tou em uma entre­vista. Isso não só pelo esti­lo nar­ra­ti­vo e pela com­plex­i­dade dos cenários e situ­ações, algo pare­ci­do com que o recente A Viagem dirigi­do por Tom Tyk­w­er e pelos irmãos Wachows­ki fez, mas tam­bém pelo seu tema prin­ci­pal: aceitar a morte, ou o fim, assim como as nos­sas próprias lim­i­tações como seres humanos.

    Tom em direção a Xibalba
    Tom em direção a Xibalba

    Por con­ta do seu alto cus­to, o pro­je­to foi ofi­cial­mente encer­ra­do em 2002, mas o dire­tor resolveu ree­scr­ev­er todo o roteiro para que ele deix­as­se de ser uma super pro­dução e seguisse a mes­ma lin­ha de filmes indie de baixo orça­men­to, que o mes­mo havia feito até aque­le momento.

    Kent Williams
    Kent Williams

    Logo no iní­cio das nego­ci­ações do filme, Aronof­sky sabia que este seria um pro­je­to muito difí­cil, então ele e o pro­du­tor lutaram de antemão para que os dire­itos da graph­ic nov­el fos­sem garan­ti­dos de qual­quer for­ma. Quan­do entrou em con­ta­to com a Ver­ti­go, lhe indicaram o artista Kent Williams e, ape­sar de não o con­hecer, cada vez que ia receben­do mais exem­p­los de seus tra­bal­hos, fica­va ain­da mais empol­ga­do com essa parce­ria. Depois de ini­ci­a­do as pro­duções, eles brin­cavam bas­tante a respeito de qual dos dois iri­am ter­mi­nar primeiro, o lon­ga ou a HQ. Quase hou­ve um empate, mas a graph­ic nov­el ficou pronta um ano antes do filme.

    Capas da séria lançada pela Editora Abril
    Capas da série lança­da pela Edi­to­ra Abril

    Williams é um ilustrador amer­i­cano que já tra­bal­hou para várias edi­toras de quadrin­hos, sendo respon­sáv­el pelas artes do Wolver­ine na acla­ma­da série Wolver­ine & Destru­tor: Fusão, lança­do aqui no Brasil em qua­tro edições pela Edi­to­ra Abril no ano de 1989. Hoje em dia ele deixou um pouco as HQs de lado para se focar mais em suas pin­turas, ape­sar de ter admi­ti­do em uma entre­vista que está tra­bal­han­do em um quadrin­ho autoral, mas que não tem pra­zo para ter­mi­nar. Se você tiv­er inter­esse, pode acom­pan­har seus tra­bal­hos mais recentes neste blog ou em seu site ofi­cial.

    Em The Foun­tain foi pos­sív­el realizar grafi­ca­mente todos os detal­h­es do enre­do, que em out­ra mídia como o cin­e­ma, provavel­mente seria finan­ceira­mente impos­sív­el. Este é na real é um dos grandes trun­fos de uma história em quadrin­ho, em um desen­ho pode-se cri­ar tudo que se imag­i­na e até coisas que são impos­síveis de exi­s­tir. M.C. Esch­er era, por exem­p­lo, um espe­cial­ista nes­ta área, sem ficar se pre­ocu­pan­do muito com orça­men­tos. Isso vale tam­bém no que­si­to de sair do pudor hol­ly­wood­i­ano, nos desen­hos não é pre­ciso lidar com a lim­i­tação dos estú­dios e dos próprios atores. Por exem­p­lo, os per­son­agens da HQ estão com­ple­ta­mente nus den­tro da bol­ha, enquan­to no filme estão vesti­dos dos pés á cabeça.

    Tommy em busca da cura do câncer
    Tom­my em bus­ca da cura do câncer

    No começo, os desen­hos de Williams podem ger­ar um cer­to estran­hamen­to, pois ele varia bas­tante o esti­lo ao lon­go da história. Os traços vão des­de somente alguns con­tornos, pare­cen­do um pouco com ras­cun­hos, à pági­nas com­ple­ta­mente col­ori­das até nos mín­i­mos detal­h­es. Além dessa grande vari­ação de detal­hamen­to e cor, que cria uma per­son­al­i­dade muito inter­es­sante nos desen­hos, se nota uma clara sep­a­ração entre os três difer­entes tem­pos que a história se pas­sa, tan­to pela divisão grá­fi­ca dos quadros e suas cores deter­mi­nantes, quan­to pela cor uti­liza­da no fun­do para preencher o espaço vazio.

    O uso de somente duas fontes nos tex­tos, uma para os diál­o­gos e out­ra para nar­ração, aca­ba que­bran­do um pouco toda essa diver­si­dade dos desen­hos, mas con­segue assim man­ter uma exper­iên­cia de leitu­ra bem agradáv­el. É inter­es­sante tam­bém notar que algu­mas leg­en­das no iní­cio são descrições de sons ou esta­dos dos per­son­agens naque­le quadro, como se fos­se um roteiro para o filme, mas que durante o desen­volver da história assume uma lin­guagem mais car­ac­terís­ti­ca dos quadrinhos.

    Tom começando a aceitar o seu destino
    Tom começan­do a aceitar o seu destino

    Pode-se até pen­sar que The Foun­tain pode­ria ser algo como uma “ver­são do dire­tor” do lon­ga, mas isto seria equiv­o­ca­do. Tam­bém está longe de ser um sto­ry­board do mes­mo. Como men­cionei ante­ri­or­mente, ela é uma exper­iên­cia com­ple­ta­mente difer­ente do filme, sendo uma nova inter­pre­tação ao invés de ape­nas mais uma repetição do que você já viu nas telas. Alguns talvez até podem afir­mar que esta HQ é algo mais para um fã do lon­ga ou do dire­tor. Não pos­so dis­cor­dar des­ta afir­mação, mas acred­i­to que a mes­ma sobre­vive tran­quil­a­mente como uma obra inde­pen­dente e úni­ca no mun­do das graph­ic nov­els.

    Como a HQ ain­da é inédi­ta aqui no Brasil, é pos­sív­el com­prá-la em inglês no site de livrarias como a Sarai­va e a Cul­tura. Se você já com­prou ou pre­tende com­prar, uma exper­iên­cia que pode ser bem inter­es­sante é a leitu­ra dela jun­to com a tril­ha sono­ra do filme cri­a­da por Clint Mansell, que é sim­ples­mente sensacional.

  • Contos de Lugares Distantes, de Shaun Tan | Livros

    Contos de Lugares Distantes, de Shaun Tan | Livros

    contos-lugares-distantes-capaHá livros que te encan­tam do iní­cio ao fim, não só pela sua história mas tam­bém por con­ta das suas ilus­trações e seus vários pequenos detal­h­es, onde você se vê o pegan­do inúmeras vezes ape­nas para ten­tar desco­brir algo novo ou rel­er um tre­cho rapid­in­ho. Foi exata­mente esta exper­iên­cia que tive depois de ler Con­tos de Lugares Dis­tantes do escritor e quadrin­ista aus­traliano Shaun Tan, lança­do aqui no Brasil pela Cosac Naify e traduzi­do por Éri­co Assis.

    Ele é com­pos­to de quinze con­tos, que vari­am des­de alguns bem curt­in­hos (de uma ou duas pági­nas), até out­ros mais lon­gos. Ape­sar de todos terem no mín­i­mo um pé den­tro do mun­do fan­tás­ti­co, não são o tipo de histórias que você diria serem impos­síveis de acon­te­cer, pois são con­tadas como se fos­sem algo total­mente cor­riqueiro e tam­bém por usar ele­men­tos ou obje­tos pre­sentes no dia a dia da maio­r­ia das pessoas.

    é engraça­do que hoje em dia, em que toda casa tem seu mís­sil balís­ti­co inter­con­ti­nen­tal, você mal se lem­bre dele.

    Logo no primeiro tex­to já é pos­sív­el perce­ber que este não é exata­mente um livro para cri­anças, pois pos­sui um humor mais sofisti­ca­do e muitas vezes aca­ba sendo meio assus­ta­dor tam­bém. O autor con­tou em uma entre­vista que se inspirou no esti­lo da série Além da Imag­i­nação (The Twi­light Zone) que assis­tia quan­do cri­ança para escrevê-los, que aca­ba expli­can­do bem esse cli­ma meio fan­tás­ti­co e hor­rip­i­lante. Os adul­tos que acom­pan­haram a série e apre­ci­am belos desen­hos, com certeza vão se deleitar nes­ta obra.

    Ilustração do conto "Brinquedos Quebrados"
    Ilus­tração do con­to “Brin­que­dos Quebrados”

    O feri­ado sem nome acon­tece uma vez por ano, geral­mente por vol­ta do fim de agos­to, às vezes em out­ubro. É esper­a­do tan­to por cri­anças como por adul­tos com um mis­to de emoções: não é pro­pri­a­mente fes­ti­vo, mas ain­da assim é uma espé­cie de comem­o­ração, cuja origem há muito se esqueceu.

    Falan­do em desen­hos, a primeira coisa que mais chama atenção no livro são todas as ilus­trações mag­ní­fi­cas. Fol­he­an­do ele com mais cal­ma, é pos­sív­el tam­bém perce­ber que muitas das ima­gens não são sim­ples­mente para ilus­trar a nar­ra­ti­va, mas tam­bém fazem parte dela. Alguns con­tos são total­mente visuais, como no caso de “Chu­va ao Longe” ou “Faça Seu Próprio Ani­mal de Esti­mação”, que são feitos total­mente de recortes. Ao lê-los você vol­ta a ser cri­ança, com aque­les olhos admi­ra­dos ten­tan­do ver todos os detal­h­es e pos­síveis histórias escon­di­das por trás de cada desen­ho. Sem falar em todo o cuida­do na impressão do mes­mo, que aliás é um dos grandes méri­tos dos livros da edi­to­ra Cosac Naify.

    Sec­re­ta­mente, eu esta­va ansioso para rece­ber um vis­i­tante estrangeiro — tin­ha tan­tas coisas para mostrar a ele. Pelo menos uma vez eu pode­ria ser um expert da região, uma fonte de infor­mações e de comen­tários inter­es­santes. Por sorte, Eric era muito curioso e esta­va sem­pre cheio de per­gun­tas. Porém, não era o tipo de per­gun­ta que eu esta­va esperando.

    "O búfalo do rio" que sempre apontava na direção certa
    “O búfa­lo do rio” que sem­pre apon­ta­va na direção certa

    Um dos con­tos mais mar­cantes é “aler­tas mas sem alarme”, que é bem ao esti­lo de Crôni­cas Mar­cianas (Edi­to­ra Globo) do Ray Brad­bury, onde cidadãos comuns recebem um mís­sil balís­ti­co para colo­car em seus jardins, sentin­do assim par­tic­i­pantes da segu­rança nacional. Só que o tem­po foi se pas­san­do e aque­les obje­tos gigantes ape­nas ficavam para­dos em seus quin­tais e aos poucos as pes­soas foram desco­brindo maneiras bem cria­ti­vas da dar util­i­dade a eles.

    A história mais bizarra e hor­rip­i­lante é “Os grave­tos”, que con­ta a história de um lugar onde grave­tos andam pelas ruas e enquan­to as cri­anças mais novas ten­tam se diver­tir com eles vestin­do roupas vel­has como se fos­sem espan­talhos, os garo­tos mais vel­hos ado­ram sair baten­do e destru­in­do eles. Os adul­tos sem­pre os reprimem por mex­er com eles, mas nun­ca expli­cam o por quê. Tam­bém há a bem diver­ti­da “nos­sa expe­dição” onde dois garo­tos intri­ga­dos com o que pode­ria ter nos lugares onde o mapa ter­mi­na, vão em bus­ca para saber se real­mente não há nada além daque­le lim­ite do papel e acabam fazen­do uma descober­ta no mín­i­mo intrigante.

    Bem, a sua avó e eu nos casamos lá do out­ro lado dele, muito antes de vocês exi­s­tirem. Claro, os casa­men­tos eram bem mais com­pli­ca­dos naque­le tem­po, não eram essas coisas melosas de hoje em dia. Para começar, a noi­va e o noi­vo eram envi­a­dos para bem longe antes da cer­imô­nia, e só tin­ham per­mis­são para levar uma foto ao par­tir, nada além dis­so, até voltarem, o que podia demor­ar bas­tante tempo.

    Desenhos da contra-capa do livro
    Desen­hos da con­tra-capa do livro

    Ao falar de con­tos fan­tás­ti­cos talvez alguns lem­brem do Coisas Frágeis do Neil Gaiman, mas os dois pos­suem um esti­lo de nar­ra­ti­va total­mente difer­ente. Tan é mais min­i­mal­ista e rela­ciona as histórias mais ao cotid­i­ano, enquan­to Gaiman explo­ra um lado mais mís­ti­co e lendário.

    Shaun Tan
    Shaun Tan

    Shuan Tan é for­ma­do em artes plás­ti­cas e lit­er­atu­ra ingle­sa na Uni­ver­si­dade da Aus­trália Oci­den­tal. Ini­ciou sua car­reira como ilustrador em revis­tas de ficção cien­tí­fi­ca e lançou seu primeiro livro O Obser­vador (The View­er) em 1997. A ideia para Con­tos de Lugares Dis­tantes surgiu de alguns pequenos ras­cun­hos que man­tinha em um cader­no de desen­hos, que pode ser vis­to abaixo em um vídeo que mostra o estú­dio do autor. O site ofi­cial do autor tam­bém é muito legal, seguin­do bas­tante tam­bém o esti­lo de recortes e desen­hos, vale a pena dar uma visitada.

    httpv://www.youtube.com/watch?v=c9NCUydoJFk

  • O LOTR Project, de Emil Johansson

    O LOTR Project, de Emil Johansson

    Capas dos livros da Edi­to­ra Mar­tins Fontes

    Emil Johans­son era uma cri­ança que gosta­va muito de ler e foi bas­tante incen­ti­va­do pela sua mãe para isso. Um dia, ela fez questão de falar para o fil­ho que talvez O Sen­hor dos Anéis (Edi­to­ra Mar­tins Fontes) fos­se muito difí­cil para ele ler. E adi­v­in­ha o que acon­te­ceu? Ele leu os livros e adorou! E não parou por aí, foi ler O Sil­mar­il­lion (Edi­to­ra Mar­tins Fontes) tam­bém para saber mais sobre a Ter­ra Média. Sem se dar con­ta, começou a mon­tar peque­nas árvores genealóg­i­cas dos per­son­agens para con­seguir enten­der mel­hor as histórias desse mun­do fan­tás­ti­co, prin­ci­pal­mente porque Tolkien cri­a­va muitos per­son­agens e eles tin­ham nomes extrema­mente incomuns.

    De pequenos ras­cun­hos foi para papéis gigantes e essa tare­fa virou uma obsessão. Decid­iu que para não ficar muito con­fu­so e poder orga­ni­zar mel­hor tudo, iria mon­tar uma planil­ha no Excel com esse desen­ho. Depois de pronta, que­ria com­par­til­há-la e a envi­ou para um site pub­licar, mas ela foi rejeita­da pois havia muitos furos e erros, mas provavel­mente tam­bém porque era feia demais. Total­mente dev­as­ta­do por essa respos­ta, Emil desis­tiu de con­tin­uar com o pro­je­to. Só reto­mou nova­mente com a ideia durante a uni­ver­si­dade, após con­tar esse seu seg­re­do obscuro para um ami­go que o incen­tivou a ele mes­mo divul­gar na inter­net esse pro­je­to. E assim, não só voltou a ali­men­tar nova­mente essa paixão como tam­bém achou um óti­mo meio para poder fugir dos estu­dos, algo que alme­ja­va muito.

    LOTR Project - planilha
    Planil­ha em Excel cri­a­da por Emil

    Emil ini­cial­mente procurou um soft­ware que o aju­dasse a cri­ar a árvore genealóg­i­ca para pub­licar na web, mas não encon­trou nada que pudesse faz­er aqui­lo que que­ria, então sim­ples­mente decid­iu que ele iria cri­ar um pro­gra­ma para isso. Mas ele não tin­ha qual­quer con­hec­i­men­to em pro­gra­mação e esta­va cur­san­do Engen­haria Quími­ca na Chalmers Uni­ver­si­ty of Tech­nol­o­gy na Suíça, área que provavel­mente não iria o aju­dar muito com isso. Mas ele era um usuário assí­duo do Google e isso foi o sufi­ciente para que apren­desse todos os códi­gos necessários para con­stru­ir sua ideia. Para que ficas­se mais fácil de atu­alizar as infor­mações, ele criou um ban­co de dados com todos os nomes dos per­son­agens e as suas relações. O pro­je­to final­mente entrou no ar em janeiro de 2012 sob o nome LOTR Project (LOTR é a sigla para Lord of the Rings), que traduzi­do lit­eral­mente ficaria Pro­je­to SDA.

    Árvore Genealógica no site com informações sobre cada personagem
    Árvore Genealóg­i­ca no site com infor­mações sobre cada personagem

    O site logo fez bas­tante suces­so não só entre os fãs da Ter­ra Média, mas tam­bém da mídia, onde foram pub­li­cadas matérias em vários jor­nais grandes como Wired, Time Mag­a­zine, The Guardian e Huff­in­g­ton Post, onde o últi­mo deles inclu­sive o chamou de “King Geek” (algo como o rei dos nerds). Além dis­so, ele tam­bém rece­beu e‑mails de pro­fes­sores que que­ri­am usar a árvore genealóg­i­ca nas aulas e tam­bém um curioso pedi­do de um hotel que que­ria colocá-la em sua parede. Tudo isso foram mais do que bons incen­tivos para ele con­tin­uar investin­do no projeto.

    A par­tir daí o LOTR Project tam­bém pas­sou a ter, com a aju­da de colab­o­radores, vários out­ros tipos de infor­mações inter­es­santes, como um mapa inter­a­ti­vo, dois aplica­tivos para Android, uma coletânea de info­grá­fi­cos e várias out­ras coisas legais. Se você quis­er, há uma pági­na com a lista de todos os pro­je­tos den­tro do site, um ver­dadeiro tesouro para os fãs e tam­bém para design­ers e até pro­gra­madores web que queiram ver coisas mais difer­entes feitas para a inter­net. Aos poucos Emil está inserindo no ban­co de dados infor­mações como data de nasci­men­to e morte dos per­son­agens. No futuro gostaria de que os vis­i­tantes pudessem ter total con­t­role de como a árvore é exibi­da e tam­bém con­seguir desco­brir novas estatís­ti­cas inter­es­santes sobre a pop­u­lação deste mun­do. Recen­te­mente ele adi­cio­nou dados do O Hob­bit (Edi­to­ra Mar­tins Fontes), inclu­sive com algu­mas infor­mações e info­grá­fi­cos inter­es­santes sobre o filme O Hob­bit — Uma Jor­na­da Ines­per­a­da (2012), que foi dirigi­do por Peter Jack­son, que tam­bém adap­tou a trilo­gia original.

    Evolução da avaliação e do número de votos do filme O Hobbit no IMDB
    Evolução da avali­ação e do número de votos do filme O Hob­bit no IMDB

    Um dia, ele teve a ideia de que seria legal cri­ar uma lin­ha do tem­po e colocá-la ao lado de um mapa, para que fos­se pos­sív­el ver de uma maneira inter­a­ti­va em qual local acon­te­ceu cada um dos even­tos que estavam na lin­ha do tem­po. Ini­cial­mente não achou que fos­se faz­er muito suces­so, mas para sua sur­pre­sa aparente­mente aqui­lo era algo novo, chama­do de geospa­tial time­line (algo como: lin­ha do tem­po geoe­s­pa­cial), e teve um retorno imen­so dos vis­i­tantes. Não só por con­ta de que essa fun­cional­i­dade era muito legal, mas tam­bém porque muitos web design­ers que­ri­am saber como ele havia feito aqui­lo! Out­ras pes­soas tam­bém começaram a sug­erir que ele dev­e­ria explo­rar mais essa ideia. Então Emil criou um ras­cun­ho uti­lizan­do o mes­mo sis­tema como base, só que com um mapa mún­di e alguns even­tos da Segun­da Guer­ra Mundi­al e mostrou essa ideia no final da sua apre­sen­tação no TEDxGöte­borg em out­ubro de 2012.

    "geospatial timeline" do livro com o mapa na direito mostrando onde ocorreu o evento selecinado a esquerda
    “geospa­tial time­line” com o mapa na dire­i­ta mostran­do onde ocor­reu o even­to sele­ciona­do à esquerda

    Em um even­to tão grande como foi a Segun­da Guer­ra Mundi­al, provavel­mente há muitos padrões e fatos que pode­ri­am ser apren­di­dos, mas são jus­ta­mente per­di­dos por causa dessa avalanche de dados que temos sobre ela. Uma apli­cação deste tipo pode­ria não só tornar as infor­mações sobre vários acon­tec­i­men­tos, globais ou locais, mais acessíveis para pes­soas comuns que gostari­am de apren­der mais, mas tam­bém aju­dar a desco­brir lig­ações talvez nun­ca imag­i­nadas antes. Pense só nas mil­hares de pos­si­bil­i­dades que um pro­je­to assim pode­ria cri­ar. Tudo isso porque alguém decid­iu seguir uma paixão por um mun­do fic­cional onde vivem hob­bits, elfos e out­ras criat­uras mágicas.

    Rascunho da "geospatial timeline" com dados da Segunda Guerra Mundial
    Ras­cun­ho da “geospa­tial time­line” com dados da Segun­da Guer­ra Mundial

    Evil con­ta que este pro­je­to foi, usan­do um ter­mo da área dele, um catal­isador de cria­tivi­dade, que fez sur­gir várias coisas que ele nem mes­mo sabia que exis­tia e de cer­ta maneira o fez achar a feli­ci­dade, pois ele ado­ra cri­ar. Vive­mos em uma cul­tura onde é muito incen­ti­va­do que você faça coisas que ten­ham um impacto na sua car­reira, tudo deve estar volta­do a isso. O LOTR Project não tem impacto dire­to na car­reira dele e ele enco­ra­ja as pes­soas a jus­ta­mente faz­erem algo só porque é diver­tido, porque há paixão naquilo.

    Emil Johansson
    Emil Johans­son

    Esse pen­sa­men­to é muito pare­ci­do com a ideia da trans­dis­ci­pli­nar­i­dade, que visa a unidade do con­hec­i­men­to em oposição a atu­al divisão carte­siana do mes­mo em várias áreas difer­entes. Por que um engen­heiro quími­co não pode­ria tam­bém ser pro­gra­mador, web design­er e fotó­grafo ao mes­mo tem­po? Bem, Emil Johans­son é isso tudo! Toda essa paixão dele, me lem­bra uma frase do Rober­to Freire que gos­to muito, que resume muito bem isso: “sem tesão não há solução”. Então, o que você está fazen­do como pro­je­to para­le­lo a sua profis­são ou estu­do acadêmico?

  • O Voo | Crítica

    O Voo | Crítica

    O Voo Poster | CríticaUm homem pode ser absolvi­do pelos seus vícios por con­ta de um grande ato de heroís­mo, que salvou muitas vidas em uma situ­ação onde provavel­mente todos iri­am mor­rer? Este é o grande ques­tion­a­men­to em torno de O Voo (Flight, EUA, 2013), dirigi­do por Robert Zemeck­is e com Den­zel Wash­ing­ton no papel principal.

    A história começa em uma man­hã que parece ser como qual­quer out­ra, depois de uma noita­da de álcool, dro­gas e sexo, Whip Whitak­er vai tra­bal­har como se nada tivesse acon­te­ci­do. Só tem um pequeno detal­he, ele é pilo­to de aviões domés­ti­cos em uma grande com­pan­hia aérea. Para pio­rar a situ­ação, o avião que esta­va pilotan­do sofre uma pane no meio do voo e começa a cair de pon­ta cabeça em direção ao chão. Esta era uma situ­ação que difi­cil­mente alguém pode­ria sair vivo, mas ele teve a genial ideia de virar o avião de cabeça para baixo e assim nivelá-lo nova­mente para poder pousar, sal­va­do prati­ca­mente quase todos a bor­do. Só que quan­do as inves­ti­gações a respeito do que pode­ria ter acon­te­ci­do com a aeron­ave começam a ser feitas, é descober­to que ele esta­va bêba­do durante o aci­dente e o mes­mo pode ser pre­so por con­ta disso.

    As atrizes Nadine Velazquez como Katerina Marquez e Tamara Tunie como Margaret Thomason
    Nadine Velazquez como Kate­ri­na Mar­quez e Tama­ra Tunie como Mar­garet Thomason

    Ape­sar do trail­er dar uma impressão de ser um filme de comé­dia, ele é na ver­dade um dra­ma bem inten­so. Com vários out­ros filmes de peso no cur­rícu­lo como a trilo­gia De Vol­ta para o Futuro, For­rest Gump, o Con­ta­dor de Histórias e Náufra­go, talvez este seja o lon­ga mais pesa­do, ou o mais adul­to, que o o dire­tor Robert Zemeck­is já fez. Não só falan­do da temáti­ca, mas tam­bém da escol­ha de fil­mar cenas de maneiras que nor­mal­mente são evi­tadas. É inesquecív­el, por exem­p­lo, o momen­to em que o avião está cain­do e toda a aeron­ave sim­ples­mente vira de cabeça para baixo e vemos detal­he por detal­he tudo que acon­tece den­tro do avião. Depois dessa você vai pen­sar duas vezes antes de não quer­er usar o cin­to de segu­rança na sua próx­i­ma viagem. Tam­bém não são poupadas as cenas de nudez, prin­ci­pal­mente da atriz Nadine Velazquez que faz o papel de aero­moça e amante de Whip, não fican­do naque­le esconde esconde hol­ly­wood­i­ano ridículo.

    Não é por menos que Den­zel Wash­ing­ton está con­cor­ren­do ao Oscar de 2013 como Mel­hor Ator por con­ta deste filme, que segun­do ele é um dos papéis mais com­plex­os que já fez. Dev­i­do as suas várias fac­etas, é con­stante a alternân­cia entre admi­ração e repul­sa em relação ao coman­dante Whip. Você não sabe se ado­ra ou se odeia aque­le per­son­agem. Bem difer­ente por exem­p­lo do seu papel em O Livro de Eli (2010), dirigi­do por Albert e Allen Hugh­es, onde ele é sim­ples­mente o herói bon­doso de coração puro.

    Bruce Greenwood e Don Cheadle como os protetores do personagem de Denzel Washington
    Bruce Green­wood e Don Chea­dle como os pro­te­tores do per­son­agem de Den­zel Washington

    O Voo desen­volve bem toda essa questão do dual­is­mo herói/vilão e do vício de Whitak­er, assim como os de out­ros per­son­agens secundários, sem entrar em todas aque­las cenas e argu­men­tos clichês que esta­mos acos­tu­ma­dos a ver em lon­gas do gênero. Além dis­so, ele tam­bém aprovei­ta para faz­er algu­mas piad­in­has e ques­tionar algu­mas insti­tu­ições, como as próprias com­pan­hias aéreas e o sis­tema legal, mas sem se perder nelas. Para a feli­ci­dade ou o des­gos­to de alguns, o filme aca­ba ten­den­do forte­mente para a religião, mas total­mente plausív­el con­sideran­do as cir­cun­stân­cias do acon­tec­i­men­to. Algu­mas pes­soas talvez achem o filme cansati­vo por ter um pouco mais de duas horas de duração, mas isso aca­ba sendo impor­tante para poder desen­volver sem pres­sa toda a sua trama.

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=LdpzTsqRSPw

  • Caça aos Gângsteres | Crítica

    Caça aos Gângsteres | Crítica

    Cada ger­ação tem seu filme de gâng­ster icôni­co e esper­amos que este seja o próximo.

    É com esta frase que o dire­tor Ruben Fleis­ch­er apre­sen­ta o seu novo filme de ação Caça aos Gâng­steres (Gang­ster Squad, EUA, 2013), que estre­ou dia 1 de fevereiro nos cin­e­mas brasileiros, com par­tic­i­pação de nomes de peso como Sean Penn, Ryan Gosling, Josh Brolin e Emma Stone.

    O filme se pas­sa no ano de 1949 quan­do um grupo de poli­ci­ais é sec­re­ta­mente for­ma­do para der­rubar Mick­ey Cohen (Sean Penn), um gân­ster que prati­ca­mente coman­da toda a cidade de Los Ange­les. Ape­sar de Cohen real­mente ter exis­ti­do, as sim­i­lar­i­dades com o mun­do real prati­ca­mente acabam por aí, o resto da história foi inspi­ra­da em rumores e, para trans­for­má-lo em um grande lon­ga de ação, uma boa dose de ficção.

    O prin­ci­pal destaque é o tra­bal­ho feito para recri­ar a Los Ange­les pós-guer­ra, que ficou sim­ples­mente fan­tás­ti­ca, mas acabou sendo total­mente ofus­ca­da pela pés­si­ma qual­i­dade do lon­ga em ger­al. A reunião do elen­co de peso, que é o grande chama­riz ao lado das cenas de ação, foi lit­eral­mente joga­da fora por um roteiro muito fra­co e uma pés­si­ma edição. Os per­son­agens são muito força­dos e total­mente rasos, não há qual­quer moti­vação real para suas ati­tudes que não sejam um ou out­ro pequeno acon­tec­i­men­to, ou uma pseu­do reflexão a respeito de uma situ­ação. Isso aca­ba tor­nan­do o filme real­mente cansati­vo, pois quan­do parece que algum deles vai se apro­fun­dar em algu­ma questão, ela é sim­ples­mente joga­da fora com a mudança de assun­to ou um corte seco.

    Mick­ey Cohen (Sean Penn) em um de seus ataques de raiva

    Não que eles dev­e­ri­am entrar em uma reflexão filosó­fi­ca e exis­ten­cial para jus­ti­fi­carem suas ati­tudes, mas um pouco de embasa­men­to faz mui­ta fal­ta. Aqui vale a pena tam­bém chamar a atenção para o malé­fi­co vilão, sim é para ser exager­a­do e repet­i­ti­vo, pro­tag­on­i­za­do por um Sean Penn com ros­to trans­fig­u­ra­do para enal­te­cer seus traços som­brios, que mes­mo colo­can­do os pul­mões para fora com seus ataques de rai­va, não con­seguiria assus­tar uma joan­in­ha de tão vazio que ficou seu personagem.

    Já o esquadrão anti-gâng­ster, é suposta­mente for­ma­do por profis­sion­ais que são sele­ciona­dos por terem cada um uma qual­i­dade espe­cial, pre­mis­sa com­ple­ta­mente esque­ci­da durante o desen­volver do enre­do. Na ver­dade, a grande espe­cial­i­dade do grupo parece ser enfraque­cer total­mente a capaci­dade de mira dos seus adver­sários, porque é incrív­el como eles são os úni­cos que con­seguem acer­tar alguém no meio de um tiroteio. Tam­bém é curioso notar que a equipe foi clara­mente escol­hi­da para abranger os difer­entes tipos de etnia, idade, tem­pera­men­to e nív­el de testos­terona, for­man­do um grupo total­mente inclu­si­vo e politi­ca­mente cor­re­to, ape­sar de atu­arem por trás da lei.

    A diver­si­dade do esquadrão anti-gângster

    Assim cheg­amos ao pon­to prin­ci­pal de Caça aos Gâng­steres, o uso e abu­so de prati­ca­mente todos os clichês pos­síveis de um filme de gâng­sters. Em vez de ter feito um super remix, como faz por exem­p­lo o Taran­ti­no em Djan­go Livre com o west­ern, ele sim­ples­mente repete inte­gral­mente as fór­mu­las com um toque dos clichês de vet­er­a­nos de guer­ra, sem­pre em bus­ca de mais vio­lên­cia, e do bom e vel­ho amer­i­can way of life. Assim, é con­tínua a sen­sação de que você já sabe exata­mente o que vai suced­er, porque é claro que nada de ruim real­mente pode acon­te­cer. Afi­nal, esta­mos na ter­ra do Tio Sam.

    Além das atu­ações pra lá de car­i­catas, os efeitos espe­ci­ais acabam cain­do no mes­mo prob­le­ma: muito se quer mostrar, mas real­mente pouco se sente. Uti­lizar cenas no esti­lo bul­let-time para adi­cionar mais dra­mati­ci­dade nas cenas de ação não é nen­hu­ma novi­dade, mas ain­da não havia vis­to nada tão sem sal uti­lizan­do esta téc­ni­ca. Pode até ter fica­do legal no trail­er, mas quan­do uti­lizadas den­tro da nar­ra­ti­va do filme, pare­cem terem sido colo­cadas de for­ma total­mente aleatória pois pare­cem com­ple­ta­mente per­di­das e sem grande acrésci­mo na sen­sação de peri­go ou ação.

    Emma Stone e Ryan Gosling são a dupla român­ti­ca do filme

    Depois do Ruben Fleis­ch­er ter feito o óti­mo Zum­bilân­dia (2009), fica até difí­cil de acred­i­tar que foi ele quem dirigiu Caça aos Gâng­steres, de tão fra­co que é. Para um filme que pre­tendia mar­car uma ger­ação, como por exem­p­lo fez Scar­face (1983) de Bri­an De Pal­ma, este com certeza será icôni­co no abu­so e mau uso de clichês.

    Se você não gos­ta de spoil­ers ou de infor­mações demais antes de assi­s­tir um filme, recomen­do que não veja o trail­er ofi­cial, pois ele não só aca­ba entre­gan­do muitas das mel­hores cenas de ação, como tam­bém mostra algu­mas cenas cru­ci­ais que podem estra­gar as várias sur­pre­sas que o lon­ga ten­ta criar.

    Para os apre­ci­adores de design, vale a pena assi­s­tir aos crédi­tos do filme que foram mon­ta­dos no esti­lo dos cartões postais da época.

    Caça aos Gâng­steres — Com­er­cial de TV

    httpv://www.youtube.com/watch?v=m72cJm8DYUg

  • Zero

    Zero


    Ape­sar de todos nós nascer­mos da mes­ma matéria, não somos iguais. Nos­sas difer­enças vão des­de coisas mais gerais como época, país e religião, a coisas mais especí­fi­cas como família, casa e esco­la. Tudo isso nos tor­na úni­cos e depen­den­do das nos­sas aspi­rações, opor­tu­nidades e per­se­ver­ança, podemos trans­por várias dessas var­iáveis que de cer­ta for­ma nos clas­si­fi­cam e limi­tam. Mas e se as nos­sas opor­tu­nidades fos­sem lim­i­tadas a uma car­ac­terís­ti­ca de nascença? Esta é a pre­mis­sa do cur­ta ani­ma­do Zero (Aus­tralia, 2010), escrito e dirigi­do por Christo­pher Keze­los e pro­duzi­do pela Zeal­ous Cre­ative.

    Em cer­ca de 11 min­u­tos de duração, acom­pan­hamos a história de Zero, que nasceu com o número 0 crava­do em seu peito e por con­ta dis­so tem qual­quer pos­si­bil­i­dade de crescer nega­do em uma sociedade divi­di­da por ess­es números. Ao con­hecer uma mul­her que tam­bém é um zero, o número que tan­to o perseguia acabou não sendo tão impor­tante. Mas o amor entre eles era proibido e logo as autori­dades dari­am um jeito para sep­a­rá-los. Então que uma grande sur­pre­sa surge…

    O cur­ta já gan­hou mais de 15 prêmios ao redor do mun­do e pos­sui leg­en­da para mais de 40 idiomas. No site ofi­cial é pos­sív­el encon­trar várias infor­mações inter­es­santes não só dos prêmios e críti­cas escritas a seu respeito, incluin­do uma do Matt Groen­ing cri­ador dos Os Simp­sons, mas tam­bém de como foi todo o proces­so de cri­ação da ani­mação, além de vários vídeos com dire­ito a ver­são comen­ta­da. O estú­dio tam­bém criou o lin­do cur­ta The Mak­er, que já pub­li­camos aqui no site.

    httpv://www.youtube.com/watch?v=LOMbySJTKpg

  • Nova animação para promover canais sociais na UCI

    Nova animação para promover canais sociais na UCI

    Os espec­ta­dores da rede UCI poderão assi­s­tir, a par­tir deste fim de sem­ana, a uma nova e diver­ti­da vin­heta que será exibi­da no iní­cio de todas as sessões de cin­e­ma. O vídeo, de ape­nas 30 segun­dos, visa divul­gar os per­fis da UCI nas redes soci­ais. Para cri­ar a cam­pan­ha, a equipe de design­ers da agên­cia Boo! Stu­dio se inspirou nos per­son­agens que mar­caram o mun­do cin­e­matográ­fi­co. A ani­mação é fei­ta com pipocas car­ac­ter­i­zadas, como Har­ry Pot­ter, Mar­i­lyn Mon­roe, Edward Mãos de Tesoura e o Homem de Fer­ro, para rep­re­sen­tar gêneros e épocas difer­entes do cin­e­ma. Durante a nar­ra­ti­va, todos apare­cem munidos de seus apar­el­hos eletrôni­cos, curtin­do, seguin­do e com­par­til­han­do as novi­dades da rede UCI Cin­e­mas em seus per­fis do Twit­ter e Face­book. Em Curiti­ba (PR), a nova vin­heta poderá ser vista nas salas do UCI Estação e do UCI Palladium.

    Nos­sa intenção era cri­ar uma atmos­fera diver­ti­da para cati­var o públi­co da UCI. Com traços mod­er­nos e despo­ja­dos, bus­camos uma iden­ti­dade que con­segue rep­re­sen­tar a rede de cin­e­mas e, ao mes­mo tem­po, se comu­nicar com todos”, expli­ca Antho­ny Bar­ros, que assi­na a direção e pro­dução de arte do vídeo.

    Com a nova vin­heta, a rede espera ampli­ar a inter­ação com os clientes inter­nau­tas, com­par­til­han­do dicas de filmes, pro­gra­mação e pro­moções. “Nos­sos canais soci­ais são veícu­los de extrema importân­cia para man­ter­mos con­ta­to com o nos­so públi­co e, com essa ini­cia­ti­va, esper­amos dobrar o número de seguidores até jul­ho”, afir­ma Mon­i­ca Portel­la, dire­to­ra de Mar­ket­ing da UCI.

    httpv://www.youtube.com/watch?v=Tf67W9ViHx0

    Ficha Téc­ni­ca:
    Direção: Antho­ny Barros
    Cri­ação: Antho­ny Bar­ros e André Saad
    Direção e Pro­dução de Arte: Antho­ny Barros
    Ani­mação: Rafael Braz
    Ilus­tração: André Saad
    Real­iza­ção: Boo! Studio
    Aprovação: Mon­i­ca Portella

    SERVIÇO:
    UCI Estação
    Rua Sete de Setem­bro, 2775/ loja C‑01
    Batel – Curiti­ba – Paraná
    CEP: 80230–010

    UCI Pal­la­di­um
    Av. Pres­i­dente Kennedy, 4121/ Loja 4001
    Portão – Curiti­ba – Paraná
    CEP: 80610–905

  • El Vendedor de humo

    El Vendedor de humo

    Um jovem vende­dor ambu­lante chega em uma cidade paca­ta para com­er­cializar um pro­du­to bem inco­mum. No começo ninguém dá atenção por não enten­der o que ele está ten­tan­do vender. Uma vez que desco­brem, seu baú começa a ficar cheio de moedas e filas se for­mam, mas ninguém imag­i­na que ele pos­sui um grande segredo.

    El Vende­dor de Humo (2010), dirigi­do por Jaime Mae­stro, é uma ani­mação com visu­al muito bem pro­duzi­do, ten­do um cuida­do espe­cial nas tex­turas, ape­sar do cenário em ger­al ser mais sim­ples e com poucos ele­men­tos. Tam­bém é curioso notar que a espi­ral é um sím­bo­lo pre­dom­i­nante na estéti­ca do mes­mo. O grande destaque do cur­ta é seu óti­mo enre­do, além de uma diver­ti­da tril­ha sono­ra, pro­duzi­da pela ban­da Twelve Dolls.

    O cur­ta foi inteira­mente cri­a­do pelos alunos da esco­la de ani­mação Primer­Frame, que ficou bas­tante con­heci­da por causa do cur­ta Friend­Sheep, onde um lobo vai tra­bal­har em um escritório onde todos os fun­cionários são ovel­has e pre­cisa con­tro­lar seus instin­tos para não com­er nen­hum dos seus cole­gas de trabalho.

  • Lincoln | Crítica

    Lincoln | Crítica

    Abra­ham Lin­coln é com certeza uma das fig­uras públi­cas mais con­heci­da e ama­da nos Esta­dos Unidos, e ninguém mel­hor do que o dire­tor Steven Spiel­berg, para enal­te­cer ain­da mais essa figu­ra em Lin­coln (EUA, 2012), seu mais novo filme. Basea­do em uma das partes do livro “Team of Rivals — The Polit­i­cal Genius of Abra­ham Lin­coln” escrito por Doris Kearns Good­win e lança­do aqui no Brasil pela Edi­to­ra Record sob o títu­lo “Lin­coln”, o lon­ga abrange os últi­mos 4 meses de vida do pres­i­dente, que foi assas­si­na­do em 15 de abril de 1865.

    Este foi jus­ta­mente o perío­do em que o Lin­coln batal­ha­va para con­seguir que a 13º emen­da da con­sti­tu­ição, a qual proib­ia a escravidão nos Esta­dos Unidos, fos­se aprova­da, bem como para ter­mi­nar a Guer­ra Civ­il Amer­i­cana, provavel­mente a maior crise inter­na vivi­da pelo país. Saben­do que a guer­ra era uma opor­tu­nidade úni­ca para con­seguir a abolição da escra­vatu­ra,  ten­tou de todas as maneiras pos­síveis que ela fos­se legal­iza­da. Uti­lizan­do difer­entes tipos de arti­man­has e sub­or­nos, lem­bran­do em alguns momen­tos a história do Papa Rodri­go Bor­gia, que pos­sui uma série em quadrin­hos incrív­el ilustra­da por Milo Man­ara e escri­ta por Ale­jan­dro Jodor­owsky, tiran­do todo o sexo, é claro. Esse tipo de manobra traz um ques­tion­a­men­to bem inter­es­sante não só a respeito das vul­ner­a­bil­i­dades de uma repúbli­ca, assim como da val­i­dade do aspec­to, de cer­ta for­ma maquiavéli­co (o fim deter­mi­na os meios), de uma ambição cujo propósi­to é um bem maior para a humanidade. Questões que cer­ta­mente dão muito o que pen­sar e discutir.

    Acom­pan­hamos tam­bém vários momen­tos ínti­mos de Lin­coln em situ­ações que geral­mente não imag­i­namos um pres­i­dente fazen­do, como ele engraxan­do suas próprias botas ou de joel­ho no chão colo­can­do lenha na sua lareira. O foco do filme é mostrar como era o dia a dia des­ta pes­soa que teve um papel tão impor­tante em mod­e­lar o país como ele é hoje, rev­e­lando mais o homem e menos o mito. A facil­i­dade, em relação a hoje em dia, de pes­soas comuns falarem com o pres­i­dente a respeito de prob­le­mas que estavam ten­do, tam­bém causa cer­to estran­hamen­to. Assim como toda a men­tal­i­dade racista e cheia de pre­con­ceitos de uma época em que falar sobre mul­heres terem o dire­ito ao voto causa­va uma grande con­fusão. Este é um momen­to ante­ri­or ao ambi­en­ta­do no filme “Djan­go Livre” (2012), onde a escravidão pre­domi­na­va e a Guer­ra Civ­il Amer­i­cana esta­va prestes a estourar.

    O grande destaque do lon­ga são as óti­mas atu­ações, prin­ci­pal­mente o Daniel Day-Lewis como Lin­coln, cujo últi­mo tra­bal­ho foi o fraquís­si­mo “NINE” (2009) dirigi­do por Rob Mar­shall, e Tom­my Lee Jones (“Home­ns de Pre­to 3″). Há tam­bém um pequeno papel do exce­lente Joseph Gor­don-Levitt (“Loop­er: Assas­si­nos do Futuro” e “Bat­man — O Cav­aleiro das Trevas Ressurge”) como fil­ho do pres­i­dente, o qual foi indi­ca­do ao Spiel­berg pelo próprio Day-Lewis, mas acabou fican­do ofus­ca­do pelas out­ras atu­ações. Ape­sar de já terem sido escritos muitos livros sobre o Lin­coln, há vários pon­tos de vis­tas em relação a sua per­son­al­i­dade, o que aca­ba geran­do cer­ta dis­crepân­cia entre os his­to­ri­adores e tor­nan­do a definição do per­son­agem mais difí­cil. Dev­i­do à inex­istên­cia de mate­r­i­al audio­vi­su­al sobre o pres­i­dente, um dos prob­le­mas por exem­p­lo foi achar a “voz” do mes­mo. O próprio Day-Lewis foi respon­sáv­el por grande parte da con­strução de seu per­son­agem. As cenas que provavel­mente ficarão gravadas na memória, são os momen­tos em que Lin­coln inter­rompe o tra­bal­ho de todos e con­ta uma história, para o deleite ou o despraz­er de quem está a sua volta.

    “Witch­ing Hour” por Andrew Wyeth

    Visual­mente o filme chama bas­tante atenção por ser bem escuro e uti­lizar somente a ilu­mi­nação nat­ur­al, seja por velas, lareiras ou janelas com a corti­na aber­ta. O dire­tor con­ta que se inspirou bas­tante nos quadros dos pin­tores impres­sion­istas do sécu­lo 19, onde eles começaram a usar o efeito da luz nat­ur­al para ilu­mi­nar o con­teú­do de suas pin­turas. A prin­ci­pal refer­ên­cia foram as obras do pin­tor Andrew Wyeth, que pos­sui um con­traste bem forte em seus quadros, car­ac­terís­ti­ca que é bem mar­cante no lon­ga. Inter­es­sante tam­bém, foi a escol­ha de deixar de fora cer­tas cenas que mostravam o grande resul­ta­do de um acon­tec­i­men­to, como o final da votação da 13º emen­da ou o seu assas­i­na­to, para focar em lugares e acon­tec­i­men­tos mais per­iféri­cos. É claro que este não deixa de ser um filme do Spiel­berg, ape­sar de ter uma ou out­ra cena de batal­ha com sangue, a enal­tação da beleza e da bon­dade das pes­soas trans­bor­da pela tela. Tam­bém temos algu­mas tomadas bem estratég­i­cas não só para enfa­ti­zar o quão alto o pres­i­dente era, mas tam­bém toda a grandiosi­dade que o mes­mo trans­mi­tia, tan­to em pre­sença quan­to em espírito.

    Lin­coln pode não faz­er muito sen­ti­do em ter­ritório nacional como um “cin­e­ma pipoca”, não só pelo pouco — ou inex­is­tente — ape­lo emo­cional des­ta figu­ra públi­ca por aqui, mas prin­ci­pal­mente pela sua lon­ga duração, prati­ca­mente duas horas e meia de filme. Sendo o mes­mo assis­ti­do mais como uma exper­iên­cia pela curiosi­dade históri­ca, o lon­ga aca­ba sendo muito inter­es­sante, mas real­mente é pre­ciso estar nesse movi­men­to. E com o Oscar aí, não há dúvi­da que este seja o querid­in­ho dos amer­i­canos, res­ta ago­ra torcer para que o nacional­is­mo não fale mais alto do que a qual­i­dade dos can­didatos entre si. Se não ocor­rer nova­mente toda a tram­bicagem na hora da votação, é claro.

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=b6WkKvgn2G4

  • Estreias movimentam salas de cinemas da rede UCI em Curitiba

    Estreias movimentam salas de cinemas da rede UCI em Curitiba

    O públi­co movi­men­tou as bil­hete­rias dos cin­e­mas UCI em Curiti­ba (PR) no últi­mo final de sem­ana. Mais de 10 mil pes­soas estiver­am no UCI Estação e no UCI Pal­la­di­um, entre os dias 18 e 20 de janeiro, para con­ferir as estreias recentes, como “Djan­go Livre”, “De Per­nas pro Ar 2”, “Det­ona Ralph”, “A Viagem”, entre out­ros. Na prefer­ên­cia dos espec­ta­dores locais, lid­er­aram a comé­dia brasileira com a atriz Ingrid Guimarães e o lon­ga “Djan­go Livre”, que retra­ta a história de um escra­vo lib­er­to cujo pas­sa­do bru­tal com seus anti­gos pro­pri­etários leva‑o ao encon­tro do caçador de rec­om­pen­sas alemão Dr. King Schultz.

    Para quem ain­da não assis­tiu aos últi­mos lança­men­tos no cin­e­ma, a rede UCI exibe diver­sas sessões dos filmes nes­ta sem­ana. Para mais infor­mações e a pro­gra­mação com­ple­ta, acesse o site www.ucicinemas.com.br e/ou as redes soci­ais www.ucicinemas.com.br/redes+sociais.

    Serviço:
    UCI Palladium
    Av. Pres­i­dente Kennedy, 4121/ Loja 4001
    Portão – Curiti­ba – Paraná
    CEP: 80610–905

    UCI Estação
    Rua Sete de Setem­bro, 2775/ loja C‑01
    Rebouças – Curiti­ba – Paraná
    CEP: 80230–010

  • Looper: Assassinos do Futuro (2012), de Rian Johnson

    Looper: Assassinos do Futuro (2012), de Rian Johnson

    Para muitos talvez o ano de 2012 ten­ha fica­do mar­ca­do, no que­si­to de ficção cien­tí­fi­ca no cin­e­ma, pela grande decepção em relação a expec­ta­ti­va — que era maior ain­da — em cima do filme “Prometheus”, pre­quel de Alien dirigi­do nova­mente pelo Rid­ley Scott. Mas o ano tam­bém trouxe uma grande sur­pre­sa no gênero, com “Loop­er: Assas­si­nos do Futuro” (Loop­er, EUA/China, 2012), escrito e dirigi­do por Rian John­son, que reto­mou o tema da viagem no tem­po de uma maneira muito diver­ti­da e acessív­el para qual­quer público.

    O lon­ga já começa apre­sen­tan­do ao expec­ta­dor uma ideia sim­ples e ao mes­mo tem­po insti­gante: em 30 anos, a par­tir do pre­sente do per­son­agem prin­ci­pal, a viagem no tem­po vai ser pos­sív­el. Mas ela irá cair rap­i­da­mente nas mãos de orga­ni­za­ções crim­i­nosas que, por con­ta do imen­so avanço nas téc­ni­cas de inves­ti­gações da polí­cia, a usarão para enviar pes­soas para serem elim­i­nadas no pas­sa­do por assas­i­nos chama­dos de Loop­ers, para que o crime não seja descober­to. Genial, não é?!?

    O tem­po pre­sente do enre­do já se pas­sa num futuro, ape­sar de não saber­mos exata­mente qual o ano. É um tem­po não muito difer­ente do atu­al, com uma visão bem degen­er­a­da do mes­mo — mas não tan­to quan­to um “Mad­Max” — onde há uma lacu­na muito grande entre as class­es soci­ais e boa parte do mun­do está cain­do aos pedaços. O máx­i­mo de algo que voa são motos que vivem dan­do prob­le­mas e os car­ros não mudam muito, ape­nas tem de difer­ente algu­mas gam­biar­ras para serem ali­men­ta­dos com ener­gia solar ou algo do tipo. Tam­bém somos apre­sen­ta­dos a um novo tipo de celu­lar, que é ape­nas um pedaço de “vidro” trans­par­ente e quadra­do. Essa visão de um futuro não muito difer­ente, que talvez seja bem mais real­ista do que as muitas out­ras imag­i­nadas, onde tudo é total­mente tec­nológi­co, lem­brou bas­tante o óti­mo filme espan­hol “Eva — Um Novo Recomeço”, dirigi­do por Kike Maíl­lo, onde uma das pou­cas áreas que real­mente teve um avanço sig­ni­fica­ti­vo foi a robótica.

    Acred­i­to que uma das primeiras coisas que mais chama atenção no filme é o ros­to alter­ado do ator Joseph Gor­don-Levitt, que faz o papel prin­ci­pal de Joe, para ficar mais pare­ci­do com o Bruce Willis, sua ver­são 30 anos mais vel­ha. Mas o que aca­ba tor­nan­do os dois per­son­agens mais pare­ci­dos não é a maquiagem, mas sim todos os maneiris­mos dos dois, pois Gor­don-Levitt pas­sou por um estu­do pro­fun­do do jeitão do Willis. Uma curiosi­dade inter­es­sante é que todos do filme são grande fãs do Bruce e eles ficaram extrema­mente con­tentes que ele aceitou par­tic­i­par de um filme mais alter­na­ti­vo e com baixo orça­men­to, prin­ci­pal­mente o dire­tor que só depois foi se tocar que fisi­ca­mente eles eram total­mente difer­entes, que acabou tor­nan­do a vida do maquiador um inferno.

    Um dos grandes trun­fos do lon­ga é que ele omite proposi­tal­mente muitas das infor­mações, entre­gan­do só o sufi­ciente para se enten­der o que está acon­tendo, fazen­do com que a exper­iên­cia vá além do cin­e­ma, deixan­do um espaço para sua imag­i­nação com­ple­tar e ques­tionar, como acon­tece muitas vezes na leitu­ra de um bom livro. Após a sessão, você quer enten­der mel­hor toda a esquemáti­ca das via­gens no tem­po real­izadas, não por picuin­ha para encon­trar algum erro ou algo do tipo, mas sim como um adi­cional para acres­cen­tar mais ain­da a exper­iên­cia. O filme deixa aber­to várias pos­si­bil­i­dades do que pode­ria ter acon­te­ci­do, brin­can­do tam­bém com a própria memória dos per­son­agens, que vai mudan­do con­forme cer­tas coisas vão acon­te­cen­do, então pode ser que nem sem­pre elas sejam con­fiáveis. Ele inclu­sive deixa claro em cer­to momen­to que não vale a pena ficar desen­han­do esquem­inhas com canud­in­hos para ten­tar com­preen­der todas as pos­si­bil­i­dades, porque tudo que irá acon­te­cer é você ficar louco com aqui­lo e que o mais impor­tante é se con­cen­trar no que está acon­te­cen­do na tela. Segun­do o próprio dire­tor, “Loop­er: Assas­si­nos do Futuro” não é um filme como “Primer¨ (2004) ou ”De Vol­ta para o Futuro” (1985), onde parte do praz­er é desven­dar o que­bra cabeças da viagem no tem­po, mas sim muito mais como “O Exter­mi­nador do Futuro” (1984), onde a viagem no tem­po ape­nas cria uma situ­ação e o lon­ga con­tin­ua a par­tir dela. Ele até comen­ta que mon­tou todo um esque­ma para ter uma lóg­i­ca, mas deixou o mín­i­mo pos­sív­el visív­el no filme pois não que­ria que isso fos­se o foco.

    Para quem gos­ta de histórias envol­ven­do viagem no tem­po, recomen­do o cur­ta “Loop”, que você pode assi­s­tir por com­ple­to aqui no inter­ro­gAção. E se você quer se diver­tir um pouco após ter vis­to o “Loop­er: Assas­si­nos do Futuro”, veja esta “ver­são da Dis­ney” do mes­mo, que os edi­tores do site Screen­Junkies fiz­er­am mis­tu­ran­do cenas dos filmes “Duas Vidas” (2000) e “Os anjos Entram em Cam­po” (1994), mas que infe­liz­mente não tem legendas.

  • MET ópera Maria Stuarda ao vivo na UCI

    MET ópera Maria Stuarda ao vivo na UCI

    No próx­i­mo sába­do, dia 19, a Rede UCI exibirá, ao vivo e em HD, a ópera “Maria Stu­ar­da”, dire­to do Met­ro­pol­i­tan Opera House, em Nova York. Basea­da na peça “Maria Stu­art” de Friedrich Schiller, esta será a segun­da trans­mis­são de 2013 e faz parte da tem­po­ra­da de 12 con­cer­tos que o pal­co nova-iorquino ini­ciou em out­ubro de 2012.

    David McVicar, que dirigiu na últi­ma tem­po­ra­da do Met a estreia de “Anna Bole­na”, coman­da ago­ra a segun­da obra que faz parte da Trilo­gia Tudor, as óperas que Donizetti com­pôs em torno da figu­ra da Rain­ha Eliz­a­beth I da Inglater­ra. “Em vez de refle­tir a história, Maria Stu­ar­da reflete a natureza român­ti­ca de sua ver­são e do aspec­to abrangente da músi­ca român­ti­ca de Donizetti”, afir­ma McVivar.

    A meio-sopra­no Joyce DiDo­na­to, uma das mais pres­ti­giadas can­toras do mun­do, vive o papel da con­de­na­da Maria, Rain­ha dos Esco­ce­ses. Elza van den Heev­er dá vida à formidáv­el rival Eliz­a­beth I, Francesco Meli é o conde de Leices­ter e Mau­r­izio Beni­ni conduz.

    A Rede UCI já trans­mi­tiu sete óperas da tem­po­ra­da 2012/2013 do Met: “Os Troianos”, “Aida”, “Um Baile de Más­caras”, “A Clemên­cia de Tito”, “A Tem­pes­tade”, “Otel­lo” e “O Elixir do Amor”. Em 2013 ain­da serão exibidas ao vivo e em HD, mais cin­co óperas, dire­to do Met­ro­pol­i­tan Opera House, em Nova York. São elas: Maria Stu­ar­da (19/01) , Rigo­let­to (16/02), Par­si­fal (02/03), Francesca da Rim­i­ni (16/03) e Giulio Cesare (27/04).

    Os ingres­sos cus­tam R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia-entra­da) e poderão ser adquiri­dos nas bil­hete­rias dos cin­e­mas UCI Estação e UCI Pal­la­di­um e nos ter­mi­nais de autoa­tendi­men­to. Os bil­hetes tam­bém podem ser com­pra­dos no site da rede: http://www.ucicinemas.com.br/met-opera/

    Serviço:
    Duração: 195 min (um inter­va­lo incluso)
    Horário: 15h55
    Clas­si­fi­cação: 14 anos
    Idioma: Francês (com legenda)

    UCI Estação – Sala 5
    Rua Sete de Setem­bro, 2775/ loja C‑01
    Batel – Curiti­ba – Paraná
    CEP: 80230–010

    UCI Pal­la­di­um – Sala 04
    Av. Pres­i­dente Kennedy, 4121/ Loja 4001
    Portão – Curiti­ba – Paraná
    CEP: 80610–905

  • Le Royaume

    Le Royaume

    O que é pre­ciso para ser um rei de ver­dade? Ter somente uma coroa e capa ver­mel­ha não é o sufi­ciente. É pre­ciso primeiro ter súdi­tos, nem que seja somente um, e tam­bém o mais impor­tante: um caste­lo! Com essa pre­mis­sa, acom­pan­hamos a jor­na­da de um pequeno rei no cur­ta Le Roy­aume (2010), tam­bém con­heci­do como “The king and the beaver”, foi escrito, dirigi­do e ani­ma­do por Nuno Alves Rodrigues, Ous­sama Bouachéria, Julien Chheng, Sébastien Hary, Aymer­ic Kevin, Ulysse Malas­sagne e Franck Monier, estu­dantes de grad­u­ação da famosa e son­ha­da esco­la de cin­e­ma de Gob­elins, na France.

    A história do cur­ta é bem sim­ples, mas muito bem desen­volvi­da, pos­suin­do um humor úni­co e sen­sa­cional, sem pre­cis­ar de qual­quer tipo de diál­o­go. O esti­lo lem­bra um pouco desen­hos ani­ma­dos feito a mão, com um toque francês a la O Pequeno Príncipe, mas com detal­h­es mais refi­na­dos no cenário. Aos poucos vamos con­hecen­do mais a história do reiz­in­ho e tam­bém imag­i­nan­do o que pode­ria ter acon­te­ci­do ante­ri­or­mente com ele, pois ele car­rega con­si­go uma pista do passado.

    httpv://www.youtube.com/watch?v=Qw1wY6O7_x8

  • Jack Reacher: O Último Tiro | Crítica

    Jack Reacher: O Último Tiro | Crítica

    É difí­cil imag­i­nar o ator Tom Cruise fazen­do um per­son­agem que não seja o mocin­ho bonit­in­ho e galanteador que, quan­do é pos­sív­el, der­ro­ta um monte de caras maus usan­do sua incrív­el habil­i­dade de manuse­ar armas e lutar. No seu novo filme, Jack Reach­er: O Últi­mo Tiro (Jack Reach­er, EUA, 2012), dirigi­do por Christo­pher McQuar­rie, o sr. Cruise é nada mais nada menos do que tudo isso jun­to e mais um pouco, mas nada “impos­sív­el” é claro, pois Jack não é um Ethan Hunt.

    Um ex-mil­i­tar é acu­sa­do de ter mata­do cin­co pes­soas em ple­na luz do dia com um rifle e, ao ser ques­tion­a­do, suas úni­cas palavras são: ache Jack Reach­er. Logo após somos instruí­dos a respeito da mag­ni­tude — para não usar out­ras palavras — desse tal de Reach­er, que ninguém sabe dire­ito da sua história e muito menos como encon­trá-lo, pois é ele que encon­tra você, além dis­so, ele é um cara que segue suas próprias leis, onde a úni­ca coisa que impor­ta para ele é faz­er o que é certo.

    O filme já começa deixan­do claro quem é o ver­dadeiro assas­si­no, por­tan­to a grande questão é: quem são as pes­soas que aju­daram a orga­ni­zar esse assas­i­na­to? E o lon­ga até que con­segue cri­ar um bom sus­pense em cima des­ta questão, mes­mo muitas vezes deixan­do ela em segun­do plano por causa das várias brigas e perseguições. Aliás, há uma cena lon­ga de perseguição de car­ro que acabou sendo tudo menos ten­sa, pas­san­do a impressão como se os atores estivessem diringo aque­les car­rin­hos bate-bate, dos par­ques de diver­são, onde um fica perseguin­do e baten­do no car­ro do out­ro, mas são inca­pazes de faz­er qual­quer coisa — como sair do car­ro, ati­rar, … — além dis­so. Para os fãs de jogos, pare­ceu até aque­les momen­tos no GTA onde você sim­ples­mente quer tirar uma onda e sai com o car­ro baten­do nos veícu­los da polí­cia e foge sem muito rumo ape­nas para ver até onde con­segue ir. Ou seja: com­ple­ta­mente sem mui­ta emoção e desnecessário.

    É claro que não pode­ria fal­tar um climin­ha entre os dois pes­on­agens prin­ci­pais, mas em nen­hum momen­to chega a virar um romancez­in­ho bobo, como por exem­p­lo em Encon­tro Explo­si­vo, só fal­tou mes­mo quími­ca entre eles, que é inex­is­tente. Já a per­son­agem fem­i­ni­na, inter­pre­ta­da por Rosamund Pike, infe­liz­mente chama mais atenção pelos seus dotes físi­cos salti­tan­do enquan­to anda ou corre, do que pela atu­ação em si.

    Lee Child

    Jack Reach­er: O Últi­mo Tiro é basea­do no livro Um Tiro (Edi­to­ra Bertrand Brasil) da série poli­cial cri­a­da pelo escritor britâni­co Lee Child, que tam­bém tra­bal­hou jun­to com a pro­dução do filme. Segun­do o autor, seu per­son­agem, Jack Reach­er, difer­ente dos out­ros dete­tives de out­ras histórias, não tem emprego e residên­cia fixa, o que o tor­na úni­co no gênero. Ou seja, temos prati­ca­mente um Lobo Solitário cuja mis­são prin­ci­pal não é a vin­gança, mas sim sim­ples­mente faz­er o bem, fato que aca­ba trans­for­man­do o per­son­agem, pelo menos no lon­ga, prati­ca­mente em um san­to. Para com­ple­men­tar, o mes­mo faz questão de ques­tionar o modo como a sociedade em ger­al vive sua “liber­dade”, pre­sos em suas lutas diárias para pagar as con­tas. Se ele não fos­se tão bonz­in­ho, talvez até teria uma vaga no Clube da Luta para ele. Aliás, não há prati­ca­mente uma gota de sangue no filme, ape­nas hematomas, seguin­do o padrão de “pureza” do cin­e­ma amer­i­cano, só não deixan­do de ser tão ridícu­lo quan­to as mortes em Bat­man — O Cav­aleiro das Trevas Ressurge.

    Tiran­do de lado a super memória do Jack, o mes­mo é bas­tante crív­el nos out­ros aspec­tos, onde não abusam demais — excluin­do uma ou out­ra cena é claro — da sua capaci­dade de con­seguir faz­er tudo que quer, se difer­en­ci­a­do assim de muitos filmes do gênero, prin­ci­pal­mente do seu mais famoso per­son­agem em Mis­são Impos­sív­el. Um dos aspec­tos bem inter­es­sante do lon­ga, é que fica bem explíc­i­to que ele depende bas­tante da sorte para ser bem suce­di­do em sua jor­na­da, haven­do uma cena mem­o­ráv­el onde se não fos­se por isso, o mes­mo seria facil­mente mor­to por dois capan­gas armados.

    O filme em ger­al é bem lon­go, muitas vezes meio arras­ta­do, mas jus­ta­mente por deixar várias situ­ações se desen­volverem mais do que o nor­mal, o resul­ta­do final aca­ba sendo um pouco mais inter­es­sante. Para quem ado­ra ver os filmes do Tom Cruise, com certeza não deve perder mais este lança­men­to. Já para os que não são fãs mas tam­bém não o odeiam, o lon­ga pode acabar agradan­do, ape­sar de todos os clichês, prin­ci­pal­mente por man­ter a inte­gri­dade com que o per­son­agem se propõe: andar livre­mente em bus­ca de faz­er o que ele acred­i­ta ser o certo.

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=oRWnDX8qJKo

  • Detona Ralph | Crítica

    Detona Ralph | Crítica

    Falar que ani­mações de cin­e­ma não são só coisa para cri­ança já é tão bati­do quan­to falar o mes­mo para os quadrin­hos. Mas no caso de Det­ona Ralph (Wreck-It Ralph, EUA, 2012), dirigi­do por Rich Moore, a nova ani­mação da Dis­ney, serão provavel­mente os adul­tos que cresce­r­am jogan­do video games, usan­do a des­cul­pa de ter que acom­pan­har as cri­anças jus­ta­mente para assistí-lo.

    A história do lon­ga em si não é das mais atraentes: Ralph, é o vilão do jogo de flipera­ma Con­ser­ta Félix Jr., que após 30 anos fazen­do sem­pre a mes­ma coisa, decide que quer mudar algu­mas coisas em sua vida. Para isso ele quer con­quis­tar uma medal­ha, como a que o mocin­ho do jogo Felix Jr. sem­pre gan­ha após der­rotá-lo, e assim sai em uma jor­na­da por out­ros jogos, arru­man­do mui­ta confusão.

    Provavel­mente o públi­co da ani­mação irá acabar se dividin­do em dois, os adul­tos que jog­a­ram os anti­gos jogos de flipera­ma (como Son­ic, Mor­tal Kom­bat e Pac Man) e os que não jog­a­ram — as cri­anças — ou que não tiver­am nen­hum con­ta­to com esse uni­ver­so, hoje con­sid­er­a­do retrô. Para os já famil­iar­iza­dos com ess­es jogos, o maior atra­ti­vo acabará sendo ten­tar desco­brir todas as refer­ên­cias feitas a ess­es anti­gos per­son­agens, acom­pan­hado de um deli­cioso sen­ti­men­to de saudo­sis­mo, que estão espal­hadas por todo o lon­ga, prin­ci­pal­mente na Estação Cen­tral do flipera­ma, o local onde todos eles se encon­tram após o fim do expe­di­ente. Isso sem falar nos três prin­ci­pais jogos do filme: Con­ser­ta Félix Jr. (o Don­key Kong para Atari), Mis­são de Herói (Call of Duty) e Cor­ri­da Doce (Mario Kart). Já para os que descon­hecem esse uni­ver­so, poderão se diver­tir com esse mun­do bem pecu­liar, com grá­fi­cos de alta definição e cheios de efeitos especiais.

    Parc Güell em Barcelona, por Antoni Gaudí

    Aliás, a arte da ani­mação merece um destaque espe­cial, pois ficou real­mente sen­sa­cional. Uma curiosi­dade bem bacana é que o cenário do jogo Cor­ri­da Doce foi inspi­ra­do na arquite­tu­ra de Antoni Gaudí, que segun­do o artista respon­sáv­el Lore­lay Bove, sem­pre pare­ci­am ser feitas de doces. E é impos­sív­el não ficar com água na boca ven­do todo aque­le ambi­ente feito inteira­mente de gulo­seimas, com per­son­agens fofin­hos que lem­bram um pouco o cur­ta Cloudy.

    Uma cena mem­o­ráv­el do filme é a reunião do grupo de auto-aju­da de vilões como Bows­er (Mário), Clyde (Pac-Man) e Dr. Robot­nik (Son­ic), que lem­bra bas­tante a cena em que Buzz Lightyear par­tic­i­pa de uma sessão do grupo de auto-aju­da para brin­que­dos obso­le­tos em Toy Sto­ry 3. Para falar a ver­dade, Det­ona Ralph tem muito o esti­lo de toda a ideia prin­ci­pal do Toy Sto­ry, onde brin­que­dos tem vida própria quan­do ninguém está olhan­do. Dev­i­do a isto, mui­ta gente tem brin­ca­do que a Dis­ney tro­cou o papel com a Pixar no últi­mo lança­men­to de cada uma onde a Pixar resolveu falar de prince­sas no óti­mo Valente, e a Dis­ney da vida sec­re­ta dos per­son­agens de videogames. E o resul­ta­do acabou sendo duas óti­mas ani­mações! Mas ape­sar de ter tra­bal­ha­do em cima des­ta óti­ma ideia, Det­ona Ralph acabou pecan­do no desen­volvi­men­to e no apro­fun­da­men­to da história em si, puxan­do todas aque­las men­sagens de moral e ensi­na­men­tos, muitas vezes infan­tilizan­do demais, já car­ac­terís­ti­co dos out­ros filmes do mun­do do rat­in­ho de orel­has redondas.

    Tre­cho de Det­ona Ralph: Vilões-Anônimos

    httpv://www.youtube.com/watch?v=X2nABYRagwc

    É claro que a Dis­ney não iria perder a chance de lançar os 3 prin­ci­pais jogos exibidos no filme e os disponi­bi­li­zou para serem joga­dos on-line no site ofi­cial do filme, mas infe­liz­mente só em inglês. No site tam­bém tem vários mate­rias legais para down­load, prin­ci­pal­mente os Motions Graphs, que são peque­nas cenas do filme ani­madas em GIF, que nor­mal­mente são cri­adas por fãs, muito legal essa iniciativa.

    A grande diver­são de Det­ona Ralph não está no seu enre­do em si, que é bem fra­co, mas sim em todas as refer­ên­cias e piadas que o mes­mo faz aos anti­gos jogos de flipera­ma, sendo diver­são garan­ti­da para os fãs dess­es jogos e tam­bém para aque­les que sim­ples­mente querem se diver­tir em um filme que jun­ta o uni­ver­so da Pixar com o da Disney.

    Para quem ficou com von­tade de ver mais, o dire­tor Rich Moore comen­tou em uma entre­vista recente que ele e a Dis­ney tem ideias para uma sequên­cia que trouxesse os per­son­agens para jogos mais atu­ais explo­ran­do os jogos de con­sole e on-line.

    Se você gos­ta de jogos, então vai ado­rar o doc­u­men­tário Indie Game: O Filme (2011) que fala jus­ta­mente sobre os jogos inde­pen­dentes que muitas vezes seguem o esti­lo, tan­to de joga­bil­i­ade quan­to visu­al, dos anti­gos jogos de flipera­ma. Sim­ples­mente imperdível!

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=9Hc1DwfnnR0

  • Ópera Os Troianos na UCI

    Ópera Os Troianos na UCI

    No primeiro sába­do de 2013, dia 05, a Rede UCI exibirá, ao vivo e em HD, a ópera “Os Troianos”, dire­to do Met­ro­pol­i­tan Opera House, em Nova York. Essa será uma rara opor­tu­nidade de assi­s­tir ao grandioso épi­co do com­pos­i­tor Hec­tor Berlioz, que não era apre­sen­ta­do nos pal­cos do Met des­de 2003. A obra, divi­di­da em cin­co atos, abre as trans­mis­sões de 2013, que fazem parte da tem­po­ra­da de 12 con­cer­tos, dire­to dos pal­cos nova-iorquinos. Em Curiti­ba (PR), as sessões acon­te­cem nos cin­e­mas UCI Estação e UCI Palladium.

    Entre 1856 e 1858, Berlioz criou o que ele próprio con­sider­ou sua obra da vida. Basea­da na “Enei­da”, poe­ma de Virgílio, a ópera retra­ta a que­da de Troia e a história de amor entre a Rain­ha de Carta­go, Dido, e o herói troiano Eneias. Os papéis de destaque são vivi­dos pela meio-sopra­no Susan Gra­ham e o tenor Mar­cel­lo Gior­dani, além da sopra­no Deb­o­rah Voigt, que vive Cas­san­dra, a pro­fe­ti­za de Tróia que ten­ta aler­tar seus com­pa­tri­o­tas sobre os peri­gos prestes a cair sobre eles. Na apre­sen­tação, destaque para os due­tos líri­cos entre Dido e Eneias e o gigan­tesco cav­a­lo de Troia que ocu­pa o pal­co no primeiro ato.

    Em 2012, a UCI exibiu seis óperas do Met: “Aida”, “Um Baile de Más­caras”, “A Clemên­cia de Tito”, “A Tem­pes­tade”, “Otel­lo” e “O Elixir do Amor”. Já em 2013, serão trans­mi­ti­das, ao vivo e em HD, mais seis óperas, dire­to do Met­ro­pol­i­tan Opera House, em Nova York. São elas: Os Troianos, Maria Stu­ar­da (19/01), Rigo­let­to (16/02), Par­si­fal (02/03), Francesca da Rim­i­ni (16/03) e Giulio Cesare (27/04).

    Os ingres­sos cus­tam R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia-entra­da) e poderão ser adquiri­dos nas bil­hete­rias dos cin­e­mas e nos ter­mi­nais de autoa­tendi­men­to. Os bil­hetes tam­bém podem ser com­pra­dos no site da rede: http://www.ucicinemas.com.br/met-opera/

    SERVIÇO:
    Horário da sessão: 15h
    Duração: 330 min (dois inter­va­l­os inclusos)
    Clas­si­fi­cação: 14 anos
    Idioma: Francês (com legenda)

    UCI Estação – Sala 5
    Rua Sete de Setem­bro, 2775/ loja C‑01
    Batel – Curiti­ba – Paraná
    CEP: 80230–010

    UCI Pal­la­di­um – Sala 04
    Av. Pres­i­dente Kennedy, 4121/ Loja 4001
    Portão – Curiti­ba – Paraná
    CEP: 80610–905

  • A Origem dos Guardiões | Crítica

    A Origem dos Guardiões | Crítica

    Na época de fim de ano sem­pre começam a pipocar no cin­e­ma filmes infan­tis com temas natal­i­nos, focan­do-se prin­ci­pal­mente na figu­ra do Papai Noel e suas aven­turas para entre­gar os pre­sentes e traz­er ale­gria para as cri­anças. No últi­mo Natal, a Dream­Works decid­iu faz­er algo um pouco difer­ente do usu­al e lançou a ani­mação A Origem dos Guardiões (Rise of the Guardians, EUA, 2012), dirigi­do pelo estre­ante Peter Ram­sey, onde não só temos o bom vel­hin­ho todo tat­u­a­do e com um sotaque rus­so, mas tam­bém todo um grupo de out­ros per­son­agens lendários como a Fada do Dentes, o Coel­ho da Pás­coa, Sand­man, Jack Frost e o Bicho-Papão.

    Aqui no Brasil algu­mas pes­soas já devem ter ouvi­do falar de Sand­man através do seu nome pop­u­lar de João Pes­tana ou, para quem curte quadrin­hos, da série homôn­i­ma do autor Neil Gaiman. Mas o grande descon­heci­do, que aliás é o per­son­agem prin­ci­pal do filme, é Jack Frost, a per­son­ifi­cação e o espíri­to do frio e do inver­no, respon­sáv­el pela neve e por aque­les cristais de gelo em vidros. Bem, acho que não pre­cisa explicar o porque dele não ser con­heci­do por aqui. Todos ess­es per­son­agens foram basea­d­os na ver­são amer­i­cana das lendas, haven­do uma peque­na hom­e­nagem à len­da espan­ho­la do Ratonci­to Pérez (ou Tooth Mouse), onde um dos guardiões atra­pal­ha sem quer­er o tra­bal­ho do pequeno rat­in­ho, que é muito pare­ci­do com a Fada do Dentes.

    A história da ani­mação gira em torno dos qua­tro Guardiões (Papai Noel, Fada do Dentes, Coel­ho da Pás­coa e Sand­man) que pre­cisam com­bat­er um vel­ho inimi­go, o Bicho-Papão, que dese­ja nova­mente ‘con­tro­lar o mun­do’ através do medo, e para isso irão pre­cis­ar se reunir e pedir a aju­da do Jack, um per­son­agem que só se inter­es­sa em brin­car e se diver­tir. Adi­cione ago­ra algu­mas armas, como espadas, bumerangues e ovos explo­sivos, óti­mas cenas de ação com lutas espetac­u­lares cheias de poderes mági­cos. O esti­lo lem­brou algum filme lança­do recen­te­mente? Pode­ria brin­car-se que A Origem dos Guardiões é prati­ca­mente um Os Vin­gadores Júnior ou até, porque não, um X‑Men Kids, onde ess­es per­son­agens seri­am os primeiros super-heróis que uma cri­ança tem contato.

    Deixan­do de lado toda essa visão inusi­ta­da de guer­reiros cuja mis­são é pro­te­ger as cri­anças, o filme pos­sui uma qual­i­dade téni­ca incrív­el, a Dream­Works já havia mostra­do isso no óti­mo Como Treinar o Seu Dragão, e tam­bém traz algu­mas respostas inter­es­santes a per­gun­tas como: quem (real­mente) pro­duz os pre­sentes do Papai Noel? Por que a fada dos dentes cole­ta os dentes? Como os ovos de pás­coa são feitos?

    A Origem dos Guardiões é uma óti­ma sur­pre­sa não só pela ren­o­vação dos já tão bati­dos per­son­agens infan­tis, mas como tam­bém um lem­brete para que a chama da imag­i­nação das cri­anças não seja apa­ga­da, prin­ci­pal­mente nos adul­tos. O filme foi basea­do na série de livros The Guardians of Child­hood do autor amer­i­cano William Joyce, e foi pro­duzi­da por Guiller­mo del Toro (Hell­boy, O Labir­in­to do Fauno, …), que deu uma entre­vista bem inter­es­sante sobre o filme no site do G1.

    Ah, não con­fun­da o filme com A Len­da dos Guardiões, out­ra óti­ma ani­mação dirigi­da por Zack Sny­der (Watch­men e 300), sobre a história da jovem coru­ja Sorem que é fasci­na­da pelas histórias sobre os Guardiões de Ga’Hoole e aca­ba embar­can­do em uma aven­tu­ra para sal­var o seu povo, em um enre­do bas­tante adul­to com épi­cas batalhas.

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=8yY2It-Oh0U