Tag: Peter Jackson

  • “O Hobbit – A Desolação de Smaug” com vendas antecipadas na UCI

    O Hobbit – A Desolação de Smaug” com vendas antecipadas na UCI

    uci-transparente

    Os fãs de “O Hob­bit” já podem garan­tir os ingres­sos na rede UCI para con­ferir a aguarda­da sequên­cia do livro de J.R.R. Tolkien. “O Hob­bit: A Des­o­lação de Smaug” tem estreia pre­vista para o dia 13 de dezem­bro, com primeira sessão à 00h01. O lon­ga é dirigi­do por Peter Jack­son — mes­mo dire­tor da trilo­gia “O Sen­hor dos Anéis” e gan­hador do Oscar — e estará em car­taz em todos os com­plex­os da rede. Em Curiti­ba (PR), os fãs podem assi­s­tir nas salas do UCI Estação e do UCI Palladium.

    O segun­do lon­ga da saga nar­ra a história de Bil­bo Bol­seiro (Mar­tin Free­man), que segue em sua épi­ca jor­na­da para o Reino dos Anões de Ere­bor, acom­pan­hado do Mago Gan­dalf (Ian McK­ellen) e dos treze Anões. Nela, ele ten­tará recu­per­ar o tesouro toma­do pelo dragão Smaug, mas vai se deparar com o anel de poder pos­suí­do por Gollum.

    Os ingres­sos estão à ven­da nas bil­hete­rias e ter­mi­nais de autoa­tendi­men­to dos cin­e­mas e no site da rede UCI. Para mais infor­mações sobre o filme e out­ras pro­gra­mações da UCI, acesse tam­bém as redes soci­ais da UCI.

    Serviço:
    UCI Estação
    Rua Sete de Setem­bro, 2775/ loja C‑01
    Rebouças – Curiti­ba – Paraná
    CEP: 80230–010
    Tele­fones: (41) 3595–5555/ (41) 3595–5550

    UCI Pal­la­di­um
    Av. Pres­i­dente Kennedy, 4121/ Loja 4001
    Portão – Curiti­ba – Paraná
    CEP: 80610–905
    Tele­fone: (41) 3208–3344

  • O Hobbit — Uma Jornada Inesperada (2012)

    O Hobbit — Uma Jornada Inesperada (2012)

    Num bura­co no chão vivia um hobbit”

    Não sei quan­to a vocês mas eu real­mente acred­i­to no Peter Jack­son quan­do se tra­ta do uni­ver­so Tolkien. Des­de que na déca­da de 90 ele topou a empre­ita­da de se aven­tu­rar pela Ter­ra Média, os resul­ta­dos tem sido muito bons, basi­ca­mente pri­morosos aos fãs dos livros que J.R.R. Tolkien começou a escr­ev­er no fim dos anos 30. Des­de o seu anún­cio, O Hob­bit: Uma Jor­na­da Ines­per­a­da (The Hob­bit: An Unex­pect­ed Jour­ney, E.U.A. e Nova Zelân­dia), primeira parte de uma trilo­gia, vem cau­san­do eufo­ria após uma déca­da da estreia de a Sociedade do Anel (2001), a primeira parte da bem suce­di­da trilo­gia do Sen­hor dos Anéis.

    O Hob­bit, basea­do no primeiro livro de Tolkien e pub­li­ca­do em 1937, tra­ta basi­ca­mente das aven­turas de Bil­bo Bol­seiro 60 anos antes de Fro­do, seu sobrin­ho pro­tag­o­nista de O Sen­hor dos Anéis, para aju­dar que a ter­ra dos anões, a Mon­tan­ha Solitária toma­da por um dragão, seja devolvi­da a quem de fato per­tence. Assim como seria mais tarde, uma sociedade — dessa vez con­tan­do ape­nas com anões — é for­ma­da para mar­char rumo a mon­tan­ha, orga­ni­za­dos pelo mago Gan­dalf, que guar­da um grande apreço — e uma fé deter­mi­nante — pelo povo hobbit.

    A jor­na­da ines­per­a­da pro­pos­ta para o pequeno Bil­bo é trata­da de for­ma diver­ti­da, os roteiris­tas con­seguiram extrair todo o humor típi­co da supos­ta seriedade dos anões e do próprio hob­bit. As primeiras cenas da reunião entre eles e Gan­dalf é hilária, nos fazen­do retornar ao agradáv­el humor da Ter­ra Média. Claro que o méri­to da óti­ma car­ac­ter­i­za­ção não é só do dire­tor e/ou roteiris­tas. O time de atores é sen­sa­cional, des­de Ian Mck­ellen (Gan­dalf) e Christo­pher Lee (Saru­man) até Mar­tin Free­man (Bil­bo) e os atores que inter­pre­tam os anões com nomes prati­ca­mente impos­síveis de falar de uma vez só.

    Um dos aspec­tos que mais me impres­siona no enre­do, é a for­ma como Gan­dalf con­duz o grupo. O grande mago cin­za tem várias armas que pode­ri­am facil­i­tar a jor­na­da do grupo, mas eles não seri­am os mes­mos no final se tivessem tan­tas facil­i­dades. É jus­ta­mente a jor­na­da que con­duz os per­son­agens a se tornarem cada qual o que real­mente são. Ver a aven­tu­ra de O Hob­bit se desen­volver vai muito além de ape­nas assi­s­tir um uni­ver­so oníri­co cri­a­do, é tra­bal­har com a imag­i­nação e enten­der as nuances que Tolkien criou em cada per­son­agem e ação. Os con­sel­ho de Gan­dalf, obstácu­los no cam­in­ho, erros e acer­tos são peças chaves para o desen­volvi­men­to dos per­son­agens. Como diz o mago cin­za para Bil­bo: “E se você retornar, não será mais o mes­mo”.

    Além de encher os olhos dos fãs ardorosos de J.R.R. Tolkien — pode-se afir­mar que ele é o cara que ali­men­tou a imag­i­nação dos sem números de escritores e roteiris­tas cri­adores de séries envol­ven­do ter­ras, dragões e seres míti­cos — o lon­ga é de uma beleza sem taman­ho, ali­a­do ao que há de mel­hor na tec­nolo­gia atu­al. O Hob­bit já veio com avi­sos do óti­mo uso de 3D, da taxa de 48 fps para alguns cin­e­mas — você pode enten­der um pouco mel­hor aqui — e de nova tec­nolo­gia de som, o Dol­by Atmos, que con­ven­hamos, faz muito sen­ti­do quan­do se tra­ta de Howard Shore com a tril­ha sono­ra. Assis­ti­mos numa sala comum, sem 3D, e vale a pena diz­er que O Hob­bit é uma exper­iên­cia extra-tela que dá con­ta do recado.

    As tec­nolo­gias vem para mel­ho­rar a experên­cia de cin­e­ma do espec­ta­dor e a trilo­gia do Sen­hor dos Anéis fez isso muito bem na déca­da pas­sa­da, mes­mo sem o 3D. E não tem como falar de tec­nolo­gia e não men­cionar Andy Serkis, que ficou con­sagra­do por emprestar suas expressões faci­ais ao hob­bit cor­rompi­do, crian­do um novo gênero de ator. Depois dis­so vier­am King Kong, TinTin e o sen­sa­cional Cae­sar do Plan­e­ta dos Maca­cos: A origem. É de arrepi­ar os pêlos dos pés pelu­dos o primeiro encon­tro entre Smeagol/Gollum, Bil­bo e a aparição do anel, que além da car­ga dramáti­ca da cena — as charadas nun­ca mais serão as mes­mas depois que você assi­s­tir essa cena — o pequeno Smeagol/Gollum gan­ha movi­men­tos mais reais e as expressões faci­ais são de causar espanto.

    Peter Jack­son tam­bém soube olhar muito bem para a sua ter­ra natal, a Nova Zelân­dia, que inclu­sive nos últi­mos dez anos elevou o seu tur­is­mo ao sta­tus de “Ter­ra Média” e é claro que O Hob­bit vai movi­men­tar muito mais esse mer­ca­do. Muitos planos aber­tos de vas­tos cam­pos, as plan­tações do Bol­são e uma flo­res­ta encan­ta­da, mostram que mes­mo que ten­ha sido uti­liza­do com­putação grá­fi­ca, as locações foram feitas em lugares próx­i­mos do con­ceito de paraíso.

    Se na trilo­gia do Sen­hor dos Anéis, três livros bem rec­hea­d­os, Peter Jack­son foi cuida­doso de resu­mi-los em três filmes lon­gos, em O Hob­bit ele preferiu aproveitar toda a tec­nolo­gia e din­heiro para trans­for­mar um livro de aprox­i­mada­mente 328 pági­nas em uma trilo­gia cin­e­matográ­fi­ca. Ao menos em Uma Jor­na­da Ines­per­a­da, o tem­po ficou a seu favor, as descrições dos lugares da Ter­ra Média são min­u­ciosos e cada peque­na ação trans­pare­ceu todo um cuida­do de câmera — e que tra­bal­ho de planos com as câmeras! — onde o espec­ta­dor aca­ba nem sentin­do as quase 3 horas de filme.

    O Hob­bit: Uma Jor­na­da Ines­per­a­da com certeza vai deixar os fãs de Tolkien bas­tante ani­ma­dos para os próx­i­mos capí­tu­los, e para quem ain­da não é ambi­en­ta­do na Ter­ra Média, é uma bela pedi­da antes mes­mo de assi­s­tir a famosa trilo­gia do Sen­hor dos Anéis. No mais, vista o seu pé pelu­do, lev­ante seu copo e saia can­tan­do Far Over the Misty Moun­tains Cold, porque a Ter­ra Média vai faz­er parte do no nos­so imag­inário por mais algum tempo.

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=uVDYKBEKfjI

  • Os cinco melhores filmes de Zumbis

    Os cinco melhores filmes de Zumbis

    Zumbis. Uma pesquisa sobre lendas a respeito de tais criat­uras nos leva ao Haiti. Mais pre­cisa­mente, ao vodou, ou o vodu haitiano, como ficou con­heci­do no resto do mun­do, que é difer­ente do vodu da Louisiana e do de New Orleans, ape­sar de pos­suírem o mes­mo nome. Mas o vodu em si não está em dis­cussão aqui, então, ape­nas prossigamos.

    Segun­do o fol­clore que envolve este vodu haitiano, um bokor, que seria uma espé­cie de feiti­ceiro reli­gioso ou um pas­tor, pos­sui o poder de reviv­er os mor­tos, que, por sua vez, por não terem von­tade própria, estari­am sob o coman­do deste bokor. A estes mor­tos, dava-se o nome de zombis.

    O fol­clore que envolve estas histórias é riquís­si­mo, mas uma ráp­i­da pesquisa sobre pode nos levar a pági­nas que o expli­cam com muito mais pro­priedade do que eu pode­ria faz­er. Além dis­so, explicar cul­turas ter­ceiras não é o propósi­to deste tex­to. Dig­amos que isso foi ape­nas um back­ground dos pará­grafos seguintes.

    No iní­cio dos anos 30, o cin­e­ma de hor­ror pas­sa­va, talvez, por aque­la que foi sua tem­po­ra­da mais rica. A Uni­ver­sal lança­va suces­so atrás de suces­so, em sua maio­r­ia basea­d­os em obras clás­si­cas da lit­er­atu­ra. E em 1932, Zumbi Bran­co chega aos cin­e­mas. E começa­va um dos nichos mais explo­rados em todo o cin­e­ma de horror.

    A seguir, uma peque­na (e super­fi­cial) intro­dução ao glo­rioso mun­do dos zumbis, des­de os ser­vos sem alma até os adoráveis come­dores de cére­bros. Os filmes estão divi­di­dos em ordem cres­cente de importân­cia, ten­do como base úni­ca e exclu­si­va a opinião de um afi­ciona­do pelo gênero e a importân­cia destes filmes sobre sua vida, e não uma mega­lo­manía­ca pre­sunção de diz­er quais são ou não são aque­les que podem ser con­sid­er­a­dos como impor­tantes his­tori­ca­mente para todo o mundo.

    5 – Zumbi Bran­co (White Zom­bie, EUA, 1932). Como já cita­do, esta pro­dução amer­i­cana foi lança­da em 1932. Fil­ma­do total­mente nos estú­dios da Uni­ver­sal, mas lança­do pela Unit­ed Artists, Zumbi Bran­co, dirigi­do por Vic­tor Halperin e com o mito hún­garo Bela Lugosi no papel prin­ci­pal, con­ta a história do casal Neil Park­er e Madeleine Short, inter­pre­ta­dos por John Har­ron e Madge Bel­lamy (que ficaria mais famosa pela acusação de assas­si­nar seu amante do que por sua car­reira pro­pri­a­mente dita), em visi­ta a Charles, um ami­go que reside no Haiti. Charles encan­ta-se por Madeleine e resolve con­tratar os serviços de Mur­der Legendre (!!!), o per­son­agem de Bela, con­hece­dor do vodu e que pos­sui uma plan­tação total­mente oper­a­da por zumbis sob seu con­t­role, para que a jovem aceite se casar com ele. Segun­do Mur­der, a úni­ca for­ma de aju­dar Charles é trans­for­man­do Madeleine em zumbi, e isto é feito.

    A par­tir daí, a tra­ma, ape­sar de sim­ples, gan­ha fôlego. O filme tem um cli­ma incrív­el, ape­sar das fra­cas atu­ações de grande parte do elen­co. Mas temos um Bela Lugosi no auge de sua car­reira, naque­le que talvez seja seu mais icôni­co papel depois do imor­tal Conde Drácu­la. O filme foi lucra­ti­vo em seu lança­men­to e obteve boa respos­ta do públi­co, mas a críti­ca não se sat­is­fez (espe­cial­mente pelas atuações).

    Quase 80 anos pas­sa­dos des­de seu lança­men­to, hoje, ao menos sua importân­cia históri­ca é recon­heci­da por todos. Pode não ser um grande filme, tec­ni­ca­mente falan­do, mas merece ser con­heci­do por todos que tem algum envolvi­men­to com o cin­e­ma de hor­ror. E, lamen­tavel­mente, con­tin­ua inédi­to em DVD no Brasil.

    httpv://www.youtube.com/watch?v=tQV7wOg3hYQ

    4 – Zom­bie 2 (Zom­bi 2, Itália, 1972) A tradição do cin­e­ma ital­iano de copi­ar grandes suces­sos amer­i­canos começou com os épi­cos dos anos 50 e se esten­deu pelo spaghet­ti west­ern. Então, não foi nen­hu­ma sur­pre­sa quan­do Zom­bie 2, de Lucio Ful­ci, chegou aos cin­e­mas, pegan­do carona no suces­so do clás­si­co de George A. Romero Des­per­tar dos Mor­tos (EUA, 1978). O filme de Romero foi chama­do de ‘Zom­bi’ na Itália, daí a intenção de se lançar o filme de Ful­ci bati­za­do como se fos­se uma sequência.

    A ideia dos pro­du­tores, na ver­dade, era de faz­er uma cópia ital­iana do suces­so amer­i­cano (há até alguns diál­o­gos idên­ti­cos nos dois filmes), mas Ful­ci foi por out­ro cam­in­ho, ten­do se inspi­ra­do mais em out­ro clás­si­co, I Walked With a Zom­bie (EUA, 1943). A história se pas­sa em uma ilha cariben­ha, onde os nativos começam a voltar do mun­do dos mor­tos por meio de vodu e a ater­rorizar um médi­co rad­i­ca­do no local e um grupo de amer­i­canos. Super genéri­co, mas diver­tidís­si­mo e eficiente.

    Uma par­tic­u­lar­i­dade dos cineas­tas europeus, e espe­cial­mente ital­ianos, da época era a de uti­lizar atores de diver­sas nacional­i­dades, cada um falan­do na lín­gua que se sen­tisse mais con­fortáv­el, e depois dublar o filme em inglês e ital­iano para lança­men­to em ambos os mer­ca­dos. Em ger­al, tais dubla­gens acabavam hor­ren­das, e em Zom­bie 2 isso não é difer­ente. Há até um sen­ti­men­to de dis­tan­ci­a­men­to, taman­ha é a arti­fi­cial­i­dade trans­mi­ti­da pelos per­son­agens, que impede que nos importe­mos mais ou menos com alguns deles. O que real­mente prende (e MUITO) a atenção do expec­ta­dor de Zom­bie 2 é imag­i­nar como será a morte de cada um dess­es per­son­agens, e Ful­ci, con­heci­do como ‘O Poderoso Chefão do Gore’, não decep­ciona no quesito.

    A mel­hor palavra para definir Zom­bie 2 talvez seja ‘obri­gatório’. Tem difi­cul­dades téc­ni­cas, a cita­da dublagem, atores pouco con­vin­centes etc. Mas tem a clás­si­ca cena da per­furação do olho (mar­ca reg­istra­da de Ful­ci, aliás) e tem um zumbi lutan­do com um tubarão. Um zumbi. Lutan­do com um tubarão. Oras, do que mais você precisa?

    httpv://www.youtube.com/watch?v=BVD7v2L_roY&feature=related

    3 – Fome Ani­mal (Brain­dead, Nova Zelân­dia, 1992) Peter Jack­son nem sem­pre foi um pé no saco mega­lo­manía­co que faz filmes chatís­si­mos e inter­mináveis sobre anões de pés pelu­dos procu­ran­do uma por­caria de um anel. Um dia, ele foi um cineas­ta neoze­landês descon­heci­do e extrema­mente cria­ti­vo, que fez Trash – Náusea Total (NZL, 1987) e Fome Ani­mal . O segun­do, que está em dis­cussão aqui, se tornou prati­ca­mente um hors con­cours entre os fãs de horror/gore. E, par­tic­u­lar­mente, no meu caso foi a por­ta de entra­da do cin­e­ma extremo.

    Em Fome Ani­mal, Lionel (Tim­o­thy Balme) é um rapaz que mora com sua mãe super pro­te­to­ra, Vera (Eliz­a­beth Moody), que proíbe, entre out­ras coisas, que ele saia com garo­tas. Quan­do Lionel con­hece Paqui­ta (Diana Peñalver), sua mãe ten­ta impor mais ain­da seu con­t­role sobre ele. Mas as coisas começam a dar erra­do em uma visi­ta ao zoológi­co, quan­do Vera é mor­di­da por um ‘rato-maca­co da Suma­tra’. Ela adoece, sua orel­ha cai em um pra­to de sopa durante um jan­tar, ela morre e rap­i­da­mente vol­ta como um zumbi assassino.

    Então, o fes­ti­val do gore começa, e divide espaços com momen­tos hilários de humor negro. De um padre que luta kung-fu con­tra os zumbis (com o mem­o­ráv­el “I kick ass for the Lord”) a sexo entre zumbis, cul­mi­nan­do com o nasci­men­to do bebê dos mes­mos (que Lionel leva para um inesquecív­el pas­seio no par­que). Ah, Lionel tam­bém guar­da sua coleção de zumbis no porão de sua casa…

    O clí­max de Fome Ani­mal é um dos maiores ban­hos de sangue da história do cin­e­ma, onde o ataque se dá não só na for­ma de zumbis, mas tam­bém de um intesti­no e da mutação da mãe de Lionel.

    Um fato inter­es­sante sobre Fome Ani­mal é que o filme foi pro­duzi­do com aju­da do New Zealand Film Com­mis­sion, um órgão gov­er­na­men­tal. Se isso não faz com que seja uma super pro­dução, ao menos serve para difer­en­ciá-lo de tan­tos filmes de baixo cus­to pro­duzi­dos pelo mun­do. E é curioso saber que o gov­er­no de um país tomou parte na pro­dução do filme de zumbis mais alu­ci­na­do já produzido.

    httpv://www.youtube.com/watch?v=CwYb8BXofgE

    2 – A Noite dos Mor­tos-Vivos (Night of the Liv­ing Dead, USA, 1968). Indisc­u­tivel­mente, o mais impor­tante filmes de zumbis de todos os tem­pos, e um dos mais impor­tantes de todo o cin­e­ma de hor­ror. Só não é o primeiro da lista porque, como eu disse no iní­cio, a lista é exclu­si­va­mente min­ha, e o próx­i­mo filme teve um impacto maior que este em min­ha vida. O que não sig­nifi­ca que eu ten­ha qual­quer dúvi­da sobre a importân­cia e sobre o lega­do deA Noite dos Mor­tos-Vivos.

    Pode-se diz­er, sem deixar qual­quer tipo de som­bra para dúvi­das, que George A. Romero redefiniu a for­ma como o cin­e­ma tra­ta os filmes de zumbis. Em A Noite dos Mor­tos-Vivos, eles não são mais víti­mas do vodu servin­do a um propósi­to. Até há uma expli­cação para o fato de os mor­tos (ape­nas os mor­tos recentes) voltarem à vida, mas ela pas­sa longe de ser o foco do filme. Ago­ra, eles agem ape­nas por um instin­to: fome.

    O cenário é des­o­lador. Um grupo de sobre­viventes, sendo que seus inte­grantes pos­suem per­son­al­i­dades com­ple­ta­mente dis­so­nantes, se vêem iso­la­dos em uma casa, cer­ca­da por zumbis (que em momen­to algum são chama­dos de ‘zumbis’ ao lon­go do filme), em uma zona rur­al, sem nen­hum tipo de aju­da aparente, e lutam para sobre­viv­er durante a noite.

    Na ver­dade, durante boa parte de A Noite dos Mor­tos-Vivos, os mor­tos-vivos servem mais como back­ground do que como per­son­agens atu­antes. As ten­sões den­tro da casa crescem à medi­da que os desen­tendi­men­tos entre os sobre­viventes aflo­ram, fazen­do com que os vivos sejam inimi­gos piores que os mortos.

    Os mor­tos são, de fato, assus­ta­dores, em parte pelo fato de o filme ser todo em pre­to e bran­co, e a vio­lên­cia ser é extrema­mente grá­fi­ca para a época, com intesti­nos sendo devo­ra­dos e com a clás­si­ca cri­ança zumbi ata­can­do seus pais.

    É impres­sio­n­ante como Romero supera as lim­i­tações téc­ni­cas da pro­dução. O cli­ma claus­trofóbi­co é ampli­a­do por uma câmera que pouco se move durante o filme e por uma ilu­mi­nação som­bria, que colab­o­ra para o cli­ma de des­o­lação. Em momen­to algum há esper­ança. Não há um alen­to de que haja uma aju­da vin­da, há ape­nas as pes­soas tran­cadas den­tro de uma casa, sem condições de lutar ou mes­mo de escapar.

    Na época do lança­men­to de A Noite dos Mor­tos-Vivos, foram traça­dos parâmet­ros entre a for­ma como o gov­er­no se com­por­ta no filme e o com­por­ta­men­to do gov­er­no amer­i­cano durante a guer­ra do Viet­nã, na fal­ha em pro­te­ger suas pes­soas e na fal­ta de infor­mações. Romero nun­ca admi­tiu ter real­mente a intenção do teor políti­co da pro­dução, mas o mes­mo se repetiu em seus filmes seguintes, espe­cial­mente nas sequên­cias envol­ven­do seus mortos-vivos.

    A Noite dos Mor­tos-Vivos, repi­to, é o mais impor­tante de todos os filmes de zumbis, e um dos mais impor­tantes da história do hor­ror. Mas o car­in­ho espe­cial que ten­ho pelo próx­i­mo filme faz com que eu não pos­sa colocá-lo em posição nen­hu­ma da lista que não a primeira sem estar sendo injus­to comi­go mesmo.

    httpv://www.youtube.com/watch?v=spa7HH4DvuY


    1 – A Vol­ta dos Mor­tos-Vivos (The Return of the Liv­ing Dead, USA, 1985). No fim dos anos 80/início dos 90, não ten­ho condições de saber com certeza, A Vol­ta dos Mor­tos-Vivos foi exibido pela primeira vez na TV brasileira. Meu pai gravou, depois de uma árd­ua batal­ha com o vídeo-cas­sete, e alguns dias depois eu, cri­ança, colo­quei a fita no vídeo e assisti. E ali nascia uma paixão por zumbis que nun­ca mais arrefeceu.

    A raiz de A Vol­ta dos Mor­tos-Vivos é o livro de mes­mo nome, escrito por John Rus­so em 1977, que seria a sequên­cia dire­ta para os even­tos de A Noite dos Mor­tos-Vivos. Rus­so é co-escritor do roteiro orig­i­nal de A Noite dos Mor­tos Vivos, jun­to com George A. Romero. Quan­do os dois se sep­a­raram, Rus­so con­seguiu os dire­itos de qual­quer títu­lo envol­ven­do o nome ‘mor­tos-vivos’, o que forçou Romero a dar sequên­cia à sua saga colo­ca­do ape­nas ‘mor­tos’ no tit­u­lo (como em Des­per­tar dos Mor­tos (EUA, 1978) e Dia dos Mor­tos (EUA, 1985).

    A direção de A Vol­ta dos Mor­tos-Vivos ficaria por con­ta de Tobe Hop­per e Dan O’Bannon seria respon­sáv­el pela ver­são final do enre­do, mas Hop­per saiu para diri­gir Força Sin­is­tra (EUA, 1985) e O’Bannon ficou encar­rega­do tam­bém, pela primeira vez em sua car­reira, da direção. E não decepcionou.

    Com uma veia cômi­ca acen­tu­a­da, difer­ente da visão de Romero para seus mor­tos-vivos, A Vol­ta dos Mor­tos-Vivos tam­bém se foca em um grupo de sobre­viventes iso­la­do em uma casa, mas de maneira muito mais abrangente. Os zumbis aqui não se ali­men­tam de carne, mas sim de cére­bros (o que na antológ­i­ca dublagem brasileira rende os inesquecíveis gri­tos de “mioooo­los”).

    Em A Vol­ta dos Mor­tos-Vivos, o apoc­alipse zumbi se dá quan­do um tam­bor con­tendo um pro­du­to quími­co do exérci­to com a pro­priedade de reviv­er os mor­tos vaza em um depósi­to de mate­ri­ais hos­pi­ta­lares. Um dos respon­sáveis pelo vaza­men­to é Fred­dy (Thom Math­ews), cujo grupo de ami­gos, enquan­to espera que ele saia do tra­bal­ho, resolve pas­sar um tem­po no cemitério ao lado do depósi­to, onde se vêem frente a frente com os mor­tos-vivos depois que a coisa irrompe.

    Mas aqui, os zumbis são difer­entes. Eles aparentam ser inde­strutíveis, mes­mo depois de atingi­dos no cére­bro, e são capazes até de se comu­nicar. E tam­bém pos­suem uma maquiagem que os desta­ca dos demais filmes de zumbis pro­duzi­dos até então. O visu­al do filme, aliás, difer­ente de grande parte dos filmes do gênero, é cheio de cores e bril­hante, o que con­tribui para o tom mais leve da história em alguns momentos.

    Aliás, ape­sar deste tom menos sério de A Vol­ta dos Mor­tos-Vivos em com­para­ção aos filmes de Romero, há uma latente veia críti­ca aqui, em espe­cial dire­ciona­da ao com­por­ta­men­to do exérci­to amer­i­cano, o real respon­sáv­el pelo vaza­men­to da sub­stân­cia “cri­ado­ra” dos zumbis.

    A tril­ha sono­ra merece MUITO destaque, tam­bém. The Cramps, The Damned, 45 Grave e um som MATADOR de Roky Erick­son, den­tre out­ros. E as músi­cas se encaix­am muito bem no decor­rer do filme, inclu­sive dan­do um tom mais cômi­co e alu­ci­na­do em algu­mas cenas mais ten­sas, crian­do um exce­lente paradoxo.

    Os per­son­agens tam­bém são muito difer­entes dos vis­tos nos filmes de Romero, sendo mais cati­vantes e envol­ven­do mais o expec­ta­dor na história. Mas é impos­sív­el não sen­tir afeição pelos zumbis da história, muito mais par­tic­i­pa­tivos e úni­cos do que em qual­quer out­ro filme do gênero. Em uma cena antológ­i­ca, uma zumbi (ou metade dela) é “inter­ro­ga­da” a respeito do moti­vo pela qual eles se ali­men­tam de cérebros…

    Já se vão quase 20 anos des­de que vi este filme pela primeira vez, e o vi incon­táveis vezes, e (para mim) não perdeu nem um pouco de sua força. Out­ro que até hoje não rece­beu a dev­i­da atenção das dis­tribuido­ras nacionais.

    httpv://www.youtube.com/watch?v=A3ehWyT5LEk

    Claro que fal­tam filmes nes­sa lista. Muitos. Mas creio que estes cin­co sejam um bom começo para quem se inter­es­sa pelo estilo.

  • Crítica: Um Olhar do Paraíso

    Crítica: Um Olhar do Paraíso

    um olhar do paraíso

    Susie Salmon (Saoirse Ronan[bb]) é uma meni­na estupra­da e assas­si­na­da, aos 14 anos, em uma época que, segun­do ela, isso ain­da não era nor­mal, não fazia parte do dia-a-dia da polí­cia, nem havia foto de cri­anças desa­pare­ci­das nos pacotes de leite.

    Um Olhar do Paraí­so (The Love­ly Bones, EUA/Nova Zelândia/Reino Unido, 2009), de Peter Jack­son[bb], retra­ta a vida de Susie antes e depois de mor­rer. Seu espíri­to fica pre­so em um “mun­do inter­mediário”, uma espé­cie de lim­bo, onde a obser­vação do mun­do dos vivos é pos­sív­el, até sen­tir que pode con­tin­uar adiante.

    Quan­do vi o trail­er, faz alguns meses, fiquei bem empol­ga­do com o que pode­ria ser o filme, mas, ape­sar de algu­mas coisas muito boas, o sal­do em ger­al foi mais neg­a­ti­vo que pos­i­ti­vo. A nar­ra­ti­va é muito ado­les­cente, com um romancez­in­ho exager­a­do, onde tudo é muito bonit­in­ho e com vários, e desnecessários, flash­backs. O pon­to forte são os efeitos espe­ci­ais, retratan­do esse “mun­do imag­inário”, que tam­bém traz várias refer­ên­cias à ele­men­tos da história, que são belis­si­ma­mente cri­a­dos dig­i­tal­mente, ape­sar da junção de cer­tos ele­men­tos ter fica­do extrema­mente brega.

    Nor­mal­mente, os psi­co­patas em filmes, são car­ac­ter­i­za­dos como per­son­agens que inci­tam a curiosi­dade pelo seu jeito mis­te­rioso e obses­si­vo, assim tam­bém como cer­tos per­son­agens loucos. Aqui, George Har­vey (Stan­ley Tuc­ci[bb]), é total­mente vazio e, bem estereoti­pa­do visual­mente e ges­tual­mente. Haven­do até a bati­da cena dele para­do atrás de uma janela, obser­van­do sua próx­i­ma víti­ma. Para falar a ver­dade, não foi só ele, mas todos os per­son­agens foram car­ac­ter­i­za­dos de maneira muito fra­ca e superficial.

    Um Olhar do Paraí­so é exten­so demais, cansan­do bas­tante, prin­ci­pal­mente dev­i­do a muitas tomadas que pare­cem ser com­ple­ta­mente desnecessárias, poden­do ape­nas faz­er parte dos extras do DVD, pois não acres­cen­tam nada à história, pare­cen­do às vezes até que são de out­ro filme.

    Fico em dúvi­das se o públi­co alvo, ado­les­centes prin­ci­pal­mente, irá mes­mo gostar do filme, e entre o públi­co mais vel­ho, a opinião tam­bém não está sendo nada boa. Mas, ape­sar de tudo, Um Olhar do Paraí­so vale ser vis­to, para quem tiv­er paciên­cia, pelas eston­teantes cenas pro­duzi­das digitalmente.

    Con­fi­ra tam­bém a críti­ca deste filme no blog Claque ou Cla­que­te, por Joba Tri­dente.

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=wrfOO4PQ1FU