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  • Oz, Mágico e Poderoso | Crítica

    Oz, Mágico e Poderoso | Crítica

     Oz, Mágico e Poderoso PosterUm trail­er de encher os olhos e um grande inves­ti­men­to em mar­ket­ing. Foi assim que a Dis­ney criou uma enorme expec­ta­ti­va com Oz, Mági­co e Poderoso (Oz the Great and Pow­er­ful, EUA, 2013), seu mais novo lança­men­to dirigi­do por Sam Rai­mi. Explo­ran­do a história de como surgiu o famoso per­son­agem do icôni­co filme O Mági­co de Oz (1939), o lon­ga bus­ca agradar toda a legião de fãs já exis­tentes e tam­bém uma nova ger­ação que provavel­mente nun­ca ouviu falar da estra­da amarela e dos sap­at­in­hos de rubi.

    A história começa em 1905 em Kansas com Oscar Dig­gs, um mul­heren­go mági­co circense apel­i­da­do de Oz. Ao ten­tar fugir em um balão por con­ta de um de seus “truques” sedu­tores, é sug­a­do para o meio de um tor­na­do, chegan­do à fan­tás­ti­ca Ter­ra de Oz, onde há uma pro­fe­cia rela­tan­do que o grande mági­co de Oz viria dos céus para der­ro­tar a Bruxa Má, trazen­do paz para todos. Oscar acred­i­ta que esta pode ser final­mente a sua grande opor­tu­nidade de obter o suces­so que tan­to alme­ja, porém não tem a mín­i­ma ideia das pro­porções do que impli­ca ser este herói.

    A famosa estrada amarela
    A famosa estra­da amarela

    Para quem já assis­tiu O Mági­co de Oz, dirigi­do por Vic­tor Flem­ing, é impos­sív­el olhar para este novo lon­ga sem procu­rar algu­ma refer­ên­cia — que são inúmeras. Temos o famoso iní­cio todo em pre­to e bran­co e a tam­bém diver­ti­da repetição de alguns atores fazen­do per­son­agens sim­i­lares nos dois mun­dos. Dev­i­do aos dire­itos autorais da história e do filme de 1939 serem deti­dos pela Warn­er Bros, muitos dos ele­men­tos mais icôni­cos (como o sap­at­in­ho de rubi) não pud­er­am ser uti­liza­dos — prob­le­ma que irá ces­sar no ano de 2034, quan­do a obra entrará em domínio públi­co. Algu­mas vezes foi pos­sív­el con­tornar este prob­le­ma: para o visu­al da Bruxa Má foi usa­do um tom de verde difer­ente do orig­i­nal e a estra­da amarela foi man­ti­da, mas sem o seu iní­cio em espiral.

    O visual impressionante da terra fantástica de Oz
    O visu­al impres­sio­n­ante da ter­ra fan­tás­ti­ca de Oz

    Um dos grandes atra­tivos do lon­ga é com certeza o seu visu­al fan­tás­ti­co, que fica ain­da mais sur­preen­dente se for assis­ti­do no IMAX. Alguns movi­men­tos de câmera panorâmi­ca são bem inusi­ta­dos, só sendo pos­síveis graças a uti­liza­ção de uma câmera vir­tu­al em um ambi­ente ger­a­do pelo com­puta­dor. O 3D do filme foi muito bem uti­liza­do, lem­bran­do bas­tante o óti­mo tra­bal­ho feito no A Invenção de Hugo Cabret (2011), val­en­do a pena ser assis­ti­do com o uso des­ta tecnologia.

    Apesar de todos os cuidados, em algumas cenas ficou bem evidente o uso do chroma key
    Ape­sar de todos os cuida­dos, em algu­mas cenas ficou bem evi­dente o uso do chro­ma key

    Os pon­tos neg­a­tivos do lon­ga ficaram prin­ci­pal­mente na fal­ta de real­is­mo em alguns momen­tos. Mes­mo com os cuida­dos para os atores inter­a­girem ao máx­i­mo com ele­men­tos reais (foi feito por exem­p­lo uma mar­i­onete da boneca de porce­lana), ficou bem evi­dente em cer­tas cenas o uso do chro­ma key, assim como a inserção dig­i­tal de per­son­agens. Para pio­rar, essas situ­ações ficaram ain­da mais acen­tu­adas por uma atu­ação beiran­do o teatral, supon­do dar mais cred­i­bil­i­dade aos efeitos espe­ci­ais. Mas são poucos os momen­tos que isso acon­tece e na ver­dade, acabou até de cer­ta for­ma sendo diver­tido, lem­bran­do as pro­duções em que o orça­men­to é cur­to demais e foi pre­ciso impro­vis­ar, ape­sar de não ter sido este o caso neste filme. Para quem gos­ta, tem um vídeo bem inter­es­sante no canal Mak­ing Of do YouTube, sobre os back­stages da fil­magem.

    James Franco e o diretor Sam Raimi no set de filmagem
    James Fran­co e o dire­tor Sam Rai­mi no set de filmagem

    O desen­volvi­men­to da história de Oz, Mági­co e Poderoso, reme­teu ao óti­mo, e tam­bém bem arrisca­do, tra­bal­ho feito em TRON: O Lega­do (2010), sequên­cia do filme de 1982, ambos da Dis­ney, assim como a história de Bran­ca de Neve e o Caçador (2012), onde o famoso con­to de fadas é explo­rado de for­ma a agradar um públi­co mais ado­les­cente. Na ver­dade, ele está se sain­do tão bem que a Dis­ney já anun­ciou que fará uma nova sequên­cia (provavel­mente com out­ro diretor).

    Se você não ficou muito empol­ga­do com o remake da Dis­ney de Alice no País das Mar­avil­has (2010), Oz, Mági­co e Poderoso provavel­mente irá te sur­preen­der. Além de explo­rar muito bem toda a história de como surgiu o famoso Mági­co de Oz, ele tam­bém con­tou com uma óti­ma equipe de atores como James Fran­co, Mila Kunis e Rachel Weisz. Para quem gos­ta de tril­has sono­ras, este é out­ro destaque do lon­ga, pro­duzi­do pelo óti­mo Dan­ny Elf­man, que ficou mais con­heci­do pela sua parce­ria com o dire­tor Tim Bur­ton em filmes como O Estran­ho Mun­do de Jack e A Noi­va Cadáver.

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=hBlhviucIxc

  • Crítica: Missão Impossível 4 — Protocolo Fantasma

    Crítica: Missão Impossível 4 — Protocolo Fantasma

    Quan­do é anun­ci­a­da uma sequên­cia de um filme que fez muito suces­so já fico com um pé atrás, quan­do se tra­ta da quar­ta… nem pre­ciso diz­er. Mas, feliz­mente, Mis­são Impos­sív­el 4 — Pro­to­co­lo Fan­tas­ma (Mis­sion: Impos­si­ble — Ghost Pro­to­col, USA, 2011), dirigi­do por Brad Bird, é uma grande exceção, con­seguin­do traz­er em grande esti­lo óti­mas cenas de ação com aque­la tril­ha sono­ra prin­ci­pal — cri­a­da por Lalo Schifrin para a série de TV homôn­i­ma — que é inesquecível.

    O enre­do prin­ci­pal lem­bra bas­tante o primeiro Mis­são Impos­sív­el (1996), neste tam­bém após uma oper­ação na qual Ethan Hunt (Tom Cruise) faz parte ter­mi­nar em tragé­dia, ele e o que sobrou de sua equipe caem na ile­gal­i­dade — pois na ver­dade “nun­ca exi­s­ti­ram” — e devem provar que são inocentes, sem qual­quer apoio do governo.

    Difer­ente dos três out­ros filmes, Mis­são Impos­sív­el 4 — Pro­to­co­lo Fan­tas­ma investe pesa­do no humor, indo des­de ques­tion­a­men­tos a respeito da lóg­i­ca uti­liza­da para realizar as mis­sões ao fun­ciona­men­tos dos super equipa­men­tos essen­ci­ais para exe­cu­tar as mirabolantes façan­has físi­cas e tec­nológ­i­cas. Aliás este é um pon­to muito bem tra­bal­ha­do no lon­ga, pois é quan­do um equipa­men­to fal­ha que aí sim a mis­são se tor­na real­mente impos­sív­el. Qual seria a difi­cul­dade se hou­vesse bugi­gan­gas para quase tudo?

    Infe­liz­mente o vilão da tra­ma de Mis­são Impos­sív­el 4 — Pro­to­co­lo Fan­tas­ma foi muito mal aproveita­do, tan­to em moti­vações — voltou em partes aque­la vel­ha picuin­ha dos EUA con­tra a Rús­sia — quan­to em atu­ação, des­perdiçan­do muito do poten­cial do ator Michael Nyqvist, que ficou famoso por faz­er o papel de Mikael Blomkvist no Os Home­ns Que Não Amavam As Mul­heres (2009) e nos out­ros filmes da famosa trilo­gia Mil­len­ni­um.

    Uti­lizan­do lit­eral­mente quase todos os ele­men­tos dos out­ros filmes da série, havia ape­nas algu­mas novi­dades, Mis­são Impos­sív­el 4 — Pro­to­co­lo Fan­tas­ma é um óti­mo lon­ga com mui­ta ação e óti­mas piadas. Den­tre os out­ros lon­gas, con­sidero este o segun­do mel­hor, fican­do ape­nas atrás do primeiro filme.

    Tive tam­bém a opor­tu­nidade de assi­s­tir Mis­são Impos­sív­el 4 — Pro­to­co­lo Fan­tas­ma no IMAX e foi cer­ta­mente uma exper­iên­cia fan­tás­ti­ca. Quem pud­er, com certeza recomen­do! Aliás até hoje não tive nen­hu­ma recla­mação em relação aos lon­gas vis­tos no IMAX, você por aca­so já teve algu­ma exper­iên­cia ruim nele?

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=Nb-YepEENjY

  • Crítica: Resident Evil 4: Recomeço

    Crítica: Resident Evil 4: Recomeço

    Ape­sar da fran­quia para o cin­e­ma não ter agrada­do muito os fãs do jogo, Res­i­dent Evil 4: Recomeço (Res­i­dent Evil: After­life, EUA/Alemanha/Inglaterra, 2010), de Paul W.S. Ander­son (que foi dire­tor do primeiro e pro­du­tor dos dois out­ros), investe pesa­do nos efeitos espe­ci­ais e refer­ên­cias ao orig­i­nal para final­mente con­seguir agradar aos jogadores e, por que não, ao públi­co que tam­bém gos­tou dos out­ros filmes.

    Nes­ta sequên­cia, Alice (Mil­la Jovovich) vol­ta a ter os poderes de um humano nor­mal (o que é ques­tionáv­el pois ela con­tin­ua sendo um “super humana” em muitos sen­ti­dos) e con­tin­ua a sua bus­ca por out­ras pes­soas não infec­tadas pelo vírus. Ao chegar em uma cidade onde suposta­mente está livre da infecção, reen­con­tra ami­gos e novo ali­a­dos para lhe aju­dar na sua vin­gança con­tra a empre­sa respon­sáv­el por toda esta catástrofe, a Umbrella.

    Não é necessário ter vis­to os out­ros filmes da série para con­seguir acom­pan­har Res­i­dent Evil 4: Recomeço, pois o necessário para enten­der a tra­ma é expli­ca­do durante o lon­ga, ape­sar de que alguns ele­men­tos gan­ham mais sig­nifi­ca­do para quem já viu os out­ros. Alias, o roteiro está bem longe de ser o pon­to forte do filme, os even­tos acon­te­cem quase que sem nen­hum pre­tex­to e os per­son­agens são muito pobres. Não há nen­hum apro­fun­da­men­to e desen­volvi­men­to de suas per­son­al­i­dades, e eles agem de maneira muito automáti­ca. Este vazio e automa­tismo pode ser meio inco­mo­do para algu­mas pes­soas que estão procu­ran­do algo além da ação. Mas de cer­ta for­ma, é jus­ta­mente eles que trazem o lon­ga mais per­to dos jogos (basea­do na min­ha exper­iên­cia pes­soal), prin­ci­pal­mente pela lim­i­tação de se cri­ar expressões faci­ais, movi­men­tos e com­por­ta­men­to mais com­plex­os (o que está grad­ual­mente mudan­do com os avanços tecnológicos).

    Para quem não teve muito con­ta­to, ou nen­hum (que é meu caso), com o jogo, vai sen­tir que muitas vezes está per­den­do algu­ma coisa, pois Res­i­dent Evil 4: Recomeço é cheio de refer­ên­cias á per­son­agens e situ­ações do jogo. O rit­mo do lon­ga é bas­tante de videogame, onde muitas coisas vão acon­te­cen­do, as vezes sem muito propósi­to, ape­nas para traz­er mais ação. A con­dução da história tam­bém segue o mes­mo esti­lo, mas acred­i­to que este esti­lo fun­ciona mel­hor nos jogos do que na tela do cin­e­ma, pois no lon­ga muitas das expli­cações pare­cem care­cer de entu­si­as­mo para se ter con­hec­i­men­to das respostas.

    Um dos pon­tos fortes do Res­i­dent Evil: Recomeço é a sua tril­ha sono­ra, que mis­tu­ra bas­tante ele­men­tos eletrôni­cos, com um rit­mo mais acel­er­a­do, sendo um óti­mo acom­pan­hamen­to den­tro e fora do filme. Pena que a músi­ca usa­da nos crédi­tos, e no trail­er, não está na tril­ha ofi­cial. Para quem gos­tou, o seu títu­lo é “The out­sider” da ban­da “A Per­fect Cir­cle”. Tam­bém, não pos­so deixar de citar a atu­ação da Mil­la Jovovich, que esta cada vez mais con­fortáv­el no papel, sendo bem con­vin­cente, e é um dos grandes atra­tivos do filme.

    E final­mente cheg­amos ao ápice do filme: os efeitos espe­ci­ais. Usan­do e abu­san­do de movi­men­to de câmeras e do bul­let time, temos tomadas muito boas de ação, tan­to em qual­i­dade como em pro­dução, imi­tan­do per­feita­mente os efeitos já onipresentes em muitos jogos do esti­lo. Sem falar tam­bém uma refer­ên­cia clara ao Matrix Rev­o­lu­tions, da famosa cena de luta final na chu­va, só que ago­ra em um ban­heiro (será que foi uma pia­da inten­cional?). É inter­es­sante perce­ber que ini­cial­mente foram os jogos que copi­aram os filmes e ago­ra o con­trário está acon­te­cen­do, não só em relação ao visu­al, mas no roteiro tam­bém. E até ago­ra, este foi o mel­hor lon­ga que soube usar os efeitos em 3D, por­tan­to, sem som­bra de dúvi­das, vale a pena ver Res­i­dent Evil: Recomeço em 3D, espe­cial­mente se for no IMAX.

    Se você não está pre­ocu­pa­do com um roteiro elab­o­ra­do, quer ação e muitos efeitos espe­ci­ais, com certeza vale o ingres­so para o Res­i­dent Evil: Recomeço. Acred­i­to tam­bém que os fãs do jogo não ficarão decep­ciona­dos. Falan­do neles, gostaria de saber a opinião de quem já jogou um dos jogos, a respeito deste últi­mo filme. O que vocês acharam?

    Quan­do o filme acabar, há ain­da uma cena extra após os crédi­tos, que vale a pena esperar.

    Quer assi­s­tir Res­i­dent Evil 4: Recomeço de graça? Então par­ticipe da Pro­moção Res­i­dent Evil 4: Recomeço e con­cor­ra a con­vites para ver o filme em todo o Brasil.

    Out­ra críti­cas interessantes:

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=slnfP3p-y0c

  • Crítica: A Origem

    Crítica: A Origem

    Inception

    A Origem (Incep­tion, EUA/Reino Unido, 2010), escrito e dirigi­do por Christo­pher Nolan, é um daque­les poucos filmes que con­segue mesclar o mun­do real com o mun­do imag­inário, cau­san­do aque­la sen­sação de famil­iari­dade e estran­hamen­to ao mes­mo tem­po, mis­tu­ra­do com fasci­nação. E qual o mel­hor tema, senão o mun­do dos sonhos/inconsciente, para abor­dar toda a cria­tivi­dade e ele­men­tos bizarros do ser humano?

    Dom Cobb (Leonar­do DiCaprio, com uma óti­ma atu­ação) é um espe­cial­ista na arte de roubar seg­re­dos durante o sono das pes­soas, quan­do a mente delas está em seu esta­do mais vul­neráv­el. Por usar sua habil­i­dade no mun­do da espi­onagem cor­po­ra­ti­va, se tornou um fugi­ti­vo inter­na­cional ten­do que deixar de lado as pes­soas que mais ama­va. É então ofer­e­ci­do a ele uma chance de voltar á vida nor­mal, mas para isso ele deve faz­er algo que é con­sid­er­a­do prati­ca­mente impos­sív­el: ao invés de roubar idéias de uma pes­soa, inserir uma nova.

    São poucos os filmes que após assistí-los, um novo mun­do se abre. A Origem tem o mes­mo efeito que lon­gas como: Matrix, Clube da Luta e Quero ser John Malkovich. Toda a história foi muito bem elab­o­ra­da e mon­ta­da com ele­men­tos muito inteligentes. É inter­es­sante notar que a própria lóg­i­ca de tem­po con­struí­da no enre­do, a respeito dos son­hos, se apli­ca muito bem a própria exper­iên­cia do filme. Assim como os papéis apre­sen­ta­dos (arquite­to, son­hador, pro­jeções) e o fator de estran­hamen­to (se é muito difer­ente do real, quem son­ha, sabe que algo está erra­do) são noções já muito bem con­heci­das neste mun­do cin­e­matográ­fi­co. Isso sem falar nos ele­men­tos como labir­in­tos e para­dox­os (como por exem­p­lo a recri­ação da esca­da infini­ta) que são apre­sen­ta­dos durante o longa.

    O dire­tor usou o mín­i­mo pos­sív­el de CGI (efeitos espe­ci­ais cri­a­dos pelo com­puta­dor), crian­do assim vários aparatos mecâni­cos para a via­bi­liza­ção dos efeitos dese­ja­dos. Dev­i­do a este moti­vo, a sen­sação de “real” que se tem ao ver A Origem é incrív­el, mes­mo nas cenas mais absur­das cri­adas por com­puta­dor. Out­ro efeito que ficou bem inter­es­sante foi o do “bul­let time”. Em vez de usá-lo ape­nas para cri­ar um visu­al mais impac­tante, havia toda uma lóg­i­ca matemáti­ca (o tem­po dos son­hos que citei aci­ma) por trás. O seu uso tam­bém acabou sendo mais artís­ti­co, assim como Lars Von Tri­er fez em Anti­cristo. Só os flash­backs, em cer­tos momen­tos, que achei desnecessários por serem “enfa­ti­zadores” e repet­i­tivos demais.

    Ape­sar de A Origem ser rel­a­ti­va­mente lon­go (148 min­u­tos), você não para nen­hu­ma vez para olhar o reló­gio de tão envol­vente que é a tra­ma. Nela percebe­mos vários ele­men­tos dos out­ros filmes do Christo­pher Nolan (Amnésia, O grande Truque, O Cav­aleiro das Trevas), mas em vez de ter feito ape­nas uma colagem, cada um foi apri­mora­do, de for­ma a se tornarem total­mente novos.

    A tril­ha sono­ra merece um destaque espe­cial, de tão mar­cante que foi o seu efeito. Pro­duzi­da por Hans Zim­mer, ela foi um catal­izador muito impor­tante para man­ter todo o cli­ma de ten­são e mis­tério (uma músi­ca em par­tic­u­lar lem­bra bas­tante a tril­ha de Ilha do Medo). O filme A Origem ter­mi­na e a tril­ha ain­da con­tin­ua tocan­do na sua cabeça que remete lev­e­mente á paranóia de Cobb.

    Assisti o filme no IMAX e digo: vale a pena! Depois de entrar nesse mun­do com uma qual­i­dade, sem falar no taman­ho, da imagem e som tão boa, você não vai quer­er tro­car a sen­sação des­ta exper­iên­cia por a de uma tela normal.

    A Origem é o tipo de filme que você, após assistí-lo, já quer vê-lo nova­mente, para ten­tar pegar mais detal­h­es e enten­der mais a tra­ma. Com certeza este vale uma ida dupla ao cin­e­ma. E como diria Mor­pheus: “Bem vin­do ao mun­do real dos sonhos!”.

    Antes de ver o filme, recomen­do a leitu­ra de uma intro­dução ao filme A Origem, cri­a­da em for­ma de HQ, para você já assi­s­tir o filme enten­do (e saben­do) de alguns detal­h­es inter­es­santes. Infe­liz­mente ela só está disponív­el em inglês.

    Para quem já viu o filme: você não acha que se jun­tar a ideia dele com o con­ceito de “son­hos lúci­dos” não pode­ria resul­tar em algo muito interessante?

    Out­ra críti­cas interessantes:

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=PPuBaLdsVUQ

  • Crítica: Shrek para Sempre

    Crítica: Shrek para Sempre

    Shrek para Sempre

    Depois de casa­do e pai de três fil­hos, Shrek começa a sen­tir como sua vida mudou. Cansa­do da roti­na a qual se sub­me­teu, não con­seguin­do faz­er mais as coisas que gos­ta e sentin­do fal­ta de ser ater­ror­izante, ele decide tomar uma ati­tude em que poderá mudar para sem­pre a vida de todos. Este é Shrek Para Sem­pre (Shrek For­ev­er After, EUA, 2010), o últi­mo filme da famosa série da Dream­works, dirigi­do des­ta vez por Mike Mitchell, com roteiro de Josh Klaus­ner e Dar­ren Lemke.

    Des­ta vez os per­son­agens estão difer­entes do que esta­mos acos­tu­ma­dos, trazen­do uma cer­ta sur­pre­sa a mais e ren­den­do boas risadas. Assim como acon­te­ceu no primeiro Shrek, o gato de botas con­seguiu nova­mente roubar a cena, com uma toma­da de “apre­sen­tação” total­mente inesquecív­el. Isso sem falar no vilão do filme, que con­segue pas­sar ao mes­mo tem­po uma sen­sação de ater­ror­izante e super frágil (não seria na ver­dade todo vilão assim?), sendo muito car­i­ca­to e mar­cante. Ape­sar de ter algu­mas piadas muito boas, ele não con­segue pro­duzir tan­tas gar­gal­hadas como, por exem­p­lo o Toy Sto­ry 3. Mas isto sem­pre foi um dos grandes trun­fos da Pixar em relação aos seus concorrentes.

    Parece que a Dream­works decid­iu tam­bém adi­cionar umas cenas emo­cional­mente mais pesadas, o que acred­i­to ser um pon­to muito pos­i­ti­vo. As ani­mações mais main­stream estão, final­mente, começan­do a perce­ber que não pre­cisam ser sem­pre bonit­in­has para agradar ao públi­co em ger­al. Shrek Para Sem­pre pode­ria ter tido uma car­ga dramáti­ca bem mais inten­sa, mas não acon­te­ceu porque talvez teria fica­do pesa­do demais para grande parte do público.

    Difer­ente das out­ras ani­mações, esta uti­liza bas­tantes clos­es nos per­son­agens, exibindo a altís­si­ma qual­i­dade das tex­turas e detal­h­es em ger­al, que é de deixar qual­quer um de boca aber­ta. A cada filme, foi pos­sív­el notar uma con­sid­eráv­el aper­feiçoarão no visu­al dos per­son­agens. Mas acred­i­to que ago­ra em Shrek Para Sem­pre se chegou ao ápice.

    Se você pud­er, veja este filme no IMAX, pois é uma exper­iên­cia que vale a pena. Shrek Para Sem­pre con­seguiu usar bem o poten­cial do cin­e­ma 3D, e vê-lo em uma tela tão grande causa lit­eral­mente a sen­sação de que você está den­tro do filme e pode sen­tir a tex­tu­ra de cada per­son­agem. Falan­do em sen­sações, será que o cin­e­ma com cheiros um dia irá virar real­i­dade? Se bem ten­ho min­has dúvi­das se seria muito agradáv­el sen­tir o cheiro do lugar onde o Shrek mora.

    Difer­ente das out­ras duas sequên­cias, prin­ci­pal­mente do últi­mo Shrek 3, este con­seguiu res­gatar o encan­to e a magia que esta­va se per­den­do a cada novo filme. Se às vezes parece que Shrek Para Sem­pre é lit­eral­mente um capí­tu­lo final para se red­imir de fal­has pas­sadas, ele con­seguiu (mes­mo o trail­er dan­do a impressão que é meia boca). Com uma história bem embasa­da, jun­tos com os típi­cos ele­men­tos de con­to de fadas (amor úni­co, felizes para sem­pre, …, …), o filme é diver­são garan­ti­da. E quem con­hece as histórias da qual são tiradas os per­son­agens, irá aproveitar muito mais o filme e suas piadas, às vezes, bem singelas.

    Nos crédi­tos de Shrek Para Sem­pre é pos­sív­el ver os per­son­agens de todas as histórias, na maio­r­ia das vezes em sua cena mais mar­cante, como uma grande des­pe­di­da de cada um deles. Vale a pena ver até o final.

    Out­ra críti­cas interessantes:

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=TlRgGvROYOM