Crítica: Resident Evil 4: Recomeço

Ape­sar da fran­quia para o cin­e­ma não ter agrada­do muito os fãs do jogo, Res­i­dent Evil 4: Recomeço (Res­i­dent Evil: After­life, EUA/Alemanha/Inglaterra, 2010), de Paul W.S. Ander­son (que foi dire­tor do primeiro e pro­du­tor dos dois out­ros), investe pesa­do nos efeitos espe­ci­ais e refer­ên­cias ao orig­i­nal para final­mente con­seguir agradar aos jogadores e, por que não, ao públi­co que tam­bém gos­tou dos out­ros filmes.

Nes­ta sequên­cia, Alice (Mil­la Jovovich) vol­ta a ter os poderes de um humano nor­mal (o que é ques­tionáv­el pois ela con­tin­ua sendo um “super humana” em muitos sen­ti­dos) e con­tin­ua a sua bus­ca por out­ras pes­soas não infec­tadas pelo vírus. Ao chegar em uma cidade onde suposta­mente está livre da infecção, reen­con­tra ami­gos e novo ali­a­dos para lhe aju­dar na sua vin­gança con­tra a empre­sa respon­sáv­el por toda esta catástrofe, a Umbrella.

Não é necessário ter vis­to os out­ros filmes da série para con­seguir acom­pan­har Res­i­dent Evil 4: Recomeço, pois o necessário para enten­der a tra­ma é expli­ca­do durante o lon­ga, ape­sar de que alguns ele­men­tos gan­ham mais sig­nifi­ca­do para quem já viu os out­ros. Alias, o roteiro está bem longe de ser o pon­to forte do filme, os even­tos acon­te­cem quase que sem nen­hum pre­tex­to e os per­son­agens são muito pobres. Não há nen­hum apro­fun­da­men­to e desen­volvi­men­to de suas per­son­al­i­dades, e eles agem de maneira muito automáti­ca. Este vazio e automa­tismo pode ser meio inco­mo­do para algu­mas pes­soas que estão procu­ran­do algo além da ação. Mas de cer­ta for­ma, é jus­ta­mente eles que trazem o lon­ga mais per­to dos jogos (basea­do na min­ha exper­iên­cia pes­soal), prin­ci­pal­mente pela lim­i­tação de se cri­ar expressões faci­ais, movi­men­tos e com­por­ta­men­to mais com­plex­os (o que está grad­ual­mente mudan­do com os avanços tecnológicos).

Para quem não teve muito con­ta­to, ou nen­hum (que é meu caso), com o jogo, vai sen­tir que muitas vezes está per­den­do algu­ma coisa, pois Res­i­dent Evil 4: Recomeço é cheio de refer­ên­cias á per­son­agens e situ­ações do jogo. O rit­mo do lon­ga é bas­tante de videogame, onde muitas coisas vão acon­te­cen­do, as vezes sem muito propósi­to, ape­nas para traz­er mais ação. A con­dução da história tam­bém segue o mes­mo esti­lo, mas acred­i­to que este esti­lo fun­ciona mel­hor nos jogos do que na tela do cin­e­ma, pois no lon­ga muitas das expli­cações pare­cem care­cer de entu­si­as­mo para se ter con­hec­i­men­to das respostas.

Um dos pon­tos fortes do Res­i­dent Evil: Recomeço é a sua tril­ha sono­ra, que mis­tu­ra bas­tante ele­men­tos eletrôni­cos, com um rit­mo mais acel­er­a­do, sendo um óti­mo acom­pan­hamen­to den­tro e fora do filme. Pena que a músi­ca usa­da nos crédi­tos, e no trail­er, não está na tril­ha ofi­cial. Para quem gos­tou, o seu títu­lo é “The out­sider” da ban­da “A Per­fect Cir­cle”. Tam­bém, não pos­so deixar de citar a atu­ação da Mil­la Jovovich, que esta cada vez mais con­fortáv­el no papel, sendo bem con­vin­cente, e é um dos grandes atra­tivos do filme.

E final­mente cheg­amos ao ápice do filme: os efeitos espe­ci­ais. Usan­do e abu­san­do de movi­men­to de câmeras e do bul­let time, temos tomadas muito boas de ação, tan­to em qual­i­dade como em pro­dução, imi­tan­do per­feita­mente os efeitos já onipresentes em muitos jogos do esti­lo. Sem falar tam­bém uma refer­ên­cia clara ao Matrix Rev­o­lu­tions, da famosa cena de luta final na chu­va, só que ago­ra em um ban­heiro (será que foi uma pia­da inten­cional?). É inter­es­sante perce­ber que ini­cial­mente foram os jogos que copi­aram os filmes e ago­ra o con­trário está acon­te­cen­do, não só em relação ao visu­al, mas no roteiro tam­bém. E até ago­ra, este foi o mel­hor lon­ga que soube usar os efeitos em 3D, por­tan­to, sem som­bra de dúvi­das, vale a pena ver Res­i­dent Evil: Recomeço em 3D, espe­cial­mente se for no IMAX.

Se você não está pre­ocu­pa­do com um roteiro elab­o­ra­do, quer ação e muitos efeitos espe­ci­ais, com certeza vale o ingres­so para o Res­i­dent Evil: Recomeço. Acred­i­to tam­bém que os fãs do jogo não ficarão decep­ciona­dos. Falan­do neles, gostaria de saber a opinião de quem já jogou um dos jogos, a respeito deste últi­mo filme. O que vocês acharam?

Quan­do o filme acabar, há ain­da uma cena extra após os crédi­tos, que vale a pena esperar.

Quer assi­s­tir Res­i­dent Evil 4: Recomeço de graça? Então par­ticipe da Pro­moção Res­i­dent Evil 4: Recomeço e con­cor­ra a con­vites para ver o filme em todo o Brasil.

Out­ra críti­cas interessantes:

Trail­er:

httpv://www.youtube.com/watch?v=slnfP3p-y0c

Comments

6 responses to “Crítica: Resident Evil 4: Recomeço”

  1. Paulo CW Avatar
    Paulo CW

    A cena que você diz ser uma refer­ên­cia clara ao Matrix Rev­o­lu­tions na ver­dade não é. Aque­les efeitos acon­te­cem no jogo, por tan­to, a cena pode até lem­brar Matrix, mas não pas­sa de mais um ele­men­to da fran­quia dos games. ;P

    1. Sephiroth Avatar
      Sephiroth

      Só pra reforçar o comentário,Matrix cópi­ou MIB Home­ns de Pre­to na questão dos pal­i­tos pre­tos e cópi­ou o efeito das balas do filme O Ati­rador com o ator Tom Berenger,lógico que os efeitos são lim­i­ta­dos pois o filmes é do ano de 1993.

  2. Adones Rocha Avatar

    Eu não assisti o filme ain­da, mas joguei todos os jogos. Aque­le vilão que aparece no trail­er com um macha­do, é o meu vilão favorito do Code Veron­i­ca, não vejo a hora de ver ele no filme. Daniel você pode me falar sobre essa tal “câmera do James Cameron”.

  3. Paulo Gross Avatar
    Paulo Gross

    Li sua críti­ca e visão sobre o filme Res­i­dent Evil 4: Recomeço e não pude deixar e comentar.

    O filme está muito longe de se assemel­har ao jogos da série e con­cor­do que foi mal feito em muitos aspec­tos. Porém, ressalto que jogos imitarem filmes e filmes imitarem jogos é muito rel­a­ti­vo. Dis­cor­do ple­na­mente que jogos pos­suem pés­si­mas histórias, per­son­al­i­dades pouco desen­volvi­das e roteiros ruins, pos­so citar muitos exem­p­los que provam o con­trário: Res­i­dent Evil (não todos), God of War, Tomb Raider (não todos) e até Final Fan­ta­sy (não todos). Quem jogou sabe do que estou falan­do. Os jogos cita­dos são cria­tivos e bem orig­i­nais não pos­suin­do algu­ma semel­hança com filmes. Con­cor­do que o filme ten­ha ele­men­tos de ação muito força­dos e cenas a beira do ridícu­lo e ques­tionáveis den­tro da própria real­i­dad­ede do filme o que car­ac­ter­i­za um amadoris­mo na sua exe­cução e plane­ja­men­to. Exem­p­los: o fato do Wesker tirar uma seringua já “arma­da” do nada (além do mais a Alice pode­ria par­al­izá-lo com a mente e exp­plodir sua cabeça antes), a que­da do avião no iní­cio com Wesker e Alice (improváv­el sua sobre­vivên­cia) além do mais improváv­el de ocor­rer se con­sid­er­a­da a alta tec­nolo­gia que o filme abor­da (quedas de aviões em mor­ros, só no Brasil mes­mo), quan­do o Alice pousa no alto pré­dio e o Luther (Boris Kodjoe)pula e segu­ra pela cau­da do avião, quan­do o Axe­man mata o estag­iário (engraça­do que seu taman­ho e machadão não viram barul­ho algum e surgiu do nada), se a Alice perdeu seus poderes porque ain­da con­tin­ua uma nin­ja entre out­ras situações.

  4. Alex Avatar
    Alex

    Um filme NUNCA, EU REPITO, NUNCA será uma cópia do jogo e das ani­mações em CG que apare­cem no mes­mo. Parem de recla­mar dis­so, pare­cem um ban­do de cri­ança. “Fulano não tem o cabe­lo do per­son­agem do jogo; fulana está com uma bota difer­ente da moça do jogo.” Isso é uma adap­tação e não uma cópia. Já joguei TODOS, TODOS os jogos da série, e mes­mo achan­do estran­ho o fato de incor­po­rarem uma nova per­son­agem na história (Alice) nun­ca deix­ei de ver os filmes e sem­pre me impolguei muito com os mes­mos, por ver cenas em que me lem­bra­va os jogos. Res­i­dent Evil 4: Recomeço é o mel­hor filme da série para aque­les que já jog­a­ram os jogos pois, pra quem percebe, remete a várias situ­ações clás­si­cas dos jogos de Res­i­dent Evil (como por exem­p­lo, em todo o final dos jogos, algo avisa de uma con­tagem regres­si­va para explodir tudo; o que é pre­sente no filme e faz lem­brar os fans destas cenas dos jogos). Os efeitos em 3D estão MARAVILHOSOS, cenas de ação muito boas e out­ras cenas que assus­tam. O filme pra mim (fan do jogo e tam­bém dos filmes) está espetac­u­lar, não tiro e nem colo­co. Gostei muito de terem con­ser­ta­do alguns erros dos out­ros filmes (não comentarei por ser spoil­er). E tam­bém amei a últi­ma cena após os crédi­tos, me deixan­do mais feliz ain­da de ver aque­le per­son­agem e tam­bém de saber que o próx­i­mo filme será feito, e eu, estarei lá, malu­co, piran­do e sur­tan­do pra ver.

  5. Diana Avatar
    Diana

    A Alice nao perde os poderes, quan­do pára no tem­po e tem muitas coisas no ar, vê-se que tem uma seringa que pos­sivel­mente deve con­ter o virus e que Alice foi con­t­a­m­i­na­da. Eu nun­ca vi nem joguei os jogos, mas a história dos filmes é real­mente fan­tás­ti­ca e eles nun­ca fal­hari­am um detal­he como esse.Vocês é que estão tão empen­hados em criticar que não reparam nos pormenores.…

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