Tag: bukowski

  • Bluebird

    Bluebird

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    Charles Bukows­ki não era ape­nas o vel­ho Buk, o vel­ho safa­do, con­sagra­do pela lit­er­atu­ra mar­gin­al amer­i­cana. O escritor era um grande poeta e essa seja talvez a sua fac­eta mais inter­es­sante, mais do que que suas épi­cas bebe­deiras, com mul­heres e cig­a­r­ros relatadas pelo seu alter ego Hen­ry Chi­nas­ki. O filó­so­fo Jean Paul-Sartre con­sid­er­a­va ele “o mel­hor poeta da Améri­ca” e, exagero ou não, os ver­sos abaixo de Pás­saro Azul mostram uma fac­eta sen­sív­el de Bukowski.

    Se você não con­hece a poe­sia do Vel­ho Buk, “O Passáro Azul” é um bom começo. A poe­sia do escritor retra­ta muitas das suas angús­tias exis­ten­ci­ais, sen­ti­men­tos sobre o amor e até críti­cas ao sis­tema literário.

    Já sur­gi­ram várias adap­tações nar­radas e ani­madas para esse poe­ma, mas uma das mais inter­es­santes é Blue­bird (2010), dos design­ers canadens­es Jen­nifer Griffthis e Cameron McK­ague, pro­duzi­do em con­jun­to com a Emi­ly Carr, uma Uni­ver­si­dade de Arte e Design do Canadá. O cur­ta é fil­ma­do em um úni­co plano sequên­cia, com vários ele­men­tos que uti­lizam a tipografia de maneira muito cria­ti­va para reme­ter à cul­tura cri­a­da em torno da figu­ra do escritor.

    há um pás­saro azul em meu peito que
    quer sair
    mas sou duro demais com ele,
    eu digo, fique aí, não deixarei
    que ninguém o veja.

    há um pás­saro azul em meu peito que
    quer sair
    mas eu despe­jo uísque sobre ele e inalo
    fumaça de cigarro
    e as putas e os aten­dentes dos bares
    e das mercearias
    nun­ca saberão que
    ele está
    lá dentro.

    há um pás­saro azul em meu peito que
    quer sair
    mas sou duro demais com ele,
    eu digo,
    fique aí, quer acabar
    comigo?
    quer foder com minha
    escrita?
    quer arru­inar a ven­da dos meus livros na
    Europa?

    há um pás­saro azul em meu peito que
    quer sair
    mas sou bas­tante esper­to, deixo que ele saia
    somente em algu­mas noites
    quan­do todos estão dormindo.
    eu digo, sei que você está aí,
    então não fique
    triste.

    depois o colo­co de vol­ta em seu lugar,
    mas ele ain­da can­ta um pouquinho
    lá den­tro, não deixo que morra
    completamente
    e nós dormi­mos juntos
    assim
    com nos­so pacto secreto
    e isto é bom o sufi­ciente para
    faz­er um homem
    chorar, mas eu não
    choro, e
    você?

    in Tex­tos auto­bi­ográ­fi­cos, de Charles Bukows­ki, pági­nas 478/9. Tradução de Pedro Gon­za­ga. Por­to Ale­gre, L&PM Edi­tores, 2009.

    http://www.youtube.com/watch?v=YLxuN7EbOBE

  • Porta Na Cara: Deixe o ego fora da sua história

    Porta Na Cara: Deixe o ego fora da sua história

    George Orwell, em um ensaio, disse que escrevia “Por puro egoís­mo. O dese­jo de ser engen­hoso, de ser comen­ta­do, de ser lem­bra­do após a morte (…)”. O lema dessa ger­ação da qual faço parte é escr­ev­er — ape­nas e somente — por puro egoís­mo. Cli­ma de tragédia.

    Ago­ra, as pes­soas que têm a sar­na de escr­ev­er livros, por Deus, livros sobre suas vidas vazias ain­da “verdes”, mes­mo quan­do são capazes de for­mar uma frase, nun­ca são inter­es­santes – na vida real ou em papel. Ao menos eu nun­ca vi. E aí você vê os livros delas entrarem em liq­uidação por R$ 9,90 e atra­van­car­em todos os sebos da cidade e pen­sa: pelo menos o públi­co não se deixa enga­nar tão fácil. Há doi­dos que escrevem coisas boas sobre suas vidas depois de algum tem­po, ou num inter­va­lo entre dois “aces­sos”, nun­ca durante a lou­cu­ra, e chegaram a best-sell­er. Cite­mos: Colette. José Mau­ro de Vas­con­cel­los. Não, não gos­to de Bukowski.”

    Tre­cho do tex­to da escrito­ra car­i­o­ca Simone Cam­pos para o Le Monde Diplo­ma­tique que dá uma ideia da situ­ação. Leiam.

    Deixe o ego fora da sua história. O ego não é a ver­dade” era o con­sel­ho do escritor Hubert Sel­by Jr. para os ini­ciantes. Acho que ain­da é váli­do nos dias de hoje. O mun­do não é feito a imagem e semel­hança dos seus escritores heróis. Vamos todos ago­ra pedir des­cul­pa ao tio Hen­ry Miller e ao tio Charles Bukows­ki. Que coisa feia vocês andam fazen­do em nome deles, meu deus.

    Se vai se aven­tu­rar a escr­ev­er ficção, é bom faz­er a lição de casa: con­hecer e respeitar os clás­si­cos, dis­cu­tir ideias, não tomar como ofen­sa pes­soal o fato de uma pes­soa não gostar dos autores que você apre­cia, saber ouvir críti­cas sobre o seu tex­to e o mais impor­tante: ter ideia que não existe O Seg­re­do para escrever. 

    È um tra­bal­ho difí­cil tan­to para um ini­ciante quan­to para um escritor com cer­ta noto­riedade. E tam­bém não espere recon­hec­i­men­to de ime­di­a­to. Se fiz­er um bom tra­bal­ho, as edi­toras irão entrar em con­ta­to com você, mas isso não impede que você pos­sa faz­er seu próprio mar­ket­ing.

    Gos­to bas­tante de ler ficção, mas não ten­ho pre­ten­sões literárias ou tal­en­to sufi­ciente para escr­ev­er um con­to sobre uma cri­ança triste ou um mon­u­men­tal romance de quin­hen­tas pági­nas sobre o dra­ma de um homem que é impe­di­do de se fan­tasiar de banana. E muito menos sobre min­ha própria vida. É bom ter limites.

    Con­fes­so que sin­to inve­ja de quem tem a habil­i­dade de cri­ar tra­mas, per­son­agens, sub­tex­to e o que mais se pre­cisa para escr­ev­er uma boa história, mas saber que você não leva jeito para coisa tam­bém é uma arte. Aceite.

    Pen­so estar evi­tan­do com a min­ha ati­tude a der­ruba­da de inocentes árvores e pre­venin­do futuras ger­ações de ter o desagradáv­el con­ta­to com uma obra literária de min­ha auto­ria. E tam­bém evi­tan­do a ver­gonha que seria de ter o maior encal­he de livros jamais vis­to na Améri­ca Latina.

    Bruno man­tém o tum­blr de entre­vis­tas Por­ta na Cara

  • Literatura: Geração Beat (Parte 1)

    Literatura: Geração Beat (Parte 1)

    Na déca­da de 80, os autores Bueno e Goés lançaram o livro O que é Ger­ação Beat pela edi­to­ra Brasiliense. Eles definem o esti­lo beat como “tex­tos em ação, prosa espon­tânea, fras­es do cor­po em movi­men­to, poe­sia brotan­do como visões do céu e do infer­no, lig­ação dire­ta da arte e da vida, da palavra e do cor­po”. Assim é a lit­er­atu­ra beat, palavras inten­sas que batem de frente com o con­formis­mo. Os beats cri­aram não só um novo mun­do literário, como mostraram aos leitores uma nova for­ma de vida, liber­dade e von­tade de mudança.

    Quan­do falam­os de Ger­ação Beat, três nomes são destaque: Jack Ker­ouac, William S. Bur­roughs e Allen Gins­berg. Ess­es foram os autores mais impor­tantes, con­sid­er­a­dos líderes da Ger­ação. Out­ros nomes impor­tantes são: Gre­go­ry Cor­so, Carl Solomon, Lawrence Fer­linghet­ti e outros.

    William S. Bur­roughs, ao con­trário de Ker­ouac, não uti­liza­va a prosa espon­tânea. Ele ficou con­heci­do como A Far­má­cia Ambu­lante da Ger­ação Beat, dev­i­do à grande quan­ti­dade de dro­gas que já havia con­sum­i­do até seus 30 anos de idade. Seu primeiro livro foi Junky, mas seu romance mais famoso é Almoço Nu. O próprio Bur­roughs disse em uma entre­vista à revista espan­ho­la Quimera que Almoço Nu foi escrito por insistên­cia de Ker­ouac: “Foi ele quem me ani­mou a escr­ev­er quan­do não me inter­es­sa­va real­mente fazê-lo. Mas quan­to à influên­cia, em nada me sin­to per­to dele”.

    Um fato curioso sobre a vida de Bur­roughs é que durante uma bebe­deira ele pediu que sua esposa colo­casse um copo em cima da cabeça para que ele pudesse ati­rar no mes­mo. O prob­le­ma é que ele errou o tiro, assassinando‑a. Ele tam­bém esteve no Ama­zonas na déca­da de 50 em bus­ca da yagé, que segun­do ele era a “dro­ga defin­i­ti­va”. Almoço Nu gan­hou uma adap­tação para o cin­e­ma e foi lança­do no Brasil sob o títu­lo Mis­térios e Paixões, com direção de David Cro­nen­berg.

    Quan­do trata­mos de poe­sia beat, temos óti­mos nomes, mas o mais con­heci­do é sem dúvi­da algu­ma, Allen Gins­berg. Seu poe­ma mais famoso chama-se Uivo. Esta obra pode ser con­sid­er­a­do “o cor­re­spon­dente poéti­co da prosa espon­tânea de Ker­ouac”. Sua poe­sia foi mar­ca­da por polêmi­cas, escri­ta em ape­nas uma tarde, ela nos mostra ima­gens sem sen­ti­do, nos reme­tendo tam­bém a Almoço Nu de Bur­roughs. Uma boa definição de Bueno e Góes para essa obra: “Marx trans­fig­u­ra­do na poe­sia deli­rante de Blake, rev­olução e visão, rev­e­lação e transformação”.

    Vários foram os escritores que influ­en­cia­ram os beats, como Ernest Hem­ing­way, Hen­ry Miller, Mark Twain, Jack Lon­don, Thomas Wolfe, Walt Whit­man, J. D. Salinger, entre out­ros. A Ger­ação Beat tam­bém deixou sua mar­ca, influ­en­cian­do Chuck Palah­niuk e Irvine Welsh, seja pela nar­ra­ti­va ráp­i­da ou pela escri­ta ino­vado­ra, que ver­sam sobre o non­sense e a liber­dade de expressão, sob todas as for­mas. No Brasil, alguns autores foram influ­en­ci­a­dos por eles, assim como Caio Fer­nan­do Abreu, Joca Rein­ers Ter­ron, Jorge Maut­ner e José Agrip­pino de Paula.

    Muito se fala da relação de Charles Bukows­ki com os beats. Ape­sar de escr­ev­er na mes­ma época e ter con­ta­to com alguns deles, ele não se con­sid­er­a­va um. Ele é con­sid­er­a­do o últi­mo escritor maldito da Lit­er­atu­ra Norte-Amer­i­cano, uma espé­cie de beat hon­orário. Bukows­ki tam­bém não tin­ha boas impressões de Bur­roughs, como nar­ra a citação: “Ape­sar de tudo, ver­dade ou não, Bur­roughs é um escritor muito cha­to e, sem a insistên­cia do pop instruí­do na sua bagagem literária, ele seria quase nada, (…)”.

    On the road foi escrito à maneira de Ker­ouac, sem vír­gu­las, sem trav­es­sões, tudo de acor­do com a veloci­dade de seus pen­sa­men­tos. Assim é o man­u­scrito orig­i­nal. Para Ker­ouac, as vír­gu­las eram inúteis e os pará­grafos pausavam a leitu­ra de for­ma errônea. Ker­ouac cos­tu­ma­va escr­ev­er suas obras em pou­cas noites. Para alguns escritores isso era um fato bas­tante ino­vador, enquan­to que para out­ros, tal como Tru­man Capote, a escri­ta era um “mero ajun­ta­men­to de palavras sem nen­hum val­or literário”. Jack Ker­ouac foi sem dúvi­da algu­ma o prin­ci­pal escritor da Ger­ação, o seu acla­ma­do On the road foi para Ger­ação Beat o que O sol tam­bém se lev­an­ta de Hem­ing­way foi para a chama­da Ger­ação Per­di­da. O livro é con­heci­do como “a bíblia da ger­ação beat”. Tudo que os beats vivi­am e eram está per­son­ifi­ca­do na obra. Allen Gins­berg aparece no livro como Car­lo Marx, Bur­roughs como Bull Lee e Neal Cas­sady, como Dean Moriarty.

    O enre­do con­siste basi­ca­mente numa ver­são literária da vida de Ker­ouac e dos beats. Ker­ouac aparece como Sal Par­adise, escritor que vive em bus­ca de novos sen­ti­dos para a sua vida. Cas­sady é Dean Mori­ar­ty, e jun­tos eles atrav­es­sam os EUA através da famosa Rota 66, que liga o leste e o oeste do país. Jun­tos, tam­bém chegam ao Méx­i­co. O livro nos traz sen­ti­men­tos, emoções, aven­turas, dro­gas, sexo, mul­heres e jazz. Todo o incon­formis­mo de Ker­ouac com o “son­ho amer­i­cano”. O país havia saí­do da Segun­da Guer­ra, a con­tra­cul­tura toma­va con­ta das ruas e da arte, e Ker­ouac não que­ria saber de nada daqui­lo, que­ria seu mun­do, sua liberdade.

    Os efeitos que On the Road cau­sou são muitos ao lon­go dos anos. Espec­u­la-se que Bob Dylan fugiu de casa depois de lê-lo, assim como Chrissie Hyn­den, dos Pre­tenders. O livro impul­sio­nou Beck a se tornar can­tor e Jim Mor­ri­son a fun­dar sua ban­da, The Doors. Mar­lon Brando mostrou inter­esse em inter­pre­tar Dean Mori­ar­ty no cin­e­ma, mas desis­tiu logo depois dizen­do que o per­son­agem era repet­i­ti­vo. Fran­cis Ford Cop­po­la deteve os dire­itos do filme até 2006, quan­do foi divul­ga­da uma nota dizen­do que Wal­ter Salles iria diri­gir a ver­são para o cin­e­ma. Gus van Sant e John­ny Depp tam­bém já demon­straram inter­esse na ver­são cin­e­matográ­fi­ca do livro.

  • Livro: Fugalaça — Mayra Dias Gomes

    Livro: Fugalaça — Mayra Dias Gomes

    Há qua­tro anos Mayra Dias Gomes lançou seu primeiro livro Fugalaça. Ela chamou mui­ta atenção da mídia, pois tin­ha ape­nas 17 anos na época. Sua idade ali­a­da ao fato de ser fil­ha do dra­matur­go Dias Gomes fiz­er­am com que seu ros­to estam­passe diver­sos jor­nais e sites de notícias.

    Seria injus­to diz­er que Mayra escreve mal. Ela con­segue pren­der a atenção do leitor logo nas primeiras pági­nas e cria algu­mas metá­foras inter­es­santes, mas infe­liz­mente é só isso. Deu-se muito crédi­to a sua obra pelo fato de ela ser tão nova, mas isso acabou se tor­nan­do um prob­le­ma. Não há iden­ti­dade e maturi­dade na obra, o tom con­fes­sion­al do livro se assemel­ha a um diário, não a uma obra literária.

    Em diver­sas entre­vis­tas Mayra disse que Fugalaça era parte auto­bi­ográ­fi­co e parte fic­cional. Seu alterego, Satine, nos con­ta sua relação com sexo, dro­gas, músi­ca e rela­ciona­men­tos. Satine é a típi­ca “pobre meni­na rica”, aque­la que pos­sui din­heiro e diver­sas opor­tu­nidades boas, mas pref­ere rene­gar tudo e se afun­dar cada vez mais em suas ati­tudes autodestrutivas.

    Assim como Mayra, Satine perdeu seu pai aos 11 anos de idade num aci­dente de car­ro. Ela diz: “Min­ha alma gêmea esta­va mor­ta antes de chegar min­ha ado­lescên­cia, quan­do eu mais pre­cis­aria de sua pre­sença e des­fru­taria seu con­hec­i­men­to. Quan­do eu nun­ca teria me envolvi­do em rela­ciona­men­tos autode­stru­tivos, larga­do os estu­dos e me tor­na­do uma víti­ma da noite”. É injus­to usar a morte de seu pai como des­cul­pa para seus erros. Assim, Satine é uma jovem rica e ente­di­a­da, e ten­ta ensi­nar ao leitor o que é um straight edge e o que pre­ga o espiritismo. A escrito­ra se con­funde entre ensi­na­men­tos e aca­ba insul­tan­do a inteligên­cia do leitor.

    Impos­sív­el não lem­brar da escri­ta de Loli­ta Pille, auto­ra de Hell e Bub­ble Gum, ao ler Fugalaça. Mayra descreve a elite do Rio de Janeiro, que usa o din­heiro de sua família para com­prar dro­gas e faz­er via­gens. Pille fez a mes­ma coisa, mas com a juven­tude de Paris. Mayra con­ta a relação de Satine com as dro­gas num tom à la Chris­tiane F. São muitas refer­ên­cias e pou­ca identidade.

    Em algu­mas entre­vis­tas Mayra fala de seu pai como um rebelde e figu­ra polêmi­ca, e que ele se sen­tiria orgul­hoso da escri­ta dela. Mas quais a semel­hanças de sua escri­ta com a do pai? Dias Gomes escreveu nov­e­las de imen­so suces­so, inclu­sive Roque San­teiro que foi cen­sura­da. O que é ser polêmi­co nos dias de hoje? A escri­ta de Mayra não rev­ela nen­hum tabu, tra­ta de assun­tos já dis­cu­ti­dos exaus­ti­va­mente na lit­er­atu­ra. Ela fala de sexo, dro­gas e amores efêmeros e vale lem­brar que Bukows­ki já fez isso de for­ma magistral.

    Recen­te­mente Mayra voltou a ser destaque na mídia, pois posou nua para a revista Sexy. Ela mes­ma disse que o ensaio foi basea­do no lema On the road e que o mes­mo era de muito bom gos­to. Ironi­ca­mente, em seu livro Fugalaça ela nos diz: “Era um pal­co baixo e pequeno e em cima dele havia stand-ups de muito mau gos­to de popozu­das da revista Sexy”. Quem diria que um dia seria ela uma popozu­da da Sexy?