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  • Crítica: TED

    Crítica: TED

    Quan­do cri­ança, John (Mark Wahlberg) não tin­ha muitos ami­gos e se sen­tia um estran­ho em relação às out­ras cri­anças, até que no Natal de 1985 ele gan­ha no Natal o clás­si­co ursin­ho Ted­dy. Quan­tas cri­anças não tiver­am um dess­es nes­sa época? Mas com John foi difer­ente, numa noite ele faz um pedi­do para que seu novo ami­go fos­se um “ami­go de ver­dade” e Ted sim­ples­mente gan­ha vida. Com uma intro­dução nar­ra­da em tom de fábu­la, a comé­dia de humor negro Ted (Ted, EUA, 2012), dirigi­da por Seth Mac­Far­lane, con­ta a história desse meni­no e seu urso, que acabam crescen­do jun­tos. Mas aos 35 anos, John se vê em um dile­ma, enquan­to seu ursin­ho gos­ta de levar uma vida boêmia e desregra­da, cheia de dro­gas e álcool, sua namora­da Lori (Mila Kunis), dese­ja um rela­ciona­men­to mais adul­to e sério com ele, sem a má influên­cia do seu amigu­in­ho nada comum.

    Ted é uma típi­ca comé­dia amer­i­cana, só que fei­ta para agradar prin­ci­pal­mente a ger­ação dos anos 80, cujas piadas vão faz­er mais sen­ti­do, e os fãs de humor nada politi­ca­mente cor­re­to. O dire­tor Seth Mac­Far­lane é mais con­heci­do por ter cri­a­do as séries ani­madas Fam­i­ly Guy e Amer­i­can Dad, que sat­i­rizam a fun­do a cul­tura amer­i­cana. Neste seu primeiro lon­ga, Seth tam­bém faz a dubla­gen do ursin­ho Ted, inclu­sive fazen­do uma brin­cadeira no meio do filme sobre sua voz ser igual a do Peter Grif­fin, per­son­agem prin­ci­pal do Fam­i­ly Guy, que tam­bém é dubla­do por ele.

    É quase impos­sív­el não gar­gal­har com a chu­va de clichês lança­dos pelos diál­o­gos entre John e Ted, que man­tém vivos muitos dos seus gos­tos de cri­ança. O lon­ga é reple­to de refer­ên­cias sendo ati­radas por todos os lados, onde nada pas­sa impune pela boca nada-politi­ca­mente-cor­re­ta do pequeno Ted, que em cer­to momen­to brin­ca que quan­do famoso fora con­fun­di­do com o Alf — o E.Teimoso, além de citar Star Wars, Top Gun e claro, Flash Gor­don, o grande vício dos dois per­son­agens. Além dis­so, o filme segue o mes­mo esti­lo de Fam­i­ly Guy, onde os per­son­agens vai e vem inter­agem com cele­bri­dades do mun­do real, pare­ci­do com o que tam­bém acon­tece nos filmes do Sacha Baron Cohen (O Dita­dor, Bruno e Borat), seguin­do inclu­sive o mes­mo humor ácido.

    O lon­ga acabou viran­do meme nas redes soci­ais por con­ta do dep­uta­do Pro­tó­genes Queiroz ter se queix­a­do no twit­ter dizen­do que lev­ou seu fil­ho de 11 anos ao cin­e­ma e ter assis­ti­do a uma infâmia. Ape­sar de ter um urso fofo como um dos pro­tag­o­nistas, não há engano de que o filme não é para cri­anças, o trail­er e o car­taz veic­u­la­do do mes­mo deixa isso bem claro. Mas mes­mo assim, casos pare­ci­dos ain­da se repe­ti­ram várias vezes. Ver a clas­si­fi­cação indica­ti­va parece que anda meio em falta…

    Ted é imperdív­el para quem ado­ra se diver­tir com piadas de humor negro e está cansa­do de filmes bonit­in­hos e politi­ca­mente cor­re­tos. E o nív­el de diver­são aumen­ta ain­da mais se você tam­bém acom­pan­hou séries como Flash Gor­don e pas­sou uma infân­cia agi­ta­da nos anos 80.

    Con­fi­ra o trail­er de Ted abaixo:
    httpv://www.youtube.com/watch?v=ayiOcR4nEnI

  • Crítica: Kick-Ass — Quebrando Tudo

    Crítica: Kick-Ass — Quebrando Tudo

    Kick-Ass - Quebrando Tudo

    Muito se está falan­do que Kick-Ass — Que­bran­do Tudo (Kick-Ass, EUA/Reino Unido, 2010), Matthew Vaughn, é a grande novi­dade, o últi­mo “como é que eu nun­ca pen­sei nis­so antes?”, mas infe­liz­mente ele está longe de ser isso. Ape­sar de abor­dar vários temas bem inter­es­santes, o faz de maneira bem super­fi­cial e, de cer­ta for­ma, ado­les­cente demais.

    Dave Lizews­ki (Aaron John­son) é um típi­co nerd: sem grandes aptidões físi­cas, nada pop­u­lar na esco­la e vici­a­do em pornografia (para os “politi­ca­mente incor­re­tos”: pun­heteiro) e quadrin­hos. Um dia, con­ver­san­do com seus ami­gos diz: “Por que é nor­mal as pes­soas quer­erem ser uma Paris Hilton e não um Homem Aran­ha? Por que nun­ca ninguém pen­sou em vestir um uni­forme e sair pelas ruas ten­tan­do sal­var o mun­do?”.

    Ini­cial­mente a jor­na­da é muito pare­ci­da, às vezes até idên­ti­ca, com a de Peter Park­er em Homem Aran­ha, do heroi ini­ciante que vai apren­den­do em cima de seus fra­cas­sos e lim­i­tações, com dire­ito até de uma “Mary Jane” para impres­sion­ar. Só que des­ta vez sem a mor­di­da da aran­ha mutante. Tam­bém é impos­sív­el não com­pará-lo com Watch­men, de Zack Sny­der, que pos­sui a mes­ma pre­mis­sa de super heróis sem poderes espe­ci­ais, mas com uma com­plex­i­dade de per­son­agens e um ques­tion­a­men­to pro­fun­do da moral e da sociedade que são abor­da­dos aqui muito super­fi­cial­mente. Assim como os dois casos aci­ma, Kick-Ass — Que­bran­do Tudo tam­bém foi basea­do em uma HQ, neste caso de Mark Mil­lar e John Romi­ta Jr. que foi lança­da aqui no Brasil pela Edi­to­ra Panini.

    Kick-Ass — Que­bran­do Tudo vai por uma ver­tente muito mais de entreten­i­men­to do que pela bus­ca da real­i­dade. Se você procu­ra algo mais real, sugiro assi­s­tir Mirage­man, de Ernesto Díaz Espinoza, que retra­ta um super herói lati­no, que tam­bém não pos­sui nen­hum poder e luta ape­nas com seus con­hec­i­men­tos, e muito treino, de artes mar­ci­ais. Não sei se é coin­cidên­cia, mas ambos os filmes têm vários ele­men­tos em comum e alguns tão pare­ci­dos que chega até a inco­modar. Aliás, dá para falar um monte de várias coisas que estão sendo vis­tas como novi­dades aqui, mas que já foram usadas (e muito) em vários out­ros longas.

    Ain­da não li o quadrin­ho, mas pelo que eu pude acom­pan­har de out­ras pes­soas que já ler­am, várias momen­tos que trazi­am grandes ápices na história foram total­mente reti­ra­dos no filme. Além de trans­for­má-lo em algo muito mais cool, e con­sumív­el, do que real­mente é. Mas uma impressão que ficou é que muitas tomadas de Kick-Ass — Que­bran­do Tudo pare­ci­am que se fos­sem vis­tas em uma HQ iri­am fun­cionar per­feita­mente, mas que no lon­ga acabaram fican­do vazias.

    Difer­ente­mente de vários out­ros filmes do mes­mo gênero, Kick-Ass — Que­bran­do Tudo não se intim­i­da em mostrar toda sua vio­lên­cia e palavrões que tem como per­son­agem mais san­guinário, e que acabou gan­han­do o maior destaque é Hit Girl (Chloe Moretz), uma meni­na de ape­nas 11 anos. Acom­pan­ha­da sem­pre pelo seu pai Big Dad­dy (Nico­las Cage), que de cer­ta for­ma é uma sáti­ra do Bat­man, que já são dois super hero­is ini­ci­a­dos, que acabam aju­dan­do Kick-ass em sua jor­na­da. Dev­i­do prin­ci­pal­mente à ess­es ele­men­tos mais fortes Matthew Vaughn teve que ban­car todo o orça­men­to pois nen­hum grande estú­dio quis inve­stir no filme.

    Kick-Ass — Que­bran­do Tudo é um óti­mo cin­e­ma pipoca para quem gos­ta de mui­ta ação e vio­lên­cia explíci­ta, não se pre­ocu­pan­do com o que é ou não é politi­ca­mente cor­re­to. Mas para quem quer algo a mais, ele deixa a desejar.

    Out­ra críti­cas interessantes:

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=dLvheMk0Rc8