Crítica: Kick-Ass — Quebrando Tudo

Kick-Ass - Quebrando Tudo

Muito se está falan­do que Kick-Ass — Que­bran­do Tudo (Kick-Ass, EUA/Reino Unido, 2010), Matthew Vaughn, é a grande novi­dade, o últi­mo “como é que eu nun­ca pen­sei nis­so antes?”, mas infe­liz­mente ele está longe de ser isso. Ape­sar de abor­dar vários temas bem inter­es­santes, o faz de maneira bem super­fi­cial e, de cer­ta for­ma, ado­les­cente demais.

Dave Lizews­ki (Aaron John­son) é um típi­co nerd: sem grandes aptidões físi­cas, nada pop­u­lar na esco­la e vici­a­do em pornografia (para os “politi­ca­mente incor­re­tos”: pun­heteiro) e quadrin­hos. Um dia, con­ver­san­do com seus ami­gos diz: “Por que é nor­mal as pes­soas quer­erem ser uma Paris Hilton e não um Homem Aran­ha? Por que nun­ca ninguém pen­sou em vestir um uni­forme e sair pelas ruas ten­tan­do sal­var o mun­do?”.

Ini­cial­mente a jor­na­da é muito pare­ci­da, às vezes até idên­ti­ca, com a de Peter Park­er em Homem Aran­ha, do heroi ini­ciante que vai apren­den­do em cima de seus fra­cas­sos e lim­i­tações, com dire­ito até de uma “Mary Jane” para impres­sion­ar. Só que des­ta vez sem a mor­di­da da aran­ha mutante. Tam­bém é impos­sív­el não com­pará-lo com Watch­men, de Zack Sny­der, que pos­sui a mes­ma pre­mis­sa de super heróis sem poderes espe­ci­ais, mas com uma com­plex­i­dade de per­son­agens e um ques­tion­a­men­to pro­fun­do da moral e da sociedade que são abor­da­dos aqui muito super­fi­cial­mente. Assim como os dois casos aci­ma, Kick-Ass — Que­bran­do Tudo tam­bém foi basea­do em uma HQ, neste caso de Mark Mil­lar e John Romi­ta Jr. que foi lança­da aqui no Brasil pela Edi­to­ra Panini.

Kick-Ass — Que­bran­do Tudo vai por uma ver­tente muito mais de entreten­i­men­to do que pela bus­ca da real­i­dade. Se você procu­ra algo mais real, sugiro assi­s­tir Mirage­man, de Ernesto Díaz Espinoza, que retra­ta um super herói lati­no, que tam­bém não pos­sui nen­hum poder e luta ape­nas com seus con­hec­i­men­tos, e muito treino, de artes mar­ci­ais. Não sei se é coin­cidên­cia, mas ambos os filmes têm vários ele­men­tos em comum e alguns tão pare­ci­dos que chega até a inco­modar. Aliás, dá para falar um monte de várias coisas que estão sendo vis­tas como novi­dades aqui, mas que já foram usadas (e muito) em vários out­ros longas.

Ain­da não li o quadrin­ho, mas pelo que eu pude acom­pan­har de out­ras pes­soas que já ler­am, várias momen­tos que trazi­am grandes ápices na história foram total­mente reti­ra­dos no filme. Além de trans­for­má-lo em algo muito mais cool, e con­sumív­el, do que real­mente é. Mas uma impressão que ficou é que muitas tomadas de Kick-Ass — Que­bran­do Tudo pare­ci­am que se fos­sem vis­tas em uma HQ iri­am fun­cionar per­feita­mente, mas que no lon­ga acabaram fican­do vazias.

Difer­ente­mente de vários out­ros filmes do mes­mo gênero, Kick-Ass — Que­bran­do Tudo não se intim­i­da em mostrar toda sua vio­lên­cia e palavrões que tem como per­son­agem mais san­guinário, e que acabou gan­han­do o maior destaque é Hit Girl (Chloe Moretz), uma meni­na de ape­nas 11 anos. Acom­pan­ha­da sem­pre pelo seu pai Big Dad­dy (Nico­las Cage), que de cer­ta for­ma é uma sáti­ra do Bat­man, que já são dois super hero­is ini­ci­a­dos, que acabam aju­dan­do Kick-ass em sua jor­na­da. Dev­i­do prin­ci­pal­mente à ess­es ele­men­tos mais fortes Matthew Vaughn teve que ban­car todo o orça­men­to pois nen­hum grande estú­dio quis inve­stir no filme.

Kick-Ass — Que­bran­do Tudo é um óti­mo cin­e­ma pipoca para quem gos­ta de mui­ta ação e vio­lên­cia explíci­ta, não se pre­ocu­pan­do com o que é ou não é politi­ca­mente cor­re­to. Mas para quem quer algo a mais, ele deixa a desejar.

Out­ra críti­cas interessantes:

Trail­er:

httpv://www.youtube.com/watch?v=dLvheMk0Rc8


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Dossiê Daniel Piza
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