Tag: humor

  • Lapsus

    Lapsus

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    Com um desen­ho min­i­mal­ista e um óti­mo sen­so de humor, a ani­mação Lap­sus (2007), do argenti­no Juan Pablo Zaramel­la, con­ta a diver­ti­da história de uma freira que decide se aven­tu­rar no seu lado negro.

    Uti­lizan­do somente o con­traste do bran­co com o pre­to, Zaramel­la explo­ra não só as ideias e con­ceitos por trás dessas cores, mas tam­bém brin­ca com as várias posi­bil­i­dades grá­fi­cas das for­mas uti­lizadas no desen­ho quan­do a cor do fun­do é inver­ti­da. O cur­ta fica ain­da mais engraça­da pois as úni­cas pal­abras que a freira con­segue falar são “Oh my God!”, que em por­tuguês seria algo como “Ai meu Deus!”, inde­pen­dente da situ­ação em que ela está.

    O animador Juan Pablo Zaramella
    O ani­mador Juan Pablo Zaramella

    A ani­mação Lap­sus foi vence­do­ra de mel­hor cur­ta do Ani­ma Mun­di São Paulo 2007 e gan­hou prêmios nos fes­ti­vais de Hiroshi­ma, Annecy e Sun­dance. O dire­tor tam­bém foi pre­mi­a­do em vários out­ros fes­ti­vais, com ani­mações como a “El Desafio a la Muerte“, “Via­je a Marte”, “Sex­teens” e “Lumi­naris”. Além dis­so, ele pos­sui em seu port­fo­lio exce­lentes cur­tas para com­er­ci­ais de mar­cas como: Pepi­tos, Plan Rom­bo, Knorr e Amer­i­can Express.

    Juan Pablo Zaramel­la é for­ma­do pelo Insti­tu­to de Arte Cin­e­matografi­co de Avel­lane­da, na Argenti­na, como Dire­tor de Ani­mação, tra­bal­ha atual­mente como ani­mador inde­pen­dente, escreven­do, dirigin­do e ani­man­do cur­tas. Começou a desen­har quan­do tin­ha somente três anos de idade e aos oito já estu­da­va desen­ho e fazia flip­books. Este ano, tam­bém foi o respon­sáv­el pela cri­ação da iden­ti­dade visu­al do Ani­ma Mun­di 2013, fes­ti­val que par­tic­i­pa com seus cur­tas des­de 2002 e através do qual seu tra­bal­ho é muito divul­ga­do aqui no Brasil.

    Assista o cur­ta com­ple­to abaixo:

    O dire­tor tam­bém fez um diver­tido “Por trás das cam­eras”, com cenas exclu­si­vas, ima­gens dos basti­dores e uma entre­vista polêmica.

  • Crítica: Amor à Distância

    Crítica: Amor à Distância

    amor a distancia

    Man­ter um rela­ciona­men­to à dis­tân­cia não é algo fácil e Amor à Dis­tân­cia (Going the Dis­tance, EUA, 2010), uma comé­dia român­ti­ca dirigi­da por Nanette Burstein, tra­ta jus­ta­mente das difi­cul­dades, paranóias e dos bons momen­tos deste tipo de relação.

    Gar­rett (Justin Long) acabou de levar um fora de sua namora­da e vai ao bar afog­ar suas mágoas jun­to com os ami­gos. Lá con­hece Erin (Drew Bar­ry­more), uma mul­her com quem com­par­til­ha cer­tas afinidades, e ela aca­ba indo para casa dele no final da noita­da. No dia seguinte temos a típi­ca situ­ação do “e ago­ra, o que eu faço?” com os dois, durante o café da man­hã, afir­man­do que não querem nada sério, prin­ci­pal­mente pelo fato de que Erin vai mudar de cidade em seis meses. Mas eles acabam se ven­do com bas­tante fre­quên­cia e uma paixão se ini­cia. Quan­do final­mente chega a hora de ela ir emb­o­ra, deci­dem que vão ten­tar man­ter a relação ape­sar da distância.

    Quem já namorou à dis­tân­cia, ou namo­ra, vai se iden­ti­ficar em vários momen­tos, ape­sar de que em Amor à Dis­tân­cia parece não exi­s­tir algo chama­do con­ta tele­fôni­ca, prin­ci­pal­mente por que os per­son­agens prin­ci­pais não seguem aque­le padrão per­feit­in­hos e bem resolvi­dos em tudo, exce­to no amor, muito comum em comé­dias român­ti­cas. Os ami­gos de Gar­rett, um deles mora jun­to com ele, são out­ro difer­en­cial, prin­ci­pal­mente pelos seus gos­tos difer­entes, geran­do algu­mas situ­ações bem engraçadas.

    Amor à Dis­tân­cia pode ser resum­i­do basi­ca­mente em 3 palavras: bebidas, sexo e roman­tismo. Qual­quer decepção é des­cul­pa para ir ao bar, tudo é rela­ciona­do com sexo e há atos “super român­ti­cos” real­iza­dos por Gar­rett, um pos­sív­el namora­do dos son­hos para muitas mul­heres. Com um humor bem áci­do e debocha­do, que em cer­tos momen­tos lem­bra Se Beber Não Case, o filme usa e abusa de piad­in­has com teor sex­u­al, que as vezes são bem engraçadas, mas out­ras total­mente forçadas e ridículas.

    Um pon­to que chamou atenção em Amor à Dis­tân­cia, foi o destaque dado a ban­da The box­er rebel­lion, que é lit­eral­mente lança­da no filme. Com certeza é um óti­mo meio de divul­gação, prin­ci­pal­mente porque seu esti­lo musi­cal provavel­mente irá agradar ao públi­co alvo do longa.

    Com um enre­do bem lin­ear, seguin­do o padrão da comé­dia mod­er­na típi­ca, Amor à Dis­tân­cia se desta­ca jus­ta­mente por traz­er per­son­agens, e situ­ações, mais plausíveis de acon­te­cer no mun­do real. Mis­tu­ran­do ele­men­tos mais fem­i­ni­nos e out­ras vezes mais mas­culi­nos, provavel­mente o filme irá diver­tir ambos os públi­cos, prin­ci­pal­mente aque­les apre­ci­adores do gênero.

    Quer assi­s­tir Amor à Dis­tân­cia de graça? Então par­ticipe da Pro­moção Amor à Dis­tân­cia e con­cor­ra a brindes e con­vites para ver o filme em todo o Brasil.

    Out­ra críti­cas interessantes:

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=bkBDo2WMaXI

  • Crítica: Ervas Daninhas

    Crítica: Ervas Daninhas

    ervas daninhas

    O fur­to quase que banal de uma bol­sa, um romance ao mel­hor esti­lo parisiense, e um humor alfine­tan­do o esti­lo hol­ly­wood­i­ano de faz­er filmes. Tudo isso jun­to, em Ervas Dan­in­has (Les herbes folles, França, 2009), últi­mo filme do vet­er­a­no, Alain Resnais.

    Mar­guerite (Sabine Azé­ma[bb]), não imag­i­na que o fur­to de sua bol­sa, pode­ria causar tan­tas con­tro­vér­sias em pouco tem­po. Georges (André Dus­sol­lier[bb]), um cinquen­tão que tem aparên­cia de um clás­si­co con­quis­ta­dor francês, é o homem que encon­tra a carteira per­di­da. Ele pas­sa a cri­ar mil situ­ações men­tais sobre seu pos­sív­el encon­tro com a dona, e não poupa esforços para desco­brir quem ela é de fato, crian­do uma espé­cie de obsessão por isso. Mar­guerite é uma den­tista apaixon­a­da por aviões, solteira e com cabe­los rebeldes e ver­mel­hos, o que lhe dá um ar de mul­her inde­pen­dente e livre.

    O primeiro plano do filme é uma erva dan­in­ha, cresci­da sem­pre nos lugares mais impróprios, sem mui­ta per­mis­são. Assim como a relação de Georges e Mar­guerite, uma tro­ca de con­fusões e surg­i­men­tos inesperados.

    Os dois vivem um flerte clás­si­co, deixan­do várias pis­tas suben­ten­di­das um para o out­ro no decor­rer da nar­ra­ti­va. Um pon­to forte na con­strução dos per­son­agens é como o pen­sa­men­to, numa espé­cie de nar­ração em Off, ori­en­ta a história, a deixan­do bem engraça­da em vários momen­tos. Mes­mo que o espec­ta­dor ten­ha con­sciên­cia do que o per­son­agem pen­sa, a sua ati­tude, assim como na vida real, nem sem­pre segue o pensamento.

    Inspi­ra­do no romance L’Incident, de Chris­t­ian Gail­ly[bb], Ervas Dan­in­has é um típi­co filme de um remanes­cente da Nou­velle Vague, um movi­men­to sessen­tista francês. Mar­ca­do prin­ci­pal­mente pela que­bra de nar­ra­ti­va, Resnais con­strói o enre­do de for­ma con­fusa aos não ini­ci­a­dos, man­ten­do suas próprias car­ac­terís­ti­cas. Boa parte dos even­tos se mostram, proposi­tal­mente, de for­ma exager­a­da, como o mane­jo de câmera com planos super clichês, do cin­e­ma norte-amer­i­cano, tril­ha sono­ra que beira a cafon­ice (porém dan­do um charme sar­cás­ti­co) e as várias oscilações típi­cas de tem­po e espaço.

    Alain Resnais não perdeu o charme, como muitos afir­mam. Creio estar em ple­na for­ma, aos 87 anos. Sem­pre foi car­ac­terís­ti­co na sua cria­tivi­dade e no seu ape­lo sen­so­r­i­al, mes­mo soan­do sem sen­ti­do às vezes. Não é difer­ente em Ervas Dan­in­has, que é um filme para dis­cu­tir a natureza humana, assim como uma críti­ca em relação ao cin­e­ma de puro entreten­i­men­to. Resnais con­tin­ua afir­man­do que o cin­e­ma, mes­mo sendo uma arte de ficção, traz à tona a exper­iên­cia do tele­spec­ta­dor, o con­frontan­do com ati­tudes (e pes­soas) muitos próx­i­mos da vida real.

    Out­ra críti­cas interessantes:

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=2c_8fXojHcA