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  • Tudo é Remix — Parte 2

    Tudo é Remix — Parte 2

    A críti­ca em cima dos mashups, remix­es e cola­gens em ger­al dos canais de vídeo como Youtube e Vimeo é fer­ren­ha. O ques­tion­a­men­to em torno dos dire­itos autorais sobre as pro­duções de ima­gens é até supe­ri­or à pro­dução musi­cal, como é vis­to em Tudo é Remix — Parte 1.

    A sen­sação mais recor­rente ao sair de uma sala de cin­e­ma nos últi­mos tem­pos é de que aqui­lo já foi vis­to antes, que há muitas refer­ên­cias pre­sentes e as vezes, elas se apre­sen­tam em dema­sia. Não por aca­so, Tudo é Remix — Parte 2 ini­cia com o foco no enorme número atu­al de sequên­cias, remakes, adap­tações e etc., mostran­do que mes­mo sem quer­er a indús­tria cin­e­matográ­fi­ca é o seg­men­to que mais ali­men­ta o con­ceito de remix.

    O pon­to mais bacana abor­da­do em Tudo é Remix — Parte 2 é jus­ta­mente os argu­men­tos uti­liza­dos em favor do uso de refer­ên­cias na qual­i­dade das pro­duções. Quentin Taran­ti­no talvez seja hoje o dire­tor que mais abusa da téc­ni­ca de jun­tar suas próprias prefer­ên­cias e orga­ni­za-las em um argu­men­to. Exem­p­lo dis­so são os tra­bal­hos com Robert Rodriguez, sem­pre fazen­do refer­ên­cia ao cin­e­ma exploita­tion dos anos 70, e o duo Kill Bill com car­ac­terís­ti­cas que vão des­de as artes mar­ci­ais e Bruce Lee até os filmes west­erns americanos.

    O ide­al­izador do pro­je­to Tudo é Remix, o canadense Kir­by Fer­gu­son, disponi­bi­liza todas as refer­ên­cias uti­lizadas — vídeos, ima­gens, sons e etc — no site do pro­je­to. Ele está no proces­so de cri­ação de uma ter­ceira parte que irá se focar de como um tra­bal­ho orig­i­nal depende da com­bi­nação de refer­ên­cias. O pro­je­to é ali­men­ta­do de doações e mes­mo não sendo nen­hu­ma grande rev­olução é mais um doc­u­men­tário que reforça a vel­ha pre­mis­sa de que nada se cria, tudo se copia.

    Every­thing is a Remix [leg­en­da­do] from Marce­lo De Franceschi on Vimeo.

  • Tudo é Remix

    Tudo é Remix

    A orig­i­nal­i­dade no meio artís­ti­co — seja em lit­er­atu­ra, músi­ca, cin­e­ma e artes plás­ti­cas — está em dis­cussão há muito tem­po, talvez des­de que o homem ten­ha se ini­ci­a­do nes­sas ativi­dades. É inegáv­el que sem­pre há uma influên­cia, um esti­lo pré-esta­b­ele­ci­do, ou qual­quer sim­ples detal­he que já ten­ha sido feito ante­ri­or­mente por out­ros. Tudo é Remix (Every­thing is a Remix, 2010), do amer­i­cano Kir­by Fer­gu­son, é um doc­u­men­tário divi­di­do em qua­tro partes, que se propõe em evi­den­ciar a cul­tura pop como um grande remix das fór­mu­las que fun­cionaram ante­ri­or­mente em várias modal­i­dades culturais.

    Nes­sa primeira parte Tudo é Remix se foca no proces­so musi­cal, que é um dos mais evi­dentes quan­do se tra­ta da reuti­liza­ção de sequên­cias. Fer­gu­son usa exem­p­los que vão des­de o hip-hop — o esti­lo que prati­ca­mente trouxe o remix a tona — até os riffs mais famosos da ban­da Led Zep­pelin. Ao se tratar de dire­itos autorais — assun­to del­i­ca­do nos últi­mos tem­pos — o meio musi­cal é o mais polêmi­co, pois há uma indús­tria mil­ionária por trás de artis­tas reivin­di­can­do os seus direitos.

    O maior prob­le­ma do uso da palavra Remix vem jus­ta­mente da cono­tação social cri­a­da em torno da supos­ta fal­ta de orig­i­nal­i­dade que o proces­so cria. Remixar algo sig­nifi­ca dar uma nova roupagem ao proces­so orig­i­nal, deixan­do algu­mas bases, mas mudan­do inclu­sive o resul­ta­do final. É um proces­so extrema­mente cria­ti­vo, inclu­sive um dos mais polêmi­cos artis­tas da atu­al­i­dade é o Girl Talk que remixa faixas inteiras de músi­cas con­heci­das e sam­plers crian­do novas e diver­tidas músicas.

    Tudo é Remix pode não ser nen­hu­ma grande novi­dade em se tratan­do de meio de divul­gação do copy­left, remix­es, mashups e todo o ques­tion­a­men­to em torno de direiros autorais, mas vem para fun­da­men­tar mais a polêmi­ca. Um dos doc­u­men­tários que mais vale a pena em torno do assun­to é o Rip! A Remix Man­i­festo, do canadense Brett Gay­lor que inclu­sive esteve no Brasil ano pas­sa­do, no FISL.

    Every­thing is a Remix [leg­en­da­do] from Marce­lo De Franceschi on Vimeo.