A originalidade no meio artístico — seja em literatura, música, cinema e artes plásticas — está em discussão há muito tempo, talvez desde que o homem tenha se iniciado nessas atividades. É inegável que sempre há uma influência, um estilo pré-estabelecido, ou qualquer simples detalhe que já tenha sido feito anteriormente por outros. Tudo é Remix (Everything is a Remix, 2010), do americano Kirby Ferguson, é um documentário dividido em quatro partes, que se propõe em evidenciar a cultura pop como um grande remix das fórmulas que funcionaram anteriormente em várias modalidades culturais.
Nessa primeira parte Tudo é Remix se foca no processo musical, que é um dos mais evidentes quando se trata da reutilização de sequências. Ferguson usa exemplos que vão desde o hip-hop — o estilo que praticamente trouxe o remix a tona — até os riffs mais famosos da banda Led Zeppelin. Ao se tratar de direitos autorais — assunto delicado nos últimos tempos — o meio musical é o mais polêmico, pois há uma indústria milionária por trás de artistas reivindicando os seus direitos.
O maior problema do uso da palavra Remix vem justamente da conotação social criada em torno da suposta falta de originalidade que o processo cria. Remixar algo significa dar uma nova roupagem ao processo original, deixando algumas bases, mas mudando inclusive o resultado final. É um processo extremamente criativo, inclusive um dos mais polêmicos artistas da atualidade é o Girl Talk que remixa faixas inteiras de músicas conhecidas e samplers criando novas e divertidas músicas.
Tudo é Remix pode não ser nenhuma grande novidade em se tratando de meio de divulgação do copyleft, remixes, mashups e todo o questionamento em torno de direiros autorais, mas vem para fundamentar mais a polêmica. Um dos documentários que mais vale a pena em torno do assunto é o Rip! A Remix Manifesto, do canadense Brett Gaylor que inclusive esteve no Brasil ano passado, no FISL.
Everything is a Remix [legendado] from Marcelo De Franceschi on Vimeo.
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