Tag: Nouvelle Vague

  • Le Meilleur du Cinéma Français Avec Marden Machado, no Cine Omar, em Curitiba

    Le Meilleur du Cinéma Français Avec Marden Machado, no Cine Omar, em Curitiba

    Os estu­diosos e apaixon­a­dos pela cin­e­matografia france­sa terão aces­so a obras mar­cantes dos movi­men­tos Real­is­mo Poéti­co, Nou­velle Vague e do Mod­er­no Cin­e­ma Francês, o que tor­na este pro­je­to Le Meilleur Du Ciné­ma Français um even­to úni­co e por isso mes­mo, imperdív­el (Mar­dem Macha­do, curador)

    A Aliança France­sa pro­move uma vez por mês o fes­ti­val de cin­e­ma “Le Meilleur du Ciné­ma Français Avec Mar­den Macha­do”. As sessões começam no dia 26 de setem­bro, às 20h, no Cine Omar, em Curiti­ba. A curado­ria é do críti­co Mar­den Macha­do que escol­heu para a aber­tu­ra uma das obras pri­mas do cin­e­ma francês, o filme “As Damas do Bosque de Boulogne”, de Robert Bres­son, fil­ma­do em 1945. O even­to é uma real­iza­ção da AF Curiti­ba, Cine Omar e Shop­ping Omar, com apoio da Cin­e­mate­ca da Embaix­a­da da França no Brasil, Embaix­a­da da França no Brasil e o Insti­tut Français.

    O pro­je­to Le Meilleur Du Ciné­ma Français tem por obje­ti­vo traçar um painel vari­a­do com grandes e impor­tantes obras do cin­e­ma feito na França, país que é o berço da Séti­ma Arte, onde em 28 de dezem­bro de 1895, os irmãos Auguste e Louis Lumière realizaram a primeira exibição públi­ca de um filme.

    A mostra ini­cial apre­sen­ta tra­bal­hos de grande relevân­cia na car­reira de cineas­tas influ­entes da história do Cin­e­ma. Robert Bres­son, Jacques Tati, Alain Resnais, Jacques Demy, Leos Carax e Claude Chabrol fazem parte deste primeiro ciclo que res­ga­ta filmes de difer­entes épocas, temas e esti­los narrativos.

    Bres­son (1901 – 1999) é con­sid­er­a­do o pai da Nou­velle Vague france­sa. O dire­tor é um dos ícones do cin­e­ma francês ao lado de Jean Renoir, Jean-Luc Godard, Jacques Tati, Alain Resnais e Jean Cocteau. A importân­cia do cineas­ta para a séti­ma arte é tão grande, que Godard o definiu assim: “Robert Bres­son é o cin­e­ma francês, como Dos­toiévs­ki é o romance rus­so e Mozart é a músi­ca alemã.” 

    Les Dames du Bois de Boulogne (As Damas do Bosque de Boulogne) é uma adap­tação do romance Jacques le Fatal­iste et son Maître (Jacques fatal­ista e seu romance mestre) escrito entre 1771 – 1778 con­tan­do a história de um homem que é lev­a­do a se casar com uma ex-pros­ti­tu­ta. O roteiro do filme é assi­na­do pelo cineas­ta Jean Cocteau (A Bela e a Fera). A mis­tu­ra do diál­o­go com a imagem fez do filme um dos clás­si­cos do cin­e­ma europeu. Seco e dire­to, uti­lizan­do detal­h­es para a con­strução de um amor fatal e impossível.

    Serviço

    LE MEILLEUR DU CINÉMA FRANÇAIS AVEC MARDEM MACHADO

    26 de setem­bro – As Damas do Bosque de Boulogne, 1945
    24 de out­ubro – As Férias do Sen­hor Hulot, de Jacques Tati, 1953
    28 de novem­bro – Hiroshi­ma, Meu Amor, de Alain Resnais, 1959
    12 de dezem­bro – Pele de Asno, de Jacques Demy, 1970
    23 de janeiro – Sangue Ruim, de Leos Carax, 1986
    27 de fevereiro – A Flor do Mal, de Claude Chabrol, 2003

    Horário – 20h
    Local: Cine Omar
    Rua Comen­dador Araújo,
    Infor­mações: www.afcuritiba.com.br ou 32234457

  • Crítica: Os Incompreendidos

    Crítica: Os Incompreendidos

    os incompreendidos

    O ano de 1959 foi mági­co para o cin­e­ma Francês, pois o movi­men­to da Nou­velle Vague gan­ha­va força com a indi­cação de Os Incom­preen­di­dos (Les qua­tre cents coups, França, 1959) de François Truf­faut, em Cannes. Isto defin­i­ti­va­mente colo­ca­va o movi­men­to estéti­co, que lib­er­ta­va o cin­e­ma do puro entreten­i­men­to, na história do cin­e­ma mundial.

    O enre­do de Os Incom­pree­d­i­dos é prati­ca­mente uma auto­bi­ografia da infân­cia de Truf­faut. Antoine Doinel tem 14 anos e vive a tur­bulên­cia do íni­cio da ado­lescên­cia, enquan­to seus pais são ausentes e a esco­la repres­so­ra o tor­na cada dia mais dis­tante e com von­tade de ser inde­pen­dente. Na ten­ta­ti­va de fuga, Doinel e seu ami­go, e cole­ga de classe, René pas­sam a fal­tar aulas para ir ao par­que, ao cin­e­ma ou sim­ples­mente praticar peque­nas infrações para terem a sen­sação de estarem viven­do no lim­ite e com emoção.

    Os incom­preen­di­dos é a obra de estréia de Truf­faut, que até aque­le momen­to ape­nas escrevia críti­cas de cin­e­ma na revista Cahiers Du Cin­e­ma sob a tutela do críti­co, e “pai ado­ti­vo”, André Bazin. O filme traz uma visão intimista de um dos temas mais recor­rentes na obra do dire­tor: a infân­cia e o fim dela. Ape­sar do cli­ma muitas vezes ser de um doc­u­men­tário sobre os con­fli­tos da ado­lescên­cia, o dire­tor traz incríveis metá­foras sobre a liber­dade e incom­preen­são dos adul­to nes­ta fase de amadurecimento.

    Antoine Doinel, inter­pre­ta­do por Jean-Pierre Léaud, é a rep­re­sen­tação do pro­du­to de uma sociedade que o despreza e o subes­ti­ma. Por um lado, ele tem o desca­so de sua mãe e de seu pai ado­ti­vo que o vêem como um far­do pesa­do. De out­ro lado, a esco­la e todo o sis­tema edu­ca­cional (aliás uma grande críti­ca do dire­tor) que o obrigam a ser molda­do em um úni­co méto­do em que só existe uma respos­ta cer­ta para cada per­gun­ta. Truf­faut seguin­do as ideias de seu pro­fes­sor André Bazin, fez refle­tir em Os incom­preen­di­dos suas opiniões através do roteiro e das metá­foras em cenas inquietantes.

    Seguin­do a risca as neces­si­dades de que­bra de nar­ra­ti­va cin­e­matográ­fi­ca, Os incom­preen­di­dos ousa sem pare­cer exper­i­men­tal demais ou con­fu­so. O filme con­ta com muitas cenas exter­nas nas ruas de Paris e com refer­ên­cias níti­das, como a cena em que Doinel cria um altar para o autor francês Hon­oré de Balzac, que deix­am claro que a Nou­velle Vague vin­ha para deixar o cin­e­ma com tons muito mais pes­soais. Jean-Pierre Léaud inter­pre­tou Doinel por aprox­i­mada­mente 20 anos e num total de cin­co filmes de François Truf­faut. Vale ressaltar que Léaud, quan­do jovem, tin­ha uma semel­hança muito grande com o dire­tor Francês.

    Qual­quer filme do movi­men­to Nou­velle Vague pode ser con­sid­er­a­do um grande mar­co na história do Cin­e­ma. Mas é em Os Incom­preen­di­dos, especi­fi­ca­mente que o cin­e­ma autoral, com car­ac­terís­ti­cas fortes sobre os pen­sa­men­tos do dire­tor-autor gan­ha força. Assim Como fazia Ing­mar Bergman, Truf­faut deu ao cin­e­ma uma série de filmes temáti­cos e artís­ti­cos refletindo seus pensamentos.

    Out­ra críti­cas interessantes:

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=i89oN8v7RdY

  • Crítica: Ervas Daninhas

    Crítica: Ervas Daninhas

    ervas daninhas

    O fur­to quase que banal de uma bol­sa, um romance ao mel­hor esti­lo parisiense, e um humor alfine­tan­do o esti­lo hol­ly­wood­i­ano de faz­er filmes. Tudo isso jun­to, em Ervas Dan­in­has (Les herbes folles, França, 2009), últi­mo filme do vet­er­a­no, Alain Resnais.

    Mar­guerite (Sabine Azé­ma[bb]), não imag­i­na que o fur­to de sua bol­sa, pode­ria causar tan­tas con­tro­vér­sias em pouco tem­po. Georges (André Dus­sol­lier[bb]), um cinquen­tão que tem aparên­cia de um clás­si­co con­quis­ta­dor francês, é o homem que encon­tra a carteira per­di­da. Ele pas­sa a cri­ar mil situ­ações men­tais sobre seu pos­sív­el encon­tro com a dona, e não poupa esforços para desco­brir quem ela é de fato, crian­do uma espé­cie de obsessão por isso. Mar­guerite é uma den­tista apaixon­a­da por aviões, solteira e com cabe­los rebeldes e ver­mel­hos, o que lhe dá um ar de mul­her inde­pen­dente e livre.

    O primeiro plano do filme é uma erva dan­in­ha, cresci­da sem­pre nos lugares mais impróprios, sem mui­ta per­mis­são. Assim como a relação de Georges e Mar­guerite, uma tro­ca de con­fusões e surg­i­men­tos inesperados.

    Os dois vivem um flerte clás­si­co, deixan­do várias pis­tas suben­ten­di­das um para o out­ro no decor­rer da nar­ra­ti­va. Um pon­to forte na con­strução dos per­son­agens é como o pen­sa­men­to, numa espé­cie de nar­ração em Off, ori­en­ta a história, a deixan­do bem engraça­da em vários momen­tos. Mes­mo que o espec­ta­dor ten­ha con­sciên­cia do que o per­son­agem pen­sa, a sua ati­tude, assim como na vida real, nem sem­pre segue o pensamento.

    Inspi­ra­do no romance L’Incident, de Chris­t­ian Gail­ly[bb], Ervas Dan­in­has é um típi­co filme de um remanes­cente da Nou­velle Vague, um movi­men­to sessen­tista francês. Mar­ca­do prin­ci­pal­mente pela que­bra de nar­ra­ti­va, Resnais con­strói o enre­do de for­ma con­fusa aos não ini­ci­a­dos, man­ten­do suas próprias car­ac­terís­ti­cas. Boa parte dos even­tos se mostram, proposi­tal­mente, de for­ma exager­a­da, como o mane­jo de câmera com planos super clichês, do cin­e­ma norte-amer­i­cano, tril­ha sono­ra que beira a cafon­ice (porém dan­do um charme sar­cás­ti­co) e as várias oscilações típi­cas de tem­po e espaço.

    Alain Resnais não perdeu o charme, como muitos afir­mam. Creio estar em ple­na for­ma, aos 87 anos. Sem­pre foi car­ac­terís­ti­co na sua cria­tivi­dade e no seu ape­lo sen­so­r­i­al, mes­mo soan­do sem sen­ti­do às vezes. Não é difer­ente em Ervas Dan­in­has, que é um filme para dis­cu­tir a natureza humana, assim como uma críti­ca em relação ao cin­e­ma de puro entreten­i­men­to. Resnais con­tin­ua afir­man­do que o cin­e­ma, mes­mo sendo uma arte de ficção, traz à tona a exper­iên­cia do tele­spec­ta­dor, o con­frontan­do com ati­tudes (e pes­soas) muitos próx­i­mos da vida real.

    Out­ra críti­cas interessantes:

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=2c_8fXojHcA