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  • Melhores Filmes de 2012 | Lista

    Melhores Filmes de 2012 | Lista

    FILMES

    Block­busters que amamos

    Ah! O que seria de nos­sas vidas ciné­fi­las sem todas as pro­pa­gan­das exager­adas, trail­ers, teasers que cir­cu­lam pela inter­net meses antes e as pro­pa­gan­das mas­si­vas de lon­gas que de tan­to que se falam neles só nos res­ta ir até o cin­e­ma con­ferir? O ano de 2012 foi mar­ca­do pelas altas bil­hete­rias de super heróis que retornaram ou finalizaram sua saga, assim como as ten­ta­ti­vas — algu­mas que fun­cionaram bem — do uso do 3D.

    O Hob­bit: Uma Jor­na­da Ines­per­a­da (The Hob­bit: An Unex­pect­ed Jour­ney)- Foi só Peter Jack­son anun­ciar que retornar­ia ao uni­ver­so da Ter­ra Média e os fãs Tolkieni­anos vesti­ram seus pés pelu­dos e eriçaram suas orel­has elfas, final­mente can­taríamos e ouvíri­amos as histórias do queri­do Bil­bo Bol­seiro. O livro foi fil­ma­do em três partes que nos acom­pan­ham até 2014 e não deixa mes­mo a dese­jar. Visual­mente boni­to e muito mais ani­ma­do — óti­mas piadas anãs — do que a trilo­gia do Sen­hor dos Anéis, o lon­ga merece todas as bil­hete­ria. No mais “Far Over the Misty Moun­tains Cold”.

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    Bat­man: O Cav­aleiro das Trevas Ressurge (The Dark Knight Ris­es) — E quem não vai sen­tir saudades do Chris­t­ian Bat­man Bale? Christo­pher Nolan fechou com chave de ouro a sua trilo­gia remix do Bat­man. Talvez o vilão Bane — que não é lá bem um vilão — não seja tão assus­ta­dor quan­to o incrív­el Coringa de Heath Ledger mas, mes­mo assim, man­dou bem! Ten­so, com aque­la tril­ha sono­ra pesa­da e som­bria, que só o Nolan con­segue diri­gir, Bat­man foi sim um dos mel­hores de 2012. Mas fique com as palavras do Liber Paz que sabe do que fala quan­do viu o filme.

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    MIB³: Home­ns de Pre­to III (Men in Black 3) — Não pos­so afir­mar quan­to a vocês, mas sem­pre fomos fãs das bizarrices envol­ven­do Will Smith e a ver­são mais mal humora­da do Tom­my Lee Jones. Quem nun­ca imag­i­nou que cer­tas pes­soas não seri­am desse plan­e­ta? MIB³ veio para finalizar a trilo­gia — con­fes­so que o segun­do é o mais fra­co de todos — e esclare­cer algu­mas situ­ações. Nada demais, mas o lon­ga arran­cou boas risadas por aqui, prin­ci­pal­mente quan­do desco­b­ri­mos que cer­tas fig­uras pop não eram mes­mo desse planeta.

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    A invenção de Hugo Cabret (Hugo) — Quan­do Mar­tin Scors­ese afir­mou que faria um filme em 3D porque ele acred­i­ta­va na téc­ni­ca, mui­ta gente ficou indig­na­da e impres­sion­a­da com o grande dire­tor e o fato é que ele não errou a mão. O lon­ga é visual­mente belís­si­mo, com detal­h­es fan­tás­ti­cos que con­seguem ao mes­mo tem­po entreter e ain­da hom­e­nagear o pai do cin­e­ma fan­tás­ti­co, inven­ti­vo e cria­ti­vo Georges Mélies. Aliás, algu­mas cenas mais belas do filme se resumem em recri­ar o estú­dio e a pro­dução de lon­gas, como clás­si­co “Viagem à Lua”.

    TED — Filme polêmi­co leva mais gente para o cin­e­ma, não é? Então que o dep­uta­do Pro­tó­genes Queiroz lev­ou seu fil­ho de 11 anos para assi­s­tir TED, que é um filme para adul­tos — inclu­sive sua indi­cação era para 14 anos — e que­ria vetá-lo no país. Ver­dade que o filme não tem nada de politi­ca­mente cor­re­to (ufa, ás vezes é bom, né?) mas que tam­bém não é nen­hu­ma blas­fêmia con­tra a humanidade. Para quem viveu a infân­cia nos anos 90 e 80 e ain­da tem um moleque (ou mol­e­ca) den­tro de si e que não liga para palavrões, o lon­ga é um anal­gési­co para rir muito. 

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    Mui­ta gente odi­ou mas nós gostamos

    Observe que quan­do se tra­ta de filmes muito anun­ci­a­dos, prin­ci­pal­mente as ficções cien­tí­fi­cas e adap­tações de livros e quadrin­hos, o número dos chama­dos haters aumen­ta bas­tante, afi­nal, nada pior do que cri­ar uma expec­ta­ti­va não correspondida.

    Prometheus — Esta­va anun­ci­a­da a vol­ta de Rid­ley Scott ao uni­ver­so Alien, onde o lon­ga seria um pre­quel do primeiro filme de 1979. Prometheus tra­ta do uni­ver­so mais míti­co de Alien, ten­tan­do dar sen­ti­dos mais exis­ten­ci­ais para a raça humana e aos seres que ata­cam a Nos­tro­mo do primeiro filme. Os fãs xiitas não gostaram da história con­ta­da por Rid­ley, mas nós achamos ela sen­sa­cional. Reple­to de ele­men­tos mitológi­cos, a primeira parte do filme dá um show de efeitos visuais e apre­sen­ta algu­mas questões para que a segun­da parte se desen­vol­va no vel­ho esti­lo do Scott. A edição que saiu em dvd e blu-ray traz uma série de extras, ten­tan­do acal­mar os fãs mais fer­vorosos para os filmes que ain­da seguem a saga.

    Filmes que não rece­ber­am tan­ta atenção

    No cir­cuito com­er­cial de cin­e­ma sem­pre há um out­ro filme em car­taz que aca­ba pas­san­do des­perce­bido pelo públi­co, nor­mal­mente porque eles não ficam tan­to na mídia ou acabam estre­an­do na mes­ma época de grandes block­busters. Desta­camos alguns.

    Loop­er: Assas­si­nos do Futuro (Loop­er) — O Jospeh Gor­don-Levitt tem se tor­na­do um dos querid­in­hos de Hol­ly­wood e em Loop­ers ele sofreu vários truques de maquiagem para ficar pare­ci­do com o Bruce Willis mais jovem. Há quem torceu o nar­iz para isso, mas a ver­dade é que o lon­ga tem uma pre­mis­sa de viagem no tem­po bem inter­es­sante onde assas­si­nos profis­sion­ais estão con­de­na­dos por seu próprio des­ti­no. Achamos o lon­ga bem redond­in­ho e inter­es­sante, recomendamos.

    Poder sem lim­ites (Chron­i­cle) — Um dos maiores trun­fos do lon­ga é jus­ta­mente não pare­cer um filme e ter efeitos espe­ci­ais. A ideia cen­tral é tratar de for­ma coer­ente o fato de “e se você tivesse super poderes, o que faria?”. Três jovens ami­gos fazem uma descober­ta que não parece em nada com as histórias con­tadas nos quadrin­hos e out­ros filmes. Um lon­ga bem bacana em épocas de filmes muito barul­hen­tos e cheios de efeitos.

    Dri­ve — Uma bela e gra­ta sur­pre­sa ir ao cin­e­ma sem muitas expec­ta­ti­vas e assi­s­tir esse belo filme. Não sabe­mos te diz­er se o livro é tão bom quan­to o filme que tem uma estru­tu­ra inter­es­sante, com ele­men­tos dos anos 80, tais como as cores da fotografia e o fig­uri­no do per­son­agem prin­ci­pal (Ryan Gosling) que inter­pre­ta um dublê — out­ra coisa bem anos 80 e 90. O silên­cio é muito bem usa­do no enre­do porque quan­do há barul­ho, meu caro, é bom você estar prepara­do. Merece ser vis­to e revisto!

    Medi­an­eras: Buenos Aires na era do Amor Vir­tu­al (Medi­an­eras) — Aqui há fãs con­vic­tos do cin­e­ma argenti­no e Medi­an­eras é um filme boni­to que colo­ca os her­manos no mapa de um cin­e­ma alter­na­ti­vo, poden­do agradar muitas platéias. Em tem­pos de cidades lotadas, aparta­men­tos pequenos e relações vir­tu­ais, dois jovens se encon­tram pela inter­net e se (des)encontram nas situ­ações da vida real. Onde está Wal­ly, afinal?

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    Pina — Wim Wen­ders fez uma das coisas que mais sabe faz­er bem: colo­car poe­sia na imagem. Fez isso ain­da hom­e­nage­an­do umas das grandiosas e inven­ti­vas dançari­nas, a alemã Pina Bausch. O doc­u­men­tário é belís­si­mo e inspi­rador, uma junção entre ima­gens e o lega­do do movi­men­to que Pina deixou, incluin­do sua com­pan­hia de dança ain­da car­rega seus passos.

    Indie Game: O Filme (Indie Game: The Movie) — Mais uma péro­la do cin­e­ma de doc­u­men­tário inde­pen­dente, o Indie Game — como o próprio nome já diz — acom­pan­ha o proces­so de alguns desen­volve­dores de jogos inde­pen­dentes. O doc­u­men­tário é muito bem edi­ta­do e tra­ta de emo­cionar todos aque­les que cresce­r­am nos anos 80 e 90 ao som de Ataris e Super Nin­ten­dos. O lon­ga existe graças ao Kick­starter e as pes­soas que colab­o­raram com o pro­je­to, é trans­mi­ti­do em sessões inde­pen­dentes ou pode ser com­pra­do no site ofi­cial por um preço bem acessível.

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    Moon­rise King­dom — Wes Ander­son é o querid­in­ho dos indies, seus filmes sem­pre são excên­tri­cos, com cores vari­antes do sépia e podem te dar um mun­do de pos­si­bil­i­dades sem muitos exageros, sem comen­tar a óti­ma escol­ha das tril­has sono­ras. Moon­rise King­dom pas­sou um tan­to des­perce­bido pelos cin­e­mas com­er­ci­ais mas pela inter­net mui­ta gente vibrou com o amor do casal infan­til que resolve fugir de casa nos anos 60, mobi­lizan­do toda uma cidade com­pos­ta por grande elen­co tais como Bruce Willis, Til­da Swin­ton, Edward Nor­ton e etc.

    As van­ta­gens de ser inví­siv­el (The Perks of Being a Wall­flower) — Mais um lon­ga que gan­hou mais destaque nas redes soci­ais e inter­net do que no cir­cuito de cin­e­ma com­er­cial. Stephen Chbosky, o próprio autor do livro, se arrisca na direção e se dá bem mes­mo que alguns leitores achem que ele não deu a dev­i­da pro­fun­di­dade a alguns per­son­agens do lon­ga. O garo­to Char­lie vive a mazela de ser difer­ente dos out­ros ado­les­centes e aca­ba encon­tran­do um grupo onde cada um tam­bém não faz parte da maio­r­ia. As van­ta­gens de não faz­er parte de um todo é trata­do de for­ma muito bacana, sem soar como os muitos filmes do gênero. E ah, ouvir “Heroes” do Bowie sem­pre é muito emocionante!

    Argo — Nada como um óti­mo ator que con­segue se sair bem como dire­tor, Ben Affleck arreben­ta dirigin­do Argo, uma espé­cie de drama­ti­za­ção da bem suce­di­da — e bas­tante ten­sa — oper­ação que a CIA fez nos anos 80 em parce­ria com o serviço secre­to do Canadá para recu­per­ar fun­cionários da Embaix­a­da em meio às primeiras grandes revoltas Ira­ni­anas. O lon­ga con­segue causar ten­são com a real­i­dade do con­tex­to políti­co e diver­tir com o proces­so de cri­ação de um filme fal­so, mostran­do uma Hol­ly­wood à todo vapor.

    ANIMAÇÃO

    Por aqui sem­pre arru­mamos tem­po para ver uma boa ani­mação, somos fãs mes­mo e esse ano hou­ver­am algu­mas que vale a pena comentar.

    Para­nor­man — Dis­para­da a mel­hor ani­mação do ano. O estú­dio Lai­ka (Cora­line) é sen­sa­cional e fez um tra­bal­ho lin­do tam­bém na divul­gação do Para­nor­man. A téc­ni­ca de stop-motion foi apri­mora­da aqui con­tan­do com cenas de ação, clos­es nos movi­men­tos dos bonecos e cenários dig­nos de super­pro­duções. O lon­ga traz Nor­man, um garo­to afi­ciona­do por zumbis, que con­ver­sa com os mor­tos e é claro que é incom­preen­di­do. Amizade é só um dos temas bacanas apon­ta­dos no lon­ga. Não per­ca a opor­tu­nidade de ver.

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    Origem dos Guardiões (Rise of the Guardians) — No final do ano sem­pre aparece uma ou out­ra ani­mação com o Papai Noel se aven­tu­ran­do nas entre­gas dos pre­sentes, mas des­ta vez a Dream­works decid­iu inve­stir em uma visão um pouco difer­ente não só do vel­ho bar­bu­do, mas tam­bém de out­ros per­son­agens lendários como a Fada do Dentes, o Coel­ho da Pás­coa, Sand­man, Jack Frost e o Bicho-Papão. Diver­são garan­ti­da para todas as idades.

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    Piratas Pira­dos — Com estú­dios de ani­mação dig­i­tal pipocan­do cada vez mais, um ain­da lev­an­ta cora­josa­mente a ban­deira do stop-motion tradi­cional, o Aard­man Ani­ma­tions que tam­bém respon­sáv­el por out­ros filmes como Fuga das Gal­in­has e a lendária série Wal­lace & Gromit. Este lon­ga é uma ver­dadeira jor­na­da no mun­do dos piratas mar­in­hos através de uma óti­ca muito diver­ti­da de todos os cos­tumes, muitas vezes meio absur­dos mes­mos, destes temi­dos per­son­agens, onde todas as piadas pos­síveis são feitas.

    Mada­gas­car III — Nor­mal­mente quan­do um filme chega na sua ter­ceira sequên­cia, muito do con­teú­do já está mais do que bati­do, sem falar nas piadas e no roteiro pobre, ape­nas para se ten­tar con­seguir mais algum lucro em cima do suces­so ante­ri­or. Este não é nem de longe o caso de Mada­gas­car, que con­tin­ua com todo vig­or não só nas piadas e enre­do, mas tam­bém no apro­fun­da­men­to ain­da maior das car­ac­terís­ti­cas de cada um dos hilários personagens.

    Valente (Brave) — Essa coisa de prince­sa esperan­do o príncipe encan­ta­do já era! A prince­sa Meri­da merece destaque porque ela quer mes­mo é andar de cav­a­lo e ati­rar fle­chas por aí. A Pixar resolveu dar uma que­bra­da na lin­ha “viver­am felizes para sem­pre” e deu cer­to. Valente é uma ani­mação diver­ti­da — quem não adorou a bruxa com um alargador de orel­ha e oper­ado­ra de tele­mar­ket­ing? — visual­mente com a impecáv­el qual­i­dade da Pixar e que provavel­mente anun­cia novo rumos para os enre­dos envol­ven­do princesas.

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    Franke­wee­nie — Há quem diga que Tim Bur­ton perdeu o charme e a mão para filmes e ani­mações. Sin­to muito mas dis­cor­damos. Na época em que ele fez o cur­ta Franke­wee­nie, a Dis­ney achou o cara doente e man­dou ele tra­bal­har em out­ros cam­pos e bem, ele não desis­tiu. Vinte e tan­tos anos depois ele faz o que sabe mel­hor: ani­mação em stop-motion. O novo Franke­wee­nie é a cara do Tim Bur­ton, com cri­anças som­brias, pre­to e bran­co e com enre­do for­ma­do por hom­e­na­gens a clas­si­cos do ter­ror. Des­de Franken­stein, Godzil­la, A noi­va de Frankenstein…nem Psi­cose e Vin­cent Price são esque­ci­dos. Ain­da con­ta com uma tril­ha sono­ra com gente bacana, quer­e­mos ver mais desse Tim Burton!

  • O Hobbit — Uma Jornada Inesperada (2012)

    O Hobbit — Uma Jornada Inesperada (2012)

    Num bura­co no chão vivia um hobbit”

    Não sei quan­to a vocês mas eu real­mente acred­i­to no Peter Jack­son quan­do se tra­ta do uni­ver­so Tolkien. Des­de que na déca­da de 90 ele topou a empre­ita­da de se aven­tu­rar pela Ter­ra Média, os resul­ta­dos tem sido muito bons, basi­ca­mente pri­morosos aos fãs dos livros que J.R.R. Tolkien começou a escr­ev­er no fim dos anos 30. Des­de o seu anún­cio, O Hob­bit: Uma Jor­na­da Ines­per­a­da (The Hob­bit: An Unex­pect­ed Jour­ney, E.U.A. e Nova Zelân­dia), primeira parte de uma trilo­gia, vem cau­san­do eufo­ria após uma déca­da da estreia de a Sociedade do Anel (2001), a primeira parte da bem suce­di­da trilo­gia do Sen­hor dos Anéis.

    O Hob­bit, basea­do no primeiro livro de Tolkien e pub­li­ca­do em 1937, tra­ta basi­ca­mente das aven­turas de Bil­bo Bol­seiro 60 anos antes de Fro­do, seu sobrin­ho pro­tag­o­nista de O Sen­hor dos Anéis, para aju­dar que a ter­ra dos anões, a Mon­tan­ha Solitária toma­da por um dragão, seja devolvi­da a quem de fato per­tence. Assim como seria mais tarde, uma sociedade — dessa vez con­tan­do ape­nas com anões — é for­ma­da para mar­char rumo a mon­tan­ha, orga­ni­za­dos pelo mago Gan­dalf, que guar­da um grande apreço — e uma fé deter­mi­nante — pelo povo hobbit.

    A jor­na­da ines­per­a­da pro­pos­ta para o pequeno Bil­bo é trata­da de for­ma diver­ti­da, os roteiris­tas con­seguiram extrair todo o humor típi­co da supos­ta seriedade dos anões e do próprio hob­bit. As primeiras cenas da reunião entre eles e Gan­dalf é hilária, nos fazen­do retornar ao agradáv­el humor da Ter­ra Média. Claro que o méri­to da óti­ma car­ac­ter­i­za­ção não é só do dire­tor e/ou roteiris­tas. O time de atores é sen­sa­cional, des­de Ian Mck­ellen (Gan­dalf) e Christo­pher Lee (Saru­man) até Mar­tin Free­man (Bil­bo) e os atores que inter­pre­tam os anões com nomes prati­ca­mente impos­síveis de falar de uma vez só.

    Um dos aspec­tos que mais me impres­siona no enre­do, é a for­ma como Gan­dalf con­duz o grupo. O grande mago cin­za tem várias armas que pode­ri­am facil­i­tar a jor­na­da do grupo, mas eles não seri­am os mes­mos no final se tivessem tan­tas facil­i­dades. É jus­ta­mente a jor­na­da que con­duz os per­son­agens a se tornarem cada qual o que real­mente são. Ver a aven­tu­ra de O Hob­bit se desen­volver vai muito além de ape­nas assi­s­tir um uni­ver­so oníri­co cri­a­do, é tra­bal­har com a imag­i­nação e enten­der as nuances que Tolkien criou em cada per­son­agem e ação. Os con­sel­ho de Gan­dalf, obstácu­los no cam­in­ho, erros e acer­tos são peças chaves para o desen­volvi­men­to dos per­son­agens. Como diz o mago cin­za para Bil­bo: “E se você retornar, não será mais o mes­mo”.

    Além de encher os olhos dos fãs ardorosos de J.R.R. Tolkien — pode-se afir­mar que ele é o cara que ali­men­tou a imag­i­nação dos sem números de escritores e roteiris­tas cri­adores de séries envol­ven­do ter­ras, dragões e seres míti­cos — o lon­ga é de uma beleza sem taman­ho, ali­a­do ao que há de mel­hor na tec­nolo­gia atu­al. O Hob­bit já veio com avi­sos do óti­mo uso de 3D, da taxa de 48 fps para alguns cin­e­mas — você pode enten­der um pouco mel­hor aqui — e de nova tec­nolo­gia de som, o Dol­by Atmos, que con­ven­hamos, faz muito sen­ti­do quan­do se tra­ta de Howard Shore com a tril­ha sono­ra. Assis­ti­mos numa sala comum, sem 3D, e vale a pena diz­er que O Hob­bit é uma exper­iên­cia extra-tela que dá con­ta do recado.

    As tec­nolo­gias vem para mel­ho­rar a experên­cia de cin­e­ma do espec­ta­dor e a trilo­gia do Sen­hor dos Anéis fez isso muito bem na déca­da pas­sa­da, mes­mo sem o 3D. E não tem como falar de tec­nolo­gia e não men­cionar Andy Serkis, que ficou con­sagra­do por emprestar suas expressões faci­ais ao hob­bit cor­rompi­do, crian­do um novo gênero de ator. Depois dis­so vier­am King Kong, TinTin e o sen­sa­cional Cae­sar do Plan­e­ta dos Maca­cos: A origem. É de arrepi­ar os pêlos dos pés pelu­dos o primeiro encon­tro entre Smeagol/Gollum, Bil­bo e a aparição do anel, que além da car­ga dramáti­ca da cena — as charadas nun­ca mais serão as mes­mas depois que você assi­s­tir essa cena — o pequeno Smeagol/Gollum gan­ha movi­men­tos mais reais e as expressões faci­ais são de causar espanto.

    Peter Jack­son tam­bém soube olhar muito bem para a sua ter­ra natal, a Nova Zelân­dia, que inclu­sive nos últi­mos dez anos elevou o seu tur­is­mo ao sta­tus de “Ter­ra Média” e é claro que O Hob­bit vai movi­men­tar muito mais esse mer­ca­do. Muitos planos aber­tos de vas­tos cam­pos, as plan­tações do Bol­são e uma flo­res­ta encan­ta­da, mostram que mes­mo que ten­ha sido uti­liza­do com­putação grá­fi­ca, as locações foram feitas em lugares próx­i­mos do con­ceito de paraíso.

    Se na trilo­gia do Sen­hor dos Anéis, três livros bem rec­hea­d­os, Peter Jack­son foi cuida­doso de resu­mi-los em três filmes lon­gos, em O Hob­bit ele preferiu aproveitar toda a tec­nolo­gia e din­heiro para trans­for­mar um livro de aprox­i­mada­mente 328 pági­nas em uma trilo­gia cin­e­matográ­fi­ca. Ao menos em Uma Jor­na­da Ines­per­a­da, o tem­po ficou a seu favor, as descrições dos lugares da Ter­ra Média são min­u­ciosos e cada peque­na ação trans­pare­ceu todo um cuida­do de câmera — e que tra­bal­ho de planos com as câmeras! — onde o espec­ta­dor aca­ba nem sentin­do as quase 3 horas de filme.

    O Hob­bit: Uma Jor­na­da Ines­per­a­da com certeza vai deixar os fãs de Tolkien bas­tante ani­ma­dos para os próx­i­mos capí­tu­los, e para quem ain­da não é ambi­en­ta­do na Ter­ra Média, é uma bela pedi­da antes mes­mo de assi­s­tir a famosa trilo­gia do Sen­hor dos Anéis. No mais, vista o seu pé pelu­do, lev­ante seu copo e saia can­tan­do Far Over the Misty Moun­tains Cold, porque a Ter­ra Média vai faz­er parte do no nos­so imag­inário por mais algum tempo.

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=uVDYKBEKfjI