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  • A Dama e a Morte

    A Dama e a Morte

    A Morte já foi human­iza­da inúmeras vezes na Lit­er­atu­ra, Quadrin­hos e no Cin­e­ma. Como não lem­brar, por exem­p­lo, da Morte que entrou em greve no livro As Inter­mitên­cias da Morte, do por­tuguês José Sara­m­a­go. No cur­ta A Dama e a Morte (La dama y la muerte, 2009), de Javier Recio Gra­cia, gan­hador do Goya espan­hol — equiv­a­lente ao Oscar — de mel­hor ani­mação, a morte é aque­la figu­ra clás­si­ca com uma enorme capa pre­ta e ros­to de caveira. E prin­ci­pal­mente, com a teimosia iner­ente a alguém que deve cumprir sua função.

    Uma sen­ho­ra idosa olha nos­tál­gi­ca pela janela do quar­to. Vemos uma fotografia de um sen­hor que ela acari­cia com saudade. Como se esperasse algu­ma coisa ela se dei­ta para dormir e aca­ba ten­do um belo son­ho com sim­páti­ca Morte a levan­do, final­mente. Ela só não con­ta­va com a astú­cia de um médi­co que vai faz­er qual­quer coisa para que ela per­maneça, afi­nal, essa é a sua reputação.

    A Dama e a Morte é uma diver­ti­da ani­mação em 3D com cores ani­madas e detal­h­es diver­tidos. Ques­tiona jus­ta­mente a escol­ha de alguém quer­er ir e o dev­er do médi­co de sal­var. Sem nen­hu­ma fala a ani­mação prom­ete reflexão risadas prin­ci­pal­mente com a dis­pu­ta entre a Morte e o médi­co reconhecido.

    La dama y la muerte from Dere­cho a Morir Dig­na­mente on Vimeo.

  • A Flor Mais Grande do Mundo

    A Flor Mais Grande do Mundo

    Que Sara­m­a­go escrevia tex­tos tocan­do fun­do nas questões humanas, não é nen­hu­ma novi­dade. O por­tuguês, mor­to em jun­ho desse ano, cri­a­va ficções que brin­cavam e sim­ulavam, com belas metá­foras, a sociedade e o com­por­ta­men­to humano.  No ini­cio da déca­da de 70, ain­da no começo da car­reira, foi con­vi­da­do para escr­ev­er algo para cri­ança, e mes­mo temeroso do resul­ta­do, escreveu A flor mais grande do mun­do.

    O con­to infan­til, que faz sen­ti­do em qual­quer idade, rela­ta um meni­no curioso que desco­bre uma flor, em um vazio enorme, prestes a mor­rer de sede. Eis que o meni­no não se con­for­ma em ape­nas vê-la naque­la situ­ação. Sara­m­a­go ini­cia a nar­ra­ti­va já deixan­do claro que não tem o dom de con­tar histórias para os pequenos, pois existe uma neces­si­dade de se falar a lín­gua deles, em con­tar algo que lhes toque. Mas é impos­sív­el não ser toca­do pela belís­si­ma e sen­sív­el nar­ra­ti­va. Um dos pon­tos mais bacanas é a pro­pos­ta do escritor para que todos ree­screvam a história do seu jeito fazen­do que ela pos­sa con­tin­uar andan­do pelo mun­do nas mais diver­sas lin­gua­gens e estilos.

    Em 2006, o dire­tor galeano Juan Pablo Etchev­er­ry deu vida para o con­to de Sara­m­a­go, crian­do uma col­ori­da e boni­ta ani­mação em Plas­tili­na, uma vari­ação da ani­mação em stop-motion com mate­ri­ais maleáveis.

    Em 2009 Sara­m­a­go comen­tou sobre o cur­ta e con­to no seu blog.

    httpv://www.youtube.com/watch?v=-KTL94Rl7CI