Tag: Phillip Glass

  • Crítica: Nosso Lar

    Crítica: Nosso Lar

    nosso lar

    Seguin­do a leva dos filmes espíri­tas pro­duzi­dos nacional­mente, Nos­so Lar (Brasil, 2010), de Wag­n­er de Assis, se desta­ca entre todos os out­ros dev­i­do á alta qual­i­dade de pro­dução em relação aos efeitos espe­ci­ais. O que é tam­bém um difer­en­cial aos filmes nacionais em ger­al, por causa do alto cus­to de pro­dução, fato inédi­to na história cin­e­ma brasileiro.

    André Luiz (Rena­to Pri­eto) era um médi­co de suces­so e, após sua morte, percebe que a vida ain­da con­tin­ua. Como não entende nada do que está acon­te­cen­do, afi­nal sem­pre foi um homem da ciên­cia, ele bus­ca respostas da úni­ca maneira que sabe: uti­lizan­do sua razão de médi­co. Durante esta nova jor­na­da, André pas­sa pelo Umbral, uma espé­cie de pur­gatório, e depois é res­gata­do para a cidade Espir­i­tu­al Nos­so Lar. Lá aprende coisas que nun­ca imag­i­nou e uma nova pes­soa surge den­tro dele.

    O elen­co de Nos­so Lar é extrema­mente fra­co, para não diz­er pés­si­mo, o que aca­ba com­pro­m­e­tendo demais o filme. O per­son­agem prin­ci­pal não con­vence e, como nar­rador, é pior ain­da. Os demais per­son­agens tam­bém são muito fal­sos e, cer­tas cenas que dev­e­ri­am ser dramáti­cas, acabam geran­do risos de tão ridícu­las que ficaram. Sem falar na maneira como os diál­o­gos foram con­struí­dos, o que ape­nas piorou a situ­ação. Eles são muito didáti­cos e for­mais, crian­do uma atmos­fera arti­fi­cial ain­da maior.

    Em com­pen­sação, os efeitos espe­ci­ais e a pro­dução em si são óti­mos. Espero que com Nos­so Lar, a pro­dução de cin­e­ma nacional comece a pro­duzir mais filmes com esse tipo de qual­i­dade. Se fos­se pro­duzi­do uma ficção cien­tí­fi­ca seguin­do a pro­dução deste, acho que o resul­ta­do pode­ria ser fan­tás­ti­co. Out­ro pon­to pos­i­ti­vo é que o lon­ga não car­rega jun­to com si as car­ac­terís­ti­cas nov­e­l­escas brasileiras, difer­ente do que acon­te­ceu com Chico Xavier de Daniel Fil­ho. Ape­sar de a tril­ha sono­ra ter a par­tic­i­pação de Phillip Glass, o lon­ga pecou em lit­eral­mente sobre­car­regar, em alto vol­ume, os ouvi­dos de quem assiste, aumen­tan­do ain­da mais a sen­sação de arti­fi­cial­i­dade no filme.

    Nos­so Lar é um filme bas­tante ten­den­cioso e, quem não é sim­pa­ti­zante com as ideias espíri­tas, provavel­mente ficará bem inco­moda­do com toda a “pro­pa­gan­da” e afir­mação da religião feito durante todo o lon­ga. Só para deixar bem claro, em nen­hum momen­to estou crit­i­can­do a religião em si, estou ape­nas o anal­isan­do como cin­e­ma. Fica como indi­cação o filme Fonte da Vida, de Dar­ren Aronof­sky, que é tam­bém um lon­ga de ficção espir­i­tu­al, mas sem cair na pan­fle­tagem. Aliás, ele tam­bém foi pro­duzi­do pela empre­sa respon­sáv­el pelos efeitos visuais do Nos­so Lar.

    Acred­i­to que Nos­so Lar fará suces­so com o públi­co espíri­ta, e aos inter­es­sa­dos na religião, mas que, prin­ci­pal­mente dev­i­do ao pés­si­mo elen­co e didatismo exager­a­do, não agrade muito as out­ras pes­soas. Mas de um jeito ou de out­ro, este é um lon­ga que que­bra todos os padrões, e até pre­con­ceitos, a respeito da qual­i­dade visu­al das pro­duções do cin­e­ma nacional. O que já em si é muito válido.

    Quer assi­s­tir Nos­so Lar de graça? Então par­ticipe da Pro­moção Nos­so Lar e con­cor­ra a con­vites para ver o filme em todo o Brasil.

    Out­ra críti­cas interessantes:

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=3EcOGAxYPHo