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  • Crítica: Fúria de Titãs

    Crítica: Fúria de Titãs

    Fúria de Titãs

    Em uma época que os Deuses mitológi­cos ain­da domi­navam o mun­do com seus cas­ti­gos, os seres humanos deci­dem rebe­lar-se para tomar o poder e assim serem seus próprios Deuses. Esta guer­ra é trava­da em Fúria de Titãs (Clash of the Titans, EUA/Inglaterra, 2010), de Louis Leter­ri­er, uma refilmagem do filme, com o mes­mo nome, dirigi­do por Ray Har­ry­hausen em 1981.

    Ape­sar de toda a parte mitológ­i­ca já estar bas­tante bati­da (para quem assis­tiu recen­te­mente Per­cy Jack­son e o Ladrão de Raios, de Chris Colum­bus, encon­trará mui­ta semel­hança) e mes­mo não haven­do nen­hu­ma grande novi­dade na tra­jetória do herói em si, Fúria de Titãs não é tedioso por exibi-los mais uma vez. Esta nova ver­são alme­jou atu­alizar ess­es anti­gos per­son­agens para os dias atu­ais e o fez muito bem, mas ape­nas tec­ni­ca­mente. Os efeitos espe­ci­ais, assim como a pro­dução dos ele­men­tos e cenários, ficaram sim­ples­mente per­feitos, pro­duzin­do um efeito de veraci­dade sur­preen­dente. Ape­nas a car­ac­ter­i­za­ção dos deuses que inco­mod­ou um pouco, dev­i­do prin­ci­pal­mente a sua roupagem “mil­i­tar”. Mas o pior acabou sendo Zeus (Liam Nee­son), que pare­ceu mais um farol de armadu­ra futurís­ti­ca per­di­do no meio de todos.

    Fúria de Titãs tem um enre­do bem fra­co, muitos acon­tec­i­men­tos care­ce­r­am de ver­dadeiras moti­vações e out­ros pare­ce­r­am sim­ples­mente per­di­dos (como uma refer­ên­cia a coru­ja exis­tente na ver­são orig­i­nal). Perseu (Sam Wor­thing­ton), o líder da luta con­tra os Deuses, não pos­sui qual­quer caris­ma, se lim­i­tan­do ape­nas a faz­er care­tas de ‘eu estou com mui­ta rai­va e sou muito forte’ em situ­ações que são no mín­i­mo engraçadas, com sua pose de macho-alfa já con­heci­da em Avatar, de James Cameron. Sem falar em Andrôme­da (Alexa Dava­l­os), a bela prince­sa, e Io (Gem­ma Arter­ton), a guia de Perseu, que são total­mente vazias, servin­do mais lin­dos ele­men­tos de plano de fun­do em um cenário cheio de “mon­stros” do que qual­quer out­ra coisa.

    Mes­mo não sendo tudo aqui­lo que aparenta ser, Fúria de Titãs é bas­tante diver­tido e as cenas de ação não decep­cionam, con­seguin­do man­ter um bom rit­mo, ape­sar de todos seus defeitos.

    Para quem está na dúvi­da, já vou respon­den­do: não vale a pena assi­s­tir Fúria de Titãs em 3D, de tão ruim que ficou a sua trans­for­mação, pois ele foi fil­ma­do em 2D. Na ver­dade, pode-se diz­er que o filme ficou mais para um 2D e 1/4 e que o ele­men­to mais tridi­men­sion­al são as leg­en­das. Aliás, elas são o prin­ci­pal incô­mo­do do lon­ga, pois ficam sem­pre em primeiro plano e, toda vez você tem que ficar focan­do a leg­en­da para depois rap­i­da­mente focar a imagem. Que além de ger­ar um descon­for­to muito grande, o tem­po per­di­do nes­sa tran­sição, aca­ba inter­ferindo no acom­pan­hamen­to do filme em si.

    Out­ra críti­cas interessantes:

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=RGeD4joet_Y

  • Crítica: Percy Jackson e o Ladrão de Raios

    Crítica: Percy Jackson e o Ladrão de Raios

    percy_jackson

    Per­cy Jack­son (Logan Ler­man[bb]) é um meni­no que tem difi­cul­dades na esco­la, por causa da sua dislex­ia e déficit de atenção, e de adap­tação em ger­al. Tem somente um ami­go e não con­segue enten­der porque sua mãe gos­ta do padras­to, mes­mo ele sendo um cara total­mente intol­eráv­el e repug­nante. Mas tudo muda em sua vida quan­do é ata­ca­do por sua pro­fes­so­ra sub­sti­tu­ta, Mrs Dodds (Maria Olsen), que na ver­dade é uma Fúria (tam­bém con­heci­da como Erí­nia), questionando‑o sobre o escon­der­i­jo dos Raios. Este inci­dente aca­ba rev­e­lando que ele é um semi­deus, fil­ho de Posei­don (Kevin McK­idd[bb]), e que as pes­soas mais próx­i­mas têm lig­ações com todo este mun­do de mitos e magias.

    Esta é a base do enre­do de Per­cy Jack­son e o Ladrão de Raios (Per­cy Jack­son and the Light­ning Thief, EUA, 2010), de Chris Colum­bus, inspi­ra­do na obra de Rick Rior­dan. As com­para­ções des­ta história com Har­ry Pot­ter são inevitáveis, ain­da mais pelo fato de Colum­bus ter dirigi­do os dois primeiros filmes da série. Como não li nen­hum dos livros, de ambas as séries, e só assisti ao ter­ceiro filme do Har­ry Pot­ter, fico bem lim­i­ta­do pra faz­er qual­quer tipo de com­para­ção, mas achei bem mais atraente o fato do filme ter como tema prin­ci­pal as mitolo­gias em vez de bruxaria.

    O filme mostra uma ver­são atu­al­iza­da das mitolo­gias, em con­jun­to com toda a mod­ernidade do mun­do atu­al, trazen­do alguns resul­ta­dos bem engraça­dos, como a uti­liza­ção da parte espel­ha­da de um iPod, para olhar a medusa, e um All Star com asas, para voar. O rit­mo mais acel­er­a­do, como os mitos foram abor­da­dos, seguin­do o fluxo das infor­mações de hoje em dia, sem ficar se pren­den­do a lon­gas expli­cações, tam­bém ficou bem inter­es­sante. Insti­gan­do mais facil­mente a curiosi­dade de quem vê o filme, prin­ci­pal­mente do públi­co mais novo, para depois pesquis­ar, as infor­mações, por si próprio.

    Entre­tan­to, há tam­bém uma acel­er­ação na evolução dos per­son­agens, que ficou, em cer­tos momen­tos, atro­pela­da. Não há, prati­ca­mente, aque­la fase de tran­sição que ocorre no con­hec­i­men­to e apren­diza­do de uma nova téc­ni­ca de luta, por exem­p­lo. As coisas sim­ples­mente vão acon­te­cen­do como se nada pre­cisas­se ser apren­di­do ou treina­do. Isto lem­bra bas­tante alguns jogos de videogames, onde bas­ta você ter o con­t­role em mãos que, sem nen­hu­ma ou quase nen­hu­ma instrução, é pos­sív­el faz­er coisas incríveis com o seu per­son­agem na tela. O que, de cer­ta for­ma, pode difi­cul­tar o proces­so de envolvi­men­to e pos­síveis iden­ti­fi­cações na jor­na­da do herói Per­cy Jack­son. Se a car­ac­ter­i­za­ção dos per­son­agens, prin­ci­pal­mente os deuses, e os cenários são pobre­mente elab­o­ra­dos, geran­do a impressão de que você esta assistin­do a uma mon­tagem mal fei­ta, da época gre­ga, em um teatro bara­to, os efeitos espe­ci­ais foram muito bem tra­bal­ha­dos, não haven­do aque­la sen­sação de que os seres mitológi­cos foram inseri­dos através da Chro­ma Key.

    Per­cy Jack­son e o Ladrão de Raios é um filme para quem está bus­can­do por diver­são e queren­do con­hecer, por alto, seres mitológi­cos viven­do no mun­do atu­al. Além de óti­mo, para insti­gar a curiosi­dade sobre este mun­do de mitos e con­hec­i­men­to, é per­feito para um entreten­i­men­to leve e engraçado.

    O hot­site cri­a­do para a série (e usa­do para o filme tam­bém) pos­sui infor­mações sobre vários per­son­agens, mas infe­liz­mente cria cer­ta con­fusão, pois vários detal­h­es não têm a ver com o que foi exibido no filme, mas sim com os livros. Ficou bem legal a ideia de cri­ar um “per­fil” de cada um dess­es per­son­agens, pare­ci­do com o do Orkut, só que com infor­mações adap­tadas ao mun­do atu­al, com uma lista de gos­tos para filmes, pro­gra­ma de TV, livros. Há até um espaço com comen­tário dos out­ros per­son­agens da história. Mas tiran­do esta parte, o resto do site ain­da pos­sui um con­teú­do e inter­a­tivi­dade muito fra­ca com os vis­i­tantes, uma pena. Para quem se inter­es­sar, a Fol­ha sele­cio­nou alguns per­son­agens míti­cos do filme e colo­cou uma descrição sobre eles, segun­do o Dicionário de Mitolo­gia Gre­ga e Romana (Jorge Zahar Edi­to­ra), que pode ser vista cli­can­do aqui.

    Con­fi­ra tam­bém a críti­ca deste filme no blog Claque ou Cla­que­te, por Joba Tri­dente.

    Trail­er: