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  • Crítica: Preciosa – Uma História de Esperança

    Crítica: Preciosa – Uma História de Esperança

    Preciosa

    A edu­cação, tan­to em casa quan­to na esco­la, é um tema que nem sem­pre é abor­da­do de maneira realís­ti­ca e ger­ado­ra de dis­cussões pro­fun­das, em filmes mais com­er­ci­ais. Difer­ente de Pre­ciosa – Uma História de Esper­ança (Pre­cious: Based on the Book “Push” by Sap­phire, EUA, 2009), de Lee Daniels, que, de for­ma crua e indi­ges­ta, não só a enfa­ti­za, como fala tam­bém de out­ros assun­tos del­i­ca­dos como: amor, abu­so e homossexualismo.

    Claireece Pre­cious Jones (Gabourey Sidibe) é uma ado­les­cente de 16 anos, obe­sa e negra. Ela vive com a sua mãe, Mary (Mo’Nique), que pas­sa o dia inteiro em casa assistin­do TV e a tratan­do como uma serviçal. A relação entre as duas é bas­tante con­fusa e vio­len­ta. A mãe a agride físi­ca e psi­cológi­ca­mente, afir­man­do que Claireece é bur­ra e que nun­ca será mel­hor do que ela em nada. Um com­por­ta­men­to que aca­ba sendo incor­po­ra­do pela garota.

    Toda vez que Claireece encon­tra-se em um momen­to difí­cil, foge para um mun­do imag­inário onde é famosa e dese­ja­da por todos. Um lugar onde a sua pre­sença real­mente impor­ta. Tudo isso acom­pan­hado de uma tril­ha sono­ra “glam­ourosa”, reme­tendo á fama e ao suces­so, que tam­bém está pre­sente nas tomadas que mostram o que real­mente está acon­te­cen­do nes­sas situ­ações, enfa­ti­zan­do a con­fusão, de cer­ta for­ma esquizofrêni­ca, da sua per­cepção da real­i­dade. Acon­tec­i­men­tos que graças a óti­ma direção, con­seguem mes­mo mostran­do pouco, diz­er tudo.

    A importân­cia de uma edu­cação mais humana e menos genéri­ca, para a for­mação e evolução pes­soal, é retrata­da pela esco­la “Cada Um Ensi­na Um”, a qual Claireece é trans­feri­da após ser expul­sa da ante­ri­or, por estar grávi­da de seu segun­do fil­ho. Lá, pela primeira vez em sua vida, sente-se como uma pes­soa, graças à ded­i­cação e atenção da pro­fes­so­ra Mrs. Rain (Paula Pat­ton). Um dos méto­dos uti­liza­do, durante e fora das aulas, é que os alunos escrevam em um cader­no os seus pen­sa­men­tos, que é muito pare­ci­do com a téc­ni­ca usa­da pela per­son­agem de Hillary Swank em Escritores da Liber­dade, de Richard LaGrave­nese, para não só estim­ulá-los á escr­ev­er, mas tam­bém para refle­tirem sobre suas próprias vidas.

    O tipo de abor­dagem uti­liza­da para retratar ess­es temas, lem­bra bas­tante out­ros sur­preen­dentes filmes como: A pro­fes­so­ra de piano, de Michael Haneke, que retra­ta tam­bém uma relação muito doen­tia, e depen­dente, entre mãe e fil­ha e, Bad Boy Bub­by, de Rolf de Heer, a história de um homem que ficou prati­ca­mente metade da sua vida tran­ca­do em um quar­to, moran­do só com a mãe, descon­hecen­do tudo que exis­tia no mun­do. O enre­do, de Pre­ciosa, foi basea­do no livro Push, de Sap­phire, lança­do no Brasil como “Pre­ciosa”, pela edi­to­ra Record.

    Pre­ciosa, ape­sar de ser um filme sobre super­ação, não cai na mesmice de apre­sen­tar os fatos sem­pre de maneira açu­cara­da, pas­san­do a impressão de que ultra­pas­sar cer­tas bar­reiras é fácil, rápi­do e que geral­mente ter­mi­nam bem. Além dis­so, deixa claro que, não faz­er nada é escol­her um dos lados.

    Out­ra críti­cas interessantes:

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=bmp0Dlz0HwY

    Leonar­do Campos
  • Crítica: Um Olhar do Paraíso

    Crítica: Um Olhar do Paraíso

    um olhar do paraíso

    Susie Salmon (Saoirse Ronan[bb]) é uma meni­na estupra­da e assas­si­na­da, aos 14 anos, em uma época que, segun­do ela, isso ain­da não era nor­mal, não fazia parte do dia-a-dia da polí­cia, nem havia foto de cri­anças desa­pare­ci­das nos pacotes de leite.

    Um Olhar do Paraí­so (The Love­ly Bones, EUA/Nova Zelândia/Reino Unido, 2009), de Peter Jack­son[bb], retra­ta a vida de Susie antes e depois de mor­rer. Seu espíri­to fica pre­so em um “mun­do inter­mediário”, uma espé­cie de lim­bo, onde a obser­vação do mun­do dos vivos é pos­sív­el, até sen­tir que pode con­tin­uar adiante.

    Quan­do vi o trail­er, faz alguns meses, fiquei bem empol­ga­do com o que pode­ria ser o filme, mas, ape­sar de algu­mas coisas muito boas, o sal­do em ger­al foi mais neg­a­ti­vo que pos­i­ti­vo. A nar­ra­ti­va é muito ado­les­cente, com um romancez­in­ho exager­a­do, onde tudo é muito bonit­in­ho e com vários, e desnecessários, flash­backs. O pon­to forte são os efeitos espe­ci­ais, retratan­do esse “mun­do imag­inário”, que tam­bém traz várias refer­ên­cias à ele­men­tos da história, que são belis­si­ma­mente cri­a­dos dig­i­tal­mente, ape­sar da junção de cer­tos ele­men­tos ter fica­do extrema­mente brega.

    Nor­mal­mente, os psi­co­patas em filmes, são car­ac­ter­i­za­dos como per­son­agens que inci­tam a curiosi­dade pelo seu jeito mis­te­rioso e obses­si­vo, assim tam­bém como cer­tos per­son­agens loucos. Aqui, George Har­vey (Stan­ley Tuc­ci[bb]), é total­mente vazio e, bem estereoti­pa­do visual­mente e ges­tual­mente. Haven­do até a bati­da cena dele para­do atrás de uma janela, obser­van­do sua próx­i­ma víti­ma. Para falar a ver­dade, não foi só ele, mas todos os per­son­agens foram car­ac­ter­i­za­dos de maneira muito fra­ca e superficial.

    Um Olhar do Paraí­so é exten­so demais, cansan­do bas­tante, prin­ci­pal­mente dev­i­do a muitas tomadas que pare­cem ser com­ple­ta­mente desnecessárias, poden­do ape­nas faz­er parte dos extras do DVD, pois não acres­cen­tam nada à história, pare­cen­do às vezes até que são de out­ro filme.

    Fico em dúvi­das se o públi­co alvo, ado­les­centes prin­ci­pal­mente, irá mes­mo gostar do filme, e entre o públi­co mais vel­ho, a opinião tam­bém não está sendo nada boa. Mas, ape­sar de tudo, Um Olhar do Paraí­so vale ser vis­to, para quem tiv­er paciên­cia, pelas eston­teantes cenas pro­duzi­das digitalmente.

    Con­fi­ra tam­bém a críti­ca deste filme no blog Claque ou Cla­que­te, por Joba Tri­dente.

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=wrfOO4PQ1FU