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  • O Voo | Crítica

    O Voo | Crítica

    O Voo Poster | CríticaUm homem pode ser absolvi­do pelos seus vícios por con­ta de um grande ato de heroís­mo, que salvou muitas vidas em uma situ­ação onde provavel­mente todos iri­am mor­rer? Este é o grande ques­tion­a­men­to em torno de O Voo (Flight, EUA, 2013), dirigi­do por Robert Zemeck­is e com Den­zel Wash­ing­ton no papel principal.

    A história começa em uma man­hã que parece ser como qual­quer out­ra, depois de uma noita­da de álcool, dro­gas e sexo, Whip Whitak­er vai tra­bal­har como se nada tivesse acon­te­ci­do. Só tem um pequeno detal­he, ele é pilo­to de aviões domés­ti­cos em uma grande com­pan­hia aérea. Para pio­rar a situ­ação, o avião que esta­va pilotan­do sofre uma pane no meio do voo e começa a cair de pon­ta cabeça em direção ao chão. Esta era uma situ­ação que difi­cil­mente alguém pode­ria sair vivo, mas ele teve a genial ideia de virar o avião de cabeça para baixo e assim nivelá-lo nova­mente para poder pousar, sal­va­do prati­ca­mente quase todos a bor­do. Só que quan­do as inves­ti­gações a respeito do que pode­ria ter acon­te­ci­do com a aeron­ave começam a ser feitas, é descober­to que ele esta­va bêba­do durante o aci­dente e o mes­mo pode ser pre­so por con­ta disso.

    As atrizes Nadine Velazquez como Katerina Marquez e Tamara Tunie como Margaret Thomason
    Nadine Velazquez como Kate­ri­na Mar­quez e Tama­ra Tunie como Mar­garet Thomason

    Ape­sar do trail­er dar uma impressão de ser um filme de comé­dia, ele é na ver­dade um dra­ma bem inten­so. Com vários out­ros filmes de peso no cur­rícu­lo como a trilo­gia De Vol­ta para o Futuro, For­rest Gump, o Con­ta­dor de Histórias e Náufra­go, talvez este seja o lon­ga mais pesa­do, ou o mais adul­to, que o o dire­tor Robert Zemeck­is já fez. Não só falan­do da temáti­ca, mas tam­bém da escol­ha de fil­mar cenas de maneiras que nor­mal­mente são evi­tadas. É inesquecív­el, por exem­p­lo, o momen­to em que o avião está cain­do e toda a aeron­ave sim­ples­mente vira de cabeça para baixo e vemos detal­he por detal­he tudo que acon­tece den­tro do avião. Depois dessa você vai pen­sar duas vezes antes de não quer­er usar o cin­to de segu­rança na sua próx­i­ma viagem. Tam­bém não são poupadas as cenas de nudez, prin­ci­pal­mente da atriz Nadine Velazquez que faz o papel de aero­moça e amante de Whip, não fican­do naque­le esconde esconde hol­ly­wood­i­ano ridículo.

    Não é por menos que Den­zel Wash­ing­ton está con­cor­ren­do ao Oscar de 2013 como Mel­hor Ator por con­ta deste filme, que segun­do ele é um dos papéis mais com­plex­os que já fez. Dev­i­do as suas várias fac­etas, é con­stante a alternân­cia entre admi­ração e repul­sa em relação ao coman­dante Whip. Você não sabe se ado­ra ou se odeia aque­le per­son­agem. Bem difer­ente por exem­p­lo do seu papel em O Livro de Eli (2010), dirigi­do por Albert e Allen Hugh­es, onde ele é sim­ples­mente o herói bon­doso de coração puro.

    Bruce Greenwood e Don Cheadle como os protetores do personagem de Denzel Washington
    Bruce Green­wood e Don Chea­dle como os pro­te­tores do per­son­agem de Den­zel Washington

    O Voo desen­volve bem toda essa questão do dual­is­mo herói/vilão e do vício de Whitak­er, assim como os de out­ros per­son­agens secundários, sem entrar em todas aque­las cenas e argu­men­tos clichês que esta­mos acos­tu­ma­dos a ver em lon­gas do gênero. Além dis­so, ele tam­bém aprovei­ta para faz­er algu­mas piad­in­has e ques­tionar algu­mas insti­tu­ições, como as próprias com­pan­hias aéreas e o sis­tema legal, mas sem se perder nelas. Para a feli­ci­dade ou o des­gos­to de alguns, o filme aca­ba ten­den­do forte­mente para a religião, mas total­mente plausív­el con­sideran­do as cir­cun­stân­cias do acon­tec­i­men­to. Algu­mas pes­soas talvez achem o filme cansati­vo por ter um pouco mais de duas horas de duração, mas isso aca­ba sendo impor­tante para poder desen­volver sem pres­sa toda a sua trama.

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=LdpzTsqRSPw

  • Crítica: O Livro de Eli

    Crítica: O Livro de Eli

    o livro de eli
    Eli (Den­zel Wash­ing­ton[bb]) é um mochileiro solitário que per­corre sem­pre em direção leste, num mun­do pós-apoc­alíp­ti­co, pro­te­gen­do um livro sagra­do em O Livro de Eli (The Book of Eli, EUA, 2010), de Albert e Allen Hugh­es.

    Ao con­trário de Faren­heit 451, o vilão des­ta história, Carnegieo (Gary Old­man[bb]), está a procu­ra de livros , em especí­fi­co o que Eli car­rega con­si­go não para destruí-lo, mas para usá-lo como uma “arma” para obter mais poder, que por sinal é a úni­ca críti­ca que o filme propões a respeito deste tema. Sobre este assun­to, há tam­bém uma piad­in­ha (pra não diz­er uma críti­ca) onde Carnegieo man­da queimar o livro “O Códi­go da Vin­ci[bb]”, jun­to com out­ros livros, pois não pos­suem nen­hum valor.

    Assim como em vários out­ros filmes amer­i­canos, tudo acon­tece nos Esta­dos Unidos e é lá que tam­bém está a sal­vação para a humanidade, como se não exis­tisse mais nada, pelo menos sig­nif­i­cante, no mun­do inteiro. Não há quase nen­hu­ma expli­cação do que pode ter acon­te­ci­do para o plan­e­ta estar naque­la situ­ação ou algum apro­fun­da­men­to nos per­son­agens do filme, fican­do tudo muito supér­fluo demais. Sem falar nos atos/conhecimentos extra­ordinários (para não diz­er de super-heróis) dos per­son­agens prin­ci­pais, que faz você pen­sar “como é que ele(a) teve tem­po de faz­er aqui­lo se.…?” ou “quan­do que ele(a) apren­deu a faz­er isso?”, entre várias out­ras perguntas.

    Em O Livro de Eli a fé, entre out­ros aspec­tos reli­giosos, é bas­tante enfa­ti­za­da. Chegan­do até a se afir­mar que a humanidade está fada­da ao caos, destru­ição e ao não desen­volvi­men­to int­elec­tu­al dev­i­do à fal­ta deste livro sagra­do. Afir­mação, no mín­i­mo, forte, mas em um momen­to em que as religiões estão cada vez mais em “crise”, tudo parece ser váli­do para reafirmá-las.

    Ape­sar de haver uma grande sur­pre­sa no final de O Livro de Eli, fica uma sen­sação estran­ha de que aque­la rev­e­lação não con­venci­men­to dela. Aliás, este sen­ti­men­to fica pre­sente durante todo o filme. Por exem­p­lo, neste futuro pós-guer­ra quase não se vê mul­heres (con­tei seis), e as exis­tentes são escravas, total­mente sub­mis­sas. Como isto é pos­sív­el se quem vai para a guer­ra são os home­ns e é sabido que elas são a maio­r­ia pop­u­la­cional no mun­do? Uma visão bem machista deste cenário que, por quase não exi­s­tirem mul­heres, fica ain­da mais apocalíptico.

    O Livro de Eli, ape­sar de tudo, con­segue ser um entreten­i­men­to razoáv­el, sem muitas pre­ten­sões, com algu­mas cenas de ação muito bem feitas e as vezes até engraçadas.

    Out­ra críti­cas interessantes:

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=t3qJj_ljctE