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  • Corpo Ancestral de Maikon K, em Curitiba

    Corpo Ancestral de Maikon K, em Curitiba

    Corpo Ancestral - Foto de Lauro Borges
    Cor­po Ances­tral — Foto de Lau­ro Borges

    A par­tir do dia dois de jun­ho, o artista Maikon K apre­sen­ta seu solo Cor­po Ances­tral no Teatro Lon­d­ri­na, no Memo­r­i­al de Curiti­ba. O tra­bal­ho cumpre tem­po­ra­da até dia 14 de jun­ho, de terça a domin­go, às 19h com entra­da gra­tui­ta. Nos sába­dos e domin­gos são real­izadas sessões extras às 17h.

    Cor­po Ances­tral é uma dança de Maikon K, em colab­o­ração com os artis­tas Kysy Fis­ch­er, Fae­tusa Tezel­li, Fábia Regi­na e Beto Kloster. Neste tra­bal­ho, o artista inves­ti­ga suas memórias e mitolo­gias pes­soais para cri­ar um “cor­po de pas­sagem”. A dra­matur­gia se con­strói na relação com a plateia, que se local­iza per­to do per­former, e na cri­ação de um fluxo de ima­gens e sensações.

    A primeira ver­são de Cor­po Ances­tral estre­ou em 2013. Segun­do o artista, com este pro­je­to, sua inves­ti­gação tem como pon­to de par­ti­da o cor­po xam­âni­co. “Bus­co com este tra­bal­ho, um cor­po “devir”, capaz de con­stru­ir diver­sas real­i­dades através do som não ver­bal, do movi­men­to, de sig­nos visuais e ativi­dades rit­u­al­izadas. Um cor­po sem iden­ti­dade fixa, em con­stante trans­for­mação, que expres­sa as forças e arquéti­pos que nele habitam”, argu­men­ta o per­former Maikon K.

    Seu tra­bal­ho situa-se nas fron­teiras entre dança, per­for­mance e rit­u­al, ele­gen­do o cor­po como matriz sim­bóli­ca e cam­po de exper­i­men­tação. Em 2015, sua dança-insta­lação “DNA de DAN” foi sele­ciona­da pela artista sérvia Mari­na Abramovic para inte­grar a mostra “Oito Per­for­mances”, den­tro da exposição Ter­ra Comunal.

    As apre­sen­tações de Cor­po Ances­tral acon­te­cem de 2 a 14 de jun­ho, de terça a domin­go, sem­pre às 19h, no Teatro Lon­d­ri­na, no Memo­r­i­al de Curiti­ba. Nos sába­dos e domin­gos ocor­rem sessões extras às 17h. A ofic­i­na “Cor­po do Abis­mo” será ofer­e­ci­da gra­tuita­mente ao públi­co em ger­al, no dia 13 de jun­ho, com­par­til­han­do as práti­cas de cri­ação do artista. Os inter­es­sa­dos devem man­dar e‑mail para maikonk[arroba]gmail[ponto]com .

    Serviço: Cor­po Ances­tral de Maikon K.
    Teatro Lon­d­ri­na — Memo­r­i­al de Curitiba
    de 2 à 14 de jun­ho às 19h
    sessões extras aos sába­dos e domin­go às 17h
    Entra­da Franca
    Para mais infor­mações ou quais­quer dúvi­das, favor entrar em contato.
    Vic­tor Hugo (41) 9684–9506

  • Tatuagem (2013), de Hilton Lacerda: irreverência e anarquismo | Análise

    Tatuagem (2013), de Hilton Lacerda: irreverência e anarquismo | Análise

    Eu sou a mosca que pousou em sua sopa. Eu sou a mosca que pin­tou pra lhe abusar. (…) E não adi­anta vir me dede­ti­zar. Pois nem o DDT pode assim me exter­mi­nar. Porque você mata uma e vem out­ra em meu lugar.

    Raul Seixas em “Mosca na Sopa”

    Sinôn­i­mo de incô­mo­do e despre­zo, a mosca é um dos inse­tos mais rechaça­dos do con­vívio social. Ela transtor­na reuniões famil­iares, impor­tu­na tradições de ordem e con­t­role, desnu­da as estru­turas assép­ti­cas. A mosca na sopa, per­son­ifi­cação ado­ta­da pelo com­pos­i­tor e músi­co brasileiro Raul Seixas, é uma anar­quista públi­ca e notória: sua pre­sença é hos­tiliza­da, mas inde­pende de aceitação; por mais que seja intim­i­da­da, vio­len­ta­da, apri­sion­a­da e dego­la­da, ela vol­ta em múlti­p­los pares. E é com taman­ha per­sistên­cia e deboche que elas, as famiger­adas moscas, comu­ni­cam sua mensagem.

    tatuagem-hilton-lacerda-analise-posterNo final da déca­da 1970, as moscas tam­bém mar­cavam pre­sença físi­ca e metafóri­ca em ter­ritório brasileiro. Para os agentes da ditadu­ra mil­i­tar, todo e qual­quer ele­men­to sub­ver­si­vo que aten­tasse con­tra a ordem, o gov­er­no e o trinômio “tradição – família – pro­priedade”, dev­e­ria ser sumari­a­mente extin­to. Naque­les anos de por­tas fechadas, entre a per­ife­ria de Recife e Olin­da, cidades do Nordeste brasileiro, o dire­tor Hilton Lac­er­da ambi­en­tou a história de uma trupe de artis­tas que cri­a­va um uni­ver­so próprio de irreverên­cia, zom­baria e auto­ria no teatro-cabaré Chão de Estre­las, cri­ação inspi­ra­da pelo grupo de teatro Viven­cial Diver­siones, que exis­tiu entre 1972 e 1981.

    Na ficção, o sis­tema pro­to­co­lar de regras, ordens, hier­ar­quia e dis­ci­plina do sis­tema mil­i­tar, exer­cia influên­cia angus­tiante em um tími­do recru­ta nasci­do e cri­a­do no inte­ri­or de Per­nam­bu­co, tor­nan­do-lhe penoso e mortífero o dev­er de sus­ten­tar uma más­cara que mal lhe cabe no ros­to. Esse é o fio con­du­tor da pólvo­ra que explode em “Tat­u­agem” (Brasil, 2013), filme do cineas­ta per­nam­bu­cano Hilton Lac­er­da em sua estreia como dire­tor depois de lon­ga exper­iên­cia como roteirista. A tra­ma traz como pano de fun­do o romance entre o agi­ta­dor cul­tur­al e per­former Clé­cio Wan­der­ley, inter­pre­ta­do pelo ator Irand­hir San­tos, e o sol­da­do raso Arlin­do Araújo, con­heci­do como Fin­in­ha, per­son­agem vivi­do por Jesuí­ta Bar­bosa.

    Chão de Estrelas, o Moulin Rouge do subúrbio, a Broadway dos pobres, o Studio 54 da favela
    Chão de Estre­las, o Moulin Rouge do sub­úr­bio, a Broad­way dos pobres, o Stu­dio 54 da favela

    Tat­u­agem” fala de resistên­cia políti­ca, cri­ação explo­si­va, anar­quista, debocha­da, livre; é uma afir­mação do espaço daque­les que são esma­ga­dos por uma con­jun­tu­ra arma­da, mas que resistem, queimam, ren­o­vam. Na tra­ma, Chão de Estre­las nasce no seio da per­ife­ria, epí­grafe acen­tu­a­da no iní­cio do lon­ga-metragem com a fala de Clé­cio ao destacar que o cabaré é “o Moulin Rouge do sub­úr­bio, a Broad­way dos pobres, o Stu­dio 54 da favela”, em clara refer­ên­cia aos inter­na­cional­mente con­heci­dos, cul­tua­dos e caros ambi­entes de apre­sen­tação artís­ti­ca e cor­po­ral da época. É nesse perímetro de rein­venções que o dire­tor Hilton Lac­er­da detém o olhar, crian­do uma nar­ra­ti­va audaciosa.

    Clé­cio e Fin­in­ha se con­hecem por meio de Paulete (Rodri­go Gar­cia), irmão da então namora­da do recru­ta. Enquan­to Clé­cio diri­gia um espetácu­lo debocha­do, Fin­in­ha vivia apri­sion­a­do nos dita­mes do quar­tel, detal­he expos­to logo nos min­u­tos ini­ci­ais, com a visão do rapaz enquadra­do pelas bar­ras dos belich­es — efeito cri­a­do pela uti­liza­ção do movi­men­to de zoom-out. O envolvi­men­to desse casal improváv­el, vai descorti­nan­do uma nova visu­al­iza­ção e entendi­men­to do mun­do, abrindo espaço para as sen­si­bil­i­dades de dois uni­ver­sos dis­tin­tos. Rodea­do pela liber­dade em todos os sen­ti­dos, Fin­in­ha vai, aos poucos, sentin­do seu cor­po como parte do proces­so artís­ti­co e viven­cial que explode no teatro do Chão de Estre­las. Assim como o mitológi­co can­to da sereia, a magia que nasce no cabaré começa a encan­tar o jovem recru­ta, mostran­do-lhe um ambi­ente de tro­ca de relações bem mais autên­ti­co do que cos­tu­ma­va vivenciar.

    Cena do filme “Tat­u­agem” mostran­do o “apri­sion­a­men­to” de Fininha

    No filme, o “cair da noite” assume uma sim­bolo­gia extrema­mente impor­tante ao abrir novas pontes de resistên­cia. Pontes que podem ser obser­vadas no públi­co que fre­quen­ta o teatro-cabaré, for­ma­do por homos­sex­u­ais, sim­pa­ti­zantes, mil­i­tantes da luta de class­es e int­elec­tu­ais esquerdis­tas – esta últi­ma figu­ra é ado­ta­da pelo pro­fes­sor Jou­bert (Sílvio Res­tiffe) e seus poe­mas de cun­ho políti­co e lib­ertário, além da sua pro­dução exper­i­men­tal, fei­ta com uma câmera Super‑8, dire­ciona­da para reg­is­trar os momen­tos mar­cantes de produção/apresentação dos números do Chão de Estre­las. É através da noite, do ero­tismo, da luxúria escan­car­a­da, do cuspe anárquico em for­ma de per­for­mances ousadas com o cor­po e a lin­guagem, que “Tat­u­agem” vai traçan­do novas rotas de pere­gri­nação de for­ma arrojada.

    Hilton Lac­er­da

    O dire­tor Hilton Lac­er­da vem de uma lon­ga cam­in­ha­da como roteirista, trazen­do na bagagem filmes como “Febre de Rato” (2011), “Amare­lo Man­ga” (2002), “Baixio das Bestas” (2006), em parce­ria com o cineas­ta Cláu­dio Assis, e “Car­to­la – Músi­ca para os Olhos” (2006), onde divide a direção com Lírio Fer­reira. A ener­gia em con­stru­ir detal­h­es faz a assi­natu­ra de Lac­er­da um difer­en­cial palpáv­el em “Tat­u­agem”.

    A opção por con­tar a história de amor entre dois home­ns gan­ha con­tornos autên­ti­cos: Clé­cio e Fin­in­ha divi­dem o afe­to ínti­mo com os espec­ta­dores; o romance – claro, dire­to, cru – não está ali ape­nas para inqui­etar os que ain­da desvi­am o olhar diante das cenas de bei­jo ou de sexo entre dois home­ns; o amor homos­sex­u­al e o choque de vivên­cias que ele rep­re­sen­ta (o agi­ta­dor cul­tur­al e o mil­i­tar) ultra­pas­sam a aco­modação da mil­itân­cia padroniza­da: nes­sa relação de polos opos­tos está o gri­to dos amores, gru­pos, movi­men­tos, pen­sa­men­tos, vidas e sen­ti­men­tos rotu­la­dos como per­iféri­cos. É esse o ele­men­to de pul­são lev­an­tan­do por “Tat­u­agem”, levan­do à der­ro­ca­da da hege­mo­nia das insti­tu­ições sagradas e do des­file dos tri­un­fantes. Para o pal­co e o públi­co do Chão de Estre­las, não há lugar para pre­con­ceitos, não há már­tires para cas­trações. O que existe no cabaré-teatro é o rompi­men­to de tradições; um lugar onde múlti­plas jor­nadas não se chocam, mas se com­ple­men­tam, ten­do como exem­p­lo máx­i­mo a figu­ra de Clé­cio: dire­tor, poeta, agi­ta­dor, anar­quista, amante e pai.

    o performer Clécio Wanderley (Irandhir Santos) e o soldado raso Fininha (Jesuíta Barbosa)
    o per­former Clé­cio Wan­der­ley (Irand­hir San­tos) e o sol­da­do raso Fin­in­ha (Jesuí­ta Barbosa)

    A liber­dade e a vivên­cia con­sciente tam­bém estão pre­sentes no con­ceito de família apre­sen­tan­do no filme. Tuca — fru­to do rela­ciona­men­to do agi­ta­dor cul­tur­al com Deusa, mãe solteira, adep­ta dos mes­mos ideais — cir­cu­la livre­mente pelas dependên­cias do cabaré, obser­van­do os tra­bal­hos de pro­dução do pai. Em uma cena sig­ni­fica­ti­va, Clé­cio pede à Deusa que não tra­ga mais o meni­no ao cabaré pois aque­le “não é lugar para cri­ança”. Nesse gan­cho, a mãe responde que “não há lugar ade­qua­do, e sim edu­cação ade­qua­da”, fazen­do refer­ên­cia dire­ta a um mod­e­lo edu­ca­cional que apos­ta na liber­dade, con­sciên­cia e tolerância.

    Toda essa provo­cação clara e sub­ver­si­va deixa ras­tros pelo filme e encon­tra out­ra forte rep­re­sen­tante com a per­son­agem Paulete. É na ale­gria do escân­da­lo que Paulete ali­men­ta o son­ho de ser ator recon­heci­do, dan­do mais vida ao lon­ga-metragem com suas piadas espir­i­tu­osas, seus berros e gestos cor­po­rais esfuziantes. É difí­cil destacar uma úni­ca cena drama­ti­za­da pelo ator Rodri­go Gar­cía na pele de Paulete: ele con­segue faz­er os holo­fotes cir­cu­larem em torno de si, seja com expressões jocosas, canções despu­do­radas ou caras e bocas risíveis. Gar­cía tem o poder de trans­for­mar a car­i­catu­ra do artista gay trans­vesti­do em indu­men­tárias fem­i­ni­nas, em uma ver­dadeira meta­mor­fose artística.

    Rodrigo Garcia como a personagem Paulete
    Rodri­go Gar­cia como a per­son­agem Paulete

    Há mui­ta inten­si­dade e aut­en­ti­ci­dade em “Tat­u­agem” – fato que ren­deu suces­so de críti­ca, prêmios e menções hon­rosas para o filme e seus atores. Mais uma pro­va de que rotas alter­na­ti­vas são pos­síveis, tan­to no âmbito do pen­sa­men­to quan­to na ação. O audio­vi­su­al brasileiro pre­cisa de olhares difer­en­ci­ais, novas lin­gua­gens, desafios, pos­turas e riscos, não só da parte dos pro­du­tores, mas tam­bém de espec­ta­dores. Cin­e­ma é feito de sen­si­bil­i­dades e da per­sistên­cia de “moscas” que não se intim­i­dam com o que está dito e feito, trazen­do para si a tare­fa de ques­tionar a nat­u­ral­iza­ção do mun­do. Con­stru­ir panora­mas é como tat­u­ar a pele: na mar­ca eterniza­da, pas­sa­do, pre­sente e futuro se comu­ni­cam em um mes­mo traço. E é no cam­in­ho que per­corre esse traço que está o novo.

  • Últimas apresentações de “A Máquina Infernal” no Guairinha

    Últimas apresentações de “A Máquina Infernal” no Guairinha

    ultimas-apresentacoes-de-a-maquina-infernal-no-guairinha

    O mito de Édipo, sob a releitu­ra do dra­matur­go, poeta e cineas­ta Jean Cocteau (1889–1963) no tex­to “A Máquina Infer­nal” (1934) serviu de inspi­ração para o espetácu­lo homôn­i­mo, da Gran Com­pan­hia D’Arte Dramáti­ca, que está com suas últi­mas apre­sen­tações no Guairinha.

    Com adap­tação, cenário e direção de Rober­to, pro­dução de Thadeu Per­onne, incen­ti­vo do Ban­co do Brasil através da Lei Munic­i­pal de Incen­ti­vo à Cul­tura de Curiti­ba e apoio do Teatro Guaíra, a mon­tagem con­ta a história de Édipo, per­son­agem bem con­heci­do da mitolo­gia gre­ga, que mata o pai e casa-se com a própria mãe, mas trazen­do a per­spec­ti­va de um jovem, com seu olhar egoís­ta, diante de uma máquina infer­nal que é o mundo.

    O elen­co con­ta com a par­tic­i­pação espe­cial de Rosana Stavis, além dos atores Ger­son Del­liano, João Graf, Joseane Beren­da, Lud­mi­la Nascarel­la e Mar­vhem HD. O fig­uri­no, de Paulin­ho Maia, e a sono­plas­tia, de Cesar Sar­ti, trazem ele­men­tos da Gré­cia anti­ga, mas com foco na con­tem­po­ranei­dade. A com­pan­hia con­ta ain­da com uma asses­so­ria de refer­ên­cias gre­gas, dada por Aim­il­ia Koulogeorgiou.

    A Máquina Infer­nal” tem apre­sen­tações até o próx­i­mo sába­do, dia 22, de quar­ta a sex­ta-feira, às 20h; Sába­dos, às 16h30 e 20h no Guairinha.

    SERVIÇO:
    “A Máquina Infer­nal”, da Gran Com­pan­hia D’Arte Dramática
    Data: de 06 a 22 de março
    Dias e horários: De quar­ta a sex­ta-feira, às 20h; Sába­dos, às 16h30 e 20h
    Local: Guair­in­ha – Rua XV de Novem­bro, 971 — Curiti­ba — PR
    Ingres­sos: R$ 15,00 e R$ 7,50 + R$ 6,00 (taxa administrativa)
    Clas­si­fi­cação: 12 anos
    Local de ven­da: Disk Ingres­sos 3315 0808 e quiosque nos shop­pings Mueller, Estação, Total e Palladium

    Ficha téc­ni­ca:
    Tex­to: Rober­to Inno­cente, inspi­ra­do na obra de Jean Cocteau
    Direção: Rober­to Innocente
    Elenco:
    Ger­son Del­liano, João Graf, Joseane Beren­da, Lud­mi­la Nascarel­la, Mar­vhem HD e Rosana Stávis.
    Direção de Pro­dução: Thadeu Peronne
    Fig­uri­nos: Paulin­ho Maia
    Sono­plas­tia: Cesar Sarti
    Ilu­mi­nação: Rodri­go Ziolkowski
    Cenário: Rober­to Innocente
    Con­fecção de Cenário: Equipe Ver­sátil Andaimes e equipe Teatro Guaíra
    Admin­is­tração: Mazé Portugal
    Pro­je­to Grá­fi­co: Ana Camar­go Design
    Ilus­tração: Már­cia Széliga
    Asses­so­ria de Impren­sa: Flam­ma Comunicação
    Fotos: Chico Nogueira
    Asses­so­ria de refer­ên­cias gre­gas: Aim­il­ia Koulogeorgiu
    Vídeos: Amar­il­do Mar­tins, Mar­vhem HDGP7
    Cap­tação de Recur­sos: Thadeu Peronne
    Incen­ti­vo: Ban­co do Brasil, Lei Munic­i­pal, Prefeitu­ra e Fun­dação Cul­tur­al de Curitiba.
    Apoio: Teatro Guaíra, SESI, Ver­sátil Andaimes, Piz­zaria Boca de Forno, Restau­rante Bou­quet Gar­ni Curiti­ba, Padaria Améri­ca e Acad­e­mia Liv!

  • Casa Selvática tem mês dedicado à antropofagia, ao desbunde e ao teatro de revista brasileiro

    Casa Selvática tem mês dedicado à antropofagia, ao desbunde e ao teatro de revista brasileiro

    As_Tetas_de_Tiresias-Vamos-esbofetear-Ulisses

    Dan­do con­tinuidade à pro­gra­mação de out­ubro da Casa Selváti­ca, que neste mês rece­beu impor­tantes nomes na dis­cussão a respeito da iden­ti­dade nacional, como o bailar­i­no car­i­o­ca André Masseno (que cir­cu­la o país com seu solo O Con­fete da Índia) e a per­former Gior­gia Con­ceição (curitibana que apre­sen­tou seus números burle­scos no even­to Folia no Mata­gal). No próx­i­mo dia 17 de out­ubro o grupo curitibano O Estábu­lo de Luxo estreia a peça As Tetas de Tirésias — Vamos esbofetear Uliss­es, com direção de Gabriel Macha­do e roteiro de Ricar­do Nolasco.

    O espetácu­lo cuja primeira ver­são estre­ou no Fes­ti­val de Curiti­ba de 2012 e em 2014 — através do Prêmio Funarte de Teatro Myr­i­am Muniz 2013 via­ja o Brasil — é uma livre adap­tação do dra­ma sur­re­al­ista do escritor francês Guil­laume Apol­li­naire, que remem­o­ra com humor e dis­tan­ci­a­men­to históri­co os áure­os tem­pos do teatro de revista e de rebo­la­do (as var­iedades nacionais), que na déca­da de 30, 40 e 50 agi­tavam o teatro brasileiro. Segun­do o roteirista Ricar­do Nolas­co “a história ofi­cial do teatro brasileiro não val­ori­zou este for­ma­to teatral e sua car­ac­terís­ti­ca extrema­mente pop­u­lar”, nos últi­mos anos ele tem cen­tra­do seu tra­bal­ho em trans­portar essa pro­pos­ta cêni­ca para os dias de hoje, receben­do influên­cias do mun­do con­tem­porâ­neo e da arte exper­i­men­tal. A potên­cia do con­ta­to dire­to com o públi­co, e tam­bém por este reunir várias lin­gua­gens, como a músi­ca, a dança e o teatro estão entre as moti­vações do roteirista.

    Difer­ente­mente das out­ras duas ver­sões já apre­sen­tadas em Curiti­ba (uma no Fes­ti­val de Curiti­ba em 2012 e out­ra na 8ª Mostra Cena Breve), assim como em Belo Hor­i­zonte no 13º Fes­ti­val de Cenas Cur­tas, esta é pro­tag­on­i­za­da por três atrizes: Danielle Cam­pos (atriz e dire­to­ra já desta­ca­da por suas atu­ações nas out­ras ver­sões de As Tetas de Tirésias e em Wun­der­bar, espetácu­lo do grupo que foi apre­sen­ta­do no Fes­ti­val de Curiti­ba deste ano), Leonar­da Glück (atriz, dire­to­ra e dra­matur­ga curitibana fun­dado­ra da extin­ta Com­pan­hia Silen­ciosa) e Patri­cia Cipri­ano (já pre­mi­a­da com o Troféu Gral­ha Azul, um dos destaques da safra de jovens artis­tas da cidade). As atrizes, pre­sas em um mun­do de rep­re­sen­tação e decadên­cia, se revezam em papéis e situ­ações na bus­ca de recon­tar a história de Tereza, mul­her que aban­dona o mari­do e se tor­na homem para ser sol­da­do na rev­olução, chaman­do-se Tirésias.

    Tudo que acon­tece em cena é como que uma brin­cadeira entre essas atrizes, vedetes do anti­go teatro de revista, decaí­das e já cansadas de rep­re­sen­tar os mes­mos papéis. Assim, a gente vai encon­tran­do um modo de traz­er para os nos­sos dias as dis­cussões apre­sen­tadas no tex­to orig­i­nal, sem­pre brin­can­do com essa refer­ên­cias aos clás­si­cos do teatro, de Apol­li­naire a Hein­er Müller”, con­ta a atriz Danielle Campos.

    O espetácu­lo, relem­bran­do a estru­tu­ra de quadros do teatro de var­iedades, todos os dias é aber­to por um con­vi­da­do difer­ente que real­iza uma cena, entre estes já estão con­fir­ma­dos nomes como as atrizes Sil­via Mon­teiro e Simone Mag­a­l­hães, o poeta Ricar­do Coro­na e Del­min­da Nolas­co, avó do roteirista.

    Serviço:

    As Tetas de Tirésias — Vamos esbofetear Ulisses

    Com Danielle Cam­pos, Leonar­da Glück, Patri­cia Cipri­ano e artis­tas convidados

    Datas e horários: de 17 de out­ubro a 03 de novem­bro, de quin­ta a sába­do às 21h e domin­gos às 20h

    Local: Cen­tro Ccul­tur­al Casa Selváti­ca — Rua Nunes Macha­do, 950

    Gênero: Teatro de variedades

    Val­or: R$ 10,00 (preço sugerido)

    Capaci­dade máx­i­ma do espaço: 15 lugares

    Duração: 60 minutos

    Clas­si­fi­cação: 16 anos

    Site: selvaticaacoesartisticas.wordpress.com

    Tele­fones: (41)30135188 / 96115910

    A bil­hete­ria abre às 19h, jun­ta­mente com o café selváti­co, ven­ha beber algo ade­qua­do para a primavera.

    Vagas pra esta­ciona­men­to na rua em frente à Casa Selváti­ca. Temos esta­ciona­men­to para bicicletas.

  • Peça “Branca de Neve em: Libelo Contra Vênus” em Curitiba

    Peça “Branca de Neve em: Libelo Contra Vênus” em Curitiba

    Foto 1

    Vol­ta em car­taz com ape­nas duas apre­sen­tações na Casa Selváti­ca a peça “Bran­ca de Neve em: Libelo Con­tra Vênus”. A peça que estre­ou no Fes­ti­val de Curiti­ba 2013, artic­u­la, como pano de fun­do, a história de uma apre­sen­ta­do­ra de TV que é obri­ga­da a sor­rir sob quais­quer cir­cun­stân­cias. Ela é o arquétipo da mul­her que a tradição da fábu­la aju­dou a insti­tuir e que o grupo teatral curitibano Sociedade Sec­re­ta Papa Joana, núcleo artís­ti­co com­pos­to de artis­tas res­i­dentes da Casa Selváti­ca, tem estu­da­do ao olhar para as camadas do fem­i­ni­no na sociedade con­tem­porânea. Daí que sua estéti­ca de cena se uti­liza dos arquéti­pos encon­tra­dos em car­tas de tarô, na mídia tele­vi­si­va e em con­tos de fada, numa investi­da não só temáti­ca mas tem­po­ral de pesquisa.

    Bran­ca de neve em: Libelo Con­tra Vênus” é a segun­da peça que a atriz Danielle Cam­pos dirige em sua car­reira. O cenário, cheio de pequenos obje­tos, ao mes­mo tem­po em que repro­duz, ironiza o ambi­ente de um pro­gra­ma mati­nal tele­vi­si­vo para donas de casa ao mis­tu­rar, entre pan­elas e legumes, peque­nas estat­ue­tas de anões. A pesquisa do grupo Papa Joana aca­ba desco­brindo pul­sões fem­i­ni­nas con­tra­ditórias entre si e a dire­to­ra intro­je­tou de tal maneira essas pesquisas que foi necessário dividir seu tal­en­to em duas mul­heres — na direção de Bran­ca de Neve, quem assume é o alter ego, o dup­lo de Danielle Cam­pos: Daniela Pas­sar­in­ho – será ela uma apre­sen­ta­do­ra de TV? A estreia dela como dire­to­ra fora em 2012 com a peça “Medea: um Espetácu­lo Trans­gênero, Vinga­ti­vo e Gote­jante”, uma adap­tação polêmi­ca da tragé­dia de Eurípi­des que foi abso­lu­to suces­so de públi­co na Mostra do Cole­ti­vo de Pequenos Con­teú­dos do Fes­ti­val de Curiti­ba de 2013. Em Medea já trans­pare­ci­am influên­cias estéti­cas ilus­tres que em Bran­ca de Neve são poten­cial­izadas: do ator, dire­tor e habi­tante da Casa Selváti­ca, Ricar­do Nolas­co (que atu­ou em Medea) e de Mau­ro Zanat­ta, pre­mi­a­do ator e dire­tor da Cia do Ator Cômi­co, da qual a atriz e dire­to­ra fez parte.

    Casa Selváti­ca é um espaço artís­ti­co e cen­tro de pesquisas aber­to em março de 2012. Reúne mais de 20 artis­tas res­i­dentes que com­par­til­ham seus proces­sos cria­tivos e desen­volvem pro­je­tos des­ti­na­dos a inves­ti­gação de novas lin­gua­gens, sejam elas para a dança, teatro, lit­er­atu­ra, artes visuais e per­for­máti­cas, bem com suas respec­ti­vas fusões.

    FICHA TÉCNICA
    Tex­to: Danielle Campos
    Direção: Daniela Passarinho
    Ilu­mi­nação: Ever­ton Britto
    Sono­plas­tia e assistên­cia téc­ni­ca: Alexan­dre Lautert
    Maquiagem: Angela Stadler
    Cenário e Fig­uri­no: Sociedade Sec­re­ta Papa Joana

    Estre­lando: Janaí­na Fukushi­ma e Daiane Cristina.

    SERVIÇO:
    Bran­ca de Neve em: Libelo Con­tra Vênus
    Dias 25 e 26/05, sába­do e domin­go às 20h
    R$ 10 (estu­dantes R$ 5)
    Aceita­mos somente din­heiro ou cheque
    Local: Casa Selvática
    Fone: 3013 5188
    Rua Nunes Macha­do 950, Rebouças (próx­i­mo a praça Ouvi­dor Pardinho)
    Tem­po esti­ma­do de duração da peça: 60 minutos
    Clas­si­fi­cação Indica­ti­va: 10 anos
    A bil­hete­ria abrirá 18:30h, ven­ha beber algo ade­qua­do para o outono
    Vagas pra esta­ciona­men­to na rua em frente à Casa Selváti­ca. Temos esta­ciona­men­to para bicicletas.

  • O Malefício da Mariposa — temporada prorrogada em Curitiba

    O Malefício da Mariposa — temporada prorrogada em Curitiba

    Foi esten­di­da a tem­po­ra­da da peça O Male­fí­cio da Mari­posa até 17 de jun­ho, com sessões sex­tas e sába­dos às 21h, e aos domin­gos às 19h, na Ave Lola Espaço de Cri­ação, em Curiti­ba. Com o obje­ti­vo de se aprox­i­mar do públi­co e incen­ti­var a pro­dução cul­tur­al da cidade, a com­pan­hia man­tém um cli­ma acol­he­dor antes dos espetácu­los, ofer­e­cen­do opções de sopa e vinho.

    A novi­dade fica por con­ta do ingres­so: O val­or da con­tribuição fica a critério do espec­ta­dor. Cada pes­soa que for ao teatro, recebe um enve­lope no iní­cio do espetácu­lo e deposi­tará a quan­tia con­sid­er­a­da jus­ta e “paga o quan­to vale” pela arte que acabou de pres­en­ciar. “O propósi­to des­ta ação é enga­jar a sociedade civ­il em prol da arte, e assim con­tribuir com a con­tinuidade de out­ros pro­je­tos desen­volvi­dos aqui na Ave Lola Espaço de Cri­ação”, expli­ca à coor­de­nado­ra e dire­to­ra do espetácu­lo, Ana Rosa Tezza.

    A peça retra­ta uma fábu­la em um inusi­ta­do jardim sob a óti­ca dos inse­tos que, assim como os seres humanos, têm suas ações e sen­sações impul­sion­adas pelo amor. “O espetácu­lo uti­liza a poe­sia para se apro­fun­dar no imag­inário do públi­co, dirigin­do-se a pes­soas de todas as idades”, rev­ela Tezza.

    Cenários, fig­uri­nos e bonecos são cri­ações cole­ti­vas dos atores e de toda a equipe da Ave Lola. O espetácu­lo sob direção de arte de Cristine Conde, con­ta no elen­co com Alessan­dra Flo­res, Janine de Cam­pos, Val Salles e out­ros atores.

    SERVIÇO:
    Espetácu­lo teatral O Male­fí­cio da Mariposa
    De 4 a 17 de jun­ho – de sex­ta a domingo.
    Horários: sex­tas e sába­dos, às 21h, e domin­gos, às 19h.
    Local: Ave Lola Espaço de Cri­ação – Rua Por­tu­gal, 339 São Fran­cis­co – Curiti­ba – PR.
    Infor­mações: (41) 2112 9924 — http://avelola.com/
    Ingres­sos: val­ores pagos a critério do público.

    Sinopse O Male­fí­cio da Mariposa
    “A comé­dia que vamos apre­sen­tar é humilde e inqui­etante, comé­dia rota, dos que querem arran­har a lua e arran­ham o próprio coração.” Assim têm iní­cio uma aven­tu­ra pelos mean­dros deste sen­ti­men­to del­i­ca­do e imen­so, grande tema da lit­er­atu­ra uni­ver­sal: o amor. Em O Male­fí­cio da Mari­posa, Fed­eri­co Gar­cia Lor­ca uti­liza a fábu­la para retratar tudo o que envolve as relações afe­ti­vas com a orig­i­nal­i­dade e pro­fun­di­dade de poucos, den­tro de um uni­ver­so inusi­ta­do, o mun­do dos inse­tos. Em meio à atmos­fera poéti­ca de um estran­ho jardim, besouros, baratas, escor­piões, formi­gas e mari­posas amam e sofrem de maneira muito pare­ci­da à nos­sa, seres humanos.
    Para traz­er à cena este tex­to poéti­co, bonecos de diver­sas téc­ni­cas foram cri­a­dos e desen­volvi­dos cole­ti­va­mente durante o proces­so de mon­tagem do espetácu­lo, um inten­so e diário tra­bal­ho de imer­são, para desco­brir e se apro­fun­dar no uni­ver­so da obra, no imag­inário destes seres do jardim e no encon­tro entre a lin­guagem do teatro de for­mas ani­madas e o tra­bal­ho com atores de carne e osso. Assim, cada personagem/inseto foi cri­a­do, inter­pre­ta­do e manip­u­la­do de acor­do com a for­ma que cor­re­sponde à sua natureza. Um amor impos­sív­el é um prob­le­ma para qual­quer coração, seja de um poeta ou de um inse­to, ou porque não, de um inse­to poeta? Afi­nal, como diz o autor, “o amor nasce com a mes­ma inten­si­dade em todos os planos da vida, e o mes­mo rit­mo da brisa nasci­da do ar tem a estrela da man­hã, tudo é igual na natureza.”

    Ficha Téc­ni­ca O Male­fí­cio da Mariposa
    Clas­si­fi­cação: Livre
    Direção: Ana Rosa Genari Tezza
    Direção de Arte: Cristine Conde
    Com­posição musi­cal: JJ Lemêtre
    Elen­co: Alessan­dra Flo­res, Janine de Cam­pos e Val Salles
    Atriz apren­diz: Tatiana Dias
    Cenários e Fig­uri­nos: Cristine Conde
    Con­fecção de Bonecos: Alessan­dra Flo­res, Cristine Conde, Janine de Cam­pos e Val Salles (apren­diz de feiti­ceiro: Hele­na Tezza)
    Con­sul­to­ria de Más­caras: Calu Monteiro
    Sono­plas­tia: Ana Rosa Genari Tez­za e Tatiana Dias
    Ilu­mi­nação: Rodri­go Ziolkowski
    Assis­tente de Ilu­mi­nação e oper­ação de luz: Raul Freitas
    Oper­ação de som: Tatiana Dias
    Doc­u­men­tação e direção audio­vi­su­al: José Tezza
    Design­er grá­fi­co: Mateus Ferrari
    Ilus­tração: Val Salles
    Cenotec­nia: Prosce­ni­um Cenografia
    Cos­tureiras: Sueli Matias e Tis­sa Muniz
    Pro­dução: Ave Lola Espaço de Criação

    Fed­eri­co Gar­cia Lor­ca nasceu na região de Grana­da, na Espan­ha, em 05 de jun­ho de 1898, e fale­ceu nos arredores de Grana­da no dia 19 de agos­to de 1936, assas­si­na­do pelos “Nacional­is­tas”. Nes­sa ocasião o gen­er­al Fran­co dava iní­cio à guer­ra civ­il espan­ho­la. Ape­sar de nun­ca ter sido comu­nista — ape­nas um social­ista con­vic­to que havia toma­do posição a favor da Repúbli­ca — Lor­ca, então com 38 anos, foi pre­so por um dep­uta­do católi­co dire­itista que jus­ti­fi­cou sua prisão sob a ale­gação de que ele era “mais perigoso com a cane­ta do que out­ros com o revólver.” Aves­so à vio­lên­cia, o poeta, como homos­sex­u­al que era, sabia muito bem o quan­to era doloroso sen­tir-se ameaça­do e persegui­do. Nes­sa época, suas peças teatrais “A casa de Bernar­da Alba”, “Yer­ma”, “Bodas de sangue”, “Dona Rosi­ta, a solteira” e out­ras, eram ence­nadas com suces­so. Sua exe­cução, com um tiro na nuca, teve reper­cussão mundial.

  • SESI Traz ¨Réquiem¨, de Hanoch Levin

    SESI Traz ¨Réquiem¨, de Hanoch Levin

    Curiti­ba recebe no próx­i­mo sába­do e domin­go (6 e 7 de agos­to) o espetácu­lo Réquiem, de Hanoch Levin, com direção do pre­mi­a­do Fran­cis­co Medeiros. A pro­moção é do Sesi Teatro, pro­je­to que faz parte das ações cul­tur­ais do Serviço Social da Indús­tria (Sesi) Paraná. O pro­je­to traz à cap­i­tal atrações de destaque no cenário nacional, como for­ma de val­orizar, pro­mover e difundir a cul­tura em suas diver­sas for­mas. As apre­sen­tações acon­te­cem no Teatro Sesi/Cietep. Os ingres­sos estão disponíveis a R$30,00 e R$15,00 e, o esta­ciona­men­to é gratuito. 

    Réquiem tra­ta da desilusão de um marceneiro, artesão de caixões que, ao chegar à vel­hice, depara-se com a solidão e a sucessão de per­das que acu­mu­lou ao lon­go dos anos. Inspi­ra­da em três con­tos do autor rus­so Anton TchekhovO Vio­li­no de Rotschild, No Fun­do Do Bar­ran­co e Angús­tiaRéquiem é estru­tu­ra­da em 15 cenas cur­tas interli­gadas por um eixo cen­tral de uma estra­da e o per­cur­so do vel­ho por difer­entes caminhos. 

    Crédi­to de Pablo Ferreira

    Com um elen­co de sete atores, os per­son­agens não pos­suem nome, são chama­dos ape­nas de Vel­ha, Bêba­dos, Pros­ti­tu­tas, Cocheiro, Mãe — arquéti­pos explíc­i­tos que apare­cem ao per­son­agem cen­tral – o Vel­ho — numa sucessão de encon­tros, des­en­con­tros, nasci­men­tos, mortes, zonas de luz e de trevas, cur­vas, desvios de rota, retornos.

    O tex­to de Hanoch Levin abor­da questões fun­da­men­tais de inda­gações dos home­ns, em todos os tem­pos, como o sig­nifi­ca­do da morte e da vida, a solidão humana e as relações pes­soais que são esta­b­ele­ci­das durante a vida. Desprovi­do de qual­quer tipo de jul­ga­men­to, Réquiem expõe estas questões para os espec­ta­dores de maneira sim­ples, com per­son­agens que ten­tam a todo o momen­to diz­er o que real­mente pen­sam, e vivem o pre­sente da cena.

    Sobre Hanoch Levin

    Nasci­do em 18 de dezem­bro de 1943, Hanoch Levin é fil­ho de emi­grantes polone­ses sobre­viventes do Holo­caus­to. Réquiem é uma de suas últi­mas peças e foi dirigi­da pelo autor do leito do hos­pi­tal. A ence­nação fei­ta para o Teatro Cameri – uma das mais impor­tantes com­pan­hias do teatro israe­lense — per­manece até hoje no repertório, ten­do rece­bido inúmeros prêmios e apre­sen­ta­da nos mais impor­tantes fes­ti­vais do mun­do e em con­stantes excursões pelo Ori­ente e pelo Oci­dente. Hanoch Levin mor­reu em 18 de agos­to de 1999. Nos últi­mos anos de sua vida foram pub­li­ca­dos 17 vol­umes de seu tra­bal­ho: 11 vol­umes de peças teatrais, 3 de prosa, 2 de peque­nas cenas e canções e um vol­ume de poe­mas. Há ain­da dois vol­umes de livros para crianças.

    Sesi Teatro apre­sen­ta Réquiem
    Data: 6 de agos­to, às 20h
    7 de agos­to, às 19h
    Local: Teatro SESI CIETEP — Av. Com. Fran­co, 1341 – Jardim Botânico
    Infor­mações: 0800 6480088 ou pelo site
    Ingres­sos: R$ 30 e R$ 15 (meia-entra­da para tra­bal­hador da indús­tria e fun­cionários do sis­tema FIEP, estu­dantes e ter­ceira idade).
    Local de ven­da: Disk Ingres­sos 3315 0808 e quiosque nos shop­pings Mueller, Estação e Total
    Esta­ciona­men­to gratuito.

  • Teatro: Os Catecismos segundo Carlos Zéfiro, em Curitiba

    Teatro: Os Catecismos segundo Carlos Zéfiro, em Curitiba

    Paulo Bis­ca­ia é con­heci­do por tra­bal­hos num esti­lo de teatro mais extremo, em boa parte das vezes volta­do ao ter­ror, ao trash, ao lado B das nar­ra­ti­vas. Em out­ros tem­pos pode­ria se diz­er que ele tem uma tendên­cia ao mar­gin­al — ter­mo que virou cult nos tem­pos de hoje — mas o curitibano vem mostra­do um pouco além dis­so com os tra­bal­hos na Com­pan­hia Vig­or Mor­tis e recen­te­mente com a peça, de cur­ta tem­po­ra­da em Curiti­ba, Os Cate­cis­mos de Car­los Zéfiro, escrito pelo próprio Bis­ca­ia em parce­ria com a atriz Clara Sere­jo.

    Os Cate­cis­mos de Car­los Zéfiro é con­ta­do a par­tir da pesquisa que Juca Kfouri — na época edi­tor da revista Play­boy — escreveu sobre o under­ground quadrin­ista de esti­lo pornográ­fi­co — e em ple­na ditadu­ra mil­i­tar — que se pop­u­lar­i­zou graças à clan­des­tinidade das ban­cas de jor­nal do Rio de Janeiro e a boemia car­i­o­ca que sabia apre­ciar o tra­bal­ho do artista. A peça se propõe jus­ta­mente a retratar o recorte da vida de Zéfiro, um supos­to homem de família e sua dual vida como quadrin­ista clandestino.

    Anal­isan­do do pon­to de vista nar­ra­ti­vo-literário — pois só con­heço de leituras os tra­bal­hos do dire­tor — Os Cate­cis­mos de Car­los Zéfiro man­tém a nar­ra­ti­va lin­ear que oscila entre o dra­ma e a comé­dia, con­tan­do com a colagem de dois per­son­agens nar­radores dos diál­o­gos dos quadrin­hos que fun­cionam como pausas da história, dan­do um ar cômi­co-eróti­co dos enre­dos ofi­ci­ais picantes dos cate­cis­mos, inter­pre­ta­dos por voz pela atriz Mar­ti­na Gal­larza e o ator Jandir Fer­rari.

    A inter­pre­tação dos atores fez jus ao esti­lo da época, prin­ci­pal­mente a per­son­agem de Clara Sere­jo que tin­ha uma car­i­catu­ra bem típi­ca das chamadas pin-ups com um pouco de exagero nos tre­jeitos. Não só Clara, mas o elen­co todo esta­va car­i­ca­to sufi­ciente para dar luz aos per­son­agens que davam vida à com­posição do cotid­i­ano de Car­los Zéfiro. A úni­ca recla­mação do públi­co que assis­tiu a peça no dia 15 de maio, no Guair­in­ha, foi o fato do per­son­agem Nel­son Rodrigues, inter­pre­ta­do por Jandir Fer­reira, ter fuma­do no pal­co com o teatro fecha­do. Talvez pudesse ser um ele­men­to repen­sa­do na cena, já que em espaços públi­cos não se pode pri­orizar somente a arte ou somente os espectadores.

    O uso de ele­men­tos de cenário como o mate­r­i­al mul­ti­mí­dia, que alter­na­va entre várias ima­gens dos quadrin­hos de Zéfiro e out­ras que cri­avam situ­ações de cena, deixaram à mostra a mar­ca do dire­tor con­heci­do pela hib­ridiza­ção entre teatro, cin­e­ma, quadrin­hos e pitadas de ero­tismo. Aliás, o uso desse mate­r­i­al que­brou um pouco o rit­mo — e sen­sação — de lin­eari­dade do teatro mais clás­si­co que Os Cate­cis­mos de Car­los Zéfiro se prop­un­ha num primeiro momen­to, crian­do uma per­for­mance difer­ente no pal­co e sen­sações inter­es­santes de espaço no espectador.

    O foco do enre­do de Os Cate­cis­mos de Car­los Zéfiro é a biografia do ilustrador, a apre­sen­tação do esti­lo picante da nar­ra­ti­va dele com a imagem de alguns quadrin­hos, se aten­do mais ao fato dele viv­er no anon­i­ma­to e da relação dual dele como Alcides Cam­in­ha, o fun­cionário públi­co e o quadrin­ista-mar­gin­al. A peça cumpre o que se propõe: apre­sen­tar, ou ain­da, traz­er à tona a figu­ra desse per­son­agem under­ground, que por motivos óbvios de repressão sex­u­al — que hoje é aparente­mente um assun­to mais aber­to e na moda — e pelo perío­do de inco­mu­ni­ca­bil­i­dade da Ditadu­ra Mil­i­tar, não ficou muito conhecido.

    Um dos aspec­tos inter­es­santes da pro­pos­ta de traz­er à tona Os Cate­cis­mos de Car­los Zéfiro é explic­i­tar que os quadrin­hos eróti­cos sem­pre foram under­ground, que é tam­bém con­sid­er­a­do um grande méri­to segun­do os maiores fãs que con­tam que já foi prati­ca­mente cult as revis­tas de fotonov­ela pornô. Afi­nal, o que moti­va­va alguém como o fun­cionário públi­co Alcides Cam­in­ha a escr­ev­er suas aven­turas sex­u­ais naque­la época e o que moti­va alguém a escr­ev­er, colo­can­do ele em voga de novo?

    Claro que, uma análise nar­ra­ti­va não pode com­pe­tir com uma análise mais pro­fun­da de atu­ação e dra­matur­gia em si, o espaço e tem­po são difer­entes e sabe-se da pro­fun­di­dade do tra­bal­ho de preparo como pesquisa e atu­ação que devem ser lev­a­dos em con­ta. Por­tan­to, Os Cate­cis­mos de Car­los Zéfiro é uma peça que entretem, geran­do momen­tos de cli­max que man­tém o espec­ta­dor sat­is­feito através das con­venções nar­ra­ti­vas. Não deixa nada muito explíc­i­to, e ao meu ver esse ele­men­to pode­ria ter tor­na­do o tra­bal­ho bem genial, mas é uma obra que se propõe a tirar do anon­i­ma­to o Car­los Zéfiro que viveu durante anos no imag­inário dos seus fãs.

  • Promoção “Pequeno Grande Encontro de Teatro para Crianças” ENCERRADA: ganhe convites

    Promoção “Pequeno Grande Encontro de Teatro para Crianças” ENCERRADA: ganhe convites

    O sorteio já foi real­iza­do e os vence­dores serão comu­ni­ca­dos por email.

    Para mar­car o lança­men­to de Pequeno Grande Encon­tro de Teatro para Cri­anças, que ini­cia dia 13 de out­ubro, o inter­ro­gAção jun­ta­mente com os real­izadores do even­to, estarão sorte­an­do 10 con­vites (cada um váli­do para duas pes­soas). Pro­moção vál­i­da somente para Curitiba.

    Os con­vites serão sortea­d­os em dias difer­entes e os vence­dores serão comu­ni­ca­dos por e‑mail.

    Con­fi­ra a pro­gra­mação dos espetácu­los.

    O sorteio já foi real­iza­do e os vence­dores serão comu­ni­ca­dos por email.

    Vídeo de abertura:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=y5jFf76xCSQ