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  • Crítica: A Rede Social

    Crítica: A Rede Social

    a rede social

    Todos os dias a maio­r­ia de nós aces­sa o email, um site de notí­cias e provavel­mente algu­ma rede social. Você algu­ma vez já parou para pen­sar de onde veio a ideia e qual é a história de alguns dos sites que mais aces­samos no nos­so dia a dia? Em A Rede Social (The Social Net­work, EUA, 2010), dirigi­do por David Finch­er, acom­pan­hamos jus­ta­mente o surg­i­men­to do Face­book, que em 2010 ultra­pas­sou o Google em número de aces­sos nos Esta­dos Unidos.

    Mark Zucker­berg (Jesse Eisen­berg) é um estu­dante de com­putação em Har­vard, que durante uma noite de out­ono de 2003, começa a tra­bal­har em uma nova ideia que iria mudar os hábitos vir­tu­ais não só de quase todos os estu­dantes uni­ver­sitários, mas de muitos dos usuários da inter­net. Seis anos mais tarde, ele se tor­na o mais jovem bil­ionário da história, inclu­sive sendo eleito a pes­soa do ano (2010) pela revista TIME. A Rede Social foi basea­do no livro Bil­ionários por Aca­so (leia o primeiro capí­tu­lo de graça), de Ben Mezrich, lança­do no Brasil pela edi­to­ra Intrínse­ca.

    O filme é nar­ra­do de maneira total­mente não lin­ear, alter­nan­do entre dois proces­sos judi­ci­ais que Mark enfren­tou e o proces­so da con­cepção da ideia do site, até chegar a mais de 1 mil­hão de usuários cadastra­dos nele. Já não bas­tan­do isso para dar um nó na cabeça, A Rede Social pos­sui um rit­mo bem frenéti­co, onde muitas vezes dois ou mais assun­tos são dis­cu­ti­dos ao mes­mo tem­po pelos per­son­agens. A impressão que fica é dele ter sido mon­ta­do como uma nave­g­ação na inter­net, onde você vai abrindo várias janelas ao mes­mo tem­po, alteran­do entre elas sem parar, total­mente mul­ti­task­ing.

    A Rede Social não dá prefer­ên­cia por nen­hu­ma das ver­dades de cada per­son­agem, fican­do a eter­na dúvi­da: Mark roubou ou não a idéia do Face­book? É pos­sív­el iden­ti­ficar tan­to as fal­has do per­son­agem prin­ci­pal como a dos out­ros que o estão proces­san­do. Mas, é real­mente tão rel­e­vante essa questão? Se for­mos anal­is­ar his­tori­ca­mente o mun­do das invenções, esse tipo de prob­le­ma é mais que comum, bas­ta a já frase bati­da “nada se cria, tudo se copia”. Temos tam­bém out­ra famosa, dessa vez de auto­ria de Pablo Picas­so: “Bons artis­tas copi­am, grandes artis­tas roubam”. Aliás, esse tópi­co já foi ampla­mente dis­cu­ti­do no caso da Microsoft e da Apple (leia mais sobre esse assun­to). Além dis­so, a escol­ha de Justin Tim­ber­lake (que está com uma atu­ação muito boa) para jus­ta­mente repressen­tar Sean Park­er, o cri­ador do Napser, um dos grande “inimi­gos” da indús­tria fono­grá­fi­ca, foi uma óti­ma piada.

    Durante todo o lon­ga, são usa­dos muitos ter­mos téc­ni­cos de com­putação e da inter­net, que acred­i­to não serem muito triv­i­ais para quem nun­ca ten­ha estu­da­do sobre eles, isso sem falar em todos os códi­gos e coman­dos que são rap­i­da­mente mostra­dos. Mas, de maneira algu­ma, isto com­pro­m­ete o entendi­men­to em ger­al de A Rede Social. Para quem já estu­dou sobre o assun­to (que é o meu caso), ficará feliz por final­mente ver um filme que pre­zou por mostrar a real­i­dade deste mun­do e não ficou inven­tan­do coisas. Aliás, parece que Hol­ly­wood está final­mente se pre­ocu­pan­do com isto, um caso bem recente é o filme Tron: O Lega­do.

    A Rede Social é um filme insti­gante e ao mes­mo tem­po moti­vador, afi­nal, quem não gostaria de ter uma ideia dessas e ficar mil­ionário tam­bém? Vale a pena o ingres­so para con­hecer um pouco dos back­stages de um dos sites mais aces­sa­dos da atu­al­i­dade. Só um avi­so, o lon­ga não é um doc­u­men­to fiel do que real­mente acon­te­ceu, pois o livro usa­do como refer­ên­cia, foi basea­do prin­ci­pal­mente na ver­são dos fatos por Saverin, o próprio Mark não teve qual­quer con­tribuição nele. Mas mes­mo assim, ain­da con­tin­ua sendo válido.

    Out­ras críti­cas interessantes:

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=cRSTySErIHg

  • Crítica: Atração Perigosa

    Crítica: Atração Perigosa

    crítica atração perigosa

    Atração Perigosa (The Town , EUA , 2010) é o segun­do filme dirigi­do pelo ator Ben Affleck, que des­ta vez tam­bém é o pro­tag­o­nista prin­ci­pal e um dos roteiris­tas. Basea­do no livro “O Príncipe dos Ladrões”, de Chuck Hogan, este lon­ga está sendo con­sid­er­a­do um retorno muito bem-suce­di­do, prin­ci­pal­mente como dire­tor, em sua car­reira cinematográfica.

    Doug MacRay (Ben Affleck) é o líder de um grupo de assaltantes de ban­co, da famosa cidade de Charlestown, con­heci­da por abri­gar um grande número desse tipo de ladrão. Durante um assalto, alguém aciona o alarme e eles mudam total­mente os planos decidin­do levar a ger­ente, Claire Keesey (Rebec­ca Hall), como refém. Após lib­ertá-la, desco­brem que ela mora na mes­ma cidade e, como medi­da de segu­rança, Doug começa a segui-la, mas logo em segui­da se vê apaixon­a­do por ela.

    Aqui temos todos os ele­men­tos de um filme de assalto mis­tu­ra­do com romance: o ban­di­do se apaixona por uma mul­her que esta­va envolvi­da num roubo, ele quer largar sua anti­ga vida para começar uma nova com ela, mas para isso pre­cisa praticar um últi­mo ato antes da redenção final. A grande difer­ença de Atração Perigosa é que não há toda aque­la sessão expli­can­do todo o plane­ja­men­to dos assaltos, como em Onze Home­ns e um Seg­re­do e afins, crian­do uma expec­ta­ti­va maior do que poderá acon­te­cer. Além dis­so, o filme tem como méri­to a human­iza­ção dos per­son­agens, os moradores da cidadez­in­ha pare­cem ver­dadeiros caipi­ras mod­er­nos amer­i­canos (será que o dente que­bra­do do Affleck era parte da “maquiagem”?).

    Ape­sar dele se esforçar, é difí­cil se con­vencer com a atu­ação de Ben Afl­leck, prin­ci­pal­mente como um “bru­ta­montes” anti-herói quan­do se está acos­tu­ma­do a ver ele em comé­dias “bonit­in­has”. O mes­mo equiv­ale para o agente do FBI Adam Fraw­ley (Jon Hamm), que parece bem per­di­do em seu papel de poli­cial incan­sáv­el pela ver­dade. Já o resto do elen­co de Atração Perigosa fez um tra­bal­ho muito bom.

    Um pon­to bem inter­es­sante em Atração Perigosa é a enfa­ti­za­ção de que, não impor­ta quão seguro e plane­ja­do seja um sis­tema de segu­rança, o pon­to mais fra­co dele sem­pre será o fator humano. De que adi­anta uma por­ta super espe­cial que só abre com chaves muito especí­fi­cas, se a família de quem tem a chave é ameaça­da e na mes­ma hora o seu deten­tor abre a por­ta? Para quem se inter­es­sa neste tipo de assun­to, recomen­do como leitu­ra o livro A Arte de Enga­nar, de Kevin Mit­nick, que fala jus­ta­mente sobre pes­soas espe­cial­is­tas em tirar van­tagem deste cal­can­har de Aquiles, os engen­heiros soci­ais.

    Ape­sar de Atração Perigosa não pos­suir nada de ino­vador, além de ser bas­tante pre­visív­el, con­segue man­ter a atenção do expec­ta­dor. Para aque­les que gostam de um romance, tam­bém não ficarão de mãos vazias, sendo que boa parte do desen­volvi­men­to da tra­ma é ded­i­ca­do a este gênero.

    Out­ras críti­cas interessantes:

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=xonrn-qqfzw