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  • Crítica: Sexo Sem Compromisso

    Crítica: Sexo Sem Compromisso

    critica sexo sem compromissoOs vel­hos, e puri­tanos, clichês român­ti­cos já não fun­cionam mais com o públi­co mais jovem — duvi­do que no adul­to tam­bém — e na ten­ta­ti­va de não perder bil­hete­ria, Holy­wood ten­ta se man­ter atu­al­iza­do com as novas tendên­cias. Sexo Sem Com­pro­mis­so (No Strings Attached, EUA, 2011), dirigi­do por Ivan Reit­man e com duas grandes estre­las do cin­e­ma amer­i­cano, ten­ta ser mais um dos filmes para mar­car essa nova ger­ação de relacionamentos.

    Adam (Ash­ton Kutch­er) é um homem que não tem mui­ta sorte com mul­heres. Emma (Natal­ie Port­man) tra­bal­ha em um hos­pi­tal e não tem muito tem­po para out­ras coisas, prin­ci­pal­mente quan­do se tra­ta de rela­ciona­men­tos. Os dois são grandes ami­gos até que um dia deci­dem adi­cionar um out­ro ele­men­to na amizade: sexo.

    Sexo Sem Com­pro­mis­so ape­sar de não pos­suir nada de muito orig­i­nal no roteiro, con­segue desen­volver bem a história, sendo a duração do filme um pouco maior que a usu­al, mas sem ser cansati­vo. Ape­sar de pos­suir algu­mas situ­ações legais, não chega a ser muito engraça­do — prin­ci­pal­mente se você já viu o trail­er que entre­ga várias delas — mas tam­bém não são forçadas, prin­ci­pal­mente porque o lon­ga explo­ra muito o jogo de aparên­cias que muitas pes­soas uti­lizam nes­sas situações.

    Os per­son­agens do lon­ga, ten­taram, mas não con­seguiram sair do usu­al chichê român­ti­co, como acon­te­ceu por exem­p­lo em Amor e Out­ras Dro­gas, ape­sar de haver um grande poten­cial para isto. Quan­do pare­cia que as coisas pode­ri­am fugir do usu­al, a opor­tu­nidade era logo joga­da fora. Além dis­so, quem já assis­tiu Você vai Con­hecer o Homem dos seus Son­hos do Woody Allen vai perce­ber que Alvin, o pai de Adam em Sexo Sem Com­pro­mis­so, ficou idên­ti­co ao Alfie, inter­pre­ta­do por Antho­ny Hop­kins, incluin­do a sua relação com uma mul­her muito mais jovem.

    Para quem gos­ta de comé­dias român­ti­cas, vai ado­rar Sexo Sem Com­pro­mis­so — sem dup­los sen­ti­dos — pois é um filme bem despre­ten­sioso, ape­sar de não ser orig­i­nal. Já aque­les que gostam de algo mais difer­ente, não irão se sen­tir muito inco­moda­dos com este, mas se pud­erem, recomen­do tam­bém assi­s­tirem Tudo Pode dar Cer­to, do Woody Allen — assim como o out­ro que recomendei mais aci­ma — que ambos são muito engraça­dos e inteligentes.

    Par­ticipe tam­bém da Pro­moção Sexo Sem Com­pro­mis­so e con­cor­ra a con­vites para ver o filme de graça.

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=RwZXhumAH0M

  • Crítica: Corações em Conflito

    Crítica: Corações em Conflito

    corações em conflito

    Tra­bal­har muito para con­seguir gan­har din­heiro sufi­ciente e dessa for­ma man­ter um padrão de vida dese­jáv­el é a real­i­dade de muitos. Em Corações em Con­fli­to (Mam­moth, Suécia/Dinamarca, 2009), de Lukas Moodys­son, é refleti­do jus­ta­mente o dis­tan­ci­a­men­to que este tipo de com­por­ta­men­to pode causar den­tro de uma família.

    Leo (Gael Gar­cia Bernal), cri­ador de um site sobre jogos eletrôni­cos de suces­so, e Ellen (Michelle Williams), cirurgiã total­mente ded­i­ca­da à sal­var vidas, são um casal de suces­so profis­sion­al. Eles tem uma fil­ha de oito anos mas, por tra­bal­harem demais, ela pas­sa a maior parte do tem­po com sua babá Fil­ip­ina, de for­ma que a relação entre pais e fil­ha é muito escas­sa. Quan­do Leo pre­cisa via­jar a Tailân­dia, para assi­nar um con­tra­to impor­tante, uma série de reações em cadeia começam a acon­te­cer, trazen­do con­se­quên­cias dramáti­cas para todos.

    Corações em Con­fli­to tem como prin­ci­pal car­ac­terís­ti­ca per­son­agens que mes­mo estando em lugares e situ­ações total­mente difer­entes, pos­suem algum tipo de lig­ação, na maio­r­ia dramáti­cas. O que lem­bra muito filmes como Babel, de Ale­jan­dro González Iñár­ritu, e Crash — No lim­ite, de Paul Hag­gis. Ape­sar dis­so, o lon­ga não chega a ser tão envol­vente e cati­vante quan­tos estes dois.

    O enre­do pos­sui algu­mas ideias bem inter­es­santes, prin­ci­pal­mente em mostrar difer­entes real­i­dades con­viven­do uma ao lado da out­ra sem terem con­sciên­cia dis­so. Corações em Con­fli­to ques­tiona tam­bém a fal­ta de atenção dada á própria família, prin­ci­pal­mente aos fil­hos, e a difi­cul­dade de lidar com eles por causa deste afas­ta­men­to cada vez maior. Algu­mas cenas do filme são bas­tante impac­tantes, mostran­do como o ciúme e a difi­cul­dade para con­seguir comu­nicar uma men­sagem, podem resul­tar em des­do­bra­men­tos muito sérios.

    Um dos grandes prob­le­mas de Corações em Con­fli­to está na sua tril­ha sono­ra, mais pare­cen­do um apan­hado das dez músi­cas favoritas de alguém da equipe de pro­dução, que sim­ples­mente jogou em cima do lon­ga em cenas que achou legal. As músi­cas sim­ples­mente não tem nen­hu­ma lig­ação com o que está acon­te­cen­do, algu­mas se repe­ti­ram incan­sáveis vezes, além de “que­brarem o cli­ma” dramáti­co alme­ja­do pelo lon­ga. Como as tril­has sono­ras são um aspec­to muito impor­tante para mim, fiquei muito inco­moda­do e pos­so afir­mar: difi­cil­mente vi uma pro­dução sono­ra tão ruim. Infe­liz­mente os atores tam­bém não aju­daram muito a man­ter o cli­ma do filme, seus papéis são bem vazios e cer­tas atu­ações são total­mente forçadas e sem emoção.

    Corações em Con­fli­to lida com prob­le­mas fre­quentes e impor­tantes das relações humanas, mas que muitas vezes são igno­ra­dos por causa da com­plex­i­dade que trazem con­si­go. Ape­sar de não con­seguir ser muito envol­vente, causa um descon­for­to dev­i­do aos fortes temas abor­da­dos, que podem ser usa­dos para uma boa dis­cussão após o filme.

    Out­ras críti­cas interessantes:

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=qVgwpLyN2ek

  • Crítica: O estranho em mim

    Crítica: O estranho em mim

    o estranho em mim

    Faz­er filmes para con­sci­en­ti­zar os espec­ta­dores de um deter­mi­na­do problema/fato, sem ser “educa­ti­vo” demais, não é uma tare­fa fácil. O estran­ho em mim (Das Fremde In Mir, Aeman­ha, 2008), de Emi­ly Atef, além de abor­dar temas como a comu­ni­cação e relações humanas em ger­al, tem como pano de fun­do a depressão pós-par­to, uma doença cujos peri­gos muitas pes­soam desconhecem.

    Rebec­ca (Susanne Wolff) e Julian (Johann von Bül­low) for­mam um casal apaixon­a­do e feliz que estão esperan­do seu primeiro fil­ho. Tudo parece per­feito até que a cri­ança nasce e a mãe tem seu primeiro con­ta­to com o bebê, logo após o par­to. É pos­sív­el niti­da­mente ver em sua expressão que há algo de erra­do, pois toda aque­la feli­ci­dade e expec­ta­ti­va sim­ples­mente some. Nas sem­anas seguintes acom­pan­hamos o crescer de uma repul­sa, assim como total indifer­ença, em relação ao bebê.

    Todas essas situ­ações tor­nam o cli­ma do filme muito ten­so, chegan­do até a beirar o insu­portáv­el em cer­tas cenas. Você sim­ples­mente dese­ja que tudo se resol­va logo, pois não aguen­ta mais tan­ta ten­são. Na sessão que assisti O estran­ho em mim, que esta­va lota­da, era claro perce­ber um cer­to incô­mo­do entre as out­ras pes­soas que tam­bém o assis­ti­am, na maior parte do tem­po em silên­cio abso­lu­to, total­mente imer­sos nos acon­tec­i­men­tos e quan­do chega­va em uma cena mais pesa­da, todos se retor­ci­am e não par­avam qui­etos na cadeira. Ape­sar da per­son­agem prin­ci­pal ir para ter­apia e ter pro­gres­so em seu proces­so, a sen­sação descon­fortáv­el per­petu­ou até mes­mo após a saí­da da sala de cinema.

    O esti­lo sim­plista da pro­dução de O estran­ho em mim lem­brou bas­tante os filmes do movi­men­to Dog­ma 95. O uso da hand­cam em algu­mas tomadas cri­am a sen­sação que acom­pan­hamos lit­eral­mente os pas­sos de Rebec­ca. Out­ras car­ac­terís­ti­cas como: som do ambi­ente nat­ur­al, pou­ca ou nen­hu­ma luz arti­fi­cial e locações reais usadas como cenário, pro­por­cionaram um mer­gul­ho ain­da maior na tra­ma do filme. Há uma toma­da envol­ven­do um bebê e uma ban­heir­in­ha, que de tão chocante que é a sua intenção, perde-se a noção de que é ape­nas uma fic­cão e não algo doc­u­men­tan­do um fato real­mente ocorrido.

    O filme usa a tril­ha sono­ra de maneira muito pon­tu­al, prati­ca­mente sendo só acom­pan­hado pelo som do ambi­ente e da voz dos per­son­agens. Os ápices de ten­são em O estran­ho em mim são todos acom­pan­hados dess­es “silên­cios”, com­pro­van­do mais uma vez que não é pre­ciso ficar entupin­do o espec­ta­dor de melo­dias para assim con­seguir provo­car algum sen­ti­men­to. Tam­bém é indis­pen­sáv­el citar a óti­ma atu­ação de Susanne Wolff, que foi indis­pen­sáv­el nesse proces­so de envolvi­men­to com a sua situ­ação e ações.

    O estran­ho em mim não é um filme de fácil digestão, com um cli­ma extrema­mente ten­so e frio, e para alguns, “alemão” demais. Mas ele é váli­do jus­ta­mente pela própria exper­iên­cia que causa e tam­bém como um óti­mo meio de con­sci­en­ti­zar as pes­soas sobre a gravi­dade da depressão pós-parto.

    Out­ras críti­cas interessantes:

    Trail­er: (infe­liz­mente sem leg­en­da, se alguém achar um leg­en­da­do por favor avise)

    httpv://www.youtube.com/watch?v=s4-p3aM5k3U

  • Crítica: O Passado

    Crítica: O Passado

    A difi­cul­dade em lidar com um tér­mi­no parece ser iner­ente ao ser humano. Nem sem­pre é fácil aceitar uma nova roti­na, com novos hábitos ou a ausên­cia de alguém, prin­ci­pal­mente em se tratan­do de rela­ciona­men­tos. Partin­do do fim de uma relação e das paranóias que podem sur­gir com isso, O Pas­sa­do (El Pasa­do, Argenti­na, 2007), dirigi­do e adap­ta­do da nov­ela de Alan Pauls por Hec­tor Baben­co, traz uma pelícu­la com um roteiro bem amar­ra­do, boa fotografia e elen­co com inter­es­santes atuações.

    Rími­ni (Gael Gar­cia Bernal) e Sofia (Analía Coucey­ro) foram casa­dos durante 12 anos e deci­dem se sep­a­rar. Aos olhos alheios o casal rep­re­sen­ta­va os val­ores de uma relação per­fei­ta, ape­sar de os per­son­agens niti­da­mente, no íni­cio de O Pas­sa­do, se mostrarem dis­tantes e apáti­cos. Deci­di­do a ir emb­o­ra e con­tin­uar sua vida, Rími­ni muda-se, mas é con­stan­te­mente ator­men­tan­do pela pre­sença de Sofia e pelas repet­i­ti­vas patolo­gias de dese­qui­líbrio das out­ras mul­heres que se envolve. O per­son­agem pas­sa a ter uma per­da de memória sele­ti­va, como um meio de auto-defe­sa con­tra a insistên­cia de lem­branças traumáti­cas que Sofia quer impor.

    Antes de ser um filme sobre o fim de um rela­ciona­men­to, O Pas­sa­do tra­ta da doença ger­a­da pela fal­ta de amor-próprio e a obsessão soma­da à posse pela qual os amores/relacionamentos bur­gue­ses são trata­dos na sociedade. As mul­heres na vida de Rími­ni são con­stan­te­mente per­tur­badas e inse­guras, uma con­tra­posição ao per­son­agem de Gael Gar­cía que se mostra o tem­po todo anti­ngi­do por essa dom­i­nação exer­ci­da pelas com­pan­heiras e apáti­co em relação a qual­quer sen­ti­men­to e atitude.

    Além do roteiro, dois out­ros aspec­tos são fun­da­men­tais e chamam mui­ta atenção no filme: Primeira­mente a qual­i­dade dos per­son­agens que colab­o­ram em muito no proces­so do enre­do. A per­son­agem de Analía Coucey­ro faz jus ao papel de mul­her total­mente transtor­na­da. Os sinais que ela apre­sen­ta são muito semel­hantes aos de uma patolo­gia pro­pri­a­mente dita como obses­si­va-com­pul­si­va. E o segun­do ele­men­to, que traz força ao O Pas­sa­do, são as refer­ên­cias usadas por Baben­co. O próprio cin­e­ma vira ele­men­to na pelícu­la, sendo repeti­do várias vezes como pon­tu­al na vida dos per­son­agens, seja na profis­são de Rim­i­ni como inter­préte e leg­endista, que se vê acoa­do em não enten­der um filme sem leg­en­das por con­ta da per­da de memória, ou ain­da na obsessão de Sofia em idol­a­trar Adele H. de Fraçois Truf­faut.

    Essa é a últi­ma pelícu­la de Hec­tor Baben­co, argenti­no nat­u­ral­iza­do brasileiro, que dirigiu tam­bém o pre­mi­a­do Carandiru. O dire­tor é bem ver­sátil em seus tra­bal­hos e soma pon­tos com O Pas­sa­do em torná-lo um filme tam­bém camaleôni­co, assim como seu esti­lo. Esse adje­ti­vo não se ref­ere de for­ma nen­hu­ma a algo car­navale­sco e com várias tro­cas nar­ra­ti­vas. As mudanças aqui se seguem con­forme a neces­si­dade da mente de Rami­ni em mudar o seu pre­sente ten­tan­do mudar o pas­sa­do, cau­san­do ten­ta­ti­vas frustradas já que Sofia guar­da a todo cus­to as fotos dos dois.

    O Pas­sado não é o primeiro filme que tra­ta da dependên­cia dos rela­ciona­men­tos afe­tivos, o próprio Adele H. é um clás­si­co que traz a fil­ha do escritor Vic­tor Hugo e a sua per­da de con­t­role face a neces­si­dade de, a qual­quer cus­to, ter o amor do homem dese­ja­do. O primeiro filme que criei uma ponte com este, o qual con­sidero uma obra pri­ma sobre o assun­to tan­to como enre­do, como em téc­ni­cas de fil­magem, foi Time, do sul core­ano Kim Ki-Duk, que tra­ta da inse­gu­rança como tram­polim para ati­tudes impulsivas.

    Con­sidero O Pas­sa­do um filme tipi­ca­mente argenti­no, tan­to pela qual­i­dade da nar­ra­ti­va, já tradi­cional nos dire­tores desse país, como na apre­sen­tação de atores descon­heci­dos, como a atriz Analía Coucey­ro. Um filme recomen­da­do para apre­ci­adores de um bom cin­e­ma lati­no. E um avi­so: se você tem tendên­cias obses­si­vas, passe longe!

    Out­ra críti­ca interessante:

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=LTIfjAMFJrc

  • Crítica: Plano B

    Crítica: Plano B

    plano b

    Fomos edu­ca­dos para primeiro ter­mi­nar a fac­ul­dade, depois casar e aí ter fil­hos. E se você decidisse faz­er tudo ao con­trário? É a par­tir dessa idéia que Plano B (The Back-Up Plan, EUA, 2010), de Alan Poul, mon­ta sua história, nes­ta comé­dia romântica.

    Zoe (Jen­nifer Lopez) está cansa­da de esper­ar o “homem ide­al” apare­cer em sua vida. Como quer muito ser mãe, decide que fará isso tudo soz­in­ha, e vai até uma clíni­ca de insem­i­nação arti­fi­cial para assim final­mente realizar o seu son­ho. Só que após sair da con­sul­ta, ela con­hece Stan (Alex O’Loughlin), que pode ser aque­le par­ceiro que ela tan­to procurou.

    Prati­ca­mente só o uni­ver­so fem­i­ni­no é explo­rado no Plano B. O homem é um mero coad­ju­vante, total­mente per­di­do e aparente­mente quase sem nen­hu­ma vida social, o que acabou sendo mais uma inver­são, em relação à vários out­ros filmes. Mas des­ta vez tam­bém se pre­ocupou em mostrar o lado mais “cru” (leia-se: nat­ur­al, mas trata­do muitas vezes como tabu) das mul­heres. Como se com­por­ta uma mul­her grávi­da lou­ca por sat­is­faz­er seus dese­jos ali­menta­res? Como é o sexo durante a gravidez? E o par­to? O mais diver­tido dessas situ­ações foi ver essas mul­heres 100% higi­en­izadas e de plás­ti­co, pas­san­do por essas situ­ações “super embaraçosas”.

    É inter­es­sante a demon­stração da total fal­ta de preparo, prin­ci­pal­mente infor­ma­cional, de mul­heres que querem fil­hos e das que já são mães, no Plano B e na vida real tam­bém. Parece que a cada dia está se afa­s­tan­do mais de coisas tão nat­u­rais, como o próprio cor­po, que qual­quer cois­in­ha aca­ba sendo um grande evento/segredo. Tão grande que virou até moti­vo para ser comé­dia. E é claro que não pode­ria fal­tar um bizarro clube de aju­da, para dar suporte a essas mães solteiras.

    Ape­sar de ten­tar muito, Jen­nifer Lopez não con­segue con­vencer como atriz. Em algu­mas cenas que requerem uma atu­ação um pouco maior, chega a ser incô­mo­do vê-la brin­can­do de atriz. Mas na grande maio­r­ia, ela está ape­nas sendo ela mes­ma, como em prati­ca­mente todos os filmes que já fez.

    Logo no iní­cio de Plano B há uma ani­mação (desen­ho), enquan­to se mostra alguns dos crédi­tos do filme que ficou total­mente per­di­da, já crian­do uma expec­ta­ti­va meio ruim do que poderá acon­te­cer. Isso sem men­cionar o fato que ela foi muito mal fei­ta, não tem nen­hu­ma vida (e humor), sendo total­mente mecâni­ca. Teria sido um recur­so até inter­es­sante para ser usa­do no final do filme, enquan­to todos os crédi­tos fos­sem lança­dos, mas que acabou sendo des­perdiça­do por apare­cer logo no começo.

    Plano B se difer­en­cia por suas abor­da­gens pouco comuns, mas que não chegam a causar qual­quer tipo de incô­mo­do, con­seguin­do man­ter um rit­mo muito bom. Para quem gos­ta deste tipo de filme, ele é uma boa escol­ha de entreten­i­men­to, e para os out­ros, espero terem um bom plano b (ape­sar de fra­ca, é difí­cil não faz­er essa piadinha).

    Out­ra críti­cas interessantes:

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=fOMG_4qTnaI

  • Crítica: O Preço da Traição

    Crítica: O Preço da Traição

    O Preço da Traição

    A infi­del­i­dade entre casais é um tema bas­tante bati­do já em vários filmes, mas somente poucos con­seguem retratá-lo de maneira inten­sa e envol­vente. O preço da Traição (Chloe, EUA/Canadá /França, 2009), de Atom Egoy­an, fica entre essas duas clas­si­fi­cações, não se desta­can­do entre os out­ros do mes­mo gênero.

    Cather­ine (Julianne Moore) descon­fia que seu mari­do David (Liam Nee­son), um pro­fes­sor uni­ver­sitário que está sem­pre chaman­do a atenção de out­ras mul­heres e garo­tas, pode estar train­do ela após o seu não aparec­i­men­to à sua própria fes­ta sur­pre­sa de aniver­sário. Para con­fir­mar esta sus­pei­ta, ela decide con­tratar Chloe (Aman­da Seyfried), uma pros­ti­tu­ta, para fler­tar com ele e mais tarde repor­tar a sua reação. E como não é difí­cil de se adi­v­in­har, o plano aca­ba sain­do do con­t­role de Catherine.

    Se o enre­do de O preço da Traição pare­ceu famil­iar demais, pode ser porque ele é uma refilmagem do filme francês Nathalie X, de Anne Fontaine. Mas difer­ente do orig­i­nal, este não con­segue ser tão envol­vente e sexy, com exceção de uma ou out­ra toma­da, tor­nan­do-se muitas vezes força­do e fal­so. Mes­mo mostran­do várias partes nuas dos cor­pos das duas atrizes prin­ci­pais, haven­do como sem­pre o puri­tanis­mo de se escon­der o máx­i­mo pos­sív­el da bar­ri­ga para baixo, o efeito de sedução ficou meio apel­a­ti­vo demais, con­tento pou­ca sen­su­al­i­dade ver­dadeira. Sem falar em uma toma­da sim­u­lan­do sexo entre as duas per­son­agens, que chegou a ser até ridícu­la de tão mecâni­ca que ficou. Aliás, o cli­ma em ger­al é meio sem sal.

    Ape­sar de já estar com quase 50 anos, Julianne Moore aca­ba rouban­do a cena em que­si­to de beleza e sedução no filme, mes­mo com os grandes olhares de Aman­da Seyfried e seu cor­po jovem.

    O des­fe­cho do enre­do, ape­sar de ten­tar sur­preen­der, fica logo pre­visív­el dev­i­do às “peque­nas” pis­tas espal­hadas grada­ti­va­mente. Adi­cio­nan­do a isso o fato de pare­cer que se foi exten­di­do demais a história, a cada vez que o filme demon­stra­va se desen­volver, um novo ele­men­to sur­gia, uma sen­sação de inqui­etação para quer­er que tudo acabasse logo foi crescen­do cada vez mais. No fim de O preço da Traição já não se aguen­ta mais tan­ta “enro­lação” e o final total­mente clichê não aju­dou em nada tam­bém para mel­ho­rar essa sen­sação, fican­do o sal­do mais para neg­a­ti­vo do que para positivo.

    Out­ra críti­cas interessantes:

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=nwqWHrwNuNk
  • Crítica: O amor segundo B. Schianberg

    Crítica: O amor segundo B. Schianberg

    Uma artista plás­ti­ca e video­mak­er, Mar­i­ana Pre­vi­a­to, e um ator, Gus­ta­vo Macha­do, são semi­con­fi­na­dos, durante 3 sem­anas, em um aparta­men­to de São Paulo, com câmeras estrate­gi­ca­mente local­izadas, receben­do ape­nas uma sinopse e algu­mas instruções do dire­tor. Parece um pro­je­to inter­es­sante, não? Este é O amor segun­do B. Schi­an­berg, o novo filme de Beto Brant.

    Basea­do num per­son­agem do livro Eu rece­be­ria as piores notí­cias dos seus lin­dos lábios, de Marçal Aquino, Ben­jamin Schi­an­berg é um psi­canal­ista e pro­fes­sor uni­ver­sitário, que tem como prin­ci­pal inter­esse, refle­tir sobre o com­por­ta­men­to amoroso a par­tir de obser­vações da real­i­dade, que está ape­nas pre­sente como nar­rador (Felipe Ehren­berg) em áudio no filme. Sua fil­ha Gala (Mar­i­ana Pre­vi­a­to), por dese­jo do pai, seduz Félix (Gus­ta­vo Macha­do) para seu aparta­men­to afim de aju­dar nas pesquisas dele.

    O amor segun­do B. Schi­an­berg cria uma sen­sação bem ínti­ma com os pseudop­er­son­agens, pois, usan­do prati­ca­mente só o som ambi­ente e oito câmeras “robo­t­i­zadas”, que foram insta­l­adas no aparta­men­to, acom­pan­hamos os momen­tos mais, e menos, ínti­mos do casal. Este não é mais um filme esti­lo real­i­ty show, ou até uma “casa (aparta­men­to) dos artis­tas”, pois o foco é a (des)construção de um amor e, não sim­ples­mente um Big Broth­er[bb]. Fica bas­tante a dúvi­da a respeito do real e do inter­pre­ta­do, e até mes­mo se há qual­quer tipo de direção. Tudo parece ser tão descom­pro­mis­sa­do e amador, crian­do a impressão de que ele pode­ria estar sendo exibido no Youtube, no canal de Schiamberg.

    Há um bur­bur­in­ho acon­te­cen­do, pois no mes­mo há cenas de nu frontal, mas­culi­no e fem­i­ni­no, sexo, e palavrões. Mas é pos­sív­el exibir, verossi­ma­mente, uma história de amor, des­de o começo ao fim, sem ess­es ele­men­tos? Acred­i­to que não! Chega a ser estran­ho ain­da se deparar com comen­tários do tipo em um tem­po onde tan­to se fala sobre a liber­dade sex­u­al e a bus­ca pela ‘ver­dade’.

    É necessário estar aber­to para uma exper­iên­cia difer­ente da nor­mal, ao se assi­s­tir O amor segun­do B. Schi­an­berg, mas para quem já viu algo do movi­men­to Dog­ma 95, não irá estran­har tan­to. Este é um filme bas­tante reflex­i­vo sobre o amor[bb], fal­so e ver­dadeiro, e, ape­sar de mais indi­re­ta­mente, a respeito de um modo mais pecu­liar de se viver.

    Out­ra críti­cas interessantes:

    Pata mais infor­mações infor­mações sobre o filme, acesse esta pági­na da TV Cul­tura.

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=I1nB-jRZ8e4

    Con­fi­ra tam­bém out­ras críti­cas de filmes no blog Claque ou Cla­que­te, por Joba Tri­dente.

  • Crítica: Confissões de uma Garota de Programa

    Crítica: Confissões de uma Garota de Programa

    confissao de uma garota de programa

    Chelsea (Sasha Grey) é uma pros­ti­tu­ta de luxo em Con­fis­sões de uma Garo­ta de Pro­gra­ma (The Girl­friend Expe­ri­ence, EUA, 2009), de Steven Soder­bergh[bb], e assim como o títu­lo orig­i­nal sug­ere, ela ofer­ece uma exper­iên­cia mais difer­ente a seus clientes, a de uma namorada.

    Este não é mais um daque­les filmes que somente retra­ta a história de uma pros­ti­tu­ta que tem um namora­do, neste caso Chris (Chris San­tos[bb]), e todos os prob­le­mas que sua profis­são pode provo­car neste romance. O tema mais aparente é a crise finan­ceira, que afe­ta todas as profis­sões, inclu­sive a de Chelsea, que é con­sid­er­a­da a mais anti­ga de todas, e pes­soas ten­tan­do superá-la. O casal tam­bém está procu­ran­do maneiras de gan­har mais din­heiro, nos seus respec­tivos tra­bal­hos. Ele ten­tan­do vender planos mais caros, na acad­e­mia que tra­bal­ha, e ela queren­do inve­stir mais em seu site e obter mel­hores qual­i­fi­cações em fóruns on-line que anal­isam o seu tipo de serviço.

    Para quem não sabe, Sasha Grey é uma atriz pornô, e esta é a sua estreia como atriz. Soder­bergh ao escol­her ela, pro­duz­iu um resul­ta­do bem inter­es­sante não só no próprio per­son­agem, mas no filme inteiro tam­bém. Em uma toma­da, um repórter a per­gun­ta se é real­mente pos­sív­el um cliente con­hecer quem é a Chelsea de ver­dade e, ela responde que, se alguém quisesse que ela fos­se ela mes­ma, não estari­am pagan­do. Aí vem a per­gun­ta, é pos­sív­el real­mente saber quem é tam­bém, como pes­soa, a própria Sasha Grey? Todos que a “con­hecem”, tam­bém não estão de cer­ta for­ma pagan­do por uma personagem?

    A tra­ma ger­al em si é bem sim­ples, mas dev­i­do à edição bem fei­ta, que a exibe de for­ma total­mente não lin­ear, como se mon­tasse aos poucos um grande que­bra cabeça, esti­lo que reme­teu bas­tante ao já uti­liza­do em 21 Gra­mas, de Ale­jan­dro González-Iñár­ritu. A fil­magem de Con­fis­sões de uma Garo­ta de Pro­gra­ma, lem­bra muito um doc­u­men­tário, com movi­men­tos con­stantes na câmera que, as vezes, fica bas­tante cansati­vo. As falas dos per­son­agens, que foram semi-impro­visadas, tam­bém aju­daram a cri­ar esse aspec­to mais documental.

    Con­fis­sões de uma Garo­ta de Pro­gra­ma não é mais um caso de uma Bruna Sur­fistin­ha, em seu diário ela escreve que tipo de roupa esta­va usan­do e alguns detal­h­es do encon­tro, mas nada rela­ciona­do a sexo. O inter­es­sante é que sexo está em todo lugar no filme, exce­to que não há sexo. Uma óti­ma opor­tu­nidade para se (re)pensar sobre as relações, prin­ci­pal­mente a inco­mu­ni­ca­bil­i­dade den­tro delas.

    Con­fi­ra tam­bém out­ras críti­cas de filmes no blog Claque ou Cla­que­te, por Joba Tri­dente.

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=ZgB2Qx2n4i0