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  • O Lado Bom da Vida | Crítica

    O Lado Bom da Vida | Crítica

    ladobomdavida-posterApe­sar de car­regar o rótu­lo de comé­dia român­ti­ca e seguir um deter­mi­na­do roteiro padrão do gênero, O Lado Bom Da Vida (Sil­ver Lin­ings Play­book, USA, 2012), de David O. Rus­sel, basea­do no livro homôn­i­mo de Matthew Quick é um lon­ga que foge dos clichês nar­ra­tivos, fler­tan­do com algu­mas fac­etas sobre lim­ites dos rela­ciona­men­tos e tratan­do de for­ma leve e sen­sív­el as for­mas difer­entes que as pes­soas lidam com os fins e suas próprias insta­bil­i­dades men­tais e sentimentais.

    Pat Sola­tano Jr. é um homem que ficou cer­ca de oito meses inter­na­do em um hos­pi­tal psiquiátri­co diag­nos­ti­ca­do com bipo­lar­i­dade. Ele já demon­stra­va alguns sin­tomas do transtorno antes de ter uma crise de vio­lên­cia após encon­trar sua esposa com o amante no chu­veiro da sua casa. Durante ess­es meses, Pat assiste à trata­men­tos de pos­i­tivi­dade e auto-esti­ma, além dos medica­men­tos que não gos­ta de tomar. Recém-saí­do da inter­nação ele quer somente recon­quis­tar a esposa e ter uma vida comum.

    (L-R) JENNIFER LAWRENCE and BRADLEY COOPER star in SILVER LININGS PLAYBOOK

    Mas não é sim­ples se livrar dos fan­tas­mas que tan­to lhe causaram dor. Ago­ra moran­do com os pais, ele neces­si­ta se tornar obses­si­vo com out­ras coisas para se acal­mar. Corre muito para gas­tar ener­gia, lê inúmeros livros um atrás do out­ro e pas­sa o tem­po todo lem­bran­do das dicas ouvi­das dos espe­cial­is­tas do hos­pi­tal. Pat quer man­ter a todo cus­to sua sanidade e em um jan­tar na casa de um vel­ho ami­go, con­hece Tiffany. Ela é ao mes­mo tem­po idên­ti­ca e o opos­to de Pat. Perdeu o mari­do repenti­na­mente e tam­bém pas­sou por alguns sur­tos, mas tem uma per­son­al­i­dade mais deter­mi­na­da do que Pat. Ela acei­ta suas lou­curas, algu­mas obsessões, procu­ra suas próprias res­oluções e ten­ta enten­der que ninguém man­tém um nív­el de sanidade o tem­po todo.

    A relação de Pat e Tiffany é o que faz o enre­do de O Lado Bom da Vida ser um tan­to atraente e diver­tido. Os encon­tros dos dois são instáveis e ao mes­mo tem­po reden­tores. Pat pre­cisa de um sub­ter­fú­gio e um laço com a ex-mul­her. Tiffany pre­cisa de um par­ceiro para uma com­petição de dança. E ness­es momen­tos aparente­mente tolos, mas bem próx­i­mos da vida real, que Pat e Tiffany vão con­stru­ir uma relação diver­ti­da, com altos e baixos e muitas peculiaridades.

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    Uma das cenas mais diver­tidas e irôni­cas do longa

    Preste atenção nos sinais” é o que diz várias vezes Tiffany para Pat Sola­tano. Ao invés de rea­gir sobre qual­quer situ­ação ele dev­e­ria ape­nas obser­var ten­tan­do com­preen­der. É engraça­do ver vários ele­men­tos de auto-aju­da embu­ti­dos no roteiro de O Lado bom da Vida – incluin­do o títu­lo nas duas lín­guas, já que em inglês é uma expressão para “algo bom encon­tra­do numa situ­ação ruim” – mas que den­tro do enre­do são ape­nas cenas per­ti­nentes e diver­tidas para quem sofre de bipo­lar­i­dade, um diag­nós­ti­co nada inco­mum atual­mente. A pes­soa que sofre do transtorno de bipo­lar­i­dade pode ir de um extremo ao out­ro em questão de pouco tem­po. No lon­ga é mostra­do a importân­cia da pes­soa sem­pre man­ter em mente que tudo é pas­sageiro, inclu­sive a tris­teza e as lembranças.

    Mas esse uso exager­a­do da pos­i­tivi­dade tam­bém pode inco­modar o espec­ta­dor, prin­ci­pal­mente pela repetição no roteiro da crença de que acred­i­tan­do tudo pode acon­te­cer. Não que isso seja ruim, mas o filme chega pre­gar um tan­to de exagero no lema de “tudo fica bem no final se você quis­er assim”. Mas como dito ante­ri­or­mente, as cenas de auto-aju­da soam extrema­mente sar­cás­ti­cas e cíni­cas colo­cadas no con­tex­to dos personagens.

    JENNIFER LAWRENCE and BRADLEY COOPER star in SILVER LININGS PLAYBOOK

    São cenas como Pat ten­tan­do ler toda a lista de livros que sua mul­her ensi­na em lit­er­atu­ra em pouco tem­po e no meio da noite fican­do irri­ta­do com o pes­simis­mo de Ernest Hem­ing­way, acor­dan­do todos na viz­in­hança ou quan­do se encon­tra com Tiffany em uma lan­chonete onde ambos causam uma cena caóti­ca ten­tan­do provar um para o out­ro que não são malu­cos, que fazem o espec­ta­dor dar algu­mas risadas sobre a incon­stân­cia de ser humano.

    Tan­to Bradley Coop­er (Se beber não case e etc), acos­tu­ma­do a ser vis­to em papéis de galã e Jen­nifer Lawrence (Jogos Vorazes e o óti­mo Inver­no da Alma), a mais nova querid­in­ha do cin­e­ma amer­i­cano, estão bem difer­entes dos seus cos­tumeiros papéis no cin­e­ma. Ele está em um papel sim­ples e engraça­do e ela se sai muito bem como uma instáv­el jovem viú­va. O elen­co ain­da con­ta com um Robert De Niro, que já teve seus tem­pos áure­os, mas que sai bem como o pai de Pat, deixan­do claro que muito das lou­curas dos fil­hos são her­dadas dos pais.

    O Lado Bom da Vida é um filme agradáv­el que merece destaque por fugir dos cos­tumeiros casais per­feitos de comé­dias român­ti­cas. Ape­sar do lon­ga con­seguir segu­rar o públi­co pela incon­stân­cia diver­ti­da de seus per­son­agens, que bus­cam sua sanidade em peque­nas coisas em um mun­do tão incon­stante, é bas­tante exagero ele con­cor­rer a sete Oscares em 2013.

    Trail­er:

    http://www.youtube.com/watch?v=FM3S4GBlwYA

  • Os Miseráveis | Crítica

    Os Miseráveis | Crítica

    osmiseráveis-posterMusi­cais sem­pre divi­dem o públi­co de cin­e­ma, ain­da mais se tratan­do do cin­e­ma con­tem­porâ­neo que preza em man­ter o foco na ação e diál­o­gos. Os Mis­eráveis (Les Mis­érables, Reino Unido, 2012) de Tom Hoop­er, já chegou queren­do realizar duas grandes façan­has, primeiro a de adap­tar um cânone de cin­co vol­umes do roman­tismo francês e segun­do o de trans­por um musi­cal de teatro para a nar­ra­ti­va cinematográfica.

    Os Mis­eráveis se pas­sa em um perío­do del­i­ca­do na políti­ca e na sociedade france­sa do sécu­lo XIX. Em 1815 acon­tece a Batal­ha de Water­loo, con­heci­da pela que­da de Napoleão Bona­parte e do retorno da Monar­quia. É nesse cli­ma de descrença e retorno das repressões que o pro­tag­o­nista Jean Val­jean, um homem con­de­na­do à prisão por roubar um pão para ali­men­tar o sobrin­ho, é apre­sen­ta­do. Se hoje um homem pobre é con­de­na­do por esse mes­mo ato, imag­ine a situ­ação no sécu­lo XIX numa França eco­nomi­ca­mente arrasa­da e porém imer­sa nos moral­is­mos monarquistas.

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    A óti­ma car­ac­ter­i­za­ção dos motins de 1832

    Jean Val­jean é o homem feri­do pela injustiça, após 19 anos encar­cer­a­do em regime de escravidão é joga­do à liber­dade em uma sociedade que exclui qual­quer um que vá para a prisão. A tra­jetória do homem, que dura cer­ca de 17 anos indo até os momen­tos cru­ci­ais dos motins de jun­ho de 1832, é mar­ca­da por escol­has, nem sem­pre politi­ca­mente cor­re­tas mas car­regadas de redenção. Val­jean ten­ta sem­pre ser o opos­to do que cobram as leis da época, exager­adas e que priv­i­le­giam ape­nas os grandes. Ao pas­so que ten­ta ser o “bom cristão”, Val­jean enx­er­ga niti­da­mente as des­graças que o povo francês vivia por con­ta das leis monárquicas e ten­ta aci­ma de tudo ser um humanista.

    As adap­tações de livros para as telas sem­pre cor­rem o risco de não atin­girem toda a nar­ra­ti­va e con­stru­irem um enre­do alheio à for­ma que os escritores o fazem. E não é difer­ente com uma obra de mais de mil pági­nas que tra­ta rica­mente dos seus per­son­agens como é o caso de Os Mis­eráveis, de Vic­tor Hugo. No lon­ga, o espec­ta­dor é lev­a­do a já saber o mote da história e de com­preen­der os vários nuances das relações entre Val­jean, Cosette, Fan­tine e todos os out­ros per­son­agens que com­põem a obra, pois várias situ­ações ape­nas acon­te­cem sem as suas causas prévias.

    Como o lon­ga foi basea­do no musi­cal de teatro dos anos 80, de Claude-Michel Schön­berg, Alain Bou­blil e Her­bert Kret­zmer, ele con­ta ape­nas com dois grandes atos onde muitos even­tos do livro são livre­mente adap­ta­dos para dar maior veloci­dade à peça de quase três horas.

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    O filme abre com uma cena emocionante

    O lon­ga abre com uma cena extrema­mente bela e grandiosa de Jean Val­jean (Hugh Jack­man) e out­ros pre­sos puxan­do um navio. A cena é digna de espetácu­lo, uma obra de arte impecáv­el mostran­do jus­ta­mente a que veio. Aliás, Os Mis­eráveis é um tipo de filme para ser grandioso como espetácu­lo, a direção de arte chega exager­ar por exem­p­lo com os dentes dos per­son­agens — os clos­es nas bocas são bem exager­a­dos — visivel­mente estragados.

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    A comi­ti­va do impiedoso Javert

    Claro que há a neces­si­dade de se con­tex­tu­alizar a história que se pas­sa em um momen­to bas­tante críti­co da história da França. As pes­soas mor­rem de doenças, ven­dem seus dentes e cabe­los para poder com­prar pão e Vic­tor Hugo retra­ta essa dor até que o leitor sin­ta na sua pele. Mas aqui tudo fica explici­ta­mente artís­ti­co, inclu­sive a sujeira e a tris­teza. Mas claro que se deve levar em con­ta que o lon­ga é um musi­cal e car­rega todas as car­ac­terís­ti­cas do gênero. Muitos clos­es pro­lon­ga­dos nos ros­tos dos per­son­agens can­tan­do, cenários ora bas­tante escuros, ora con­trastantes com foco no tra­bal­ho de direção de arte, visivel­mente inspi­ra­da nos pin­tores do sécu­lo 19, e a con­strução do roteiro em for­ma­to musi­cal com muitas canções cati­vantes — preste atenção na músi­ca Do You Hear the Peo­ple Sing? que ini­cia a fase dos motins — são ele­men­tos muito bem executados.

    O elen­co é bas­tante inter­es­sante e con­segue dar con­ta de can­tar, ain­da mais levan­do em con­ta que o dire­tor exigiu que não hou­vessem play­backs, ou seja, todos can­tavam enquan­to atu­avam e ouvi­am um pianista através de um pon­to audi­ti­vo. Hugh Jack­man demon­stra uma cer­ta fal­ta de rit­mo em alguns momen­tos mas sua car­ac­ter­i­za­ção como Val­jean, prin­ci­pal­mente na primeira parte, é muito forte. Anne Hath­away se sai muito bem, é uma Fan­tine com cenas muito boni­tas. Já Aman­da Seyfried como Cosette e Rus­sel Crowe como Javert não segu­ram muito bem seus papéis, soan­do bas­tante fal­sos, a primeira que há vários filmes não me con­vence muito, sem­pre pare­cen­do uma ado­les­cente inse­gu­ra e Crowe, ape­sar de ser um óti­mo ator, não chega aos pés da mal­dade de Javert. Hele­na Bon­ham Carter e Sasha Baron Cohen são os malan­dros Thenardiers, com uma estéti­ca muito pare­ci­da com os seus papéis no tam­bém musi­cal Sweeney Todd, de Tim Bur­ton. Mas um dos grandes destaques do time de atores é o pequeno Daniel Hut­tle­stone como Gavroche, o pequeno meni­no de rua que tem uma enorme rep­re­sen­tação dramáti­ca nas cenas do motim.

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    Anne Hath­away como Fantine

    Os Mis­eráveis merece destaque pela ousa­dia de Tom Hop­per de adap­tar cin­e­matografi­ca­mente um musi­cal que por si só já tem suas com­plex­i­dades. É um lon­ga que tra­bal­ha com a emoção do espec­ta­dor e quan­do vis­to de uma tela como a do IMAX con­segue cumprir seu papel, já que musi­cais requerem uma dis­posição do públi­co e tam­bém da neces­si­dade dos enre­dos soarem mais próx­i­mos do públi­co. Mas por out­ro lado ain­da ten­ho min­has dúvi­das se esse é um filme que vai per­manecer no imag­inário como uma grande adap­tação. Res­ta acred­i­tar que o espec­ta­dor sin­ta-se toca­do a ler o livro que provavel­mente vai deixá-lo ain­da mais impres­sion­a­do com os per­son­agens e esse forte momen­to histórico.

    Trail­er:

  • O Mestre | Crítica

    O Mestre | Crítica

    O Mestre (The Mas­ter, E.U.A., 2012), o aguarda­do novo lon­ga de Paul Thomas Ander­son, já nasceu com bas­tante expec­ta­ti­va. Em 2008 o dire­tor foi um dos mais indi­ca­dos ao Oscar — mas lev­ou ape­nas duas estat­ue­tas — trazen­do Daniel Day-Lewis em Sangue Negro, um papel arrebata­dor como um homem do petróleo no iní­cio do sécu­lo XX, mostran­do o novo ros­to da mod­ernidade mar­ca­da pela solidão e indi­vid­u­al­is­mo. Nesse novo lon­ga, o dire­tor segue um cam­in­ho pare­ci­do trazen­do uma tra­ma fic­cional, ape­sar de ser bem real­ista, do surg­i­men­to da Cien­tolo­gia, uma religião que tem agre­ga­do muitos amer­i­canos e vive na som­bra do mistério.

    Ninguém per­maneceu igual depois da Segun­da Guer­ra Mundi­al, eram vísiveis as mar­cas do com­bate nos cor­pos e mentes dos home­ns que voltavam de lá. E para quem ficou desse lado do oceano havia uma comoção em bus­ca de uma fé, de expli­cações que aju­dassem a com­preen­são e o sen­ti­do da vida. O momen­to era propí­cio para o encon­tro de dois home­ns, Fred­die Quell, um vet­er­a­no da mar­in­ha per­tur­ba­do pelo pas­sa­do e alcoóla­tra, e Lan­cast­er Dodd, um homem inteligente, caris­máti­co e ambi­cioso que começa a con­seguir fiéis com as suas ideias de “A Causa”.

    A primeira parte de O Mestre é ded­i­ca­da à intro­dução de Fred­die (Joaquin Phoenix), um homem de pou­cas palavras e tre­jeitos bru­tos, apre­sen­ta­do sobre uma tril­ha sono­ra bem ao esti­lo do dire­tor, alta e apoteóti­ca. O espec­ta­dor se apro­pria da imagem de Fred­die voltan­do da Guer­ra, se embria­gan­do — ele faz sua própria bebi­da — e levan­do seus dias de uma for­ma sem maiores per­spec­ti­vas até con­hecer Dodd (Philip Sey­mour Hoff­mann) em um momen­to de decadên­cia. Ape­sar da relação dos dois per­son­agens ser o motor do enre­do, o foco sem­pre per­manece em cima de Fred­die e suas reações desmedidas.

    Ele “deve deixar de ser um ani­mal estúpi­do” é o que diz Dodd, e Fred­die é car­ac­ter­i­za­do exata­mente dessa for­ma, seus tre­jeitos físi­cos mostram que seu cor­po foi defor­man­do com o tem­po, assim como suas feições faci­ais e grun­hi­dos que ele emite em alguns momen­tos. Já o homem, o mestre da Causa é cal­mo, per­se­ver­ante e além de médi­co, cien­tista, filó­so­fo e como ele mes­mo diz “aci­ma de tudo, sou um homem”.

    O lon­ga tem um rit­mo bas­tante pare­ci­do com o ante­ri­or Sangue Negro, com uma nar­ra­ti­va arras­ta­da, foca­da nos per­son­agens que em seus con­tex­tos históri­cos, por mais chama­tivos que sejam, são ape­nas plano de fun­do. Em ambos os filmes os pro­tag­o­nistas e coad­ju­vantes são uma excelên­cia à parte. Tan­to Joaquin Phoenix e Daniel Day-Lewis se sus­b­metarem a exce­lentes tra­bal­hos de atu­ação e vivên­cia dos per­son­agens. E vale ressaltar que em O Mestre, os coad­ju­vantes tam­bém são defen­sores de uma fé extrema, não há como não rela­cionar os ataques defen­sivos de Lan­cast­er Dodd com o cul­to ence­na­do do pas­tor Elie Sun­day de Sangue Negro.

    A Cien­tolo­gia surgiu em 1952 e logo depois virou igre­ja. Segue os pre­ceitos de L. Ron Hub­bard, que mor­reu em 1986, suposta­mente inter­pre­ta­do aqui por Philip Sey­mour. Hub­bard criou a Dianéti­ca, práti­ca foca­da no poder da mente sobre o cor­po, onde muitos de seus exer­cí­cios são exibidos no filme. Ape­sar das espec­u­lações do lon­ga se basear na his­to­ria da crença, ele não se com­pro­m­ete muito com o assun­to e aca­ba cain­do na mist­i­fi­cação da Causa e que tipo de grupo mis­te­rioso eles seriam.

    Paul Thomas Ander­son fil­mou em 65 mm, fazen­do com que o lon­ga ten­ha um aspec­to muito próx­i­mo da estéti­ca da época. A tril­ha sono­ra foi fei­ta por Jon­ny Green­wood, gui­tar­rista do Radio­head, que causa obri­ga­to­ri­a­mente um momen­to dramáti­co em cenas apáti­cas, o que de fato não é ruim, dan­do um tom de espetácu­lo para várias cenas, con­tribuin­do assim com o esti­lo exager­a­do do diretor.

    O lon­ga con­corre a três Oscares nesse ano e de fato é bas­tante com­pe­tente nos três atores apon­ta­dos. Joaquin Phoenix, Philip Sey­mour Hoff­man e Amy Adams — sendo a mais fra­ca do trio — são a base do filme. O Mestre é mis­te­rioso e tem isso a seu favor, mas com um roteiro tão arras­ta­do não pos­sui as mes­mas seduções de Sangue Negro e tam­bém pas­sa longe do esti­lo Mag­nólia de um Paul Thomas no fim dos anos 90.

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