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  • Crítica: Sexo Sem Compromisso

    Crítica: Sexo Sem Compromisso

    critica sexo sem compromissoOs vel­hos, e puri­tanos, clichês român­ti­cos já não fun­cionam mais com o públi­co mais jovem — duvi­do que no adul­to tam­bém — e na ten­ta­ti­va de não perder bil­hete­ria, Holy­wood ten­ta se man­ter atu­al­iza­do com as novas tendên­cias. Sexo Sem Com­pro­mis­so (No Strings Attached, EUA, 2011), dirigi­do por Ivan Reit­man e com duas grandes estre­las do cin­e­ma amer­i­cano, ten­ta ser mais um dos filmes para mar­car essa nova ger­ação de relacionamentos.

    Adam (Ash­ton Kutch­er) é um homem que não tem mui­ta sorte com mul­heres. Emma (Natal­ie Port­man) tra­bal­ha em um hos­pi­tal e não tem muito tem­po para out­ras coisas, prin­ci­pal­mente quan­do se tra­ta de rela­ciona­men­tos. Os dois são grandes ami­gos até que um dia deci­dem adi­cionar um out­ro ele­men­to na amizade: sexo.

    Sexo Sem Com­pro­mis­so ape­sar de não pos­suir nada de muito orig­i­nal no roteiro, con­segue desen­volver bem a história, sendo a duração do filme um pouco maior que a usu­al, mas sem ser cansati­vo. Ape­sar de pos­suir algu­mas situ­ações legais, não chega a ser muito engraça­do — prin­ci­pal­mente se você já viu o trail­er que entre­ga várias delas — mas tam­bém não são forçadas, prin­ci­pal­mente porque o lon­ga explo­ra muito o jogo de aparên­cias que muitas pes­soas uti­lizam nes­sas situações.

    Os per­son­agens do lon­ga, ten­taram, mas não con­seguiram sair do usu­al chichê român­ti­co, como acon­te­ceu por exem­p­lo em Amor e Out­ras Dro­gas, ape­sar de haver um grande poten­cial para isto. Quan­do pare­cia que as coisas pode­ri­am fugir do usu­al, a opor­tu­nidade era logo joga­da fora. Além dis­so, quem já assis­tiu Você vai Con­hecer o Homem dos seus Son­hos do Woody Allen vai perce­ber que Alvin, o pai de Adam em Sexo Sem Com­pro­mis­so, ficou idên­ti­co ao Alfie, inter­pre­ta­do por Antho­ny Hop­kins, incluin­do a sua relação com uma mul­her muito mais jovem.

    Para quem gos­ta de comé­dias român­ti­cas, vai ado­rar Sexo Sem Com­pro­mis­so — sem dup­los sen­ti­dos — pois é um filme bem despre­ten­sioso, ape­sar de não ser orig­i­nal. Já aque­les que gostam de algo mais difer­ente, não irão se sen­tir muito inco­moda­dos com este, mas se pud­erem, recomen­do tam­bém assi­s­tirem Tudo Pode dar Cer­to, do Woody Allen — assim como o out­ro que recomendei mais aci­ma — que ambos são muito engraça­dos e inteligentes.

    Par­ticipe tam­bém da Pro­moção Sexo Sem Com­pro­mis­so e con­cor­ra a con­vites para ver o filme de graça.

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=RwZXhumAH0M

  • Cisne Negro: Efeitos Visuais

    Cisne Negro: Efeitos Visuais

    Cisne Negro, de Dar­ren Aronof­sky, está sendo um filme bas­tante comen­ta­do e elo­gia­do, não ape­nas pela críti­ca, mas tam­bém pelo públi­co em ger­al. Além dis­so, há toda uma agi­tação em vol­ta dele a respeito das cin­co indi­cações ao Oscar que ele con­corre. Mes­mo se você ain­da não viu o filme, recomen­damos que leia a Críti­ca do Cisne Negro.

    Ape­sar do grande tra­bal­ho real­iza­do em Cisne Negro nos efeitos visuais, pela Look Effects, ele não foi indi­ca­do nes­sa cat­e­go­ria, nem sequer esta­va nas lis­tas ini­cias, antes da ver­são final do Oscar ser divul­ga­da. Somente chegou a ser nom­i­na­do para Efeitos Visuais de Suporte pela Sociedade de Efeitos Especiais.

    Foi lança­do na inter­net um vídeo que mostra o mak­ing off dos efeitos visuais de Cisne Negro, que real­mente vale a pena assi­s­tir. Ape­nas um avi­so muito impor­tante, não é recomen­da­do ver o vídeo quem não assis­tiu o filme, pois ele mostra algu­mas das cenas cru­ci­ais do longa.

    Um fato curioso é que a ver­são mais divul­ga­da pela inter­net, inclu­sive no próprio site da Look Effects e no canal do YouTube da FOX, algu­mas das cenas do vídeo orig­i­nal foram cor­tadas. Estas são jus­ta­mente aque­las que mostram o ros­to da Natal­ie Port­man, sendo colo­ca­do no cor­po de uma baila­r­i­na profis­sion­al. Será que isto acon­te­ceu porque estas ima­gens pode­ri­am aba­far um pouco todo o furor que foi cri­a­do em cima dela? Afi­nal, ela é uma das favoritas ao Oscar de mel­hor atriz.

    Con­fi­ra abaixo o vídeo e deci­da você mes­mo se foi ou não foi um óti­mo tra­bal­ho real­iza­do pela equipe de efeitos visuais do Cisne Negro:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=QdYFciRkmiE

    Refer­ên­cia: The Con­tenders

  • Crítica: Cisne Negro

    Crítica: Cisne Negro

    Se o primeiro mês do ano foi rec­hea­do de lança­men­tos medi­anos no cin­e­ma, o mes­mo não pode ser dito de Fevereiro que ini­ciou com o esper­a­do, mas atrasa­do no Brasil, Cisne Negro (Black Swan, EUA, 2010). O lon­ga é basea­do no Lago dos Cisnes do com­pos­i­tor rus­so Tchaikovsky, dirigi­do por Dar­ren Aronof­sky, que car­rega por si só o peso de ter feito obras sen­sa­cionais no cin­e­ma atu­al como Pi, Requiem Para um Son­ho, A Fonte da Vida e O Luta­dor.

    Nina (Natal­ie Port­man) é uma baila­r­i­na ded­i­ca­da e mes­mo sendo uma das mel­hores, ain­da son­ha em ser per­fei­ta e chegar ao pata­mar de Beth (Wynona Rid­er), que está no fim de sua car­reira. O mun­do de Nina gira em torno do bal­let e de sua vida famil­iar com a mãe repres­so­ra e exi­gente. Ela son­ha que está dançan­do o clás­si­co Cisne Negro e aca­ba por rece­ber o papel prin­ci­pal de uma nova adap­tação deste que propõe que uma úni­ca baila­r­i­na faça o dual papel dos cisnes. Então, a doce e meiga Nina pas­sa a sofr­er a difi­cul­dade de lidar com os dois lados.

    Em Cisne Negro todos os ele­men­tos são usa­dos a favor do dra­ma da bail­ia­ri­na. Por si só acred­i­ta-se que uma baila­r­i­na viva num mun­do de meigu­ice e del­i­cadeza, mas o roteiro mostra uma face de com­pet­i­tivi­dade que qual­quer esporte e ativi­dade traz. Sabe-se por alto o que grandes com­pan­hias como o Bol­shoi, da Rús­sia, pas­sa com treina­men­tos inten­sos e pressões na exe­cução de movi­men­tos per­feitos e Nina é mais uma garo­ta queren­do ser a mel­hor. Natal­ie Port­man impres­siona nesse papel, seus tre­jeitos mei­gos fun­cionam de uma for­ma ímpar, jun­ta­mente com Vin­cent Cas­sel, que está óti­mo no papel de Thomas, o exi­gente e sacana dire­tor da com­pan­hia, sendo um dos trun­fos do lon­ga jun­ta­mente com Bar­bara Her­shey, uma típi­ca mãe que ten­ta sanar suas frus­trações na filha.

    Cisne Negro é o retorno aos vel­hos con­heci­dos per­son­agens de Aronof­sky que são muito apaixon­a­dos por suas situ­ações e lev­am até as últi­mas con­se­quên­cias a tão esper­a­da redenção em bus­ca da per­feição ali­a­da ao auto-con­hec­i­men­to. A per­son­agem de Natal­ie Port­man, assim como Randy do filme O Luta­dor, agar­ra com todas as forças a opor­tu­nidade que surge, crian­do a per­gun­ta de até que pon­to se deve ir para o alcance de uma meta? O dra­ma psi­cológi­co que o dire­tor con­strói é prati­ca­mente per­feito, se sente através da imagem cada detal­he da meta­mor­fose de Nina. Somos os espec­ta­dores em um lugar pre­vile­gia­do da platéia, a vemos de todos os ângu­los, pelos dois lados do Cisne, a ten­ta­ti­va de Nina ser o yin-yang do jogo. 

    Diga-se de pas­sagem, são cenas de uma beleza imen­su­ráv­el, com uma fotografia de pou­ca luz ali­a­da a tril­ha sono­ra de tirar o folê­go. Aliás, esta é um ele­men­to fun­da­men­tal nos filmes do dire­tor amer­i­cano, elas sem­pre são elab­o­radas e/ou orga­ni­zadas pelo mul­ti-instru­men­tista Clint Mansell que cria cli­mas sen­sa­cionais nos lon­gas. Em Cisne Negro ele optou por adap­tações inter­res­santes de músi­ca clás­si­cas, prin­ci­pal­mente Tchaikovsky, mesclan­do com ele­men­tos con­tem­porâ­neos como uso de sin­te­ti­zadores em algu­mas situ­ações. A importân­cia da sonori­dade nos lon­gas de Aronof­sky parte um pouco da téc­ni­ca, já car­ac­ter­i­za­da por ele, denom­i­na­da de hip hop mon­tage, uma sequên­cia de ima­gens em alta veloci­dade mescla­da com tril­ha sono­ra, larga­mente usa­da em Requiem para um Son­ho, mas bem pouco em Cisne Negro.

    Dar­ren Aronof­sky é for­ma­do em cin­e­ma em Har­vard e está longe de ser mais um dire­tor com um cur­rícu­lo mera­mente acadêmi­co. Ain­da em 1998 criou um esti­lo bem par­tic­u­lar com o cult Pi que já dava con­torno às car­ac­terís­ti­cas mar­cantes do dire­tor que embeleza as sagas e cam­in­hos de pes­soas comuns em bus­ca do auto-con­hec­i­men­to. Essa bus­ca de com­preen­são humana é apre­sen­ta­da através de histórias e dra­mas comuns mas com uma aura tão fan­tás­ti­ca que nen­hum per­son­agem é um mero obje­to fic­cional e sim uma peça que movi­men­ta o roteiro. 

    Cisne Negro não decep­ciona, o filme impres­siona do ini­cio ao fim com incríveis atu­ações e uma fotografia em tons escuros transpon­do a saga angus­tiante de Nina. Em muitos momen­tos ele se apre­sen­ta como um aper­feiçoa­men­to de vários ele­men­tos de O Luta­dor, mas com méri­tos próprios. Cisne Negro é um filme que vale o ingres­so, ou inclu­sive, muitas idas ao cinema.

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    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=gH3ul7q8HLg