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  • FestivalVerãoRS 2011: Lope

    FestivalVerãoRS 2011: Lope

    Para ini­ciar o 7º Fes­ti­val de Verão do RS de Cin­e­ma Inter­na­cional, foi escol­hi­do o lon­ga-metragem Lope (Lope, Espanha/Brasil, 2010) apre­sen­ta­do pelo próprio dire­tor Andrucha Wadding­ton.

    Lope de Vega é um jovem poeta que vive inten­sa­mente sua poe­sia, além de ser um grande amante. Para muitos, seu com­por­ta­men­to equiv­alia a de um louco, por não faz­er sen­ti­do em relação a seus val­ores cul­tur­ais. Além dis­so, fazia muitas coisas por impul­so e ado­ra­va uma boa briga. Essas car­ac­terís­ti­cas lem­bram um pouco a vida do pin­tor Car­avag­gio, que tam­bém com­par­til­ha­va dos mes­mos gos­tos e peri­gos, viven­do inten­sa­mente a vida artística.

    A con­strução de época em Lope real­mente ficou incrív­el, a atenção aos detal­h­es foi total, prin­ci­pal­mente para retratar a higiene da época. A escol­ha de cer­tos ângu­los mais inusi­ta­dos — prin­ci­pal­mente em relação ao enquadra­men­to tão comum das nov­e­las nacionais — pro­por­cio­nou muitas vezes a sen­sação de real­mente estar sendo um obser­vador pre­sente na história do pro­tag­o­nista. A tril­ha sono­ra, ape­sar de bem pre­sente, é muitas vezes ape­nas sutil­mente toca­da ao fun­do, inten­si­f­i­can­do mais ain­da o efeito cri­a­do pela imagem. As cenas de ação são um belo exem­p­lo onde não somos trans­bor­da­dos por um som frenéti­co para cri­ar o dinamis­mo dese­ja­do nes­sas situ­ações. Infe­liz­mente em algu­mas cenas mais dramáti­cas, o mes­mo pode­ria ter sido repeti­do cau­san­do o mes­mo efeito.

    Lope é uma história de amor e de rup­tura em relação as regras impostas pela sociedade. Ape­sar de se pas­sar no sécu­lo 16, seus ele­men­tos prin­ci­pais, o amor e a bus­ca pela liber­dade, estão longe de serem algo ultra­pas­sa­do. Na Espan­ha ele foi lança­do como um grande block­buster, pos­suin­do as já con­heci­das car­ac­terís­ti­cas — e defeitos — deste tipo de lon­ga. Mas, pela história ser de uma figu­ra não con­heci­da por aqui, além de ser todo fal­a­do em espan­hol, acabou sendo dis­tribuí­do mais pelo cir­cuito de arte, o que pode ser bem decep­cio­nante para quem vai a estes locais procu­ran­do assi­s­tir algo mais diferente.

    Infe­liz­mente, pela primeira vez no fes­ti­val, a sessão não foi fei­ta a céu aber­to no vão da Casa de Cul­tura Mário Quin­tana, o que não deixou que várias pes­soas fos­sem con­ferir o filme, que cau­sou uma bela reação dos espec­ta­dores  durante o longa.

    Leia tam­bém a entre­vista com Andrucha Wadding­ton, que fize­mos antes do iní­cio a sessão do filme no festival.

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=k2jIj_zfwvQ