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  • Não Passa na TV: Lieksa! (2007)

    Não Passa na TV: Lieksa! (2007)

    Pro­duzi­do na Fin­lân­dia, Liek­sa! (Liek­sa, Fin­lân­dia, 2007), do dire­tor Markku Pölö­nen, nun­ca cru­zou real­mente o Atlân­ti­co, nun­ca foi exibido em salas de cin­e­ma da Améri­ca (exce­to fes­ti­vais), muito menos do Brasil – e ain­da que sua sorte tivesse sido difer­ente, não teria chega­do per­to do que con­sid­er­amos um filme de suces­so. Afi­nal, uma história em uma lín­gua difer­ente do inglês, foca­da na vida de um grupo de ciganos que gan­ham a vida através do tra­bal­ho das mul­heres de cos­tu­rar vesti­dos de noi­va não é sequer famil­iar – a menos que você seja um fã de Kus­turi­ca ou Wad­ja. Mas não quero com­pará-los, no máx­i­mo sug­erir que há semel­hanças de tema.

    A família em questão é a família Kop­pe­lo: grande, espaçosa (ain­da que vivam em trail­ers), com­ple­ta­mente lid­er­a­da por mul­heres, e extrema­mente pre­ocu­pa­da em man­ter sua memória, moti­vo de tan­to orgul­ho. Elas não se cansam de repe­tir a história de suas antepas­sadas, cos­tureiras do czar rus­so Nicholas II, respon­sáveis pelos mais belos vesti­dos da família real. Este parece ser o que sobrou para ser com­par­til­ha­do com quem aparece de fora.

    Abrindo a tra­ma com um seque­stro nun­ca expli­ca­do de um jovem sem nome que pas­sa a ser chama­do pela família de Kasper, Pölö­nen usa a víti­ma como o olho do públi­co aden­tran­do aque­le mun­do pitoresco e, ain­da que se envol­va na tra­ma, não o dá sequer fala. Esse parece ser o úni­co propósi­to. O jovem, que perde a fala no momen­to do seque­stro, pas­sa a con­hecer aque­las pes­soas que fogem do seu habit­u­al e no cam­in­ho para Liek­sa, se afeiçoa deles o sufi­ciente para defendê-los quan­do preciso.

    Liek­sa! tem dra­ma, romance, traição e tudo o que é pre­ciso para con­tar uma boa história de família, mas não empla­ca momen­tos de grande ten­são. Tudo parece ser ameniza­do para que o públi­co se extasie mais com a pais­agem que com uma briga exis­tente entre eles. A apos­ta vig­orosa no cenário, na fotografia (itens que ren­der­am ao filme indi­cações no país de origem) e na tril­ha sono­ra (cri­a­da pelo músi­co Tuo­mas Holopainen, do Nightwish) em detri­men­to do enre­do, trans­for­mou o filme em um pro­du­to estri­ta­mente visu­al, sem uma grande lin­ha dramáti­ca – uma difer­ença muito clara dele para com os filmes do gênero feitos no Leste Europeu — mas, sem duvi­da algu­ma, de grande beleza.

    Markku Pölö­nen, dire­tor e roteirista, é um homem “mil e uma util­i­dades”, que tem um cur­rícu­lo rec­hea­do de tra­bal­hos para TV, já escreveu peças, além de inúmeros cur­tas. Mas seu tra­bal­ho mais con­heci­do fora da Fin­lân­dia talvez seja mes­mo Liek­sa!, que a tril­ha aju­dou a difundir.

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=pbhHEXHI8Vg

    Veja tam­bém o clipe da ban­da fin­lan­desa Nightwish para o lon­ga Liek­sa!:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=smiFk6KHr_8

    Angéli­ca Mar­in­ho man­tém o blog Não Pas­sa Na Tv.