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  • Crítica: O Amor e outras Drogas

    Crítica: O Amor e outras Drogas

    Além dos filmes mís­ti­cos sobre a morte e a sua incog­ni­tude, a segun­da grande apos­ta do cin­e­ma amer­i­cano é tratar da história, e exper­iên­cias, de algu­ma indús­tria que deu cer­to. Em O Amor e Out­ras Dro­gas (Love and oth­er Drugs, EUA, 2010) de Edward Zwick, são refeitas as exper­iên­cias reais, com pitadas de romance, de Jamie Rei­dy com o livro Hard Sell: The Evo­lu­tion of a Via­gra Sales­man (ain­da não lança­do no Brasil), que tra­bal­hou no íni­cio das ven­das do Via­gra, a chama­da dro­ga do amor que rev­olu­cio­nou a indús­tria far­ma­cêu­ti­ca nos anos 90.

    Jamie (Jake Gyl­len­haal) é um exímio vende­dor que com seu jeito sedu­tor con­segue vender qual­quer coisa. Sendo demi­ti­do da loja de apar­el­hos eletrôni­cos em que tra­bal­ha­va, ele parte para o ramo far­ma­cêu­ti­co onde poderá exercer todo o seu charme para que as ven­das dos pro­du­tos alcançem as metas. O que o galanteador não con­ta­va era con­hecer Mag­gie (Anne Hath­away), uma mul­her tão impres­sio­n­ante, e aparente­mente inde­pen­dente, quan­to ele. Jamie e Mag­gie vivem situ­ações engraçadas e dramáti­cas rela­cionadas à seus esti­los de vidas e idéias sobre amor, e tudo isso ocorre para­le­la­mente com a car­reira promis­so­ra de Jamie como um dos primeiros vende­dores da história do Viagra.

    Um dos prob­le­mas mais sérios de O Amor e Out­ras Dro­gas é não man­ter um foco sobre qual é de fato o assun­to trata­do, se é um mar­ket­ing, ou críti­ca, à grandes indús­trias far­ma­cêu­ti­cas ou um ques­tion­a­men­to sobre o dia a dia de pes­soas com doenças degen­er­a­ti­vas, ou ain­da, sobre as for­mas de faz­er um pro­du­to se tornar um grande suces­so de ven­das. Os três eixos nar­ra­tivos andam pou­cas vezes próx­i­mos, deixan­do que o filme fique oscilan­do entre muito diver­tido ou muito dramático.

    A relação do Via­gra em O Amor e Out­ras Dro­gas é inter­es­sante, as brin­cadeiras giram em torno do tro­cadil­ho com a expressão ¨dro­ga do amor¨. No mes­mo aspec­to, a Pfiz­er é a grande patroci­nado­ra do filme, assim como os nomes reais de remé­dios usa­dos em larga escala como Prozac e o Via­gra. É ness­es momen­tos que o filme sofre mais quedas, pois ora oscila em val­orizar essa indús­tria e em segui­da faz uma críti­ca fer­ren­ha à med­i­c­i­na, que não é nen­hu­ma novi­dade, movi­da pelo din­heiro e pela boa von­tade dos profis­sion­ais. Além dis­so, deixar claro a insistên­cia dos rep­re­sen­tantes em pagar propinas para que estes usem os remé­dios a todo custo.

    Jake Gyl­len­haal, em O Amor e out­ras Dro­gas, surge como promes­sa de galã, depois do exager­a­do (em questão de mídia) O Principe da Pér­sia., Ele é um novo ator em poten­cial para comé­dias român­ti­cas, deixan­do para trás seus papéis esquisi­tos beiran­do a cult como o esquisi­to Don­nie, em Don­nie Darko. Jake e Anne tra­bal­ham muito bem jun­tos e durante boa parte do filme for­mam um casal total­mente difer­ente do comum. Jake leva jeito para galã engraçad­in­ho e Hath­away com­bi­na muito bem com a per­son­agem alter­na­ti­va e esper­ta sobre os home­ns. Mas, infe­liz­mente, como pre­vê as boas regras das comé­dias romên­ti­cas o casal aca­ba na mesmice esper­a­da do gênero.

    O enren­do em si de O Amor e out­ras Dro­gas é bem inter­es­sante por fugir das vel­has temáti­cas clás­si­cas do esti­lo, fun­cio­nan­do quase em sua total­i­dade pela quími­ca do casal pro­tag­o­nista. Não vale em nada a polêmi­ca (puri­tana) amer­i­cana sobre o filme abusar de cenas de nud­is­mo e sexo pois, mes­mo que o filme se mostre um pouco mais aber­to a questões sex­u­ais tam­bém não traz nada de anor­mal, se focan­do bem mais em bons cos­tumes de imagem do que no ousa­do. Por­tan­to O Amor e out­ras Dro­gas é um filme politi­ca­mente cor­re­to que tem lá seu cli­max que vale a pena o ingresso.

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    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=FNlx8Vx-xso

  • Crítica: Príncipe da Pérsia — As Areias do Tempo

    Crítica: Príncipe da Pérsia — As Areias do Tempo

    príncipe da pérsia

    Faz­er qual­quer tipo de adap­tação não é uma tare­fa muito fácil, muitas vezes se aca­ba optan­do por releituras, e geral­mente não agradam os fãs da obra orig­i­nal. Príncipe da Pér­sia: As Areias do Tem­po (Prince of Per­sia: The Sands of Time , EUA, 2010), de Mike Newell, con­segue ser a mel­hor adap­tação de um jogo já real­iza­da até ago­ra e não terá mui­ta difi­cul­dade em agradar à ambos os públicos.

    A história é bem sim­ples: Das­tan (Jake Gyl­len­haal) é um príncipe ado­ti­vo, que jun­to com seus dois “irmãos” invade Ala­mut, uma cidade sagra­da, sob sus­peitas que ali estavam sendo pro­duzi­das armas e ven­di­das para seus inimi­gos. Após a toma­da da cidade, ele pre­cisa fugir dev­i­do á acusasões pelo assas­i­na­to de seu “pai”, o Rei Shara­man (Ronald Pick­up). Nes­ta fuga aca­ba con­hecen­do prince­sa Tam­i­na (Gem­ma Arten­ton) que o aler­ta que talvez há bem mais mis­térios que ele pode­ria acred­i­tar a respeito da morte de seu pai e da invasão á cidade.

    É inevitáv­el para mim faz­er várias com­para­ções com o mun­do dos jogos, aprovei­tan­do a exper­iên­cia que tive com vários deles, ape­sar de nun­ca ter sido grande jogador da série Prince of Per­sia. O rit­mo do Príncipe da Pér­sia: As Areias do Tem­po se assemel­hou bas­tante a eles: mui­ta ação entre­laça­da de dialó­gos que logo acom­pan­ham mais ação. Muitas vezes a sen­sação era a de estar assistin­do uma das cur­tas “cenas” pre­sentes no meio dos jogos, enquan­to se é prepara­do, ou é dado algu­ma expli­cação ao jogador, para con­tin­uar com a próx­i­ma “par­ti­da”. As sim­u­lações do Das­tan procu­ran­do meios de sair de uma situ­ação difí­cil, igual uma mis­são (quest) de jogos, que mes­mo usan­do téc­ni­cas já bati­das do cin­e­ma, ficou bem inter­es­sante quan­do colo­ca­da den­tro desse con­tex­to. Às vezes o lon­ga pare­cia um Machin­i­ma (ani­mações feitas, geral­mente, usan­do cenas de jogos), só que ao con­trário des­ta vez, o real imi­tan­do o virtual.

    As perseguições em Príncipe da Pér­sia: As Areias do Tem­po pos­suem acroba­cias de faz­er os olhos de qual­quer um bril­harem. Não deve ter sido à toa que o asses­sor de Park­our, do lon­ga, foi o próprio cri­ador da téc­ni­ca, David Belle France. Práti­ca que aliás já foi tes­ta­da em out­ros filmes como 13º Dis­tri­to e Casi­no Royale, mas que não con­seguiram ter tan­ta beleza quan­do des­ta vez. Os efeitos espe­ci­ais não deix­am nada a dese­jar. Além da óti­ma qual­i­dade, foram muito bem mon­ta­dos, não fican­do muito exager­a­dos. Já as ambi­en­tações não chegam a sur­preen­der, fican­do no mais do mes­mo de filmes no deser­to (e será que dá para sur­preen­der em um lugar que prati­ca­mente só tem areia?).

    Mas Príncipe da Pér­sia: As Areias do Tem­po aca­ba sofren­do do mes­mo defeito de muitos dess­es jogos: uma história muito fra­ca, um romance total­mente platôni­co e sem sal (só para diz­er que tem mes­mo), e muitas, mas muitas lutas e perseguições. Os primeiros ele­men­tos pare­cem só exi­s­tir para de algu­ma for­ma jus­ti­ficar todas as cenas de ação. O que, neste caso, acabou não inter­ferindo muito no resul­ta­do final, pois a diver­são é garantida.

    Out­ra críti­cas interessantes:

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=E8-ozguY1YI