Essa história em quadrinhos mostra um mundo muito, muito parecido com o nosso. A principal diferença é que nele o maior best-seller de fantasia não é Harry Potter, mas um garoto bruxo chamado Tommy Taylor. Ao invés de enfrentar Voldmort, o inimigo é Conde Ambrósio. No lugar de uma coruja, temos um gato com asas.
O autor Wilson Taylor escreveu 13 livros com as aventuras de Tommy e então desapareceu misteriosamente. Seu filho, Tom Taylor, jamais descobriu o que aconteceu ao pai. Hoje, Tom ganha a vida participando de convenções, autografando pôsteres e livros e tirando retratos com a legião de fãs do personagem que inspirou.
Tudo vai muito bem até que aparece uma moça que tenta convencer Tom de que ele não é bem quem pensa que é.
Essa é a premissa de O Inescrito, série de quadrinhos que começou a ser lançada no Brasil esse ano e que se encontra em seu segundo volume. Os autores baseiam-se claramente na obra de J.K. Rowling, mas com outra abordagem. Ao invés de falar de mágica, eles querem falar de literatura e ficção.
À medida que se acompanha as aventuras de Tom Taylor, percebemos que a história é fantástica, mas baseia-se na força das ficções, dos personagens inventados. Partindo da premissa que algo não precisa ser real para ser verdadeiro (e vice-versa), os autores apresentam uma trama instigante onde os mistérios do destino de Wilson Taylor, de uma sinistra organização secreta e de um mapa com os locais de livros e ficções se misturam e prendem a atenção do leitor.
Além do bom ritmo e do suspense, as referências à literatura, cultura pop e mídias são excelentes e dão uma dimensão dinâmica e extremamente contemporânea à história. Vale muito a pena conhecer e acompanhar a trajetória do senhor Tom Taylor.
O Inescrito
Autores: Mike Carey (roteiro) e Peter Gross (desenhos)
Editora Panini
Preço: R$ 18,90