Tag: guerra

  • Fotógrafo de Guerra (2001), de Christian Frei

    Fotógrafo de Guerra (2001), de Christian Frei

    James-Natchwey-Kosovo

    O olho do homem serve de fotografia ao invisív­el, como o ouvi­do serve de eco ao silêncio.

    Macha­do de Assis

    A fotografia con­quis­tou espaço como um dos maiores fenô­menos comu­ni­ca­cionais da humanidade. A téc­ni­ca da “cap­tação de ima­gens por meio de uma exposição lumi­nosa” vem sendo uti­liza­da de difer­entes for­mas no decor­rer do seu proces­so históri­co, começan­do por meio de méto­dos analógi­cos até alcançar as ino­vações da fotografia dig­i­tal, pro­por­cionadas pelo avanço tecnológico.

    Reg­is­trar um momen­to feliz, guardar uma fonte históri­ca, denun­ciar acon­tec­i­men­tos, ante­ci­par tragé­dias, cri­ar memórias, remod­e­lar son­hos e difundir ideias são algu­mas das inúmeras for­mas pelas quais a fotografia se faz pre­sente. Den­tro desse con­ceito, exis­tem aque­les que uti­lizam a fotografia como meio para trans­for­mar uma real­i­dade, recon­stru­ir vidas. É exata­mente o que faz o fotó­grafo James Nachtwey.

    Retrato do fotógrafo James Nachtwey
    Retra­to do fotó­grafo James Nachtwey

    James Nachtwey tem ded­i­ca­do sua existên­cia aos reg­istros fotográ­fi­cos de guer­ras, con­fli­tos, mis­érias e desumanidades ao redor do plan­e­ta. Sua ativi­dade de luta e denún­cia con­tra a atu­al condição do homem pode ser apre­sen­ta­da através do doc­u­men­tário Fotó­grafo de Guer­ra (War Pho­tog­ra­ph­er, direção de Chris­t­ian Frei, 2001). Por meio da uti­liza­ção de micro-câmeras acopladas à câmera fotográ­fi­ca de Nachtwey, o dire­tor Chris­t­ian Frei tra­bal­hou em cima das ativi­dades real­izadas pelo fotojornalista.

    As fil­ma­gens ocor­reram nas zonas de con­fli­to do Koso­vo, Palesti­na e Indonésia, dan­do uma iden­ti­dade real à dor de cen­te­nas de pes­soas a par­tir do momen­to em que elas são retratadas em imagem, for­man­do um reg­istro silen­cioso. Era assim que o lúci­do doc­u­men­tarista exer­cia sua função social. Segun­do Nachtwey, é incon­ce­bív­el “per­mi­tir que a mis­éria humana con­tin­ue clan­des­ti­na”. Durante todo o doc­u­men­tário, o fotó­grafo dire­ciona sua ideia na exposição da real­i­dade, provan­do que existe uma grande respon­s­abil­i­dade por trás de cada movi­men­to do homem, seja intimista ou comunitário.

    James-Natchwey-2

    A per­son­al­i­dade silen­ciosa, tími­da e despren­di­da do fotó­grafo reforça a aut­en­ti­ci­dade de seu tra­bal­ho. Por estar próx­i­mo das víti­mas, parece com­par­til­har da mis­éria e do imen­so vazio que as dev­as­ta. James Nachtwey der­ru­ba o fal­so moral­is­mo que per­me­ia gov­er­nos e os mais altos pilares da sociedade ao retratar momen­tos chocantes, como a mãe que enter­ra o fil­ho viti­ma­do pela bar­bárie da guer­ra, ou quan­do um homem é bru­tal­mente assas­si­na­do por ter out­ra ide­olo­gia políti­ca. O fotó­grafo de guer­ra pres­en­cia comu­nidades inteiras assi­s­tirem com­ple­ta­mente impo­tentes ao estupro de suas mul­heres e ao esface­la­men­to de suas famílias, sim­ples­mente por per­tencerem à out­ra etnia. Toda essa dor é obser­va­da den­tro de um acor­do tác­i­to entre fotó­grafo e fotografa­do; um acor­do de coração e espíri­to. Fotó­grafo de Guer­ra é mais um daque­les doc­u­men­tários que jus­ti­fi­cam todo o sac­ri­fí­cio de um homem de ser maior do que sua própria dor.

    A cada min­u­to que eu esta­va lá, eu que­ria fugir.
    Eu não que­ria ver isso.
    Eu iria bater e cor­rer ou enfrentar
    a respon­s­abil­i­dade de estar lá com uma câmera?

    James Nachtwey

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=KQe2-nuDp‑E

  • Crítica: Fora-da-lei

    Crítica: Fora-da-lei

    crítica Fora-da-leiFora-da-lei (Hors-la-Loi, França/Argélia/Bélgica, 2010), com roteiro e direção de Rachid Bouchareb, é bem mais do que ape­nas um filme de ação, ide­ológi­co, ou até históri­co. Além de jun­tar ess­es três ele­men­tos de maneira pri­morosa, é cri­a­do uma atmos­fera de época belís­si­ma que em con­jun­to com um enre­do bem desen­volvi­do torna‑o um lon­ga muito interessante.

    Abdelka­d­er, Mes­saoud e Said são três irmãos argeli­nos que, após serem expul­sos de sua ter­ra natal seguem cam­in­hos sep­a­ra­dos. Depois de alguns anos eles voltam a se reen­con­trar na França para, cada um de sua maneira, lutar pela liber­dade pes­soal e de sua nação.

    Difer­ente de muitas out­ras rep­re­sen­tações de movi­men­tos com luta arma­da, Fora-da-lei não se uti­liza daque­le tom aven­tureiro e, de cer­ta for­ma, van­glo­ri­ador — para não diz­er fan­tás­ti­co ou utópi­co — das ações e vidas dessas pes­soas. Sua visão está mais para um filme de guer­ra, onde o máx­i­mo de glam­our que você pode ter são roupas — ou uni­formes — mais boni­tos e armas mais poderosas, mas não escon­den­do em nen­hum momen­to a situ­ação real dessas pes­soas. Aliás, o esti­lo estéti­co remete bas­tante aos filmes de mafiosos, que ficou uma mis­tu­ra bem inter­es­sante jun­to com o con­tex­to político.

    Aliás, a políti­ca é o tema prin­ci­pal do lon­ga e em cada um dos três per­son­agens prin­ci­pais de Fora-da-lei, temos um pen­sa­men­to bem difer­ente de como faz­er uma rev­olução. Um é o teóri­co ao extremo que não con­segue aplicá-la na práti­ca, out­ro um ex-sol­da­do que ape­nas sabe seguir ordens e usar sua força e por fim, o últi­mo imag­i­na uma meio indi­re­to e com­ple­ta­mente difer­ente dos out­ros dois, e da maio­r­ia destes rev­olu­cionários, de real­mente cos­neguir mudar algo. Este con­fli­to de ideais e cam­in­hos diver­gentes é algo muito per­ti­nente quan­do se dis­cute esta questão tam­bém fora das telas. Mas o filme tam­bém não se propõe a dar uma respos­ta exa­ta para ela, cada um terá uma con­clusão depen­den­do de sua própria visão. Pois não há, nem nun­ca hou­ve, só uma respos­ta “cer­ta”.

    Fora-da-lei é um filme lon­go (2h18min) — em relação à maio­r­ia dos lança­men­tos — mas isso per­mi­tiu tam­bém um desen­volvi­men­to maior da for­mação de seus per­son­agens e da própria história. Mas a tran­sição entre os perío­dos do enre­do, sem­pre exibindo a data ou a estação do ano, infe­liz­mente, acabou sendo meio con­fusa e muitas vezes até desnecessária. Cul­pa talvez de um dese­jo da cri­ação de algo, de cer­ta for­ma, mais doc­u­men­tal. Mas graças a boa estru­tu­ra da história e cenas de ação bem con­struí­das, não ficou cansativo.

    É prin­ci­pal­mente o ques­tion­a­men­to ide­ológi­co que se desta­ca, mes­mo haven­do cenas com mui­ta vio­lên­cia e ação, lev­an­tan­do várias questões não só sobre os atos, mas tam­bém o impacto real que eles causam. Como saber o que real­mente fez a difer­ença? Para con­cluir, Fora-da-lei é um filme que se você tiv­er opor­tu­nidade de ver no cin­e­ma, com certeza vale o ingres­so! Caso o con­trário, sem­pre há a opção de alugá-lo.

    Out­ras críti­cas interessantes:

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=qAljVInNDik

  • Crítica: Invasão do Mundo: A Batalha de Los Angeles

    Crítica: Invasão do Mundo: A Batalha de Los Angeles

    crítica invasao do mundo

    Invasão, ou con­tatos ime­di­atos, com seres extrater­restres é um tema cada vez mais abor­da­do pelo cin­e­ma, prin­ci­pal­mente na ter­ra do tio Sam. Invasão do Mun­do: A Batal­ha de Los Ange­les (Bat­tle: Los Ange­les, USA, 2011), dirigi­do por Jonathan Liebesman, é mais um filme para entrar nes­sa lista onde a sal­vação da humanidade cabe nova­mente aos Esta­dos Unidos.

    Aparições de OVNIs, espec­u­lações sobre extrater­restres, seg­re­dos do gov­er­no em relação a acon­tec­i­men­tos mis­te­riosos, … são histórias já con­heci­das por muitos. Mas, e se essas aparições tivessem sido mis­sões de recon­hec­i­men­to para um imi­nente ataque de aliení­ge­nas ao plan­e­ta Ter­ra? Depois de uma série de ataques em todas as grandes cidades do mun­do, Los Ange­les rep­re­sen­ta a últi­ma resistên­cia da humanidade nes­ta batalha.

    O enre­do é o já con­heci­do e abor­da­do por vários out­ros filmes — impos­sív­el não lem­brar de Inde­pen­dence Day de Roland Emmerich — mas este, difer­ente­mente da maio­r­ia dos out­ros, se foca inteira­mente em como um grupo pequeno de mil­itares viven­cia este fato. Nada de pres­i­dente toman­do decisões, cenas das famílias dos inte­grantes sendo ata­cadas, romance entre os per­son­agens prin­ci­pais, … Este, aliás, é um dos grandes méri­tos de Invasão do Mun­do: A Batal­ha de Los Ange­les, pois ele ten­ta se aprox­i­mar ao máx­i­mo de como seria a exper­iên­cia real de sol­da­dos durante uma invasão alienígena.

    Ape­sar dis­so, Invasão do Mun­do: A Batal­ha de Los Ange­les não dis­pen­sa cenas melo­dramáti­cas e ultra-patri­o­tas, onde sol­da­dos fazem de tudo para ten­tar sal­var alguns civis — alguém ain­da acred­i­ta que isso acon­tece? — para pro­te­ger ess­es inde­fe­sos seres. E a sua tril­ha sono­ra segue o mes­mo padrão, dramáti­ca até não poder mais e total­mente força­da, ou seja, desnecessária na maio­r­ia das vezes.

    Os aliens foram rep­re­sen­ta­dos de uma maneira bem curiosa no filme, ape­sar de não serem muito difer­entes do usu­al, pare­cen­do uma mis­tu­ra de Matrix com Predador. Aliás, há uma cena de batal­ha em Invasão do Mun­do: A Batal­ha de Los Ange­les idên­ti­ca a uma do Matrix Rev­o­lu­tions, veja se você con­segue perce­ber qual é.

    A grande novi­dade em relação ao Invasão do Mun­do: A Batal­ha de Los Ange­les é que ele foi o primeiro filme fil­ma­do em tec­nolo­gia 4K da Sony, que pos­sui uma qual­i­dade de imagem muito supe­ri­or aos dos filmes nor­mais. Arrisco a faz­er uma analo­gia de que o 4K está para o for­ma­to atu­al, assim como o Blue-ray esta­va para o DVD. Ape­sar de haver um grande difer­ença na qual­i­dade, acred­i­to que depois de alguns min­u­tos ven­do o filme, você até esquece que há essa difer­ença, pois o quê e como o lon­ga con­strói a história aca­ba chaman­do mais atenção do que uma mel­hor definição da tex­tu­ra dos ele­men­tos. Mas pela exper­iên­cia, não deixa de valer o ingresso.

    Ape­sar de pre­visív­el, Invasão do Mun­do: A Batal­ha de Los Ange­les fun­ciona como um bom filme de guer­ra, para os que gostam, e prin­ci­pal­mente, para aque­les que ficaram na ânsia por cenas de ação após ter assis­ti­do Sky­line, cujo foco é inteira­mente na exper­iên­cia de pes­soas nor­mais diante da invasão aliení­ge­na. Já quem espera ver algo novo ou tem a curiosi­dade de ver algo difer­ente a respeito dos aliens, não vá esperan­do muito coisa.

    Par­ticipe tam­bém da Pro­moção Invasão do Mun­do: A Batal­ha de Los Ange­les e con­cor­ra a con­vites para ver o filme de graça.

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=IE3hwjLEx68

  • Trois Petit Points

    Trois Petit Points

    Para os amantes da ani­mação é prati­ca­mente impos­sív­el não ser fã das pro­duções da Esco­la de Gob­elins, na França. A Gob­elins L’é­cole de L’im­age é refer­ên­cia mundi­al em cur­tas ani­ma­dos, sem­pre muito ousa­dos e com lin­gua­gens próprias, for­man­do reno­ma­dos artis­tas para os maiores estú­dios do mun­do. Para finalizar o ano, a própria esco­la fez uma lista das mel­hores pro­duções de 2010, e nes­sa leva, está o belo Trois Petit Points, em por­tuguês Três Pequenos Pon­tos, pro­duzi­do pelos alunos de grad­u­ação Lucre­tia Andreae, Alice Dieudon­né, Tra­cy Nowocien, Flo­ri­an Par­rot, Ornel­la Pri­oul e Remy Schaepman

    Para a Europa, as guer­ras sem­pre foram deci­si­vas, infe­liz­mente, para a for­mação da sociedade, da geopo­lit­i­ca e inclu­sive de país­es. Em Trois Petit Points, a guer­ra é mostra­da pela óti­ca poéti­ca do cin­e­ma: a espera incan­sáv­el de quem fica longe das trincheiras, e a depressão e o afe­ta­men­to pro­fun­do de quem vol­ta de lá. Uma cos­tureira espera seu mari­do voltar, assim que o vê chegar, destruí­do em todos os sen­ti­dos, ela, só con­segue pen­sar em usar seus dons de cos­tu­rar, con­stru­ir e jun­tar partes para que sua vida con­tin­ue. Ele, pelo con­trário, só vê tris­teza e escuridão, como se não hou­vesse con­tin­u­ação após uma guerra.

    Trois Petit Points é lin­do, e talvez isso ain­da nem o defi­na. O cur­ta tra­bal­ha com a metá­fo­ra da recon­strução através de uma cos­tureira que acred­i­ta sal­var o mun­do com sua agul­ha, con­tra­stan­do com o mari­do, recém-chega­do da guer­ra, se trans­for­man­do, aos poucos, em um enorme cor­vo. Uma ani­mação com jeit­in­ho francês, lem­bran­do muito os tra­bal­hos de Syl­vain Chomet, onde as palavras não tem quase nen­hu­ma função per­to da imagem.

    httpv://www.youtube.com/watch?v=G0yC2ldpBFI&feature=player_embedded

  • Crítica: Esquadrão Classe A

    Crítica: Esquadrão Classe A

    Esquadrão Classe A

    Nos últi­mos tem­pos o que mais tem apare­ci­do, de filmes, são remakes e todos os tipos  de adap­tações, remod­e­ladas para se tornarem grandes block­busters (que muitas vezes fra­cas­saram). Parece até que se está pas­san­do por uma crise grande de cria­tivi­dade entre os roteiris­tas e pro­du­tores. Esquadrão Classe A (The A‑Team, EUA, 2010), de Joe Car­na­han, se encaixa per­feita­mente na descrição ante­ri­or, mas por con­seguir ter óti­mas sacadas e pos­suir um ar meio retrô de anti­gos filmes de ação, con­seguiu se destacar entre eles.

    Logo de iní­cio temos uma bela apre­sen­tação de como se deu a for­mação do Esquadrão Classe A: Han­ni­bal (Liam Nee­son), Face (Bradley Coop­er), Bara­cus (Quin­ton ‘Ram­page’ Jack­son) e Mur­dock (Sharl­to Cop­ley). E difer­ente de out­ros times, o difer­en­cial deste é sua cria­tivi­dade e ousa­dia, total­mente kamikaze, para elab­o­rar e efe­t­u­ar planos mirabolantes nas suas missões.

    Ao con­trário do orig­i­nal, em que eram vet­er­a­nos do Viet­nã, ago­ra eles são do Iraque. E a respeito dis­so há uma toma­da bem inter­es­sante, ape­sar de ser bem sin­gela e ráp­i­da, de quan­do estão no Iraque, mostran­do um com­pan­heiris­mo e frater­nidade entre o exérci­to amer­i­cano e os civis iraquianos. Talvez seja mais uma, das mil­hões, ten­ta­ti­vas sub­lim­inares de ten­tar “ree­scr­ev­er” a história dos EUA, que nos remete a George Orwell, no livro 1984: “Quem con­tro­la o pas­sa­do, con­tro­la o futuro; quem con­tro­la o pre­sente, con­tro­la o pas­sa­do.”. Mas difer­entes de vários out­ros filmes do gênero, os inimi­gos do Esquadrão Classe A não são estrangeiros malu­cos (rus­sos come­dores de cri­anc­in­has, viet­na­mi­tas assus­ta­dores, japone­ses psicóti­cos, …), que tor­na o enre­do bem mais sóli­do e verídico.

    Cenas de ação é que não fal­tam, acred­i­to que a frase que mel­hor resume Esquadrão Classe A é: “se você pode colo­car mais, porque não colo­car ain­da mais”? Ou seja, somos bom­bardea­d­os com uma cena de ação atrás da out­ra, bem mega­lo­manía­cas, mas seguin­do um bom esti­lo como os da série James Bond. Ape­sar de você saber que quase tudo aqui­lo nun­ca pode­ria acon­te­cer no mun­do real, é jus­ta­mente nis­so que se encon­tra a beleza e o encan­ta­men­to. Isso é claro, se deu prin­ci­pal­mente pelo humor muito bem feito, reple­to de citações de ele­men­tos do dia a dia de grande parte do públi­co. As tomadas com tiradas (piad­in­has) sobre os filmes em 3D, o Blue Man Group, e dos jogos de videogames, com a frase “Whoah, it’s just like Call of Duty!” (Nos­sa, é como em Call of Dut­ty!), são inesquecíveis.

    Esquadrão Classe A é para se diver­tir e cur­tir (muitas) boas cenas de ação. Quem con­hecia e gosta­va da séire de TV, na qual foi basea­da, acred­i­to que terá vários flash­backs dela e não dev­erá se desapon­tar com esta nova versão.

    Out­ra críti­cas interessantes:

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=Qben_-rBE3w

  • Crítica: O Livro de Eli

    Crítica: O Livro de Eli

    o livro de eli
    Eli (Den­zel Wash­ing­ton[bb]) é um mochileiro solitário que per­corre sem­pre em direção leste, num mun­do pós-apoc­alíp­ti­co, pro­te­gen­do um livro sagra­do em O Livro de Eli (The Book of Eli, EUA, 2010), de Albert e Allen Hugh­es.

    Ao con­trário de Faren­heit 451, o vilão des­ta história, Carnegieo (Gary Old­man[bb]), está a procu­ra de livros , em especí­fi­co o que Eli car­rega con­si­go não para destruí-lo, mas para usá-lo como uma “arma” para obter mais poder, que por sinal é a úni­ca críti­ca que o filme propões a respeito deste tema. Sobre este assun­to, há tam­bém uma piad­in­ha (pra não diz­er uma críti­ca) onde Carnegieo man­da queimar o livro “O Códi­go da Vin­ci[bb]”, jun­to com out­ros livros, pois não pos­suem nen­hum valor.

    Assim como em vários out­ros filmes amer­i­canos, tudo acon­tece nos Esta­dos Unidos e é lá que tam­bém está a sal­vação para a humanidade, como se não exis­tisse mais nada, pelo menos sig­nif­i­cante, no mun­do inteiro. Não há quase nen­hu­ma expli­cação do que pode ter acon­te­ci­do para o plan­e­ta estar naque­la situ­ação ou algum apro­fun­da­men­to nos per­son­agens do filme, fican­do tudo muito supér­fluo demais. Sem falar nos atos/conhecimentos extra­ordinários (para não diz­er de super-heróis) dos per­son­agens prin­ci­pais, que faz você pen­sar “como é que ele(a) teve tem­po de faz­er aqui­lo se.…?” ou “quan­do que ele(a) apren­deu a faz­er isso?”, entre várias out­ras perguntas.

    Em O Livro de Eli a fé, entre out­ros aspec­tos reli­giosos, é bas­tante enfa­ti­za­da. Chegan­do até a se afir­mar que a humanidade está fada­da ao caos, destru­ição e ao não desen­volvi­men­to int­elec­tu­al dev­i­do à fal­ta deste livro sagra­do. Afir­mação, no mín­i­mo, forte, mas em um momen­to em que as religiões estão cada vez mais em “crise”, tudo parece ser váli­do para reafirmá-las.

    Ape­sar de haver uma grande sur­pre­sa no final de O Livro de Eli, fica uma sen­sação estran­ha de que aque­la rev­e­lação não con­venci­men­to dela. Aliás, este sen­ti­men­to fica pre­sente durante todo o filme. Por exem­p­lo, neste futuro pós-guer­ra quase não se vê mul­heres (con­tei seis), e as exis­tentes são escravas, total­mente sub­mis­sas. Como isto é pos­sív­el se quem vai para a guer­ra são os home­ns e é sabido que elas são a maio­r­ia pop­u­la­cional no mun­do? Uma visão bem machista deste cenário que, por quase não exi­s­tirem mul­heres, fica ain­da mais apocalíptico.

    O Livro de Eli, ape­sar de tudo, con­segue ser um entreten­i­men­to razoáv­el, sem muitas pre­ten­sões, com algu­mas cenas de ação muito bem feitas e as vezes até engraçadas.

    Out­ra críti­cas interessantes:

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=t3qJj_ljctE