Traduzido pelo colaborador Guilherme Sobota. O interrogAção é o tradutor oficial das HQs do Stuart McMillen.
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Crítica: Eu Sou o Número Quatro
Depois do sucesso das histórias românticas de vampiros para adolescentes, agora talvez se inicia um novo nicho a ser explorado: alienígenas. Eu Sou o Número Quatro (I Am Number Four, USA, 2011), dirigido por D.J. Caruso, desenvolve sua trama focando principalmente nas dificuldades de aceitação dentro de uma escola e, é claro, em um romance fenomenal — e impossível — entre dois personagens.
John Smith (Alex Pettyfer) é o disfarçe do número Quatro entre os humanos, que está quase sempre acompanhado de seu protetor Henri (Timothy Olyphant). Os três primeiros membros de sua raça foram assassinados e ele é o próximo da lista. Enquanto se esconde na tranquila cidade Paradise e vai descobrindo seus poderes, conhece a estudante Sarah Hart (Dianna Agron) pela qual logo se apaixona. Mas, logo é localizado pelos inimigos e ao lado da número Seis (Teresa Palmer), que também o encontra, tentam lutar juntas para salvar sua espécie.
Apesar de haver muitas possibilidades de desenvolvimento em torno do tema de alienígenas, Eu Sou o Número Quatro mal chega a tocar a superfície delas. Isso tanto explicitamente quanto implicitamente, pois muitas vezes o enredo do filme em si foi mal trabalhado, mas a riqueza visual ficou incrível, como aconteceu por exemplo em O Último Mestre do Ar. Uma ou outra vez se tentou fazer uma referência inteligente ou engraçada a série Arquivo X — que ficou ridícula — e a jogos de videogames, mas deixaram e muito a desejar.
Isso sem falar na curva de aprendizado do personagem principal que é simplesmente absurda. Parece que ele simplesmente fez um download do programa “super poderes versão: número 4”, estilo Matrix, e pronto, já sabia fazer tudo. E eu acreditava que em Percy Jackson e o Ladrão de Raios isso já tinha sido bem rápido, mas Eu Sou o Número Quatro definitivamente superou em questão de velocidade. Acredito que este tempo, a menos que tenha alguma razão especial para ser diferente, é essencial para o desenvolvimento da trama do filme e todos os seus indivíduos.
As atuações em Eu Sou o Número Quatro são muito fracas, a impressão que fica é que não houve uma entrega total dos atores em relação a seus personagens, que juntando ao fato de serem bem superficiais apenas piorou a situação. O destaque de péssima atuação vai principalmente para o ator Timothy Olyphant — alguém mais achou ele muito parecido com o Jim Carrey? — que faz o papel de protetor de John, as cenas dele se indignando com algo ficaram engraçadas de tão ruins. Além disso, os efeitos especiais também não são nada demais, chegando até a cansar um pouco pois você já sabe exatamente o que esperar.
Como uma sessão bastante pipoca para adolescente ou adultos que gostam de tramas envolvendo problemas escolares e amores eternos e impossíveis, Eu Sou o Número Quatro é uma ótima opção. Já se você esperava ver algo diferente disso, nem que fosse alguma coisinha interessante sobre alienígenas ou belos efeitos especiais, recomendo fortemente escolher outro filme ou assistir a série Smallville.
Outras críticas interessantes:
- Thiago Siqueira, no Cinema com Rapadura
- Celso Sabadin, no Cineclick
Trailer:
httpv://www.youtube.com/watch?v=YwkVBUhlDkw