Tag: Efeitos especiais

  • Dossiê Darren Aronofsky: Pi

    Dossiê Darren Aronofsky: Pi

    poster piVinte zero um. Aque­la capa pre­ta com um grande sím­bo­lo bran­co sem­pre me chama­va atenção na locado­ra, mas por algum moti­vo nun­ca loca­va ou chega­va muito per­to dele.

    Vinte zero três. Alguém aleatório em uma fes­ta de ano novo começa a con­ver­sar sobre filmes comi­go e comen­to da tal capa, ele então fala que ape­sar de mais difer­ente é um lon­ga fab­u­loso que eu dev­e­ria assi­s­tir. Acho inter­es­sante mas não dou mui­ta atenção, vou ali pegar um pouco mais de sal­a­da de batata.

    Vinte zero seis. Pare­cia perseguição, nova­mente aque­la imagem, deci­di final­mente ter cor­agem e ver a parte de trás da caixa, mas ao ver fotos em pre­to e bran­co, achei mel­hor ficar para a próx­i­ma vez, que não tin­ha ideia de quan­do era.

    Nota men­tal. Naque­la época ver filme ain­da era uma sim­ples fuga, as vezes até do filme em si.

    Vinte zero sete. Desafir­mo a suposição a respeito dos filmes na min­ha situ­ação atu­al. Algo havia muda­do den­tro de mim. Reafir­mo min­has novas suposições.

    Um. Filmes podem con­ter muito mais infor­mações do que imaginamos.

    Dois. A escol­ha por um tipo de lon­ga diz mui­ta coisa a respeito da situ­ação atu­al de uma pessoa.

    Três. Quase sem­pre é pos­sív­el decifrar infor­mações inter­es­santes ao assi­s­tir algo.

    Nota men­tal: escr­ev­er a respeito dessas coisas começa a pare­cer uma ideia interessante.

    Imagem filme PiVinte onze. O filme da capa estran­ha não é mais nada estran­ho. Já o assisti pelo menos umas seis vezes, seu títu­lo é Pi (EUA, 1998), dirigi­do por Dar­ren Aronof­sky, e o mes­mo está no topo da lista dos lon­gas que eu mais gos­to, assim como o dire­tor, que ocu­pa o segun­do lugar na min­ha lista de cineas­tas preferidos.

    Nota men­tal: é pos­sív­el cri­ar lis­tas para quase tudo.

    Pi foi a estréia de Aronof­sky no cin­e­ma, real­iza­do com um micro-orça­men­to de 60 mil dólares finan­cia­do pela família e ami­gos, mas já pos­suin­do todas as car­ac­terís­ti­cas bem par­ti­c­u­liares e muito pecu­liares do dire­tor. Max­imil­lian “Max” Cohen (Sean Gul­lette), o pro­tag­o­nista e nar­rador do filme, é um matemáti­co que acred­i­ta que tudo ao nos­so redor pode ser rep­re­sen­ta­do e enten­di­do através de números. Além dis­so, se rep­re­sen­tar­mos grafi­ca­mente os números de qual­quer sis­tema, padrões surgem. Por­tan­to, há padrões em toda a natureza.

    Poster Pi Thiago EsserApe­sar de trans­bor­dar em sim­bolis­mos, mitolo­gias, metá­foras e teo­rias, Pi pode ser vis­to de longe como um filme cha­to e maçante, mas ele não é nada dis­so, muito pelo con­trário. Assim como acon­tece em um tex­to do Jorge Luís Borges, após ser­mos quase que esma­ga­dos pela primeira avalanche de infor­mações, aparente­mente desconexas e sem muito sen­ti­do, a luz logo se tor­na tão inten­sa que chega a doer os olhos. Em con­tra­parti­da ao vol­ume de infor­mação, ao lon­go do filme há várias expli­cações feitas de for­ma muito com­preen­síveis para vários dos con­ceitos abor­da­dos, sem em nen­hum momen­to pare­cer aque­las aulas chatas ou total­mente fora do con­tex­to, como acon­te­ceu um pouco em uma cena de A Origem (2011) quan­do se vai explicar como fun­ciona o mecan­is­mo para entrar nos sonhos.
    Nota pes­soal: Torá, Cabala, Teo­ria do Caos, Euclides, Arquimedes, Pitá­go­ras, Fibonac­ci, Leonar­do da Vin­ci, Go, Pro­porção Áurea, Espi­ral Dourada.

    Tam­bém já é pos­sív­el notar um pouco do rit­mo frenéti­co e pico­ta­do, que mais tarde se con­sagrou em Réquiem para um Son­ho (2000), que muitas vezes cria uma ambi­en­tação de thriller no lon­ga. Além dis­so, o Pi tam­bém pos­sui alguns efeitos espe­ci­ais bem inter­es­santes, ape­sar do seu baixo orça­men­to, sendo um deles a cena em que é feito um zoom em cima de números, assim como o mem­o­ráv­el efeito do iní­cio do filme que Matrix (1999) fez no ano seguinte. Aliás, os filmes de Aronof­sky são bem con­heci­dos por resolverem várias questões de efeitos com­plex­os com solução sim­ples e baratas, mas que causam um efeito estonteante.

    Imagem filme PiA tril­ha sono­ra é out­ro pon­to alto de Pi, sendo o iní­cio de uma pro­lí­fi­ca parce­ria com Clint Mansell, que o acom­pan­hou de algu­ma maneira em todos os seus out­ros filmes. Para quem é fã deste tipo de músi­ca, envol­ven­do prin­ci­pal­mente som intru­men­tal, vai ado­rar escutá-la. Tam­bém recomen­do demasi­da­mente a tril­ha sono­ra do seu out­ro filme A Fonte da Vida, que para mim é a mel­hor de todas.

    A exper­iên­cia de assi­s­tir Pi pode ser um pouco difí­cil nos primeiro min­u­tos, mas uma vez super­a­da essa fase, é difí­cil não achá-lo no mín­i­mo per­tur­bador e cheio de pos­si­bil­i­dades de dis­cussões para quem acred­i­ta que através de números ou não, há muito o que ain­da con­hecer sobre as infini­tudes do novo uni­ver­so quântico.

    Out­ros tex­tos inter­es­santes sobre o filme Pi:

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=xzAjzoNOaaU

  • Crítica: Padre

    Crítica: Padre

    crítica padreBasea­do na famosa HQ core­ana de mes­mo nome, Padre (Priest, USA, 2011), dirigi­do por Scott Charles Stew­art, é mais uma das várias adap­tações de Histórias em Quadrin­hos feitas pelo cin­e­ma amer­i­cano. Pos­suin­do belos efeitos espe­ci­ais para rep­re­sen­tar a já vel­ha luta entre home­ns e vam­piros, temos um filme visual­mente atraente, mas nar­ra­ti­va­mente e cine­tografi­ca­mente pobres.

    Em um mun­do pós-apoc­alíp­ti­co, onde des­de o começo dos tem­pos há guer­ras entre home­ns e vam­piros — que nes­ta ver­são são seres cin­zas e sem olhos- os humanos tin­ham pou­cas chances de vencer esta luta até sur­girem os Padres, exímios exter­mi­nadores de vam­piros. Tem­pos depois, quan­do se acred­i­ta­va que não havia mais peri­go, uma família é suposta­mente ata­ca­da por vam­piros e a sua fil­ha, Lucy (Lily Collins), rap­ta­da. Seu tio, um Padre (Paul Bet­tany), ten­ta aler­tar seus supe­ri­ores des­ta ameaça e vai atrás de vin­gança jun­to com Hicks (Cam Gigan­det), par român­ti­co de Lucy.

    É inegáv­el que o cin­e­ma e as HQs estão estre­i­tan­do seus laços cada vez mais, onde um aca­ba ali­men­tan­do o uni­ver­so do out­ro que, em segui­da, aca­ba servin­do de ali­men­to para o primeiro, um ver­dadeiro ciclo de retro-ali­men­tação. Isto não é nen­hu­ma novi­dade, Osamu Tezu­ka — cri­ador do Astro Boy, Speed Rac­er, … — inovou os mangás na sua época, quan­do inseriu nar­ra­ti­vas mais cin­e­matográ­fi­cas em seu tra­bal­ho, que mais tarde acabaram influ­en­cian­do muitas obras do cin­e­ma. Quan­do uma obra é adap­ta­da para um out­ro meio, é dese­jáv­el que se explore as novas pos­si­bil­i­dades deste e não que sim­ples­mente se faça uma trans­posição de um para o out­ro. Infe­liz­mente, é jus­ta­mente neste pon­to que Padre não soube explorar.

    Antes que você comece a se per­gun­tar, já vou respon­der: não, não sou daque­les chatos que fica procu­ran­do tudo que tem em uma HQ no filme e, neste caso em par­tic­u­lar, até nem teria como faz­er isto pois ain­da não tive ain­da a opor­tu­nidade de ler a obra. Muitas cenas do Padre, havi­am ele­men­tos que pare­ci­am ser niti­da­mente trans­pos­tos de um desen­ho, mas que não fun­cionavam efe­ti­va­mente nas telas, só se a imagem fos­se estáti­ca. A trans­fo­mação na mudança de expressão e gestos dos atores, tril­ha sono­ra, movi­men­tação da câmera de um pon­to ao out­ro, … todos ess­es ele­men­tos impor­tantes para a lin­guagem cin­e­matográ­fi­ca pare­cem não ter tido tan­ta importân­cia quan­to o de ter cenas “fiéis” aos quadrin­hos. Me per­gun­to, de que adi­anta você ver uma cena muito bem pro­duzi­da visual­mente se o ator tem expressão de peixe e movi­men­tos mecânicos?

    Os momen­tos de cli­max das cenas de ação em Padre ficaram sim­ples­mente fra­cos, dev­i­do a fal­ta da uti­liza­ção mais elab­o­ra­da destes ele­men­tos, ficou difí­cil haver aque­le envolvi­men­to com ten­são e emoções que o cin­e­ma per­mite. O roteiro fra­co cer­ta­mente aju­dou neste que­si­to tam­bém, não que seja necessário muitas expli­cações em uma tra­ma de padres matan­do vam­piros, mas um pouco mais de desen­volvi­men­to teria feito grande diferença.

    Padre provavel­mente é daque­las obras que por enquan­to — uma sequên­cia é deix­a­do em aber­to no final — deve fun­cionar mais como HQ do que como filme. Aliás, fiquei bem curioso de ler ela, aqui no Brasil foi pub­li­ca­da pela Lumus Edi­to­ra.

    Out­ras críti­cas interessantes:

    Trail­er Legendado:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=_nOxYl80FDA

  • Crítica: A Lenda dos Guardiões

    Crítica: A Lenda dos Guardiões

    Nem é pre­ciso mais diz­er que a maio­r­ia das ani­mações não é só “coisa de cri­ança” e A Len­da dos Guardiões (Leg­end of the Guardians: The Owls of Ga’Hoole, EUA/Austrália, 2010), de Zack Sny­der, é mais uma óti­ma pro­dução na qual são os adul­tos que prin­ci­pal­mente irão se divertir.

    Sorem é uma jovem coru­ja fasci­na­da pelas histórias que seu pai con­ta sobre os Guardiões de Ga’Hoole e vive son­han­do um dia poder encon­trá-los. Já Kludd, seu irmão, acha tudo isso uma bobagem e um dia quan­do os dois caem aci­den­tal­mente, são rap­ta­dos por mem­bros do clã dos Puros. Após desco­brir os planos deles para dom­i­nar o reino das coru­jas, Sorem, jun­to com out­ros ami­gos, vão em bus­ca da lendária Grande Árvore de Ga’Hoole onde vivem os guardiões, para ten­tar impedir que isto aconteça.

    Por trás de um enre­do e, prin­ci­pal­mente, uma roupagem aparente­mente mais infan­to-juve­nil, A Len­da dos Guardiões sur­preende pelo seu con­teú­do mais adul­to. Com rel­a­ti­va­mente pou­cas piadas (pelo menos na ver­são dubla­da) e cenas de luta muito bem elab­o­radas, pode­ria diz­er que ele é um belo épi­co de batal­ha. Quem acom­pan­ha a tra­jetória do Zack Sny­der, recon­hecerá vários ele­men­tos, prin­ci­pal­mente dos dois últi­mos filmes (Watch­men e 300), bem car­ac­terís­ti­cos do diretor.

    A parte téc­ni­ca das ani­mações no filme é sim­ples­mente fan­tás­ti­ca. Parece que os ani­madores final­mente con­seguiram super­ar o “medo da água”, pois as sequên­cias envol­ven­do fenô­menos climáti­cos de chu­va e ven­to são incríveis. A tex­tu­ra das penas tam­bém ficou per­fei­ta e em algu­mas cenas parece até que é pos­sív­el sen­tir a macieza delas. Pena que o uso do efeito bul­let time ficou total­mente força­do e sem muito sen­ti­do em algu­mas cenas, pare­ceu mais algo do tipo: “olha, sabe­mos tam­bém faz­er slow motion”. Para os que estão em dúvi­da, vale a pena ver A Len­da dos Guardiões em 3D.

    Infe­liz­mente a dublagem esta­va pés­si­ma em alguns momen­tos, dava até para perce­ber aque­le barul­ho de quan­do se fala per­to demais do micro­fone, com­pro­m­e­tendo um pouco o filme. (Dev­e­ria ter uma sessão de ani­mações leg­en­dadas no cin­e­ma pois acred­i­to que teria públi­co.) Ape­sar de alguns furos no roteiro, além de várias coisas terem fica­do sem mui­ta expli­cação, há duas grandes difi­cul­dades em A Len­da dos Guardiões: o visu­al pare­ci­do dos per­son­agens, é pre­ciso prestar mui­ta atenção para não se perder, e a grande quan­ti­dade de nomes não tão comuns, não sendo muito fácil lembrá-los.

    A Len­da dos Guardiões é uma exce­lente ani­mação, prin­ci­pal­mente em se tratan­do de téc­ni­ca, com óti­mas sequên­cias de batal­ha e um enre­do que val­oriza prin­ci­pal­mente a imag­i­nação, algo que fica esque­ci­do na maio­r­ia dos adultos.

    Out­ras críti­cas interessantes:

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=6zST3oszKpE

  • Crítica: Resident Evil 4: Recomeço

    Crítica: Resident Evil 4: Recomeço

    Ape­sar da fran­quia para o cin­e­ma não ter agrada­do muito os fãs do jogo, Res­i­dent Evil 4: Recomeço (Res­i­dent Evil: After­life, EUA/Alemanha/Inglaterra, 2010), de Paul W.S. Ander­son (que foi dire­tor do primeiro e pro­du­tor dos dois out­ros), investe pesa­do nos efeitos espe­ci­ais e refer­ên­cias ao orig­i­nal para final­mente con­seguir agradar aos jogadores e, por que não, ao públi­co que tam­bém gos­tou dos out­ros filmes.

    Nes­ta sequên­cia, Alice (Mil­la Jovovich) vol­ta a ter os poderes de um humano nor­mal (o que é ques­tionáv­el pois ela con­tin­ua sendo um “super humana” em muitos sen­ti­dos) e con­tin­ua a sua bus­ca por out­ras pes­soas não infec­tadas pelo vírus. Ao chegar em uma cidade onde suposta­mente está livre da infecção, reen­con­tra ami­gos e novo ali­a­dos para lhe aju­dar na sua vin­gança con­tra a empre­sa respon­sáv­el por toda esta catástrofe, a Umbrella.

    Não é necessário ter vis­to os out­ros filmes da série para con­seguir acom­pan­har Res­i­dent Evil 4: Recomeço, pois o necessário para enten­der a tra­ma é expli­ca­do durante o lon­ga, ape­sar de que alguns ele­men­tos gan­ham mais sig­nifi­ca­do para quem já viu os out­ros. Alias, o roteiro está bem longe de ser o pon­to forte do filme, os even­tos acon­te­cem quase que sem nen­hum pre­tex­to e os per­son­agens são muito pobres. Não há nen­hum apro­fun­da­men­to e desen­volvi­men­to de suas per­son­al­i­dades, e eles agem de maneira muito automáti­ca. Este vazio e automa­tismo pode ser meio inco­mo­do para algu­mas pes­soas que estão procu­ran­do algo além da ação. Mas de cer­ta for­ma, é jus­ta­mente eles que trazem o lon­ga mais per­to dos jogos (basea­do na min­ha exper­iên­cia pes­soal), prin­ci­pal­mente pela lim­i­tação de se cri­ar expressões faci­ais, movi­men­tos e com­por­ta­men­to mais com­plex­os (o que está grad­ual­mente mudan­do com os avanços tecnológicos).

    Para quem não teve muito con­ta­to, ou nen­hum (que é meu caso), com o jogo, vai sen­tir que muitas vezes está per­den­do algu­ma coisa, pois Res­i­dent Evil 4: Recomeço é cheio de refer­ên­cias á per­son­agens e situ­ações do jogo. O rit­mo do lon­ga é bas­tante de videogame, onde muitas coisas vão acon­te­cen­do, as vezes sem muito propósi­to, ape­nas para traz­er mais ação. A con­dução da história tam­bém segue o mes­mo esti­lo, mas acred­i­to que este esti­lo fun­ciona mel­hor nos jogos do que na tela do cin­e­ma, pois no lon­ga muitas das expli­cações pare­cem care­cer de entu­si­as­mo para se ter con­hec­i­men­to das respostas.

    Um dos pon­tos fortes do Res­i­dent Evil: Recomeço é a sua tril­ha sono­ra, que mis­tu­ra bas­tante ele­men­tos eletrôni­cos, com um rit­mo mais acel­er­a­do, sendo um óti­mo acom­pan­hamen­to den­tro e fora do filme. Pena que a músi­ca usa­da nos crédi­tos, e no trail­er, não está na tril­ha ofi­cial. Para quem gos­tou, o seu títu­lo é “The out­sider” da ban­da “A Per­fect Cir­cle”. Tam­bém, não pos­so deixar de citar a atu­ação da Mil­la Jovovich, que esta cada vez mais con­fortáv­el no papel, sendo bem con­vin­cente, e é um dos grandes atra­tivos do filme.

    E final­mente cheg­amos ao ápice do filme: os efeitos espe­ci­ais. Usan­do e abu­san­do de movi­men­to de câmeras e do bul­let time, temos tomadas muito boas de ação, tan­to em qual­i­dade como em pro­dução, imi­tan­do per­feita­mente os efeitos já onipresentes em muitos jogos do esti­lo. Sem falar tam­bém uma refer­ên­cia clara ao Matrix Rev­o­lu­tions, da famosa cena de luta final na chu­va, só que ago­ra em um ban­heiro (será que foi uma pia­da inten­cional?). É inter­es­sante perce­ber que ini­cial­mente foram os jogos que copi­aram os filmes e ago­ra o con­trário está acon­te­cen­do, não só em relação ao visu­al, mas no roteiro tam­bém. E até ago­ra, este foi o mel­hor lon­ga que soube usar os efeitos em 3D, por­tan­to, sem som­bra de dúvi­das, vale a pena ver Res­i­dent Evil: Recomeço em 3D, espe­cial­mente se for no IMAX.

    Se você não está pre­ocu­pa­do com um roteiro elab­o­ra­do, quer ação e muitos efeitos espe­ci­ais, com certeza vale o ingres­so para o Res­i­dent Evil: Recomeço. Acred­i­to tam­bém que os fãs do jogo não ficarão decep­ciona­dos. Falan­do neles, gostaria de saber a opinião de quem já jogou um dos jogos, a respeito deste últi­mo filme. O que vocês acharam?

    Quan­do o filme acabar, há ain­da uma cena extra após os crédi­tos, que vale a pena esperar.

    Quer assi­s­tir Res­i­dent Evil 4: Recomeço de graça? Então par­ticipe da Pro­moção Res­i­dent Evil 4: Recomeço e con­cor­ra a con­vites para ver o filme em todo o Brasil.

    Out­ra críti­cas interessantes:

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=slnfP3p-y0c

  • Crítica: Nosso Lar

    Crítica: Nosso Lar

    nosso lar

    Seguin­do a leva dos filmes espíri­tas pro­duzi­dos nacional­mente, Nos­so Lar (Brasil, 2010), de Wag­n­er de Assis, se desta­ca entre todos os out­ros dev­i­do á alta qual­i­dade de pro­dução em relação aos efeitos espe­ci­ais. O que é tam­bém um difer­en­cial aos filmes nacionais em ger­al, por causa do alto cus­to de pro­dução, fato inédi­to na história cin­e­ma brasileiro.

    André Luiz (Rena­to Pri­eto) era um médi­co de suces­so e, após sua morte, percebe que a vida ain­da con­tin­ua. Como não entende nada do que está acon­te­cen­do, afi­nal sem­pre foi um homem da ciên­cia, ele bus­ca respostas da úni­ca maneira que sabe: uti­lizan­do sua razão de médi­co. Durante esta nova jor­na­da, André pas­sa pelo Umbral, uma espé­cie de pur­gatório, e depois é res­gata­do para a cidade Espir­i­tu­al Nos­so Lar. Lá aprende coisas que nun­ca imag­i­nou e uma nova pes­soa surge den­tro dele.

    O elen­co de Nos­so Lar é extrema­mente fra­co, para não diz­er pés­si­mo, o que aca­ba com­pro­m­e­tendo demais o filme. O per­son­agem prin­ci­pal não con­vence e, como nar­rador, é pior ain­da. Os demais per­son­agens tam­bém são muito fal­sos e, cer­tas cenas que dev­e­ri­am ser dramáti­cas, acabam geran­do risos de tão ridícu­las que ficaram. Sem falar na maneira como os diál­o­gos foram con­struí­dos, o que ape­nas piorou a situ­ação. Eles são muito didáti­cos e for­mais, crian­do uma atmos­fera arti­fi­cial ain­da maior.

    Em com­pen­sação, os efeitos espe­ci­ais e a pro­dução em si são óti­mos. Espero que com Nos­so Lar, a pro­dução de cin­e­ma nacional comece a pro­duzir mais filmes com esse tipo de qual­i­dade. Se fos­se pro­duzi­do uma ficção cien­tí­fi­ca seguin­do a pro­dução deste, acho que o resul­ta­do pode­ria ser fan­tás­ti­co. Out­ro pon­to pos­i­ti­vo é que o lon­ga não car­rega jun­to com si as car­ac­terís­ti­cas nov­e­l­escas brasileiras, difer­ente do que acon­te­ceu com Chico Xavier de Daniel Fil­ho. Ape­sar de a tril­ha sono­ra ter a par­tic­i­pação de Phillip Glass, o lon­ga pecou em lit­eral­mente sobre­car­regar, em alto vol­ume, os ouvi­dos de quem assiste, aumen­tan­do ain­da mais a sen­sação de arti­fi­cial­i­dade no filme.

    Nos­so Lar é um filme bas­tante ten­den­cioso e, quem não é sim­pa­ti­zante com as ideias espíri­tas, provavel­mente ficará bem inco­moda­do com toda a “pro­pa­gan­da” e afir­mação da religião feito durante todo o lon­ga. Só para deixar bem claro, em nen­hum momen­to estou crit­i­can­do a religião em si, estou ape­nas o anal­isan­do como cin­e­ma. Fica como indi­cação o filme Fonte da Vida, de Dar­ren Aronof­sky, que é tam­bém um lon­ga de ficção espir­i­tu­al, mas sem cair na pan­fle­tagem. Aliás, ele tam­bém foi pro­duzi­do pela empre­sa respon­sáv­el pelos efeitos visuais do Nos­so Lar.

    Acred­i­to que Nos­so Lar fará suces­so com o públi­co espíri­ta, e aos inter­es­sa­dos na religião, mas que, prin­ci­pal­mente dev­i­do ao pés­si­mo elen­co e didatismo exager­a­do, não agrade muito as out­ras pes­soas. Mas de um jeito ou de out­ro, este é um lon­ga que que­bra todos os padrões, e até pre­con­ceitos, a respeito da qual­i­dade visu­al das pro­duções do cin­e­ma nacional. O que já em si é muito válido.

    Quer assi­s­tir Nos­so Lar de graça? Então par­ticipe da Pro­moção Nos­so Lar e con­cor­ra a con­vites para ver o filme em todo o Brasil.

    Out­ra críti­cas interessantes:

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=3EcOGAxYPHo

  • Crítica: O Último Mestre do Ar

    Crítica: O Último Mestre do Ar

    O ultimo mestre do ar

    O Últi­mo Mestre do Ar (The Last Air­ben­der, EUA, 2010), com roteiro e direção de M. Night Shya­malan, é uma exper­iên­cia visu­al e míti­ca fan­tás­ti­ca. Todos os efeitos espe­ci­ais foram extra­or­di­nar­i­a­mente bem tra­bal­ha­dos, com uma riqueza de detal­h­es que é incrível.

    Em um mun­do divi­di­do em qua­tro nações (água, ter­ra, ar e fogo), onde cada uma dom­i­na seu respec­ti­vo ele­men­to, somente uma pes­soa pode dom­i­nar todos eles: o Avatar. Aang (Noah Ringer) é a encar­nação do últi­mo Avatar e com a aju­da de Katara (Nico­la Peltz) e a seu irmão Sok­ka (Jack­son Rath­bone), ten­tará res­gatar a paz em uma ter­ra dom­i­na­da pelo povo do fogo e suas máquinas de ferro.

    A enre­do foi basea­do na ani­mação Avatar: The Last Air­ben­der, e provavel­mente não usaram no lon­ga o nome Avatar para não ser con­fun­di­do com o filme de James Cameron. Os comen­tários que já li a respeito com­para­n­do a obra orig­i­nal com este lon­ga é o de sem­pre, do orig­i­nal ser muito mel­hor. Como ain­da não vi a obra orig­i­nal não pos­so comen­tar nada a respeito, mas fiquei com mui­ta von­tade de con­hecê-la. Mas de qual­quer for­ma, achei mes­mo assim o filme váli­do como uma óti­ma pro­pa­gan­da á serie.

    Ape­sar da história ser extrema­mente inter­es­sante, O Últi­mo Mestre do Ar ficou com um quê de: algo ori­en­tal feito por um oci­den­tal. Fica fal­tan­do algu­ma coisa, parece tudo meio mecâni­co demais, a palavra que até ago­ra mel­hor resum­iu essa fal­ta, ape­sar de ain­da não con­seguir expres­sar tudo, foi: fal­ta de envolvi­men­to sen­ti­men­tal. Se você perce­beu a mes­ma coisa e con­seguiu sin­te­ti­zar isso de uma maneira mel­hor, me avise por comentário.

    Como prati­ca­mente toda pro­dução hol­ly­wood­i­ana, em O Últi­mo Mestre do Ar tam­bém não podia fal­tar um par român­ti­co clichê, só que des­ta vez com­ple­ta­mente força­do e fora de con­tex­to (com Jack­son Rath­bone, um dos atores da Saga Crepús­cu­lo, garan­ti­n­do mais “fer­vor” ain­da) e out­ros clichez­in­hos bási­cos. Pelo menos essas tomadas de romance não chegam a inco­modar muito, pois são bem cur­tas, difer­ente do que acon­te­ceu em Príncipe da Pér­sia — As Areias do Tem­po.

    Seguin­do a onda caça níquel dos filmes con­ver­tidos para 3D, este é ape­nas mais um deles onde o ele­men­to mais tridi­men­sion­al do filme é a leg­en­da. São pou­cas coisas que ficaram inter­es­santes na con­ver­são e muitas delas ficaram bem explíc­i­tas que foram con­ver­tidas, igual acon­te­ceu com Alice no País das Mar­avil­has. Por­tan­to, não vale a pena ver O Últi­mo Mestre do Ar em 3D.

    No ger­al O Últi­mo Mestre do Ar é uma exper­iên­cia muito boa, cheia de sig­nifi­ca­dos e com um visu­al exce­lente, val­en­do a ida ao cin­e­ma para aproveitar ao máx­i­mo toda sua pro­dução. O seu grande pon­to neg­a­ti­vo é que a história do filme não ter­mi­na, acred­i­to que tudo pode­ria ter sido muito mais inter­es­sante se fos­se feito em ape­nas um longa.

    Para quem quis­er há um jogo de luta do Avatar em flash, basea­do na série, que lem­bra um pouco Mor­tal Kom­bat. Um diver­tido pas­satem­po para as horas vagas ou momen­tos de tédio.

    Out­ra críti­cas interessantes:

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=Xrly2SGyTkM

  • Crítica: O Aprendiz de Feiticeiro

    Crítica: O Aprendiz de Feiticeiro

    o aprendiz de feiticeiro

    O Apren­diz de Feiti­ceiro (The Sor­cer­er’s Appren­tice, EUA, 2010), de Jon Turteltaub, é provavel­mente uma ten­ta­ti­va da Dis­ney de se inserir no filão dos pequenos grandes magos (só fal­ta ago­ra os vam­piros ado­les­centes), para con­seguir atrair um públi­co ain­da maior e con­tin­uar man­ten­do sua pre­sença forte no mercado.

    Dave Stut­ler (Jay Baruchel) é um rapaz intro­ver­tido e solitário que ado­ra estu­dar e faz­er exper­i­men­tos com físi­ca, espe­cial­mente no cam­po da elet­ri­ci­dade. O seu maior son­ho é ser um cara nor­mal e encon­trar a garo­ta cer­ta. Quan­do encon­tra Balt­haz­ar Blake (Nico­las Cage), um feiti­ceiro que quer torná-lo seu apren­diz afim de ajudá-lo na lutar con­tra Max­im Hor­varth (Alfred Moli­na) para depois destru­ir Mor­gana, dois feiti­ceiros poderosos, ele terá que decidir se real­mente quer ser ape­nas mais um jovem comum.

    A Dis­ney con­seguiu se difer­en­ciar, com O Apren­diz de Feiti­ceiro, de out­ros filmes do gênero, pois faz uma junção bem inter­es­sante do mun­do racional com o mági­co. Ambos exis­tem e cada um é reforça­do graças ao out­ro. Esta é uma for­ma bem inter­es­sante de con­tin­uar com a mis­são prin­ci­pal da empre­sa, traz­er a magia para o mun­do das pes­soas, mas se adap­tan­do aos tem­pos modernos.

    Ape­sar dis­so, a equipe respon­sáv­el pelo roteiro não se esforçou muito na elab­o­ração da história. O enre­do é cheio de furos e todo atro­pela­do, fal­tan­do moti­vações e embasa­men­tos para vários acon­tec­i­men­tos. Isso sem men­cionar a pés­si­ma toma­da intro­dutória do lon­ga. Parece que não hou­ve mui­ta pre­ocu­pação em man­ter a atenção do públi­co. O Apren­diz de Feiti­ceiro é aque­le típi­co filme para pas­sar na tele­visão, enquan­to você está estu­dan­do, limpan­do a casa, con­ver­san­do ao tele­fone e mes­mo assim con­seguir acom­pan­har sem nen­hum prob­le­ma tudo que está acontecendo.

    Os efeitos visuais em O Apren­diz de Feiti­ceiro ficaram muito bons, mas eles perder­am de cer­ta for­ma o destaque dev­i­do aos movi­men­tos exager­a­dos, para não falar cômi­cos algu­mas vezes, real­iza­dos na ativação/lançamento das magias pelos per­son­agens. O que lem­brou um pouco as movi­men­tações do desen­ho ani­ma­do Drag­on Ball, só que mais extrav­a­gantes ainda.

    Com vários ele­men­tos cool, como perseguições de car­ros ultra mod­er­nos, tril­ha sono­ra super pop e um visu­al exu­ber­ante, O Apren­diz de Feiti­ceiro ten­ta con­quis­tar assim um públi­co os ado­les­centes, mas tam­bém não deixan­do o públi­co infan­til de lado, com seu ter­ror light (com uma toma­da que lem­brou bas­tante Piratas no Caribe) e cenas de romances bonitinhas.

    Para acres­cen­tar um toque ain­da mais Dis­ney em  O Apren­diz de Feiti­ceiro é recri­a­da a céle­bre uma cena, em hom­e­nagem à ani­mação Fan­ta­sia, onde as vas­souras e out­ros obje­tos começam a limpar um lugar, con­tro­ladas pelo seu mestre ain­da ini­ciante. Mas difer­ente do orig­i­nal, este care­ceu lit­eral­mente de magia. Os obje­tos sim­ples­mente não tin­ham tan­to encan­to e rit­mo, defeito muito comum em muitas repro­duções com­puta­dorizadas, se tor­nan­do ape­nas mais algo inter­es­sante do longa.

    O Apren­diz de Feiti­ceiro fun­ciona bem como entreten­i­men­to sem muitas pre­ten­sões e expec­ta­ti­vas. É um bom filme para a família, onde as cri­anças devem cur­ti-lo mais que os adul­tos e os ado­les­centes se diver­tirão enquan­to fazem out­ras coisas paralelamente.

    Out­ra críti­cas interessantes:

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=4jfqeoDl7gs

  • Crítica: Um Olhar do Paraíso

    Crítica: Um Olhar do Paraíso

    um olhar do paraíso

    Susie Salmon (Saoirse Ronan[bb]) é uma meni­na estupra­da e assas­si­na­da, aos 14 anos, em uma época que, segun­do ela, isso ain­da não era nor­mal, não fazia parte do dia-a-dia da polí­cia, nem havia foto de cri­anças desa­pare­ci­das nos pacotes de leite.

    Um Olhar do Paraí­so (The Love­ly Bones, EUA/Nova Zelândia/Reino Unido, 2009), de Peter Jack­son[bb], retra­ta a vida de Susie antes e depois de mor­rer. Seu espíri­to fica pre­so em um “mun­do inter­mediário”, uma espé­cie de lim­bo, onde a obser­vação do mun­do dos vivos é pos­sív­el, até sen­tir que pode con­tin­uar adiante.

    Quan­do vi o trail­er, faz alguns meses, fiquei bem empol­ga­do com o que pode­ria ser o filme, mas, ape­sar de algu­mas coisas muito boas, o sal­do em ger­al foi mais neg­a­ti­vo que pos­i­ti­vo. A nar­ra­ti­va é muito ado­les­cente, com um romancez­in­ho exager­a­do, onde tudo é muito bonit­in­ho e com vários, e desnecessários, flash­backs. O pon­to forte são os efeitos espe­ci­ais, retratan­do esse “mun­do imag­inário”, que tam­bém traz várias refer­ên­cias à ele­men­tos da história, que são belis­si­ma­mente cri­a­dos dig­i­tal­mente, ape­sar da junção de cer­tos ele­men­tos ter fica­do extrema­mente brega.

    Nor­mal­mente, os psi­co­patas em filmes, são car­ac­ter­i­za­dos como per­son­agens que inci­tam a curiosi­dade pelo seu jeito mis­te­rioso e obses­si­vo, assim tam­bém como cer­tos per­son­agens loucos. Aqui, George Har­vey (Stan­ley Tuc­ci[bb]), é total­mente vazio e, bem estereoti­pa­do visual­mente e ges­tual­mente. Haven­do até a bati­da cena dele para­do atrás de uma janela, obser­van­do sua próx­i­ma víti­ma. Para falar a ver­dade, não foi só ele, mas todos os per­son­agens foram car­ac­ter­i­za­dos de maneira muito fra­ca e superficial.

    Um Olhar do Paraí­so é exten­so demais, cansan­do bas­tante, prin­ci­pal­mente dev­i­do a muitas tomadas que pare­cem ser com­ple­ta­mente desnecessárias, poden­do ape­nas faz­er parte dos extras do DVD, pois não acres­cen­tam nada à história, pare­cen­do às vezes até que são de out­ro filme.

    Fico em dúvi­das se o públi­co alvo, ado­les­centes prin­ci­pal­mente, irá mes­mo gostar do filme, e entre o públi­co mais vel­ho, a opinião tam­bém não está sendo nada boa. Mas, ape­sar de tudo, Um Olhar do Paraí­so vale ser vis­to, para quem tiv­er paciên­cia, pelas eston­teantes cenas pro­duzi­das digitalmente.

    Con­fi­ra tam­bém a críti­ca deste filme no blog Claque ou Cla­que­te, por Joba Tri­dente.

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=wrfOO4PQ1FU