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  • Crítica: Hounddog

    Crítica: Hounddog

    Com o títu­lo de uma das músi­cas mais famosas de Elvis Pres­ley, Hound­dog (Hound­dog, USA, 2007), da dire­to­ra Deb­o­rah Kamp­meier é um dra­ma com enre­do sim­ples, porém com fortes atu­ações que ger­aram uma grande polêmi­ca na época de lança­men­to do longa.

    Lewellen (Dako­ta Fan­ning) é uma cri­ança pre­coce que vê na músi­ca, e rebo­la­do, de Elvis Pres­ley uma for­ma de fuga da sua vida banal e prob­lemáti­ca no sul dos Esta­dos Unidos. Com um pai alcoolista, uma avó neuróti­ca e reli­giosa, ela acred­i­ta que será o can­tor que a tirará da mesmice e do vazio em que vive. A garo­ta de 12 anos é o cen­tro do enre­do que foca a hipocrisia do supos­to tradi­cional­is­mo em que vivi­am as sociedades locais do sul dos Esta­dos Unidos, abafan­do os prob­le­mas com vio­lên­cia, pre­con­ceito e alcoolismo.

    A fotografia de Hound­dog é em tons lomo­grá­fi­cos e traz uma cer­ta nos­tal­gia que rep­re­sen­ta bem aque­le momen­to, entre as décadas de 60 e 70, além de retratar muito bem a região com seu visu­al bucóli­co e de cli­ma quente. A tril­ha sono­ra com­pos­ta de muito Blues e Elvis Pres­ley, incre­men­tan­do os ele­men­tos que reforçam a cul­tura da região col­o­niza­da por negros, os mestres do blues, e influên­cia total para Elvis. Aliás, o pano de fun­do históri­co, mes­mo que trata­do em segun­do plano, é um pon­to forte do filme, trazen­do cenas sen­sa­cionais de uma ban­da for­ma­da tipi­ca­mente por negros ensa­ian­do blues.

    Ape­sar do rit­mo lento, o lon­ga prende a atenção prin­ci­pal­mente por alguns ape­los dramáti­cos, como a vio­lên­cia e incon­se­quên­cia de jovens ente­di­a­dos do inte­ri­or que se agar­ram a mitos e aparentam viv­er dis­so sem nen­hu­ma per­spec­ti­va. É tam­bém inter­es­sante a for­ma com que a dire­to­ra tra­bal­ha a figu­ra do Elvis ness­es jovens e cri­anças dis­tantes dos grandes cen­tros. Hound­dog oscila entre um filme com sen­ti­men­tos fortes e algu­mas cenas de gra­tu­idade,. Ape­sar de ser um filme medi­ano, ele se tor­na inter­es­sante jus­ta­mente por tra­bal­har com esse rit­mo mais devagar.

    Dako­ta Fan­ning mais uma vez se apre­sen­ta como uma grande atriz, sendo que esse lon­ga foi roda­do em 2007 e traz uma forte atu­ação, reforçan­do out­ros papéis que mar­caram sua car­reira durante a infân­cia como o Uma lição de Amor de 2001, jun­to com Dustin Hoff­mann. Uma pena que ela ven­ha acei­tan­do tra­bal­hos com papéis cada vez mais fra­cos, como o medi­ano The Run­aways e os duvi­dosos filmes da Saga Crepús­cu­lo.

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=jUs-VOmWgoc

  • Crítica: The Runaways

    Crítica: The Runaways

    Ano pas­sa­do sur­gi­ram alguns rumores a respeito o filme sobre The Run­aways (The Run­aways, EUA, 2010) uma ban­da que era for­ma­da ape­nas por mul­heres que foi um enorme suces­so nos anos 70. A ban­da teve uma ráp­i­da pas­sagem pela indús­tria da músi­ca, mas deixou sua mar­ca. Fiz­er­am shows no Japão com pouco tem­po de existên­cia, além de terem apare­ci­do em diver­sas capas de revis­tas. Cada uma das inte­grantes con­tin­u­ou a car­reira em meio a músi­ca, mas talvez a mais bem suce­di­da ten­ha sido Joan Jett, que até hoje faz mil­hares de shows e lança óti­mos discos.

    Alguns meses depois foram divul­gadas fotos do set e a notí­cia se espal­hou: The Run­aways real­mente esta­va sendo roda­do. A direção ficou a car­go de Flo­ria Sigis­mon­di. Nasci­da na Itália e rad­i­ca­da no Canadá, a artista é bas­tante con­heci­da por ter dirigi­do video­clipes de Mar­i­lyn Man­son, Incubus, Christi­na Aguil­era, David Bowie, The White Stripes e out­ros. Assim como seus clipes, seu tra­bal­ho fotográ­fi­co mostra um lado mór­bido da arte, com idéias pouco con­ven­cionais. Quem esta­va famil­iar­iza­do com sua obra, esper­a­va algo do tipo para o filme. Mas isso não acon­te­ceu. Teria pas­sa­do o tra­bal­ho de Flo­ria por uma censura?

    The Run­aways se ini­cia mostran­do um pouco de Joan e Cherie antes das Run­aways, como eram suas vidas, como se encon­traram e o primeiro ensaio delas. O começo empol­ga, mas depois de algum tem­po cai na “mesmisse”. O foco está todo em Joan e Cherie, deixan­do Sandy e Lita de lado. Out­ro pon­to neg­a­ti­vo é que a baix­ista Jack­ie não aparece, em seu lugar está Robin, uma per­son­agem fic­tí­cia. Para quem con­hece a história da ban­da, é decepcionante.

    As pro­tag­o­nistas são Dako­ta Fan­ning como Cherie Cur­rie e Kirsten Stew­art como Joan Jett. Muito se falou da atu­ação de Kirsten, que ela pode­ria estra­gar o filme, mas não foi isso que acon­te­ceu. Há quem torça o nar­iz para ela por causa de sua atu­ação na saga “Crepús­cu­lo” mas Kirsten real­mente atu­ou bem em The Run­aways. O mes­mo não acon­te­ceu com Dako­ta Fan­ning. Filmes como Uma lição de amor e O ami­go ocul­to fiz­er­am de Dako­ta a nova promes­sa para o cin­e­ma con­tem­porâ­neo e todos esper­avam uma atu­ação bril­hante na pele de Cherie Cur­rie, mas ela não con­venceu. Sua per­son­agem pare­ceu força­da, sem bril­ho e ofus­ca­da por Kirsten.

    A tril­ha sono­ra do The Run­aways é o pon­to alto do filme com: Bowie, The Stooges e as próprias Run­aways. Em deter­mi­na­da cena, temos Dako­ta Fan­ning inter­pre­tan­do “Cher­ry Bomb”, o maior suces­so da ban­da. A fotografia tam­bém é muito inter­es­sante, com jogos de luzes acom­pan­hados de óti­mas músi­cas deix­am o filme muito belo e impac­tante. Antes dos crédi­tos apare­cem pequenos tex­tos con­tan­do o que Joan, Cherie e o pro­du­tor da ban­da, Fow­ley fazem nos dias de hoje, mas não citaram o falec­i­men­to de Sandy West, o que pode ser desre­speitoso aos olhos de alguns fãs.

    The Run­aways deve agradar a muitos, mas decep­cionará os fãs da ban­da. Ele não é um filme ruim, ape­nas super­fi­cial e irreg­u­lar demais. Ape­sar de algu­mas cenas serem óti­mas e diver­tidas, são desnecessárias. Em tem­pos de filmes como I Walk the Line, sobre John­ny Cash e Con­trol, sobre o Ian Cur­tis do Joy Divi­sion, esper­a­va-se um pouco mais dessa video­bi­ografia. Vamos ver o que Flo­ria Sigis­mon­di nos trará em suas novas exper­iên­cias com o cinema.

    httpv://www.youtube.com/watch?v=8Eq4JIghtVw