Tag: curta brasileiro

  • Handmade

    Handmade

    Depois de assi­s­tir o cur­ta aí embaixo, diga aí, não parece tra­bal­ho de caras como o Michel Gondry, Spike Jonze e afins? Mas Hand­made (2008) é brasileiro e resul­ta­do do primeiro tra­bal­ho-não-com­er­cial de Denis Kamio­ka, ou mais con­heci­do como Cis­ma. O cur­ta é cheio de metá­foras del­i­cadas com boas dos­es de cria­tivi­dade, sen­si­bil­i­dade e toques de surrealismo. 

    O ciclo de vida de um rela­ciona­men­to, o encan­ta­men­to do íni­cio e as divergên­cias que vão ali­men­tan­do o fim de um casal mon­tam o enre­do de Hand­made, que é reple­to de min­u­ciosas ima­gens. O casal é inter­pre­ta­do por Luisa Love­foxxx (vocal­ista da ban­da Can­sei de ser Sexy) e Dan Nak­a­gawa (que tam­bém é cantor). 

    A direção de arte e a pós pro­dução são dois belos trun­fos de Hand­made, que segun­do Cis­ma era um tra­bal­ho que dev­e­ria ser total­mente o opos­to dos cos­tumeiros com­er­ci­ais que pro­duzia. O esti­lo viria a ser recon­heci­do nos próx­i­mos tra­bal­hos dele que con­tin­uar­i­am a usar metá­foras e surrealismo.

    Acom­pan­he mais tra­bal­hos do artista que merece atenção aqui.

    httpv://www.youtube.com/watch?v=30Z1dPfYRZ0

  • Cafeka

    Cafeka

    Atire a primeira pedra aque­le ou aque­la que ten­ha um tan­to de vício no café e até hoje não se sen­tiu meta­mor­fos­ea­do após goles da bebi­da mág­i­ca. Embar­can­do nes­sa, dig­amos, pre­mis­sa de que o café — e até a fal­ta dele — pode causar as mais diver­sas sen­sações e jun­tan­do ideias de Kaf­ka, com mui­ta imag­i­nação, que o cur­ta Cafe­ka (Brasil, 2011) traz uma meta­mor­fose inusitada.

    O roteiro de Cafe­ka é a meta­mor­fose de seres impreg­na­dos em copos — aque­les clás­si­cos de iso­por — de café. Estes seres surgem jus­ta­mente com gotas recém saí­das de uma cafeteira expres­sa e vão se meta­mor­fos­e­an­do em muitas out­ras fig­uras que estão aparente­mente pre­sas ness­es copos e dese­jam sair e cri­ar vida. Os sen­ti­dos de mutação e trans­for­mação são expos­tos de for­ma magis­tral insin­uan­do, de for­ma muito cria­ti­va, a demên­cia do uso abu­si­vo do café.

    Uma viagem que pode até ser non­sense para os poucos não apre­ci­adores da bebi­da mág­i­ca, mas que mes­mo assim não deixa de ser inter­es­sante. Cafe­ka é um stop-motion impecáv­el que mostra 400 copos em ple­na trans­for­mação inspi­ra­da na obra mais con­heci­da de Franz Kaf­ka, A Meta­mor­fose. A ani­mação lev­ou quase um ano para ser fei­ta e envolveu uma boa equipe orga­ni­za­da pelo estú­dio Alo­pra, de Por­to Ale­gre.

    Con­fi­ra o site da Alo­pra Estú­dio e fotos do Mak­ing Of de Cafe­ka.

  • A Alma Do Negócio

    A Alma Do Negócio

    alma do negocio

    Não impor­ta quan­do e onde esta­mos, a pro­pa­gan­da está pre­sente de for­ma mas­si­va. Des­de a pas­sivi­dade em jin­gles que dec­o­ramos até as mar­cas que viram sinôn­i­mos de pro­du­tos, a pro­pa­gan­da é a alma da massificação.

    Em A Alma do Negó­cio (1997), do dire­tor José Rober­to Torero, um casal é a per­fei­ta har­mo­nia das pro­pa­gan­das, des­de o des­per­tar eles sabem exata­mente o por quê de usarem cada pro­du­to. Mas como nada é per­feito, acabam sendo víti­mas da própria pub­li­ci­dade, sem perder a pose do mar­ket­ing, é claro.

    A Alma Do Negó­cio[bb] é um cur­ta-metragem que foi muito pre­mi­a­do e que vol­ta a atenção a for­ma agres­si­va, e ao mes­mo tem­po sub­je­ti­va, que o mar­ket­ing apli­ca ao con­sum­i­dor. Pon­tos pos­i­tivos ao roteiro com uma óti­ma pita­da de humor negro e as atu­ações con­vin­centes de Car­los Mar­i­ano e Rena­ta Guimarães.