Homem de Ferro 2 (Iron Man 2, EUA, 2010), de Jon Favreau, continua exatamente onde o primeiro terminou. Com todo o mundo sabendo que Tony Stark (Robert Downey Jr.) é o homem por trás do herói, o governo faz pressão para que ele entregue sua armadura, e toda a tecnologia relacionado a ela, como meio de “segurança” para os militares. Além disso, Tony enfrenta Ivan Vanko (Mickey Rourke), um antigo inimigo da família, que mostra que ele não é o único capaz de construir super armamentos.
O investimento no marketing para Homem de Ferro 2 foi estupendo, gerando uma espectativa muito grande em torno do lançamento. Tentaram repetir o mesmo efeito produzido na divulgação de Batman, O Cavaleiro das Trevas, mas não conseguiram. No final do filme o que predominou foi uma sensação de vazio, me perguntando “tá, e daí? foi só isso?”. Não sei bem dizer se foi o(s) trailer(s) que “estragou” várias das surpresas do filme, que acabou entregando alguns momentos chaves. Sem mencionar o fato de algumas cenas do trailer final não estão no longa. Mais alguém percebeu isso? Parece que havia apenas mais do mesmo, apenas com efeitos especiais melhores e com duração maior.
Algo que havia me chamado bastante atenção no primeiro Homem de Ferro foram as interfaces dos computadores de Tony, super modernas e com conceitos bem interessantes e inovadores, apesar das “piadinhas” com os robôs auxiliares desastrados ficarem meio forçadas. Nesta continuação tudo isso pareceu totalmente banal. Não que deveria ser novamente algo totalmente inovador, tanto é que não se passou muito tempo desde o primeiro filme, mas ficou faltando algo. Acredito que isso se deu pelo fato de tudo parecer tão simples demais. Para invadir um super computador do governo você apenas precisa mexer um pouco a mão em cima de um teclado ou dar uns toques em um “iphone” Stark e tcharam! você invadiu o sistema.
Isso sem falar nas cenas de ação. As perseguições, explosões, …, … parecem apenas aqueles fogos de artifício do ano novo, onde você já sabe praticamente decor todas as formas de explosão que vão acontecer. Sem nenhuma tensão, expectativa ou medo, você simplesmente fica vendo as coisas explodindo. Quando o vilão decide atacar, nunca ninguém é ferido, apenas objetos e construções ficam em mil pedaços pelos ares. Não que eu esperava uma carnificina, até porque o filme tem classificação indicada de 12 anos, mas custava colocar algumas pessoas (civis) voando por causa das explosões e ficando com arranhões? Já as lutas ficaram de uma frieza estonteante, parecia esses bonequinhos de plástico na mão de uma criança que brinca fazendo eles se debaterem. Você sabe que não pode acontecer nada demais com eles, pois eles são “imortais”. Homem de Ferro 2 lembrou nesses aspectos o péssimo Homem Aranha 3, causando um certo tédio durante a sua exibição.
A mesma decepção ocorreu com os personagens do filme. Cadê a evolução, transformações e a humanização deles? Em um universo onde os heróis e os vilões são apenas possíveis por causa da alta tecnologia, parece que eles em si se tornaram também máquinas, para não dizer simplesmente funcionais e sem qualquer tipo de emoção. Por acaso alguém ficou minimamente comovido com o “sofrimento” de Tony com o próprio envenamento por causa da “bateria” dentro de seu peito? Não precisando mencionar Scarlett Johansson, que estava praticamente sem sal no papel de Natasha Romanov. Ela está muito mais bonita e sensual em filmes como Vicky Cristina Barcelona ou até no fraco Spirit.
Fazer mais do mesmo não é muito difícil, e para quem quer ver apenas isto, Homem de Ferro 2 não deve decepcionar. Mas se você espera algo a mais, não acredito que vá encontrar muita coisa, nessas duas horas e pouco, para se entreter.
Para quem não sabe, no final (após todos os intermináveis créditos) também há uma pequena tomada extra.
Outra críticas interessantes:
- Alysson Oliveira, no CineWeb
- Maurício Muniz, no AntiGravidade
- André Moreira, no Cinema.com.br
Trailer:
httpv://www.youtube.com/watch?v=BAKwSXEJ08Q