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  • Jack Reacher: O Último Tiro | Crítica

    Jack Reacher: O Último Tiro | Crítica

    É difí­cil imag­i­nar o ator Tom Cruise fazen­do um per­son­agem que não seja o mocin­ho bonit­in­ho e galanteador que, quan­do é pos­sív­el, der­ro­ta um monte de caras maus usan­do sua incrív­el habil­i­dade de manuse­ar armas e lutar. No seu novo filme, Jack Reach­er: O Últi­mo Tiro (Jack Reach­er, EUA, 2012), dirigi­do por Christo­pher McQuar­rie, o sr. Cruise é nada mais nada menos do que tudo isso jun­to e mais um pouco, mas nada “impos­sív­el” é claro, pois Jack não é um Ethan Hunt.

    Um ex-mil­i­tar é acu­sa­do de ter mata­do cin­co pes­soas em ple­na luz do dia com um rifle e, ao ser ques­tion­a­do, suas úni­cas palavras são: ache Jack Reach­er. Logo após somos instruí­dos a respeito da mag­ni­tude — para não usar out­ras palavras — desse tal de Reach­er, que ninguém sabe dire­ito da sua história e muito menos como encon­trá-lo, pois é ele que encon­tra você, além dis­so, ele é um cara que segue suas próprias leis, onde a úni­ca coisa que impor­ta para ele é faz­er o que é certo.

    O filme já começa deixan­do claro quem é o ver­dadeiro assas­si­no, por­tan­to a grande questão é: quem são as pes­soas que aju­daram a orga­ni­zar esse assas­i­na­to? E o lon­ga até que con­segue cri­ar um bom sus­pense em cima des­ta questão, mes­mo muitas vezes deixan­do ela em segun­do plano por causa das várias brigas e perseguições. Aliás, há uma cena lon­ga de perseguição de car­ro que acabou sendo tudo menos ten­sa, pas­san­do a impressão como se os atores estivessem diringo aque­les car­rin­hos bate-bate, dos par­ques de diver­são, onde um fica perseguin­do e baten­do no car­ro do out­ro, mas são inca­pazes de faz­er qual­quer coisa — como sair do car­ro, ati­rar, … — além dis­so. Para os fãs de jogos, pare­ceu até aque­les momen­tos no GTA onde você sim­ples­mente quer tirar uma onda e sai com o car­ro baten­do nos veícu­los da polí­cia e foge sem muito rumo ape­nas para ver até onde con­segue ir. Ou seja: com­ple­ta­mente sem mui­ta emoção e desnecessário.

    É claro que não pode­ria fal­tar um climin­ha entre os dois pes­on­agens prin­ci­pais, mas em nen­hum momen­to chega a virar um romancez­in­ho bobo, como por exem­p­lo em Encon­tro Explo­si­vo, só fal­tou mes­mo quími­ca entre eles, que é inex­is­tente. Já a per­son­agem fem­i­ni­na, inter­pre­ta­da por Rosamund Pike, infe­liz­mente chama mais atenção pelos seus dotes físi­cos salti­tan­do enquan­to anda ou corre, do que pela atu­ação em si.

    Lee Child

    Jack Reach­er: O Últi­mo Tiro é basea­do no livro Um Tiro (Edi­to­ra Bertrand Brasil) da série poli­cial cri­a­da pelo escritor britâni­co Lee Child, que tam­bém tra­bal­hou jun­to com a pro­dução do filme. Segun­do o autor, seu per­son­agem, Jack Reach­er, difer­ente dos out­ros dete­tives de out­ras histórias, não tem emprego e residên­cia fixa, o que o tor­na úni­co no gênero. Ou seja, temos prati­ca­mente um Lobo Solitário cuja mis­são prin­ci­pal não é a vin­gança, mas sim sim­ples­mente faz­er o bem, fato que aca­ba trans­for­man­do o per­son­agem, pelo menos no lon­ga, prati­ca­mente em um san­to. Para com­ple­men­tar, o mes­mo faz questão de ques­tionar o modo como a sociedade em ger­al vive sua “liber­dade”, pre­sos em suas lutas diárias para pagar as con­tas. Se ele não fos­se tão bonz­in­ho, talvez até teria uma vaga no Clube da Luta para ele. Aliás, não há prati­ca­mente uma gota de sangue no filme, ape­nas hematomas, seguin­do o padrão de “pureza” do cin­e­ma amer­i­cano, só não deixan­do de ser tão ridícu­lo quan­to as mortes em Bat­man — O Cav­aleiro das Trevas Ressurge.

    Tiran­do de lado a super memória do Jack, o mes­mo é bas­tante crív­el nos out­ros aspec­tos, onde não abusam demais — excluin­do uma ou out­ra cena é claro — da sua capaci­dade de con­seguir faz­er tudo que quer, se difer­en­ci­a­do assim de muitos filmes do gênero, prin­ci­pal­mente do seu mais famoso per­son­agem em Mis­são Impos­sív­el. Um dos aspec­tos bem inter­es­sante do lon­ga, é que fica bem explíc­i­to que ele depende bas­tante da sorte para ser bem suce­di­do em sua jor­na­da, haven­do uma cena mem­o­ráv­el onde se não fos­se por isso, o mes­mo seria facil­mente mor­to por dois capan­gas armados.

    O filme em ger­al é bem lon­go, muitas vezes meio arras­ta­do, mas jus­ta­mente por deixar várias situ­ações se desen­volverem mais do que o nor­mal, o resul­ta­do final aca­ba sendo um pouco mais inter­es­sante. Para quem ado­ra ver os filmes do Tom Cruise, com certeza não deve perder mais este lança­men­to. Já para os que não são fãs mas tam­bém não o odeiam, o lon­ga pode acabar agradan­do, ape­sar de todos os clichês, prin­ci­pal­mente por man­ter a inte­gri­dade com que o per­son­agem se propõe: andar livre­mente em bus­ca de faz­er o que ele acred­i­ta ser o certo.

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=oRWnDX8qJKo

  • Crítica: Padre

    Crítica: Padre

    crítica padreBasea­do na famosa HQ core­ana de mes­mo nome, Padre (Priest, USA, 2011), dirigi­do por Scott Charles Stew­art, é mais uma das várias adap­tações de Histórias em Quadrin­hos feitas pelo cin­e­ma amer­i­cano. Pos­suin­do belos efeitos espe­ci­ais para rep­re­sen­tar a já vel­ha luta entre home­ns e vam­piros, temos um filme visual­mente atraente, mas nar­ra­ti­va­mente e cine­tografi­ca­mente pobres.

    Em um mun­do pós-apoc­alíp­ti­co, onde des­de o começo dos tem­pos há guer­ras entre home­ns e vam­piros — que nes­ta ver­são são seres cin­zas e sem olhos- os humanos tin­ham pou­cas chances de vencer esta luta até sur­girem os Padres, exímios exter­mi­nadores de vam­piros. Tem­pos depois, quan­do se acred­i­ta­va que não havia mais peri­go, uma família é suposta­mente ata­ca­da por vam­piros e a sua fil­ha, Lucy (Lily Collins), rap­ta­da. Seu tio, um Padre (Paul Bet­tany), ten­ta aler­tar seus supe­ri­ores des­ta ameaça e vai atrás de vin­gança jun­to com Hicks (Cam Gigan­det), par român­ti­co de Lucy.

    É inegáv­el que o cin­e­ma e as HQs estão estre­i­tan­do seus laços cada vez mais, onde um aca­ba ali­men­tan­do o uni­ver­so do out­ro que, em segui­da, aca­ba servin­do de ali­men­to para o primeiro, um ver­dadeiro ciclo de retro-ali­men­tação. Isto não é nen­hu­ma novi­dade, Osamu Tezu­ka — cri­ador do Astro Boy, Speed Rac­er, … — inovou os mangás na sua época, quan­do inseriu nar­ra­ti­vas mais cin­e­matográ­fi­cas em seu tra­bal­ho, que mais tarde acabaram influ­en­cian­do muitas obras do cin­e­ma. Quan­do uma obra é adap­ta­da para um out­ro meio, é dese­jáv­el que se explore as novas pos­si­bil­i­dades deste e não que sim­ples­mente se faça uma trans­posição de um para o out­ro. Infe­liz­mente, é jus­ta­mente neste pon­to que Padre não soube explorar.

    Antes que você comece a se per­gun­tar, já vou respon­der: não, não sou daque­les chatos que fica procu­ran­do tudo que tem em uma HQ no filme e, neste caso em par­tic­u­lar, até nem teria como faz­er isto pois ain­da não tive ain­da a opor­tu­nidade de ler a obra. Muitas cenas do Padre, havi­am ele­men­tos que pare­ci­am ser niti­da­mente trans­pos­tos de um desen­ho, mas que não fun­cionavam efe­ti­va­mente nas telas, só se a imagem fos­se estáti­ca. A trans­fo­mação na mudança de expressão e gestos dos atores, tril­ha sono­ra, movi­men­tação da câmera de um pon­to ao out­ro, … todos ess­es ele­men­tos impor­tantes para a lin­guagem cin­e­matográ­fi­ca pare­cem não ter tido tan­ta importân­cia quan­to o de ter cenas “fiéis” aos quadrin­hos. Me per­gun­to, de que adi­anta você ver uma cena muito bem pro­duzi­da visual­mente se o ator tem expressão de peixe e movi­men­tos mecânicos?

    Os momen­tos de cli­max das cenas de ação em Padre ficaram sim­ples­mente fra­cos, dev­i­do a fal­ta da uti­liza­ção mais elab­o­ra­da destes ele­men­tos, ficou difí­cil haver aque­le envolvi­men­to com ten­são e emoções que o cin­e­ma per­mite. O roteiro fra­co cer­ta­mente aju­dou neste que­si­to tam­bém, não que seja necessário muitas expli­cações em uma tra­ma de padres matan­do vam­piros, mas um pouco mais de desen­volvi­men­to teria feito grande diferença.

    Padre provavel­mente é daque­las obras que por enquan­to — uma sequên­cia é deix­a­do em aber­to no final — deve fun­cionar mais como HQ do que como filme. Aliás, fiquei bem curioso de ler ela, aqui no Brasil foi pub­li­ca­da pela Lumus Edi­to­ra.

    Out­ras críti­cas interessantes:

    Trail­er Legendado:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=_nOxYl80FDA