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  • O Natal do Burrinho (1984), de Otto Guerra | Curta

    O Natal do Burrinho (1984), de Otto Guerra | Curta

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    O mês de dezem­bro dá às caras trazen­do em sua cos­tumeira bagagem a época do ano em que histórias de amor, redenção e mis­er­icór­dia pipocam por todos os lados. Ninguém con­segue ficar imune – e duvi­do que, depois da cap­i­tal­iza­ção do nasci­men­to de Jesus Cristo, alguém ten­ha con­segui­do. Em mea­d­os de 1843, o escritor inglês Charles Dick­ens apre­sen­ta a jor­na­da espir­i­tu­al do avar­en­to Ebenez­er Scrooge em “Um Con­to de Natal” (orig­i­nal “A Christ­mas Car­ol”). O con­to foi suces­so instan­tâ­neo e eterni­zou a mág­i­ca trans­for­mação pes­soal de um sujeito desprezív­el – mudança aux­il­i­a­da dire­ta­mente pelos encan­tos natal­i­nos. É tam­bém fru­to do mês de dezem­bro a comovente história da “Peque­na Vende­do­ra de Fós­foros”, escri­ta pelo con­heci­do Hans Chris­t­ian Ander­sen. O con­to nar­ra a desven­tu­ra de uma pobre meni­na que padece de frio, fome e solidão, enquan­to o mun­do ter­reno se refestela nas ceias de pas­sagem do ano. A história serve para lem­brar home­ns e mul­heres da fal­ta de empa­tia, sol­i­dariedade e cari­dade, princí­pios bási­cos do Natal. No uni­ver­so artís­ti­co, muitos são os exem­p­los de odes natali­nas, incluin­do pin­turas (a exem­p­lo das obras de Di Cav­al­can­ti, Anit­ta Mal­fat­ti, Goya, Rem­brandt, Ben­jamin West) e músi­cas (como o CD25 de dezem­bro”, da can­to­ra brasileira Simone, que toca em loop­ing eter­no por todo o país).

    Até mes­mo esta col­u­na cul­tur­al foi arrebata­da pelo “espíri­to de natal” ao adi­ar as impressões sobre um cur­ta-metragem com temáti­ca de suspense/terror psi­cológi­co para falar da ani­mação “O Natal do Bur­rin­ho”, pro­duzi­da há 31 anos atrás pelo dire­tor gaú­cho Otto Guer­ra e com co-direção de José Maia e Lan­cast Mota.

    Otto Guerra (Foto: Maurício Capelarri)
    Otto Guer­ra (Foto: Mau­rí­cio Capelarri)

    São rápi­dos cin­co min­u­tos para acom­pan­har a triste história de um bur­rin­ho solitário que vaga por ter­ras desér­ti­cas. Logo nos primeiros segun­dos, uma melancóli­ca tril­ha sono­ra acom­pan­ha a sorum­báti­ca cam­in­ha­da do bur­rin­ho noite aden­tro. O ani­mal guar­da cer­ta semel­hança com Bison­ho, per­son­agem da tur­ma do Ursin­ho Puff cujas feições cansadas pare­cem rev­e­lar tor­por e um “âni­mo exaus­to” – por mais que essa afir­ma­ti­va soe uma con­tradição em termos.

    Soz­in­ho, o bur­rin­ho bebe água, cho­ra no lago e dorme embaixo de uma árvore. A vida seguiria seu cur­so depres­si­vo se não fos­se por uma família que aparece no meio do deser­to. Pai, mãe e bebê chamam a atenção do bur­ro, que decide seguí-los e ajudá-los. Os ros­tos dessas pes­soas não são visíveis, mas é pos­sív­el dis­tin­guir os traços de José, Maria e Jesus em sua fuga para o Egi­to. Esse episó­dio é ampla­mente ilustra­do nas artes e pode ser inferi­do no cur­ta-metragem tan­to pela indu­men­tária das per­son­agens quan­to pela pas­sagem de sol­da­dos romanos – rep­re­sen­ta­dos pelos seus olhos raivosos e pelo estandarte com o acrôn­i­mo SPQR, frase lati­na que pode ser traduzi­da como “O Sena­do e o Povo Romano”.

    Pintura "The Nativity of Christ", de Vladimir Borovikovsky
    Pin­tu­ra “The Nativ­i­ty of Christ”, de Vladimir Borovikovsky

    Depois de enfrentar lon­gas dis­tân­cias, tem­pes­tades de areia e frio, a família e o bur­rin­ho con­seguem chegar ao des­ti­no final. Esse acon­tec­i­men­to trans­for­ma a vida do ani­mal, lançando‑o para o encan­ta­men­to dos finais felizes. No entan­to, Otto Guer­ra nos sur­preende com um des­fe­cho inusi­ta­do que, em um áti­mo de segun­do, lev­an­ta out­ro pon­to impor­tante: o quan­to as “mudanças mág­i­cas” são ver­dadeiras? Elas exis­tem ou são obje­tos da neces­si­dade fic­cional, tão comum em épocas de fim de ciclo? A pre­sença do bur­rin­ho soa como uma fábu­la dis­farça­da ou sem intenção. Mas está lá, oculta.

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    O Natal do Bur­rin­ho foi sele­ciona­do para os fes­ti­vais de Bil­bao (Espan­ha) e Ober­hausen (Ale­man­ha). Tam­bém con­quis­tou o prêmio de mel­hor cur­ta gaú­cho no Fes­ti­val de Gra­ma­do de 1984. Em uma época em que o estí­mu­lo à pro­dução e cir­cu­lação de obras nacionais não provo­ca­va inve­ja a ninguém, esbar­ran­do na fal­ta de incen­ti­vo, inter­esse e espaço – fato que, ape­sar de notáveis mel­ho­rias, per­manece até hoje -, Otto Guer­ra e sua equipe apos­taram na ani­mação. Se a crença em fábu­las for capaz de mudar a con­cepção dos finan­ciadores e do públi­co do cin­e­ma nacional, cabe uma dica: a história “O Cav­a­lo e o Bur­ro”, de Mon­teiro Lobato.

    Assista ao cur­ta com­ple­to abaixo:

  • Wind

    Wind

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    Não estar mor­to não é estar vivo”. O aforis­mo de E.E Cum­mings, poeta e ensaís­ta norte-amer­i­cano, traduz em palavras o véu que cobre home­ns e mul­heres for­ma­dos pelo mosaico de roti­nas, per­feita­mente adap­ta­dos e esta­bi­liza­dos em situ­ações que sequer con­hecem ou enten­dem. Quan­do acon­tece uma rup­tura no modo de vida já pet­ri­fi­ca­do, a comu­nidade entra em catatonia.

    A ani­mação “Wind” (2012), cri­a­da pelo design­er e ilustrador Robert Löbel, emerge essa panorâmi­ca. O cur­ta traz o dia-a-dia de uma pop­u­lação que vive em um local inóspi­to, asso­la­do por uma ven­ta­nia infind­áv­el. Todas as ativi­dades, ações e com­por­ta­men­tos do grupo cir­cu­lam em torno dos ven­tos fortes. Como a condição climáti­ca é acei­ta sem ques­tion­a­men­tos, a roti­na é lança­da ao ar, feito fol­ha seca guia­da sem direção.

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    No entan­to, repenti­na­mente o ven­daval ces­sa e a pop­u­lação, atôni­ta, é descar­ac­ter­i­za­da. Como o bar­man vai servir os clientes sem o auxílio do ven­to? Sobre­viverão os cortes de cabe­lo padroniza­dos sem a tem­pes­tade de ar? Ao que a ani­mação indi­ca, parece que não.

    Wind” é o resul­ta­do do pro­je­to final de grad­u­ação de Robert Löbel na Uni­ver­si­dade de Ciên­cias Apli­cadas de Ham­bur­go, con­qui­s­tan­do mais de 18 prêmios inter­na­cionais. Além dis­so, a pro­dução leva na bagagem indi­cações em fes­ti­vais de várias partes do mun­do. A ani­mação é fei­ta sem diál­o­gos, com traços limpos e deli­ciosa­mente irôni­cos e lúdi­cos, deixan­do como men­sagem uma per­gun­ta sem rodeios: Se a humanidade é fei­ta de comod­is­mo e res­ig­nação, somos ou não guia­dos pela mão fatal­ista do destino?

    Con­fi­ra a animação:

  • Lapsus

    Lapsus

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    Com um desen­ho min­i­mal­ista e um óti­mo sen­so de humor, a ani­mação Lap­sus (2007), do argenti­no Juan Pablo Zaramel­la, con­ta a diver­ti­da história de uma freira que decide se aven­tu­rar no seu lado negro.

    Uti­lizan­do somente o con­traste do bran­co com o pre­to, Zaramel­la explo­ra não só as ideias e con­ceitos por trás dessas cores, mas tam­bém brin­ca com as várias posi­bil­i­dades grá­fi­cas das for­mas uti­lizadas no desen­ho quan­do a cor do fun­do é inver­ti­da. O cur­ta fica ain­da mais engraça­da pois as úni­cas pal­abras que a freira con­segue falar são “Oh my God!”, que em por­tuguês seria algo como “Ai meu Deus!”, inde­pen­dente da situ­ação em que ela está.

    O animador Juan Pablo Zaramella
    O ani­mador Juan Pablo Zaramella

    A ani­mação Lap­sus foi vence­do­ra de mel­hor cur­ta do Ani­ma Mun­di São Paulo 2007 e gan­hou prêmios nos fes­ti­vais de Hiroshi­ma, Annecy e Sun­dance. O dire­tor tam­bém foi pre­mi­a­do em vários out­ros fes­ti­vais, com ani­mações como a “El Desafio a la Muerte“, “Via­je a Marte”, “Sex­teens” e “Lumi­naris”. Além dis­so, ele pos­sui em seu port­fo­lio exce­lentes cur­tas para com­er­ci­ais de mar­cas como: Pepi­tos, Plan Rom­bo, Knorr e Amer­i­can Express.

    Juan Pablo Zaramel­la é for­ma­do pelo Insti­tu­to de Arte Cin­e­matografi­co de Avel­lane­da, na Argenti­na, como Dire­tor de Ani­mação, tra­bal­ha atual­mente como ani­mador inde­pen­dente, escreven­do, dirigin­do e ani­man­do cur­tas. Começou a desen­har quan­do tin­ha somente três anos de idade e aos oito já estu­da­va desen­ho e fazia flip­books. Este ano, tam­bém foi o respon­sáv­el pela cri­ação da iden­ti­dade visu­al do Ani­ma Mun­di 2013, fes­ti­val que par­tic­i­pa com seus cur­tas des­de 2002 e através do qual seu tra­bal­ho é muito divul­ga­do aqui no Brasil.

    Assista o cur­ta com­ple­to abaixo:

    O dire­tor tam­bém fez um diver­tido “Por trás das cam­eras”, com cenas exclu­si­vas, ima­gens dos basti­dores e uma entre­vista polêmica.

  • A Recompensa (The Reward)

    A Recompensa (The Reward)

    TheReward_PosterEm um pequeno vilare­jo de Tohan, dois jovens vivem seus dias ape­nas seguin­do suas roti­nas comuns e sem graça. Mas um dia, um glo­rioso herói surge repenti­na­mente. E enquan­to os dois o obser­vam com grande admi­ração, ele deixa cair aci­den­tal­mente um mapa do tesouro. Após uma peque­na briga sobre quem vai ficar com o mapa, deci­dem encon­trar jun­tos o mis­te­rioso tesouro. Na ani­mação A Rec­om­pen­sa (The Reward, 2013), dirigi­do por Mikkel Mainz e Ken­neth Ladekjær, acom­pan­hamos durante nove min­u­tos, a jor­na­da dess­es per­son­agens para con­seguirem gan­har a tão dese­ja­da recompensa.

    O cur­ta foi pro­duzi­do durante sete meses em um work­shop, por estu­dantes da esco­la de ani­mação dina­mar­que­sa The Ani­ma­tion Work­shop. Boa parte do proces­so de cri­ação foi doc­u­men­ta­do no blog ofi­cial do pro­je­to, assim como as artes de cada um dos per­son­agens, cenários e armas uti­lizadas. Um ver­dadeiro tesouro para qual­quer fã de desen­ho ou ani­mação! A tril­ha sono­ra, cri­a­da por Math­ias Winum, tam­bém está disponív­el e pode ser escu­ta­da abaixo.

    Uma dica antes assi­s­tir: veja o cur­ta até o final. Tem uma peque­na cena após os crédi­tos, que é rel­e­vante para a tra­ma apresentada.

    Assista a ani­mação A Rec­om­pen­sa (The Reward) abaixo:

    Mak­ing Of da animação:

    Após o tér­mi­no do work­shop e do lança­men­to do cur­ta, os dois dire­tores se jun­taram a Bo Juhl (out­ro ex-estu­dante da esco­la), para cri­ar o estú­dio de ani­mação Sun Crea­ture, cujo propósi­to é explo­rar o mun­do da ani­mação 2D e ten­tar ultra­pas­sar as bar­reiras e lim­ites das ani­mações atu­ais. Como seu primeiro pro­je­to, a equipe decid­iu cri­ar uma cam­pan­ha no Kick­starter para faz­er uma série ani­ma­da basea­da no mun­do de A Rec­om­pen­sa (The Reward), se apro­fun­dan­do em alguns aspec­tos da história orig­i­nal, como o con­to da len­da por trás do espel­ho e porque o mapa e foi cri­a­do. Eles tam­bém fiz­er­am um pequeno jogo basea­do no cur­ta, para ser joga­do em duas pes­soas, que está disponív­el gra­tuita­mente na inter­net. A boa notí­cia é que o pro­je­to con­seguiu ser bem suce­di­do no dia 6 de abril, ago­ra só res­ta esper­ar o resultado!

  • As Aventuras de Tadeo | Crítica

    As Aventuras de Tadeo | Crítica

    asaventurasdetadeo-posterHá algum tem­po que o mer­ca­do da ani­mação vem sain­do do eixo das grandes pro­du­toras amer­i­canas e a inter­net é uma poderosa fer­ra­men­ta para a divul­gação de tra­bal­hos que surgem no mun­do todo. Alguns deles acabam gan­han­do as telas e entran­do no cir­cuito com­er­cial, como é caso de As Aven­turas de Tadeo (Las aven­turas de Tadeo Jones, Espan­ha, 2012), do espan­hol Enrique Gato.

    Tadeo Jones cresceu son­han­do em ser um arqueól­o­go aven­tureiro, inteligente e desco­bri­dor de grandes tesouros. Como descen­dente de imi­grantes lati­nos em Chica­go, con­segue ser ape­nas um tra­bal­hador da con­strução civ­il, onde o máx­i­mo que se aprox­i­ma da arque­olo­gia é através dos vídeos que assiste de Max Mor­don, um arqueól­o­go garan­hão bem ao esti­lo de apre­sen­ta­dor da Nation­al Geo­graph­ic. Tadeo é ami­go do Pro­fes­sor Hum­bert, que o aju­da a ali­men­tar as histórias fan­tás­ti­cas de descober­tas. Um dia o pro­fes­sor é chama­do para uma escav­ação no Peru, mas por uma série de obstácu­los aca­ba não con­seguin­do ir e por iro­nia, Tadeo toma o seu lugar e vai para a Améri­ca do Sul.

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    O enre­do de As Aven­turas de Tadeo se desen­ro­la através da vel­ha pre­mis­sa de mocin­hos e ban­di­dos, com dire­ito a romances no meio dis­so. Lá no Peru, Tadeu con­hece Sara, a ver­são Lara Croft arqueólo­ga do lon­ga, e é ela que irá levar ele até o tesouro da cidade míti­ca de Paiti­ti. O títu­lo e car­taz já anun­ci­am muitas aven­turas a la Indi­ana Jones, fug­in­do das típi­cas bus­cas no Egi­to ou na sub­m­er­sa Atlân­ti­da. Aqui, os per­son­agens rumam ao Peru atrás de tesouros dos amerín­dios tor­nan­do o lon­ga bem mais inter­es­sante ape­sar dele não fugir do comum. É pos­sív­el recon­hecer facil­mente as refer­ên­cias dos per­son­agens, como as citadas aci­ma, e o dire­tor con­segue se sair bem nes­sa empre­ita­da, ape­sar de não ino­var muito.

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    O ani­mador espan­hol vem tra­bal­han­do des­de 2004 na figu­ra de Tadeo como um per­son­agem sim­ples e caris­máti­co, que fizesse hom­e­nagem e sáti­ra dos filmes de aven­tu­ra, sendo um anti-herói que se metendo em enras­cadas aca­ba desven­dan­do mis­térios e aju­dan­do pes­soas. Já a téc­ni­ca da ani­mação é pare­ci­da com os traços do Mick­ey mais anti­go com ros­tos e cor­pos bem esféri­cos com mem­bros lon­gos e cenários bem col­ori­dos. O dire­tor rece­beu duas pre­mi­ações do Goya — uma espé­cie de Oscar espan­hol — com Tadeo Jones (2005) e Tadeo Jones e o Porão da Des­graça (2007).

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    As Aven­turas de Tadeo é diver­tido e descom­pro­mis­sa­do, vai agradar bas­tante o públi­co infan­til, com per­son­agens caris­máti­cos e diver­tidos, apo­s­tan­do naque­les mas­cotes que arran­cam boas risadas, como o papa­gaio mudo. Ape­sar de que provavel­mente a ani­mação não vá per­manecer muito tem­po na memória dos fãs do gênero, ela é bem diver­ti­da e merece ser vista.

    Trail­er:

  • The Passenger

    The Passenger

    curta da semana: the passenger

    O aus­traliano Chris Jones é um artista, ani­mador e músi­co que se for­mou em Design Indus­tri­al na Uni­ver­si­ty of Tech­nol­o­gy em Mel­bourne e depois foi tra­bal­har como game artist na Beam Soft­ware (que depois virou Info­grames, Atari, ago­ra Krome). Em 1998 começou a tra­bal­har nos horários livres em um cur­ta, para servir de port­fólio do seu tra­bal­ho, mas pouco sabia que este pro­je­to iria mudar total­mente a sua vida. O tem­po foi pas­san­do e a ani­mação foi gan­han­do taman­ha pro­porção que, para poder ter­miná-la, decid­iu largar o emprego em maio de 2000 e viv­er somente do din­heiro que tin­ha economizado.

    Depois de seis lon­gos anos em um quar­to com seu com­puta­dor, final­mente con­seguiu ter­mi­nar o cur­ta The Pas­sen­ger (2006), que tem 7 min­u­tos de duração. Ele foi o respon­sáv­el por cri­ar tudo no pro­je­to: os sons, a músi­ca, a direção, os per­son­agens, a ani­mação, … finan­cian­do todo o equipa­men­to necessário e seu sus­ten­to através daque­las econo­mias que tin­ha feito, talvez uma das pou­cas opções em uma época onde nem se imag­i­na­va sites de crowdfunding.

    A ideia ini­cial de The Pas­sen­ger era que algo estran­ho acon­te­cesse den­tro de um ônibus e que fos­se meio assus­ta­dor. Assim surgiu o enre­do de um vici­a­do em livros que, para fugir de uma tremen­da chu­va e um cachor­ro louco que encon­tra, enquan­to está andan­do tran­quil­a­mente lendo o seu livro, resolve entrar em um ônibus. Nele aca­ba encon­tran­do um peix­in­ho nada comum den­tro de uma sacol­in­ha de plástico.

    curta da semana: the passenger

    Chris doc­u­men­tou todo o proces­so de cri­ação do seu pro­je­to em um blog, que tem o diver­tido sub­tí­tu­lo “como faz­er um filme de sete min­u­tos em ape­nas oito anos”, onde ele con­ta vários detal­h­es muito inter­es­santes da pro­dução, como a pés­si­ma escol­ha que foi cri­ar o per­son­agem com mãos e pés grandes, que com­pli­ca muito a vida na hora de ani­má-lo. Ess­es relatos são defin­i­ti­va­mente uma con­sul­ta obri­gatória para quem pen­sa ou já se aven­tu­ra no mun­do da ani­mação digital.

    No site tam­bém tem uma área de infor­mações inúteis, onde ele com­pi­lou vários dados da cri­ação do mes­mo como: o cur­ta con­tém 10.056 frames e o tem­po médio de ren­der foi 3 horas por frame, 192 tril­has de efeitos sonoros e que durante a pro­dução do mes­mo, as trilo­gias Star Wars, O Sen­hor do Anéis e Har­ry Pot­ter foram feitas (não por ele).

    Saben­do de tudo isso ago­ra, você com certeza vai apre­ciar e se diver­tir ain­da mais o curta!

    httpv://www.youtube.com/watch?v=OGW0aQSgyxQ

    Se você gos­tou do pro­je­to e quis­er apoiá-lo, o autor está venden­do o DVD com vários mate­ri­ais extras no site.

  • Zero

    Zero


    Ape­sar de todos nós nascer­mos da mes­ma matéria, não somos iguais. Nos­sas difer­enças vão des­de coisas mais gerais como época, país e religião, a coisas mais especí­fi­cas como família, casa e esco­la. Tudo isso nos tor­na úni­cos e depen­den­do das nos­sas aspi­rações, opor­tu­nidades e per­se­ver­ança, podemos trans­por várias dessas var­iáveis que de cer­ta for­ma nos clas­si­fi­cam e limi­tam. Mas e se as nos­sas opor­tu­nidades fos­sem lim­i­tadas a uma car­ac­terís­ti­ca de nascença? Esta é a pre­mis­sa do cur­ta ani­ma­do Zero (Aus­tralia, 2010), escrito e dirigi­do por Christo­pher Keze­los e pro­duzi­do pela Zeal­ous Cre­ative.

    Em cer­ca de 11 min­u­tos de duração, acom­pan­hamos a história de Zero, que nasceu com o número 0 crava­do em seu peito e por con­ta dis­so tem qual­quer pos­si­bil­i­dade de crescer nega­do em uma sociedade divi­di­da por ess­es números. Ao con­hecer uma mul­her que tam­bém é um zero, o número que tan­to o perseguia acabou não sendo tão impor­tante. Mas o amor entre eles era proibido e logo as autori­dades dari­am um jeito para sep­a­rá-los. Então que uma grande sur­pre­sa surge…

    O cur­ta já gan­hou mais de 15 prêmios ao redor do mun­do e pos­sui leg­en­da para mais de 40 idiomas. No site ofi­cial é pos­sív­el encon­trar várias infor­mações inter­es­santes não só dos prêmios e críti­cas escritas a seu respeito, incluin­do uma do Matt Groen­ing cri­ador dos Os Simp­sons, mas tam­bém de como foi todo o proces­so de cri­ação da ani­mação, além de vários vídeos com dire­ito a ver­são comen­ta­da. O estú­dio tam­bém criou o lin­do cur­ta The Mak­er, que já pub­li­camos aqui no site.

    httpv://www.youtube.com/watch?v=LOMbySJTKpg

  • Nova animação para promover canais sociais na UCI

    Nova animação para promover canais sociais na UCI

    Os espec­ta­dores da rede UCI poderão assi­s­tir, a par­tir deste fim de sem­ana, a uma nova e diver­ti­da vin­heta que será exibi­da no iní­cio de todas as sessões de cin­e­ma. O vídeo, de ape­nas 30 segun­dos, visa divul­gar os per­fis da UCI nas redes soci­ais. Para cri­ar a cam­pan­ha, a equipe de design­ers da agên­cia Boo! Stu­dio se inspirou nos per­son­agens que mar­caram o mun­do cin­e­matográ­fi­co. A ani­mação é fei­ta com pipocas car­ac­ter­i­zadas, como Har­ry Pot­ter, Mar­i­lyn Mon­roe, Edward Mãos de Tesoura e o Homem de Fer­ro, para rep­re­sen­tar gêneros e épocas difer­entes do cin­e­ma. Durante a nar­ra­ti­va, todos apare­cem munidos de seus apar­el­hos eletrôni­cos, curtin­do, seguin­do e com­par­til­han­do as novi­dades da rede UCI Cin­e­mas em seus per­fis do Twit­ter e Face­book. Em Curiti­ba (PR), a nova vin­heta poderá ser vista nas salas do UCI Estação e do UCI Palladium.

    Nos­sa intenção era cri­ar uma atmos­fera diver­ti­da para cati­var o públi­co da UCI. Com traços mod­er­nos e despo­ja­dos, bus­camos uma iden­ti­dade que con­segue rep­re­sen­tar a rede de cin­e­mas e, ao mes­mo tem­po, se comu­nicar com todos”, expli­ca Antho­ny Bar­ros, que assi­na a direção e pro­dução de arte do vídeo.

    Com a nova vin­heta, a rede espera ampli­ar a inter­ação com os clientes inter­nau­tas, com­par­til­han­do dicas de filmes, pro­gra­mação e pro­moções. “Nos­sos canais soci­ais são veícu­los de extrema importân­cia para man­ter­mos con­ta­to com o nos­so públi­co e, com essa ini­cia­ti­va, esper­amos dobrar o número de seguidores até jul­ho”, afir­ma Mon­i­ca Portel­la, dire­to­ra de Mar­ket­ing da UCI.

    httpv://www.youtube.com/watch?v=Tf67W9ViHx0

    Ficha Téc­ni­ca:
    Direção: Antho­ny Barros
    Cri­ação: Antho­ny Bar­ros e André Saad
    Direção e Pro­dução de Arte: Antho­ny Barros
    Ani­mação: Rafael Braz
    Ilus­tração: André Saad
    Real­iza­ção: Boo! Studio
    Aprovação: Mon­i­ca Portella

    SERVIÇO:
    UCI Estação
    Rua Sete de Setem­bro, 2775/ loja C‑01
    Batel – Curiti­ba – Paraná
    CEP: 80230–010

    UCI Pal­la­di­um
    Av. Pres­i­dente Kennedy, 4121/ Loja 4001
    Portão – Curiti­ba – Paraná
    CEP: 80610–905

  • El Vendedor de humo

    El Vendedor de humo

    Um jovem vende­dor ambu­lante chega em uma cidade paca­ta para com­er­cializar um pro­du­to bem inco­mum. No começo ninguém dá atenção por não enten­der o que ele está ten­tan­do vender. Uma vez que desco­brem, seu baú começa a ficar cheio de moedas e filas se for­mam, mas ninguém imag­i­na que ele pos­sui um grande segredo.

    El Vende­dor de Humo (2010), dirigi­do por Jaime Mae­stro, é uma ani­mação com visu­al muito bem pro­duzi­do, ten­do um cuida­do espe­cial nas tex­turas, ape­sar do cenário em ger­al ser mais sim­ples e com poucos ele­men­tos. Tam­bém é curioso notar que a espi­ral é um sím­bo­lo pre­dom­i­nante na estéti­ca do mes­mo. O grande destaque do cur­ta é seu óti­mo enre­do, além de uma diver­ti­da tril­ha sono­ra, pro­duzi­da pela ban­da Twelve Dolls.

    O cur­ta foi inteira­mente cri­a­do pelos alunos da esco­la de ani­mação Primer­Frame, que ficou bas­tante con­heci­da por causa do cur­ta Friend­Sheep, onde um lobo vai tra­bal­har em um escritório onde todos os fun­cionários são ovel­has e pre­cisa con­tro­lar seus instin­tos para não com­er nen­hum dos seus cole­gas de trabalho.

  • Le Royaume

    Le Royaume

    O que é pre­ciso para ser um rei de ver­dade? Ter somente uma coroa e capa ver­mel­ha não é o sufi­ciente. É pre­ciso primeiro ter súdi­tos, nem que seja somente um, e tam­bém o mais impor­tante: um caste­lo! Com essa pre­mis­sa, acom­pan­hamos a jor­na­da de um pequeno rei no cur­ta Le Roy­aume (2010), tam­bém con­heci­do como “The king and the beaver”, foi escrito, dirigi­do e ani­ma­do por Nuno Alves Rodrigues, Ous­sama Bouachéria, Julien Chheng, Sébastien Hary, Aymer­ic Kevin, Ulysse Malas­sagne e Franck Monier, estu­dantes de grad­u­ação da famosa e son­ha­da esco­la de cin­e­ma de Gob­elins, na France.

    A história do cur­ta é bem sim­ples, mas muito bem desen­volvi­da, pos­suin­do um humor úni­co e sen­sa­cional, sem pre­cis­ar de qual­quer tipo de diál­o­go. O esti­lo lem­bra um pouco desen­hos ani­ma­dos feito a mão, com um toque francês a la O Pequeno Príncipe, mas com detal­h­es mais refi­na­dos no cenário. Aos poucos vamos con­hecen­do mais a história do reiz­in­ho e tam­bém imag­i­nan­do o que pode­ria ter acon­te­ci­do ante­ri­or­mente com ele, pois ele car­rega con­si­go uma pista do passado.

    httpv://www.youtube.com/watch?v=Qw1wY6O7_x8

  • Detona Ralph | Crítica

    Detona Ralph | Crítica

    Falar que ani­mações de cin­e­ma não são só coisa para cri­ança já é tão bati­do quan­to falar o mes­mo para os quadrin­hos. Mas no caso de Det­ona Ralph (Wreck-It Ralph, EUA, 2012), dirigi­do por Rich Moore, a nova ani­mação da Dis­ney, serão provavel­mente os adul­tos que cresce­r­am jogan­do video games, usan­do a des­cul­pa de ter que acom­pan­har as cri­anças jus­ta­mente para assistí-lo.

    A história do lon­ga em si não é das mais atraentes: Ralph, é o vilão do jogo de flipera­ma Con­ser­ta Félix Jr., que após 30 anos fazen­do sem­pre a mes­ma coisa, decide que quer mudar algu­mas coisas em sua vida. Para isso ele quer con­quis­tar uma medal­ha, como a que o mocin­ho do jogo Felix Jr. sem­pre gan­ha após der­rotá-lo, e assim sai em uma jor­na­da por out­ros jogos, arru­man­do mui­ta confusão.

    Provavel­mente o públi­co da ani­mação irá acabar se dividin­do em dois, os adul­tos que jog­a­ram os anti­gos jogos de flipera­ma (como Son­ic, Mor­tal Kom­bat e Pac Man) e os que não jog­a­ram — as cri­anças — ou que não tiver­am nen­hum con­ta­to com esse uni­ver­so, hoje con­sid­er­a­do retrô. Para os já famil­iar­iza­dos com ess­es jogos, o maior atra­ti­vo acabará sendo ten­tar desco­brir todas as refer­ên­cias feitas a ess­es anti­gos per­son­agens, acom­pan­hado de um deli­cioso sen­ti­men­to de saudo­sis­mo, que estão espal­hadas por todo o lon­ga, prin­ci­pal­mente na Estação Cen­tral do flipera­ma, o local onde todos eles se encon­tram após o fim do expe­di­ente. Isso sem falar nos três prin­ci­pais jogos do filme: Con­ser­ta Félix Jr. (o Don­key Kong para Atari), Mis­são de Herói (Call of Duty) e Cor­ri­da Doce (Mario Kart). Já para os que descon­hecem esse uni­ver­so, poderão se diver­tir com esse mun­do bem pecu­liar, com grá­fi­cos de alta definição e cheios de efeitos especiais.

    Parc Güell em Barcelona, por Antoni Gaudí

    Aliás, a arte da ani­mação merece um destaque espe­cial, pois ficou real­mente sen­sa­cional. Uma curiosi­dade bem bacana é que o cenário do jogo Cor­ri­da Doce foi inspi­ra­do na arquite­tu­ra de Antoni Gaudí, que segun­do o artista respon­sáv­el Lore­lay Bove, sem­pre pare­ci­am ser feitas de doces. E é impos­sív­el não ficar com água na boca ven­do todo aque­le ambi­ente feito inteira­mente de gulo­seimas, com per­son­agens fofin­hos que lem­bram um pouco o cur­ta Cloudy.

    Uma cena mem­o­ráv­el do filme é a reunião do grupo de auto-aju­da de vilões como Bows­er (Mário), Clyde (Pac-Man) e Dr. Robot­nik (Son­ic), que lem­bra bas­tante a cena em que Buzz Lightyear par­tic­i­pa de uma sessão do grupo de auto-aju­da para brin­que­dos obso­le­tos em Toy Sto­ry 3. Para falar a ver­dade, Det­ona Ralph tem muito o esti­lo de toda a ideia prin­ci­pal do Toy Sto­ry, onde brin­que­dos tem vida própria quan­do ninguém está olhan­do. Dev­i­do a isto, mui­ta gente tem brin­ca­do que a Dis­ney tro­cou o papel com a Pixar no últi­mo lança­men­to de cada uma onde a Pixar resolveu falar de prince­sas no óti­mo Valente, e a Dis­ney da vida sec­re­ta dos per­son­agens de videogames. E o resul­ta­do acabou sendo duas óti­mas ani­mações! Mas ape­sar de ter tra­bal­ha­do em cima des­ta óti­ma ideia, Det­ona Ralph acabou pecan­do no desen­volvi­men­to e no apro­fun­da­men­to da história em si, puxan­do todas aque­las men­sagens de moral e ensi­na­men­tos, muitas vezes infan­tilizan­do demais, já car­ac­terís­ti­co dos out­ros filmes do mun­do do rat­in­ho de orel­has redondas.

    Tre­cho de Det­ona Ralph: Vilões-Anônimos

    httpv://www.youtube.com/watch?v=X2nABYRagwc

    É claro que a Dis­ney não iria perder a chance de lançar os 3 prin­ci­pais jogos exibidos no filme e os disponi­bi­li­zou para serem joga­dos on-line no site ofi­cial do filme, mas infe­liz­mente só em inglês. No site tam­bém tem vários mate­rias legais para down­load, prin­ci­pal­mente os Motions Graphs, que são peque­nas cenas do filme ani­madas em GIF, que nor­mal­mente são cri­adas por fãs, muito legal essa iniciativa.

    A grande diver­são de Det­ona Ralph não está no seu enre­do em si, que é bem fra­co, mas sim em todas as refer­ên­cias e piadas que o mes­mo faz aos anti­gos jogos de flipera­ma, sendo diver­são garan­ti­da para os fãs dess­es jogos e tam­bém para aque­les que sim­ples­mente querem se diver­tir em um filme que jun­ta o uni­ver­so da Pixar com o da Disney.

    Para quem ficou com von­tade de ver mais, o dire­tor Rich Moore comen­tou em uma entre­vista recente que ele e a Dis­ney tem ideias para uma sequên­cia que trouxesse os per­son­agens para jogos mais atu­ais explo­ran­do os jogos de con­sole e on-line.

    Se você gos­ta de jogos, então vai ado­rar o doc­u­men­tário Indie Game: O Filme (2011) que fala jus­ta­mente sobre os jogos inde­pen­dentes que muitas vezes seguem o esti­lo, tan­to de joga­bil­i­ade quan­to visu­al, dos anti­gos jogos de flipera­ma. Sim­ples­mente imperdível!

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=9Hc1DwfnnR0

  • The Maker

    The Maker

    A ampul­heta do tem­po escoan­do e a neces­si­dade de cri­ar a obra per­fei­ta para que a vida ten­ha vali­do a pena, que algu­ma coisa per­maneça e con­tin­ue o que já foi feito. The Mak­er (2011), é um pre­mi­a­do cur­ta do estú­dio amer­i­cano Zeal­ous, tra­ta do tem­po como ele é, uma sucessão de even­tos e cri­ações que são con­tínuas, o eter­no retorno de for­ma positiva.

    O pequeno enre­do é pro­tag­on­i­za­do por uma criatu­ra bem ao esti­lo Tim Bur­ton, som­bria e ao mes­mo tem­po sim­páti­ca, um músi­co com o sím­bo­lo do Stradi­var­ius (famosa mar­ca de instru­men­tos de cor­da) na tes­ta. Ele corre con­tra o tem­po para dar vida a uma criatu­ra per­fei­ta, pelo menos aos seu olhos, alguém que con­tin­ue a músi­ca e a sua linhagem.

    A ani­mação é em stop-motion e cada detal­he de câmera colab­o­ra na con­strução do dra­ma que se dá através dos pequenos gestos do boneco e sua del­i­cadeza em manip­u­lar os obje­tos que darão vida à sua cri­ação além do vio­li­no, que é o instru­men­to mági­co da vida e é muito bem exe­cu­ta­do no cur­ta com a músi­ca “The Win­ter” de Paul Hal­ley. Neste vídeo você pode acom­pan­har um pouco do proces­so dos cri­adores na manip­u­lação da câmera e a magia que é fil­mar um stop-motion.

  • A Origem dos Guardiões | Crítica

    A Origem dos Guardiões | Crítica

    Na época de fim de ano sem­pre começam a pipocar no cin­e­ma filmes infan­tis com temas natal­i­nos, focan­do-se prin­ci­pal­mente na figu­ra do Papai Noel e suas aven­turas para entre­gar os pre­sentes e traz­er ale­gria para as cri­anças. No últi­mo Natal, a Dream­Works decid­iu faz­er algo um pouco difer­ente do usu­al e lançou a ani­mação A Origem dos Guardiões (Rise of the Guardians, EUA, 2012), dirigi­do pelo estre­ante Peter Ram­sey, onde não só temos o bom vel­hin­ho todo tat­u­a­do e com um sotaque rus­so, mas tam­bém todo um grupo de out­ros per­son­agens lendários como a Fada do Dentes, o Coel­ho da Pás­coa, Sand­man, Jack Frost e o Bicho-Papão.

    Aqui no Brasil algu­mas pes­soas já devem ter ouvi­do falar de Sand­man através do seu nome pop­u­lar de João Pes­tana ou, para quem curte quadrin­hos, da série homôn­i­ma do autor Neil Gaiman. Mas o grande descon­heci­do, que aliás é o per­son­agem prin­ci­pal do filme, é Jack Frost, a per­son­ifi­cação e o espíri­to do frio e do inver­no, respon­sáv­el pela neve e por aque­les cristais de gelo em vidros. Bem, acho que não pre­cisa explicar o porque dele não ser con­heci­do por aqui. Todos ess­es per­son­agens foram basea­d­os na ver­são amer­i­cana das lendas, haven­do uma peque­na hom­e­nagem à len­da espan­ho­la do Ratonci­to Pérez (ou Tooth Mouse), onde um dos guardiões atra­pal­ha sem quer­er o tra­bal­ho do pequeno rat­in­ho, que é muito pare­ci­do com a Fada do Dentes.

    A história da ani­mação gira em torno dos qua­tro Guardiões (Papai Noel, Fada do Dentes, Coel­ho da Pás­coa e Sand­man) que pre­cisam com­bat­er um vel­ho inimi­go, o Bicho-Papão, que dese­ja nova­mente ‘con­tro­lar o mun­do’ através do medo, e para isso irão pre­cis­ar se reunir e pedir a aju­da do Jack, um per­son­agem que só se inter­es­sa em brin­car e se diver­tir. Adi­cione ago­ra algu­mas armas, como espadas, bumerangues e ovos explo­sivos, óti­mas cenas de ação com lutas espetac­u­lares cheias de poderes mági­cos. O esti­lo lem­brou algum filme lança­do recen­te­mente? Pode­ria brin­car-se que A Origem dos Guardiões é prati­ca­mente um Os Vin­gadores Júnior ou até, porque não, um X‑Men Kids, onde ess­es per­son­agens seri­am os primeiros super-heróis que uma cri­ança tem contato.

    Deixan­do de lado toda essa visão inusi­ta­da de guer­reiros cuja mis­são é pro­te­ger as cri­anças, o filme pos­sui uma qual­i­dade téni­ca incrív­el, a Dream­Works já havia mostra­do isso no óti­mo Como Treinar o Seu Dragão, e tam­bém traz algu­mas respostas inter­es­santes a per­gun­tas como: quem (real­mente) pro­duz os pre­sentes do Papai Noel? Por que a fada dos dentes cole­ta os dentes? Como os ovos de pás­coa são feitos?

    A Origem dos Guardiões é uma óti­ma sur­pre­sa não só pela ren­o­vação dos já tão bati­dos per­son­agens infan­tis, mas como tam­bém um lem­brete para que a chama da imag­i­nação das cri­anças não seja apa­ga­da, prin­ci­pal­mente nos adul­tos. O filme foi basea­do na série de livros The Guardians of Child­hood do autor amer­i­cano William Joyce, e foi pro­duzi­da por Guiller­mo del Toro (Hell­boy, O Labir­in­to do Fauno, …), que deu uma entre­vista bem inter­es­sante sobre o filme no site do G1.

    Ah, não con­fun­da o filme com A Len­da dos Guardiões, out­ra óti­ma ani­mação dirigi­da por Zack Sny­der (Watch­men e 300), sobre a história da jovem coru­ja Sorem que é fasci­na­da pelas histórias sobre os Guardiões de Ga’Hoole e aca­ba embar­can­do em uma aven­tu­ra para sal­var o seu povo, em um enre­do bas­tante adul­to com épi­cas batalhas.

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=8yY2It-Oh0U

  • Alarm

    Alarm

    Não sei para vocês, mas para mim acor­dar de man­hã é sem­pre um grande desafio. Colo­co mais do que um alarme no celu­lar em inter­va­l­os difer­entes de tem­po, porque sei que vou desligá-lo e não vou acabar não acor­dan­do. O per­son­agem prin­ci­pal do cur­ta ani­ma­do Alarm (Cor­eia do Sul, 2009), cri­a­do pelo estú­dio de ani­mação MESAI, sofre croni­ca­mente desse mes­mo prob­le­ma de não con­seguir acor­dar e para isso criou todo o tipo de arti­man­has no seu apartamento.

    Ape­sar do enre­do ser bem sim­ples, o cur­ta con­segue pren­der bas­tante a atenção, não só pelo seu humor, mas tam­bém pela qual­i­dade da ani­mação, que é real­mente incrív­el, mis­tu­ran­do o esti­lo hiper­re­al­ista com mangá, uma mis­tu­ra bem inter­es­sante. Ele tam­bém faz uso de vários efeitos, como o bul­let-time, e sua úni­ca tril­ha sono­ra são os sons dos difer­entes tipos de alarmes.

    Para quem quis­er saber mais sobre a ani­mação, é pos­sív­el faz­er o down­load do cur­ta em alta qual­i­dade (720p HD) e tam­bém ter aces­so a algu­mas ima­gens do mak­ing off no site do MESAI. Ape­sar do con­teú­do dele ser prati­ca­mente todo em core­ano, o menu está em inglês, então dá pra nave­g­ar sem muitos prob­le­mas (ape­sar dele ser todo em flash aarrrggghhhhhh!).

    httpv://www.youtube.com/watch?v=vN83DfmH9Tw

  • Crítica: Valente

    Crítica: Valente

    As prince­sas em bus­ca de seus príncipes encan­ta­dos ficaram pre­sas nos anti­gos con­tos de fadas que você lia quan­do cri­ança. A moda que vem se desen­vol­ven­do há algum tem­po é a total descon­strução dos estereóti­pos de per­son­agens das sagas felizes para sem­pre, total­mente adap­ta­dos há um mun­do real onde há von­tades, dese­jos e opiniões. Em Valente (Brave, 2012, EUA), ani­mação aguarda­da da Disney/Pixar, o enre­do não foge do novo mote e traz a prince­sa Meri­da, que son­ha emcav­al­gar livre pela flo­res­ta empun­han­do seu arco e flecha, deixan­do para trás casa­men­tos arran­ja­dos e ativi­dades de damas.

    Meri­da é tão cer­ta da sua fal­ta de aptidão em ser esposa de um valen­tão nórdi­co, reple­ta de afaz­eres domés­ti­cos, que toma suas próprias decisões para mudar seu des­ti­no. Des­de peque­na a garot­in­ha de lon­gos cachos ruiv­os demon­stra­va que gostaria de ser valente como seu pai, o rei Fer­gus — que inclu­sive lhe deu a primeira flecha — mas sua mãe deixa claro que o des­ti­no de uma prince­sa não pode ser muda­do, mas somente acata­do. Quan­do chega a hora de Meri­da arru­mar um mari­do, um ban­do de bár­baros de cére­bro pequeno, ela decide que pre­cisa con­vencer a sua mãe, nem que pre­cise usar de magia para isso.

    Claro que há a famosa bruxa da flo­res­ta que lhe dá uma boa magia em tro­ca de algo, mas o bacana é que essa é com­pos­ta de car­ac­terís­ti­cas mod­er­nas: Pref­ere gan­har din­heiro como carpin­teira, usa um alargador na orel­ha e tem um sis­tema de tele­mar­ket­ing de caldeirão, ele­men­tos que ger­am boas risadas em relação à vel­hin­ha. Mas como toda boa bruxa, ela é atra­pal­ha­da e deixa uma men­sagem sub­lim­i­nar para a prince­sa e isso é o que guia todo o lon­ga e as descober­tas fun­da­men­tais de uma história, que ape­sar de descon­struí­da, ain­da guar­da uma boa men­sagem no fim das contas.

    Ape­sar das rev­oluções quan­to aos clás­si­cos, o enre­do de Valente man­tém a tra­jetória de uma prince­sa recor­ren­do à magia para que seus dese­jos fun­cionem e, na ver­dade, é a magia que aju­da a enten­der mel­hor sua própria vida, nada demais se não fos­sem os per­son­agens muito bem car­ac­ter­i­za­dos. Reple­to de refer­ên­cia diver­tidas — inclu­sive um dos clãs que luta pela mão da prince­sa leva o nome de Mac­in­tosh, hom­e­nagem ao cri­ador da Pixar, Steve Jobs — e per­son­agens com boas tiradas, o lon­ga con­segue se man­ter firme até o fim, mes­mo não sendo a mel­hor pro­dução da Pixar.

    Obvi­a­mente que a ani­mação em ter­mos téc­ni­cos é impecáv­el, man­ten­do o nív­el da pro­du­to­ra que des­de que se jun­tou à Dis­ney, empres­ta muito das suas boas ideias con­tem­porâneas aos esti­lo clás­si­co da out­ra. Em Valente não fal­taram as famosas cenas musi­cais da Dis­ney, que ficaram um pouco estra­nhas dubladas, mas nada de grande relevân­cia. A ani­mação é uma boa opção de diver­são tan­to para cri­anças quan­to para quem as acom­pan­ha ou ape­nas para quem vai no cin­e­ma em bus­ca de algo mais menos barul­hen­to, reboots, piadas nacionais duvi­dosas e etc.

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  • Crítica: A Era do Gelo 4

    Crítica: A Era do Gelo 4

    A fran­quia da ani­mação A Era do Gelo com­ple­ta dez anos em 2012 e traz às telas o quar­to filme do grupo de ani­mais pré-históri­cos, que se tornaram ícones tan­to em téc­ni­ca de ani­mação como em roteiros diver­tidos para cri­anças e adul­tos. Dessa vez Man­ny, Sid, Diego e cia. esta­b­ele­ci­dos numa região sofrem com uma nova trans­for­mação da geografia ter­restre. A for­mação dos con­ti­nentes é o plano de fun­do para que Man­ny esta­beleça uma mel­hor relação com a fil­ha ado­les­cente, Sid apren­da a lidar com sua avó e Diego pos­sa se apaixonar. Tudo isso com aven­turas a la Piratas do Caribe, com navios de ice­bergs e um maca­co vilão que é capitão-pirata.

    Aparente­mente inter­es­sante, a quar­ta sequên­cia vem com um esgo­ta­men­to nar­ra­ti­vo tor­nan­do a ani­mação um tan­to quan­to apáti­ca e repet­i­ti­va quan­to as piadas, per­son­agens e algu­mas escol­has forte­mente influ­en­ci­adas por out­ros filmes e ani­mações, como a fran­quia Mada­gas­car. Difer­entente dos ani­mais do zoológi­co Novaiorquino, que arran­cam risadas mes­mo quan­do estão pas­san­do uma men­sagem, os per­son­agens de Era do Gelo 4 (Ice Age: Con­ti­nen­tal Drift, EUA, 2012) se focam demais em serem bonz­in­hos e menos na aven­tu­ra e diver­são. Além dis­so, boa parte das cenas de ação são usadas ape­nas para jus­ti­ficar um ou out­ro ele­men­to 3D. Somente o esqui­lo Scrat se sal­va, que sem­pre em bus­ca da noz fan­tás­ti­ca, con­segue arran­car risadas da sua obsessão que aca­ba resul­tan­do em even­tos fatais na for­mação de con­ti­nentes e oceanos.

    A ani­mação sai antes no Brasil e está pre­vista para o dia 13 de jul­ho nos EUA. Segun­do infor­mações ofi­ci­ais, é uma estraté­gia para priv­i­le­giar o mer­ca­do estrangeiro, mas há quem diga que a decisão tem mais a ver com a pirataria cos­tumeira­mente fei­ta nos cin­e­mas. Mas claro que há o fato do Car­los Sal­dan­ha — ago­ra não mais dire­tor e ape­nas pro­du­tor exec­u­ti­vo — ser brasileiro e estar em alta no mun­do da ani­mação, colab­o­ran­do para que o filme ten­ha um bom mer­ca­do por aqui. Já anun­cian­do novas ani­mações, o lon­ga é acom­pan­hado por uma cur­ta-metragem diver­tido dos Simp­sons, mais pre­cisa­mente do primeiro dia de aula da peque­na Mag­gie, o que indi­ca que talvez ven­ha out­ro lon­ga por aí.

    E falan­do na saí­da de Sal­dan­ha da direção, talvez este seja um dos pon­tos impor­tantes dessa sequên­cia ser tão medi­ana. A qual­i­dade téc­ni­ca con­tin­ua com o selo dos estú­dios Blue Sky que der­am origem à bem suce­di­da fran­quia. Ape­sar de A Era do Gelo 4 demon­strar enfraque­c­i­men­to na saga dos ani­mais, é um lon­ga agradáv­el e uma boa opção de diver­são mas vamos torcer que ven­ham novas sagas ani­madas, com novos per­son­agens, por aí.

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  • Brinde exclusivo de “Madagascar 3 — Os procurados 3D” na UCI

    Brinde exclusivo de “Madagascar 3 — Os procurados 3D” na UCI

    O UCI Cin­e­mas lança uma pro­moção exclu­si­va para o filme Mada­gas­car 3 – Os procu­ra­dos 3D, que estreia nos cin­e­mas nacionais na próx­i­ma quin­ta-feira (07): o com­bo Mada­gas­car que vem com uma pipoca grande sal­ga­da, um refrig­er­ante grande e uma unidade de jogo amer­i­cano per­son­al­iza­da do filme. O brinde estará disponív­el nas bom­bonières dos cin­e­mas UCI Estação e UCI Pal­la­di­um, a par­tir des­ta sex­ta-feira (01), enquan­to durarem os estoques.

    Em Mada­gas­car 3 – Os Procu­ra­dos 3D, Alex, o leão, Mar­tin, a zebra, Glo­ria, a hipopó­ta­mo e Mel­man, a girafa, estão deci­di­dos a voltar para o Zoológi­co do Cen­tral Park em Nova Iorque. Deixan­do a África para trás, eles pegam um desvio e emergem, lit­eral­mente, na Europa em uma caça aos pin­guins e chim­panzés que que­braram a ban­ca de um cassi­no de Monte Car­lo. Logo os ani­mais são descober­tos pela obsti­na­da agente de con­t­role de ani­mais France­sa, Capitão Chantel DuBois, que não gos­ta de ani­mais de zoológi­co andan­do pela sua cidade e está entu­si­as­ma­da pela ideia de caçar seu primeiro leão! Os ani­mais encon­tram o escon­der­i­jo ide­al em um cir­co itin­er­ante, onde bolam um plano para erguer o cir­co, desco­brir alguns novos tal­en­tos e voltar pra Nova Iorque com vida.

    Pela primeira vez em 3D, os ani­mais de Mada­gas­car estão em fuga, escon­den­do-se no cir­co, fazen­do truques que desafi­am a morte e fazen­do novos amigos.

    Para mais infor­mações sobre a pro­moção, os cin­e­mas UCI e a pro­gra­mação com­ple­ta no site www.ucicinemas.com.br e/ou nas redes soci­ais www.ucicinemas.com.br/redes+sociais.

    Serviço:
    UCI Cin­e­mas Estação
    Endereço: Aveni­da Sete de Setem­bro, 2775 – Shop­ping Estação
    Atendi­men­to eletrôni­co: (41) 3595–5599

    UCI Cin­e­mas Palladium
    Endereço: Rua Pres­i­dente Kennedy, 4121, piso L3 – Pal­la­di­um Shop­ping Center
    Atendi­men­to eletrôni­co: (41) 3208–3344

  • Crítica: O Lorax — Em Busca da Trúfula Perdida

    Crítica: O Lorax — Em Busca da Trúfula Perdida

    Não é só de grandes estú­dios de ani­mação, como a Pixar e a Dream­Works, que são feitos óti­mos lon­gas. Recen­te­mente a Illu­mi­na­tion Enter­tain­ment está se desta­can­do neste mer­ca­do, prin­ci­pal­mente pelo seu mais recente lon­ga, O Lorax: Em Bus­ca da Trú­fu­la Per­di­da (The Lorax, EUA, 2012), dirigi­do por Chris Renaud e Kyle Bal­da.

    Ter como tema prin­ci­pal a con­sci­en­ti­za­ção do meio ambi­ente, sem ser maçante e repet­i­ti­vo, é algo cada vez mais difí­cil. Isso acon­tece prin­ci­pal­mente por esta men­sagem de preser­vação ser usa­da — e abu­sa­da — das mais diver­sas maneiras, sendo em muitos casos, ape­nas mais uma cam­pan­ha de mar­ket­ing do que uma ação real­mente trans­for­mado­ra. Não faz muito tem­po, Ani­mais Unidos Jamais Serão Ven­ci­dos, uma ani­mação cri­a­da por um estú­dio alemão, ten­tou abor­dar esta temáti­ca mas de maneira já total­mente bati­da, pos­suin­do per­son­agens pouco caris­máti­cos e um sen­so de humor bem pecu­liar — humor ger­mâni­co? — que não acred­i­to ter tido muito impacto sobre seus espec­ta­dores. Em todos estes pon­tos, O Lorax: Em Bus­ca da Trú­fu­la Per­di­da con­seguiu acer­tar em cheio.

    No lon­ga somos apre­sen­ta­do a uma cidade fei­ta total­mente de plás­ti­co, onde o pro­du­to mais con­sum­i­do pela pop­u­lação são galões de ar puro, dev­i­do a alta poluição na atmos­fera. Nela vive Ted, um garo­to cujo son­ho é con­quis­tar e se casar com a bela Audrey. Mas para isso, ele deve achar algo que já foi há muito tem­po esque­ci­do: uma árvore de ver­dade. Na sua bus­ca, desco­bre que o úni­co meio de achá-la é encon­tran­do um curioso per­son­agem chama­do de Lorax.

    O Lorax: Em Bus­ca da Trú­fu­la Per­di­da foi basea­do em um livro infan­til do escritor amer­i­cano Dr. Seuss, pub­li­ca­do em 1971. Um ano depois da pub­li­cação, foi pro­duzi­do uma ani­mação (assista aqui uma ver­são sem leg­en­das) pelo mes­mo estú­dio que fez a famosa A Pan­tera Cor-de-rosa. É inter­es­sante notar que tan­to na obra orig­i­nal, quan­to na primeira ani­mação, só con­hece­mos o ros­to do garo­to e do Lorax, dos out­ros per­son­agens ape­nas vemos as mãos. Nes­ta ver­são mais atu­al, a história foi bas­tante alon­ga­da e, além da inserção de vários novos per­son­agens, como o vilão que vende ar puro, o tér­mi­no da história tam­bém ficou mais ale­gre, difer­ente do final aber­to e um pouco som­brio do orig­i­nal. Tam­bém foi man­ti­do o esti­lo “musi­cal” em alguns tre­chos na nova ani­mação e, ape­sar de não gostar de musi­cais em ger­al, a maio­r­ia das canções foram bem diver­tidas, prin­ci­pal­mente quan­do o trio de peix­in­hos can­ta­va ou quan­do os dois per­son­agens coad­ju­vantes a la Fred­die Mer­cury soltavam a voz.

     

    Os queri­dos Min­ions, da ani­mação Meu Mal­va­do Favorito, apare­cem rap­i­da­mente para divul­gar o próx­i­mo filme da sequên­cia, em um trail­er engraçadís­si­mo, can­tan­do a músi­ca Bar­bara Ann de uma maneira bem própria. O humor meio agres­si­vo, cheio de soquin­hos e pan­cad­in­has, tam­bém virou car­ac­terís­ti­ca de algu­mas das criat­uras fofin­has de Lorax: Em Bus­ca da Trú­fu­la Per­di­da, mas des­ta vez em uma dose bem menos exagerada.

    Lorax: Em Bus­ca da Trú­fu­la Per­di­da é uma ani­mação muito diver­ti­da, que con­segue agradar a todas as idades. A men­sagem ecológ­i­ca é bem clara, mas não cha­ta, onde o guardião da natureza nada mais pode faz­er do que avis­ar, pois quem real­mente pode faz­er algo a respeito somos nós.

    Quem gos­ta de ani­mações com o mes­mo tema, recomen­do tam­bém: Hap­py Feet 2, Rio e Ran­go.

  • The Chase

    The Chase

    The Chase (2012) é um pro­je­to pes­soal do amante de cin­e­ma e pub­lic­itário chileno de 25 anos, Tomas Ver­gara. O cur­ta-metragem de ani­mação em 3D foi pro­duzi­do em uma cabana iso­la­da em uma flo­res­ta próx­i­ma a San­ti­a­go, no Chile, na qual Ver­gara per­maneceu durante seis meses. Como o cri­ador é um auto­di­da­ta, e a ani­mação foi o seu primeiro tra­bal­ho como dire­tor e edi­tor, as eta­pas de sua pro­dução, os livros e filmes que servi­ram de inspi­ração para a con­clusão da obra (um Top 250 filmes), o mak­ing-of, as ideias e con­ceitos, o ambi­ente em que ele foi pro­duzi­do, foram todas divul­gadas pas­so a pas­so em um blog cri­a­do exclu­si­va­mente para o curta.

    The Chase pos­sui 13 min­u­tos e con­ta a história de um assas­si­no profis­sion­al que tin­ha pela frente uma mis­são sim­ples para realizar, mas que, ines­per­ada­mente, aca­ba se tor­nan­do o alvo e tudo se trans­for­ma numa cor­ri­da pela sua própria sobrevivência.

    A tril­ha sono­ra, o aspec­to dos per­son­agens como bonecos de cera, as cores, a con­strução da nar­ra­ti­va e o proces­so de cri­ação, são alguns dos ele­men­tos que fazem de The Chase uma óti­ma ani­mação e um grande exem­p­lo de moti­vação para quem gos­ta do assun­to e pre­tende cri­ar a sua própria obra. Pois como diz Tomas Ver­gara em seu blog: “To make this thing hap­pen it will take hard work thought”*.

    *Para que isso acon­teça será necessário bas­tante trabalho.

  • Sebastian’s Voodoo

    Sebastian’s Voodoo

    Os bonecos de vodu — religião africana que aparente­mente não tem muito a ver com os bonecos — foram pop­u­lar­iza­dos prin­ci­pal­mente com filmes de ter­ror se tor­nan­do ícones quan­do se tra­ta de maldições con­tra alguém. A práti­ca se resume em cri­ar man­ual­mente um boneco e alfinetá-lo com agul­has afim de atin­gir a pes­soa amaldiçoa­da através desse rit­u­al. Com esse tema, aparente­mente obscuro, o dire­tor paraguaio, errad­i­ca­do nos E.U.A., Joaquim Bald­win con­stru­iu a ani­mação em 3D Sebas­tian’s Voodoo (2008).

    Os pequenos bonecos de vodu, pen­dura­dos em série, sabem que para se lib­ertarem terão que sac­ri­ficar um dos seus pares. Um deles, ner­voso porém deci­di­do, arquite­ta a sua fuga de um gan­cho que está pen­dura­do e se vol­ta con­tra o homem que tira a vida de alguém alfine­tan­do o coração dos bonecos. Usan­do téc­ni­cas de 3D e cuidan­do com pequenos detal­h­es, como a tex­tu­ra da estopa que dá o tom da super­fí­cie do boneco, se movi­men­tan­do con­forme a res­pi­ração ofe­gante dele, nos levan­do a acred­i­tar que ele de fato existe e que esta­mos pres­en­cian­do a sua sofri­da situação.

    O jovem Bald­win desen­volveu Sebas­tian’s Voodoo em um tra­bal­ho de cur­so na UCLA Ani­ma­tion Work­shop, onde estu­dou ani­mação em 2008 e des­de lá vem gan­han­do vários prêmios com seus cur­tas, alguns deles — e seus respec­tivos mak­ing off — podem ser vis­to no seu canal do Vimeo.