Tag: Adolescente

  • Crítica: Terror na Água 3D

    Crítica: Terror na Água 3D

    Um grupo de ado­les­centes indo pas­sar um final de sem­ana em uma ilha iso­la­da para beber e cur­tir a vida nun­ca é só diver­são, prin­ci­pal­mente quan­do se tra­ta de um filme de ter­ror. Se diver­tir na água sal­ga­da do rio em Ter­ror na Água 3D (Shark Night 3D, EUA, 2011), dirigi­do por David R. Ellis, aca­ba não sendo mais uma opção quan­do um deles é ata­ca­do por um tubarão. Quan­do ten­tam sal­var o seu ami­go, desco­brem que não vai ser tão sim­ples quan­to pensavam…

    Não é pre­ciso ir muito longe para diz­er que Ter­ror na Água 3D é foca­do espe­cial­mente em seu públi­co alvo ado­les­cente, ansioso por ver carne — em ambos os sen­ti­dos — e sangue. E tem atra­tivos para ambos: os per­son­agens galãs com com­por­ta­men­to de príncipes pron­tos para res­gatar a prince­sa e ir para a igre­ja, assim como as várias tomadas com um zoom explíc­i­to nos tra­seiros femininos.

    Difer­ente de vários out­ros filmes que dev­i­do a febre — dos pro­du­tores, não do públi­co — da ter­ceira dimen­são, Ter­ror na Água 3D soube usar muito bem esse recur­so, pos­suin­do alguns efeitos que ficaram muito bons. Ele tam­bém con­seguiu reunir alguns ele­men­tos de O Alber­gue e da fran­quia Jogos Mor­tais de for­ma bem inter­es­sante, mas não me apro­fun­darei nesse pon­to para evi­tar spoil­ers. Além dis­so, o mel­hor de tudo é que ele fez tudo isso sem grandes enro­lações, algo geral­mente muito comum nesse tipo de longa.

    Se deixar­mos de lado o fato que tubarões não ata­cam do nada e nem voam, Ter­ror na Água 3D con­segue cumprir muito bem o seu papel de filme de ter­ror, den­tro des­ta pro­pos­ta ado­les­cente é claro. Ele pode acabar tam­bém sendo uma boa opção tam­bém ir no cin­e­ma e ver alguns efeitos em 3D e se diver­tir um pouco com o absur­do de algu­mas situações.

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=nHasmVd7yAs

  • Crítica: Eu Sou o Número Quatro

    Crítica: Eu Sou o Número Quatro

    crítica eu sou o numero quatroDepois do suces­so das histórias român­ti­cas de vam­piros para ado­les­centes, ago­ra talvez se ini­cia um novo nicho a ser explo­rado: aliení­ge­nas. Eu Sou o Número Qua­tro (I Am Num­ber Four, USA, 2011), dirigi­do por D.J. Caru­so, desen­volve sua tra­ma focan­do prin­ci­pal­mente nas difi­cul­dades de aceitação den­tro de uma esco­la e, é claro, em um romance fenom­e­nal — e impos­sív­el — entre dois personagens.

    John Smith (Alex Pet­tyfer) é o dis­farçe do número Qua­tro entre os humanos, que está quase sem­pre acom­pan­hado de seu pro­te­tor Hen­ri (Tim­o­thy Olyphant). Os três primeiros mem­bros de sua raça foram assas­si­na­dos e ele é o próx­i­mo da lista. Enquan­to se esconde na tran­quila cidade Par­adise e vai desco­brindo seus poderes, con­hece a estu­dante Sarah Hart (Dian­na Agron) pela qual logo se apaixona. Mas, logo é local­iza­do pelos inimi­gos e ao lado da número Seis (Tere­sa Palmer), que tam­bém o encon­tra, ten­tam lutar jun­tas para sal­var sua espécie.

    Ape­sar de haver muitas pos­si­bil­i­dades de desen­volvi­men­to em torno do tema de aliení­ge­nas, Eu Sou o Número Qua­tro mal chega a tocar a super­fí­cie delas. Isso tan­to explici­ta­mente quan­to implici­ta­mente, pois muitas vezes o enre­do do filme em si foi mal tra­bal­ha­do, mas a riqueza visu­al ficou incrív­el, como acon­te­ceu por exem­p­lo em O Últi­mo Mestre do Ar. Uma ou out­ra vez se ten­tou faz­er uma refer­ên­cia inteligente ou engraça­da a série Arqui­vo X — que ficou ridícu­la — e a jogos de videogames, mas deixaram e muito a desejar.

    Isso sem falar na cur­va de apren­diza­do do per­son­agem prin­ci­pal que é sim­ples­mente absur­da. Parece que ele sim­ples­mente fez um down­load do pro­gra­ma “super poderes ver­são: número 4”, esti­lo Matrix, e pron­to, já sabia faz­er tudo. E eu acred­i­ta­va que em Per­cy Jack­son e o Ladrão de Raios isso já tin­ha sido bem rápi­do, mas Eu Sou o Número Qua­tro defin­i­ti­va­mente super­ou em questão de veloci­dade. Acred­i­to que este tem­po, a menos que ten­ha algu­ma razão espe­cial para ser difer­ente, é essen­cial para o desen­volvi­men­to da tra­ma do filme e todos os seus indivíduos.

    As atu­ações em Eu Sou o Número Qua­tro são muito fra­cas, a impressão que fica é que não hou­ve uma entre­ga total dos atores em relação a seus per­son­agens, que jun­tan­do ao fato de serem bem super­fi­ci­ais ape­nas piorou a situ­ação. O destaque de pés­si­ma atu­ação vai prin­ci­pal­mente para o ator Tim­o­thy Olyphant — alguém mais achou ele muito pare­ci­do com o Jim Car­rey? — que faz o papel de pro­te­tor de John, as cenas dele se indig­nan­do com algo ficaram engraçadas de tão ruins. Além dis­so, os efeitos espe­ci­ais tam­bém não são nada demais, chegan­do até a cansar um pouco pois você já sabe exata­mente o que esperar.

    Como uma sessão bas­tante pipoca para ado­les­cente ou adul­tos que gostam de tra­mas envol­ven­do prob­le­mas esco­lares e amores eter­nos e impos­síveis, Eu Sou o Número Qua­tro é uma óti­ma opção. Já se você esper­a­va ver algo difer­ente dis­so, nem que fos­se algu­ma cois­in­ha inter­es­sante sobre aliení­ge­nas ou belos efeitos espe­ci­ais, recomen­do forte­mente escol­her out­ro filme ou assi­s­tir a série Smal­l­ville.

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    httpv://www.youtube.com/watch?v=YwkVBUhlDkw

  • Crítica: Desenrola

    Crítica: Desenrola

    O públi­co ado­les­cente vem sendo um alvo inter­es­sante para a pro­dução do cin­e­ma nacional. Pre­ocu­pa­dos em tratar de assun­tos volta­dos a essa fase for­mado­ra de opinião, filmes como As mel­hores coisas do mun­do e Antes que o mun­do acabe fiz­er­am boa bil­hete­ria no ano pas­sa­do, tratan­do dos dile­mas da ado­lescên­cia, que vão des­de as novos for­matos de família até a sex­u­al­i­dade, tão em pau­ta desse perío­do. Desen­ro­la (Desen­ro­la, Brasil, 2011) de Rosane Svart­man é mais uma pro­dução volta­da ao entreten­i­men­to, porém pro­duzi­da através de um pro­je­to colab­o­ra­ti­vo com o públi­co e com tons pedagógi­cos, foca­do nos ado­les­centes e con­sum­i­dores de minis­séries como a já clás­si­ca Malhação.

    Priscila (Olivia Tor­res) é uma ado­les­cente do ensi­no médio que vive um dile­ma volta­do a sua vir­gin­dade. Moran­do no Rio de Janeiro ela se acha esquisi­ta por não gostar muito de pra­ia a não ser por gostar de um fre­quen­ta­dor assí­duo dela, o Rafa (Kayky Brito), o garo­to pop­u­lar, e mais vel­ho, que gos­ta de sur­far e anda com as garo­tas mais boni­tas. Ela vive se per­gun­tan­do: ¨Afi­nal, quan­tas garo­tas no ensi­no médio ain­da são vir­gens?¨. Para ela, todos ao seu redor já fiz­er­am sexo, ou pelo menos têm histórias para con­tar sobre exper­iên­cias sex­u­ais. Em uma aula de estatís­ti­ca o pro­fes­sor (Pedro Bial) propõe que os alunos escol­ham assun­tos próx­i­mos de suas real­i­dades para que pos­sam tra­bal­har com por­cent­a­gens e apre­sen­tar em sala. Eis que a situ­ação é per­fei­ta para o grupo de Priscila saber como foi e é a questão da vir­gin­dade nos alunos da escola.

    O lon­ga é um pro­je­to que envolveu a par­tic­i­pação do públi­co em vários momen­tos, des­de das idéias abor­dadas até a tril­ha sono­ra, e foi apre­sen­ta­do primeira­mente na tele­visão sendo mais uma empre­ita­da bem suce­di­da, pelo menos no que se propõe, da TV Cul­tura. O canal tem apos­ta­do, nos últi­mos anos, em exper­i­men­tações tele­dra­matúr­gi­cas que tomam cor­po no cin­e­ma, como acon­te­ceu com o Amor Segun­do B. Schi­amberg, do pro­je­to Direções. Em Desen­ro­la fica claro que a par­tic­i­pação do públi­co fun­cio­nou em muitos momen­tos, por exem­p­lo, há mesclas de depoi­men­tos reais de ado­les­centes com as vivên­cias dos per­son­agens do enredo.

    Infe­liz­mente em Desen­ro­la, vários assun­tos pas­sam por ten­ta­ti­vas de abor­dagem mas acabam se des­man­chan­do em algum momen­to. O foco do filme é a questão sex­u­al, mas vários pon­tos que envolvem o dia a dia do ado­les­cente tam­bém são trata­dos, como: rela­ciona­men­to com os pais, gravidez e bul­ly­ing, mas todos de for­mas super­fi­ci­ais. Por exem­p­lo, o uso da camis­in­ha é reforça­do pelos ado­les­centes em con­ver­sas, mas no momen­to em que a situ­ação real­mente acon­tece o assun­to desa­parece e se perde. Claro que para um adul­to de hoje, talvez, muitas situ­ações apre­sen­tadas não façam muito sen­ti­do e pareçam até forçadas, mas o filme real­mente aparenta se focar em estereóti­pos, o que se tor­na inques­tionáv­el já que foi pro­duzi­do com aju­da do público.

    Des­de a Retoma­da o Brasil bus­ca uma iden­ti­dade den­tro do cin­e­ma. As leis de incen­ti­vo mel­ho­raram con­sid­er­av­el­mente e grandes emis­so­ras, hoje, apos­tam bas­tante em filmes, prin­ci­pal­mente de entreten­i­men­to e/ou com tra­bal­hos pedagógi­cos. Isso com certeza não é ruim, afi­nal esse tipo de cin­e­ma tam­bém cria um per­fil do país no exte­ri­or, o que desagra­da bas­tante é o reforço do uso de atores de nov­e­las que apare­cem como que para ¨sal­var¨ as pro­duções. Em Desen­ro­la as aparições de Juliana Paes e até do Kayky Brit­to, que enten­do ser necessário para o públi­co ado­les­cente, pode­ri­am ser tro­ca­dos por atores menos arti­fi­ci­ais, como nos dois filmes que cita­dos no primeiro pará­grafo. Mas em ger­al o lon­ga cumpre o papel de man­ter um diál­o­go com o ado­les­cente e de for­mar públi­co para futuras pro­duções do gênero.

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    httpv://www.youtube.com/watch?v=5xW0-mzdZ8w

  • Crítica: O Aprendiz de Feiticeiro

    Crítica: O Aprendiz de Feiticeiro

    o aprendiz de feiticeiro

    O Apren­diz de Feiti­ceiro (The Sor­cer­er’s Appren­tice, EUA, 2010), de Jon Turteltaub, é provavel­mente uma ten­ta­ti­va da Dis­ney de se inserir no filão dos pequenos grandes magos (só fal­ta ago­ra os vam­piros ado­les­centes), para con­seguir atrair um públi­co ain­da maior e con­tin­uar man­ten­do sua pre­sença forte no mercado.

    Dave Stut­ler (Jay Baruchel) é um rapaz intro­ver­tido e solitário que ado­ra estu­dar e faz­er exper­i­men­tos com físi­ca, espe­cial­mente no cam­po da elet­ri­ci­dade. O seu maior son­ho é ser um cara nor­mal e encon­trar a garo­ta cer­ta. Quan­do encon­tra Balt­haz­ar Blake (Nico­las Cage), um feiti­ceiro que quer torná-lo seu apren­diz afim de ajudá-lo na lutar con­tra Max­im Hor­varth (Alfred Moli­na) para depois destru­ir Mor­gana, dois feiti­ceiros poderosos, ele terá que decidir se real­mente quer ser ape­nas mais um jovem comum.

    A Dis­ney con­seguiu se difer­en­ciar, com O Apren­diz de Feiti­ceiro, de out­ros filmes do gênero, pois faz uma junção bem inter­es­sante do mun­do racional com o mági­co. Ambos exis­tem e cada um é reforça­do graças ao out­ro. Esta é uma for­ma bem inter­es­sante de con­tin­uar com a mis­são prin­ci­pal da empre­sa, traz­er a magia para o mun­do das pes­soas, mas se adap­tan­do aos tem­pos modernos.

    Ape­sar dis­so, a equipe respon­sáv­el pelo roteiro não se esforçou muito na elab­o­ração da história. O enre­do é cheio de furos e todo atro­pela­do, fal­tan­do moti­vações e embasa­men­tos para vários acon­tec­i­men­tos. Isso sem men­cionar a pés­si­ma toma­da intro­dutória do lon­ga. Parece que não hou­ve mui­ta pre­ocu­pação em man­ter a atenção do públi­co. O Apren­diz de Feiti­ceiro é aque­le típi­co filme para pas­sar na tele­visão, enquan­to você está estu­dan­do, limpan­do a casa, con­ver­san­do ao tele­fone e mes­mo assim con­seguir acom­pan­har sem nen­hum prob­le­ma tudo que está acontecendo.

    Os efeitos visuais em O Apren­diz de Feiti­ceiro ficaram muito bons, mas eles perder­am de cer­ta for­ma o destaque dev­i­do aos movi­men­tos exager­a­dos, para não falar cômi­cos algu­mas vezes, real­iza­dos na ativação/lançamento das magias pelos per­son­agens. O que lem­brou um pouco as movi­men­tações do desen­ho ani­ma­do Drag­on Ball, só que mais extrav­a­gantes ainda.

    Com vários ele­men­tos cool, como perseguições de car­ros ultra mod­er­nos, tril­ha sono­ra super pop e um visu­al exu­ber­ante, O Apren­diz de Feiti­ceiro ten­ta con­quis­tar assim um públi­co os ado­les­centes, mas tam­bém não deixan­do o públi­co infan­til de lado, com seu ter­ror light (com uma toma­da que lem­brou bas­tante Piratas no Caribe) e cenas de romances bonitinhas.

    Para acres­cen­tar um toque ain­da mais Dis­ney em  O Apren­diz de Feiti­ceiro é recri­a­da a céle­bre uma cena, em hom­e­nagem à ani­mação Fan­ta­sia, onde as vas­souras e out­ros obje­tos começam a limpar um lugar, con­tro­ladas pelo seu mestre ain­da ini­ciante. Mas difer­ente do orig­i­nal, este care­ceu lit­eral­mente de magia. Os obje­tos sim­ples­mente não tin­ham tan­to encan­to e rit­mo, defeito muito comum em muitas repro­duções com­puta­dorizadas, se tor­nan­do ape­nas mais algo inter­es­sante do longa.

    O Apren­diz de Feiti­ceiro fun­ciona bem como entreten­i­men­to sem muitas pre­ten­sões e expec­ta­ti­vas. É um bom filme para a família, onde as cri­anças devem cur­ti-lo mais que os adul­tos e os ado­les­centes se diver­tirão enquan­to fazem out­ras coisas paralelamente.

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    httpv://www.youtube.com/watch?v=4jfqeoDl7gs

  • Crítica: As Melhores Coisas do Mundo

    Crítica: As Melhores Coisas do Mundo

    crítica as melhores coisas do mundo

    Filmes sobre a ado­lescên­cia exis­tem muitos por aí, prin­ci­pal­mente para induzir ado­les­centes do que é legal faz­er e/ou con­sumir no momen­to. As Mel­hores Coisas do Mun­do (As Mel­hores Coisas do Mun­do, Brasil, 2010), de Laís Bodanzky, ini­cial­mente parece que pode ser clas­si­fi­ca­do como mais um destes, mas pas­sa bem longe des­ta classificação.

    Mano (Fran­cis­co Miguez) tem 15 anos e gos­ta de faz­er o que “todo ado­les­cente” faz. Ele pode ser con­sid­er­a­do como um ado­les­cente comum, não estando no grupo dos mais pop­u­lares nem dos mais “excluí­dos” (solitários). Tem vários ami­gos e uma mel­hor ami­ga, Car­ol (Gabriela Rocha), com os quais vive sain­do e fazen­do coisas jun­tas. Além dis­so, é apaixon­a­do por uma das garo­tas mais pop­u­lares da esco­la, mas não tem cor­agem de ir falar com ela. Até aí nada muito de difer­ente das história que já foi fei­ta em out­ros filmes. O seu difer­en­cial está na maneira de como vários temas como: homo­sex­u­al­is­mo e pre­con­ceitos em ger­al, bul­ly­ing, relação entre pais e fil­hos, sexo (e o uso de camis­in­ha), amor e vários out­ros assun­tos são abor­da­dos, que ficou muito pare­ci­do ao que acon­tece fora das telas.

    As Mel­hores Coisas do Mun­do, con­segue retratar com fidel­i­dade esta cer­ta fase da ado­lescên­cia (os casos mais leves, é claro), prin­ci­pal­mente por causa de seus atores, em alguns casos até estre­antes, sem cair em rep­re­sen­tações forçadas e car­i­cat­u­radas, algo rel­a­ti­va­mente comum em pro­je­tos educa­tivos. Há ape­nas uma excessão, a do “ator” Fiuk, que fra­ca­mente (para não usar out­ros adje­tivos) inter­pre­ta Pedro, o irmão de Mano. A impressão que fica é que ele foi escal­a­do para o papel mais como uma estraté­gia de mar­ket­ing do que qual­quer out­ro moti­vo. Para inten­si­ficar a rep­re­sen­tação dessa fase, o filme faz tam­bém várias refer­ên­cias à obje­tos (reais e vir­tu­ais), gírias e situ­ações vivi­das por eles. Não há nen­hu­ma glam­our­iza­ção dos momen­tos vivi­dos pelos per­son­agens, o que é um difer­en­cial bem inter­es­sante em relação a out­ros lon­ga do gênero.

    Ape­sar do filme ter propósi­tos educa­tivos, não foi um aspec­to que se sobres­saiu sobre os out­ros. Alguns dos temas foram abor­da­dos de maneira bem breve, as vezes até implíc­i­tos, não chegan­do a ficar em nen­hum momen­to aque­la coisa cha­ta de vídeo educa­ti­vo, algo que, na min­ha opinião, é um dos grande méri­tos de As Mel­hores Coisas do Mun­do. Além dis­so, ele foi tão bem dirigi­do que, parafrase­an­do vários out­ras opinião que li e ouvi, “não parece filme brasileiro”, prin­ci­pal­mente pela uti­liza­ção de vários ângu­los pouco con­ven­cionais e pela óti­ma edição e montagem.

    As Mel­hores Coisas do Mun­do é uma óti­ma real­iza­ção brasileira e, ape­sar de ficar só no âmbito ado­les­cente, vale a pena o ingresso.

    Além dos Projetores:
    O site ofi­cial tam­bém foi muito bem feito, vale a pena vis­i­tar. O esti­lo visu­al lousa/caderno do mate­r­i­al ficou legal para com­bi­nar com a temáti­ca pro­pos­ta. Além de algu­mas fer­ra­men­tas inter­a­ti­vas, tril­ha sono­ra do filme tocan­do no fun­do, exibição do que se está falan­do no twit­ter, está disponív­el para a vis­i­tação os blogs dos per­son­agens Pedro e Dri. Pena que o mate­r­i­al que foi apre­sen­ta­do no lon­ga não está disponív­el nos blogs como parte do históri­co (eu pelo menos não encon­trei), assim como não há nada de mui­ta relevân­cia. Acred­i­to que os pro­du­tores pode­ri­am ter se uti­liza­do muito mel­hor destas fer­ra­men­tas como um meio de expan­são da exper­iên­cia pro­por­ciona­da no filme, colo­can­do muito mais mate­r­i­al extra e infor­mações inter­es­santes a respeito do “dia-a-dia” dos per­son­agens. Não é uma coisa triv­ial de se faz­er, mas que se bem pro­duzi­do, seria um catal­izador de exper­iên­cia para os espec­ta­dores e, é claro, uma óti­ma fer­ra­men­ta de mar­ket­ing. Aliás, isto não é só uma defi­ciên­cia dos pro­du­tores brasileiros, mas dos out­ros país­es também.

    Há tam­bém um pro­je­to educa­ti­vo cri­a­do a par­tir das temáti­cas abor­dadas, com o fold­er pra down­load no site (e que foi dis­tribuí­do em algu­mas sessões), para pais e edu­cadores. Mas, infe­liz­mente, as infor­mações ain­da não foram disponi­bi­lizadas tex­tual­mente no site (está como: em breve), um erro que con­sidero muito grave, pois parece um desleixo da parte de quem pro­duz­iu o material.

    Out­ra críti­cas interessantes:

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    httpv://www.youtube.com/watch?v=-jgSPH6zVEI
  • Crítica: Um Olhar do Paraíso

    Crítica: Um Olhar do Paraíso

    um olhar do paraíso

    Susie Salmon (Saoirse Ronan[bb]) é uma meni­na estupra­da e assas­si­na­da, aos 14 anos, em uma época que, segun­do ela, isso ain­da não era nor­mal, não fazia parte do dia-a-dia da polí­cia, nem havia foto de cri­anças desa­pare­ci­das nos pacotes de leite.

    Um Olhar do Paraí­so (The Love­ly Bones, EUA/Nova Zelândia/Reino Unido, 2009), de Peter Jack­son[bb], retra­ta a vida de Susie antes e depois de mor­rer. Seu espíri­to fica pre­so em um “mun­do inter­mediário”, uma espé­cie de lim­bo, onde a obser­vação do mun­do dos vivos é pos­sív­el, até sen­tir que pode con­tin­uar adiante.

    Quan­do vi o trail­er, faz alguns meses, fiquei bem empol­ga­do com o que pode­ria ser o filme, mas, ape­sar de algu­mas coisas muito boas, o sal­do em ger­al foi mais neg­a­ti­vo que pos­i­ti­vo. A nar­ra­ti­va é muito ado­les­cente, com um romancez­in­ho exager­a­do, onde tudo é muito bonit­in­ho e com vários, e desnecessários, flash­backs. O pon­to forte são os efeitos espe­ci­ais, retratan­do esse “mun­do imag­inário”, que tam­bém traz várias refer­ên­cias à ele­men­tos da história, que são belis­si­ma­mente cri­a­dos dig­i­tal­mente, ape­sar da junção de cer­tos ele­men­tos ter fica­do extrema­mente brega.

    Nor­mal­mente, os psi­co­patas em filmes, são car­ac­ter­i­za­dos como per­son­agens que inci­tam a curiosi­dade pelo seu jeito mis­te­rioso e obses­si­vo, assim tam­bém como cer­tos per­son­agens loucos. Aqui, George Har­vey (Stan­ley Tuc­ci[bb]), é total­mente vazio e, bem estereoti­pa­do visual­mente e ges­tual­mente. Haven­do até a bati­da cena dele para­do atrás de uma janela, obser­van­do sua próx­i­ma víti­ma. Para falar a ver­dade, não foi só ele, mas todos os per­son­agens foram car­ac­ter­i­za­dos de maneira muito fra­ca e superficial.

    Um Olhar do Paraí­so é exten­so demais, cansan­do bas­tante, prin­ci­pal­mente dev­i­do a muitas tomadas que pare­cem ser com­ple­ta­mente desnecessárias, poden­do ape­nas faz­er parte dos extras do DVD, pois não acres­cen­tam nada à história, pare­cen­do às vezes até que são de out­ro filme.

    Fico em dúvi­das se o públi­co alvo, ado­les­centes prin­ci­pal­mente, irá mes­mo gostar do filme, e entre o públi­co mais vel­ho, a opinião tam­bém não está sendo nada boa. Mas, ape­sar de tudo, Um Olhar do Paraí­so vale ser vis­to, para quem tiv­er paciên­cia, pelas eston­teantes cenas pro­duzi­das digitalmente.

    Con­fi­ra tam­bém a críti­ca deste filme no blog Claque ou Cla­que­te, por Joba Tri­dente.

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=wrfOO4PQ1FU