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  • Caça aos Gângsteres | Crítica

    Caça aos Gângsteres | Crítica

    Cada ger­ação tem seu filme de gâng­ster icôni­co e esper­amos que este seja o próximo.

    É com esta frase que o dire­tor Ruben Fleis­ch­er apre­sen­ta o seu novo filme de ação Caça aos Gâng­steres (Gang­ster Squad, EUA, 2013), que estre­ou dia 1 de fevereiro nos cin­e­mas brasileiros, com par­tic­i­pação de nomes de peso como Sean Penn, Ryan Gosling, Josh Brolin e Emma Stone.

    O filme se pas­sa no ano de 1949 quan­do um grupo de poli­ci­ais é sec­re­ta­mente for­ma­do para der­rubar Mick­ey Cohen (Sean Penn), um gân­ster que prati­ca­mente coman­da toda a cidade de Los Ange­les. Ape­sar de Cohen real­mente ter exis­ti­do, as sim­i­lar­i­dades com o mun­do real prati­ca­mente acabam por aí, o resto da história foi inspi­ra­da em rumores e, para trans­for­má-lo em um grande lon­ga de ação, uma boa dose de ficção.

    O prin­ci­pal destaque é o tra­bal­ho feito para recri­ar a Los Ange­les pós-guer­ra, que ficou sim­ples­mente fan­tás­ti­ca, mas acabou sendo total­mente ofus­ca­da pela pés­si­ma qual­i­dade do lon­ga em ger­al. A reunião do elen­co de peso, que é o grande chama­riz ao lado das cenas de ação, foi lit­eral­mente joga­da fora por um roteiro muito fra­co e uma pés­si­ma edição. Os per­son­agens são muito força­dos e total­mente rasos, não há qual­quer moti­vação real para suas ati­tudes que não sejam um ou out­ro pequeno acon­tec­i­men­to, ou uma pseu­do reflexão a respeito de uma situ­ação. Isso aca­ba tor­nan­do o filme real­mente cansati­vo, pois quan­do parece que algum deles vai se apro­fun­dar em algu­ma questão, ela é sim­ples­mente joga­da fora com a mudança de assun­to ou um corte seco.

    Mick­ey Cohen (Sean Penn) em um de seus ataques de raiva

    Não que eles dev­e­ri­am entrar em uma reflexão filosó­fi­ca e exis­ten­cial para jus­ti­fi­carem suas ati­tudes, mas um pouco de embasa­men­to faz mui­ta fal­ta. Aqui vale a pena tam­bém chamar a atenção para o malé­fi­co vilão, sim é para ser exager­a­do e repet­i­ti­vo, pro­tag­on­i­za­do por um Sean Penn com ros­to trans­fig­u­ra­do para enal­te­cer seus traços som­brios, que mes­mo colo­can­do os pul­mões para fora com seus ataques de rai­va, não con­seguiria assus­tar uma joan­in­ha de tão vazio que ficou seu personagem.

    Já o esquadrão anti-gâng­ster, é suposta­mente for­ma­do por profis­sion­ais que são sele­ciona­dos por terem cada um uma qual­i­dade espe­cial, pre­mis­sa com­ple­ta­mente esque­ci­da durante o desen­volver do enre­do. Na ver­dade, a grande espe­cial­i­dade do grupo parece ser enfraque­cer total­mente a capaci­dade de mira dos seus adver­sários, porque é incrív­el como eles são os úni­cos que con­seguem acer­tar alguém no meio de um tiroteio. Tam­bém é curioso notar que a equipe foi clara­mente escol­hi­da para abranger os difer­entes tipos de etnia, idade, tem­pera­men­to e nív­el de testos­terona, for­man­do um grupo total­mente inclu­si­vo e politi­ca­mente cor­re­to, ape­sar de atu­arem por trás da lei.

    A diver­si­dade do esquadrão anti-gângster

    Assim cheg­amos ao pon­to prin­ci­pal de Caça aos Gâng­steres, o uso e abu­so de prati­ca­mente todos os clichês pos­síveis de um filme de gâng­sters. Em vez de ter feito um super remix, como faz por exem­p­lo o Taran­ti­no em Djan­go Livre com o west­ern, ele sim­ples­mente repete inte­gral­mente as fór­mu­las com um toque dos clichês de vet­er­a­nos de guer­ra, sem­pre em bus­ca de mais vio­lên­cia, e do bom e vel­ho amer­i­can way of life. Assim, é con­tínua a sen­sação de que você já sabe exata­mente o que vai suced­er, porque é claro que nada de ruim real­mente pode acon­te­cer. Afi­nal, esta­mos na ter­ra do Tio Sam.

    Além das atu­ações pra lá de car­i­catas, os efeitos espe­ci­ais acabam cain­do no mes­mo prob­le­ma: muito se quer mostrar, mas real­mente pouco se sente. Uti­lizar cenas no esti­lo bul­let-time para adi­cionar mais dra­mati­ci­dade nas cenas de ação não é nen­hu­ma novi­dade, mas ain­da não havia vis­to nada tão sem sal uti­lizan­do esta téc­ni­ca. Pode até ter fica­do legal no trail­er, mas quan­do uti­lizadas den­tro da nar­ra­ti­va do filme, pare­cem terem sido colo­cadas de for­ma total­mente aleatória pois pare­cem com­ple­ta­mente per­di­das e sem grande acrésci­mo na sen­sação de peri­go ou ação.

    Emma Stone e Ryan Gosling são a dupla român­ti­ca do filme

    Depois do Ruben Fleis­ch­er ter feito o óti­mo Zum­bilân­dia (2009), fica até difí­cil de acred­i­tar que foi ele quem dirigiu Caça aos Gâng­steres, de tão fra­co que é. Para um filme que pre­tendia mar­car uma ger­ação, como por exem­p­lo fez Scar­face (1983) de Bri­an De Pal­ma, este com certeza será icôni­co no abu­so e mau uso de clichês.

    Se você não gos­ta de spoil­ers ou de infor­mações demais antes de assi­s­tir um filme, recomen­do que não veja o trail­er ofi­cial, pois ele não só aca­ba entre­gan­do muitas das mel­hores cenas de ação, como tam­bém mostra algu­mas cenas cru­ci­ais que podem estra­gar as várias sur­pre­sas que o lon­ga ten­ta criar.

    Para os apre­ci­adores de design, vale a pena assi­s­tir aos crédi­tos do filme que foram mon­ta­dos no esti­lo dos cartões postais da época.

    Caça aos Gâng­steres — Com­er­cial de TV

    httpv://www.youtube.com/watch?v=m72cJm8DYUg

  • Crítica: Dois Coelhos

    Crítica: Dois Coelhos


    Depois de um ano um tan­to decep­cio­nante para o Cin­e­ma (de entreten­i­men­to) Brasileiro — momen­to em que o seg­men­to resolveu ado­tar o esti­lo Glob­al de fil­mar — 2012 começou muito bem com a estreia de Dois Coel­hos (Brasil, 2012) de Afon­so Poyart. Beben­do da fonte dos games e de cineas­tas como Taran­ti­no e Guy Ritchie, o lon­ga quer traz­er um novo modo de fil­mar o gênero de ação no Brasil.

    Dois Coel­hos usa uma fór­mu­la de enre­do muito próx­i­ma do já con­heci­do e não deixa de explo­rar a malan­dragem e o famoso jeit­in­ho brasileiro de sair — e entrar- nas situ­ações e aca­ba trazen­do isso para um uni­ver­so fic­cional de ação, se aprox­i­man­do do esti­lo com­er­cial amer­i­cano. E é num fervil­har de perseguições, iro­nias sobre cor­rupção e muitas revi­ra­voltas no enre­do que o lon­ga abre a tem­po­ra­da de um out­ro tipo de lon­gas nacionais de entretenimento.

    Brin­can­do com o provér­bio con­heci­do de matar dois coel­hos numa cajada­da só, o per­son­agem Edgar (Fer­nan­do Alves Pin­to) — que é o nar­rador dono de um olhar pecu­liar — decide ser um anti-herói de uma história mal resolvi­da que ele mes­mo cau­sou. O cara acabou de voltar de Mia­mi, uma viagem de férias cal­cu­ladas depois de se envolver num aci­dente e ser sal­vo da justiça por um dep­uta­do ¨amigáv­el¨ no Brasil. Ele vol­ta para o país com um plano per­feito para acabar com dois coel­hos, que ele acred­i­ta serem desnecessários, e ain­da se dar bem com isso tudo.

    Edgar é o tipo de cara que nun­ca se deu mal e aca­ba por deduzir que se todos se dão bem nesse país, porque não colo­car alguns per­son­agens em coal­isão? E é mais ou menos isso que ele plane­ja ao colo­car políti­cos, traf­i­cantes e out­ros esque­mas para guer­rearem entre si e isso tudo é claro, com boas dos­es de revi­ra­vol­ta. Por­tan­to, esqueça o politi­ca­mente cor­re­to ao assi­s­tir Dois Coel­hos, porque afi­nal, todos querem sal­var suas próprias cabeças, custe o que custar.

    O dire­tor estre­ante — que já tin­ha dirigi­do o cur­ta Eu te darei o céu, em 2005 — Afon­so Poyart parece gostar bas­tante de refer­ên­cias pop. Des­de a primeira parte de Dois Coel­hos, que abusa de cenas com ani­mações man­u­ais e uma ver­são própria do game GTA, o roteiro é bem ao esti­lo de Guy Ritchie e afins, com nar­ra­ti­va entrecor­ta­da, enre­do que oscila entre o pas­sa­do, futuro e ações atu­ais e edições exager­adas de cenas, fazen­do isso sem muito medo de se perder.

    O time de atores, que con­ta com Alessan­dra Negri­ni, Caco Cio­cler, o rap­per Thayde e etc, colab­o­ra para que o lon­ga con­si­ga andar de for­ma flu­ente. Mas aci­ma de tudo Dois Coel­hos é um filme de pós-pro­dução, pois é abu­san­do de efeitos visuais, sonoros e de trata­men­to grá­fi­co que o lon­ga se con­strói. A tril­ha sono­ra deve ter ren­di­do um bom din­heiro de copy­rights pois con­ta com nomes como Radio­head, 30 sec­onds to Mars, Tom Waits e Lenine. Você pode assi­s­tir vários vídeos do Mak­ing off no site do lon­ga por esse link.

    Mes­mo que se dis­cu­ta a aprox­i­mação de Dois Coel­hos com o esti­lo de fil­mar amer­i­cano, é inegáv­el a ousa­dia de faz­er algo do esti­lo por aqui, num cenário como São Paulo que aju­da a ter mui­ta história para con­tar. Ele faz muito bem o que prom­ete e não deve nada para os out­ros do gênero. Afi­nal, se você paga para filmes estrangeiros do esti­lo, deve sim dar o braço a torcer para esse lon­ga feito por aqui, que com certeza ele vai abrir um cam­in­ho para um novo jeito de faz­er cin­e­ma no Brasil.

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=uHW3RCtLqbU

  • Crítica: Missão Impossível 4 — Protocolo Fantasma

    Crítica: Missão Impossível 4 — Protocolo Fantasma

    Quan­do é anun­ci­a­da uma sequên­cia de um filme que fez muito suces­so já fico com um pé atrás, quan­do se tra­ta da quar­ta… nem pre­ciso diz­er. Mas, feliz­mente, Mis­são Impos­sív­el 4 — Pro­to­co­lo Fan­tas­ma (Mis­sion: Impos­si­ble — Ghost Pro­to­col, USA, 2011), dirigi­do por Brad Bird, é uma grande exceção, con­seguin­do traz­er em grande esti­lo óti­mas cenas de ação com aque­la tril­ha sono­ra prin­ci­pal — cri­a­da por Lalo Schifrin para a série de TV homôn­i­ma — que é inesquecível.

    O enre­do prin­ci­pal lem­bra bas­tante o primeiro Mis­são Impos­sív­el (1996), neste tam­bém após uma oper­ação na qual Ethan Hunt (Tom Cruise) faz parte ter­mi­nar em tragé­dia, ele e o que sobrou de sua equipe caem na ile­gal­i­dade — pois na ver­dade “nun­ca exi­s­ti­ram” — e devem provar que são inocentes, sem qual­quer apoio do governo.

    Difer­ente dos três out­ros filmes, Mis­são Impos­sív­el 4 — Pro­to­co­lo Fan­tas­ma investe pesa­do no humor, indo des­de ques­tion­a­men­tos a respeito da lóg­i­ca uti­liza­da para realizar as mis­sões ao fun­ciona­men­tos dos super equipa­men­tos essen­ci­ais para exe­cu­tar as mirabolantes façan­has físi­cas e tec­nológ­i­cas. Aliás este é um pon­to muito bem tra­bal­ha­do no lon­ga, pois é quan­do um equipa­men­to fal­ha que aí sim a mis­são se tor­na real­mente impos­sív­el. Qual seria a difi­cul­dade se hou­vesse bugi­gan­gas para quase tudo?

    Infe­liz­mente o vilão da tra­ma de Mis­são Impos­sív­el 4 — Pro­to­co­lo Fan­tas­ma foi muito mal aproveita­do, tan­to em moti­vações — voltou em partes aque­la vel­ha picuin­ha dos EUA con­tra a Rús­sia — quan­to em atu­ação, des­perdiçan­do muito do poten­cial do ator Michael Nyqvist, que ficou famoso por faz­er o papel de Mikael Blomkvist no Os Home­ns Que Não Amavam As Mul­heres (2009) e nos out­ros filmes da famosa trilo­gia Mil­len­ni­um.

    Uti­lizan­do lit­eral­mente quase todos os ele­men­tos dos out­ros filmes da série, havia ape­nas algu­mas novi­dades, Mis­são Impos­sív­el 4 — Pro­to­co­lo Fan­tas­ma é um óti­mo lon­ga com mui­ta ação e óti­mas piadas. Den­tre os out­ros lon­gas, con­sidero este o segun­do mel­hor, fican­do ape­nas atrás do primeiro filme.

    Tive tam­bém a opor­tu­nidade de assi­s­tir Mis­são Impos­sív­el 4 — Pro­to­co­lo Fan­tas­ma no IMAX e foi cer­ta­mente uma exper­iên­cia fan­tás­ti­ca. Quem pud­er, com certeza recomen­do! Aliás até hoje não tive nen­hu­ma recla­mação em relação aos lon­gas vis­tos no IMAX, você por aca­so já teve algu­ma exper­iên­cia ruim nele?

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=Nb-YepEENjY

  • Crítica: Conan, O Bárbaro

    Crítica: Conan, O Bárbaro

    Lutas a todo momen­to, espadas e todo tipo de arma bran­ca, cabe­los com­pri­dos e mús­cu­los, mul­heres boni­tas — algu­mas vezes nuas — e barul­ho, muito barul­ho. Não, este não é um novo clipe de algu­ma ban­da de met­al épi­co — por favor, nada con­tra nen­hu­ma dessas ban­das -, mas sim o filme Conan, O Bár­baro (Conan The Bar­bar­ian, EUA, 2011), dirigi­do por Mar­cus Nis­pel. Aliás, foi uma pena que o filme não tin­ha como tril­ha sono­ra nen­hu­ma ban­da desse esti­lo… ia com­bi­nar perfeitamente.

    O enre­do de Conan, O Bár­baro é bem sim­ples, um meni­no da tri­bo dos bár­baros, que nasceu — lit­eral­mente — durante a guer­ra, é o úni­co sobre­vivente do mas­sacre de toda a sua tri­bo, incluin­do a morte de seu pai que viu frente a frente. Ele então se tor­na um grande guer­reiro e pas­sa a sua vida bus­can­do por essa vin­gança. Durante a sua jor­na­da muitas lutas, berros, mul­heres, lutas, berros e mul­heres. Já falei luta, berros e mulheres?

    Ven­do Conan, O Bár­baro iso­lada­mente, sem con­sid­er­ar o quadrin­ho ou os filmes ante­ri­ores, con­tin­ua aparentan­do que está fal­tan­do algu­ma coisa, que deve haver algo a mais do que foi mostra­do na tela. Mui­ta coisa parece acon­te­cer gra­tuita­mente, sem prati­ca­mente qual­quer tipo de desen­volvi­men­to e con­strução da história e dos per­son­agens, apro­fun­da­men­to nem pen­sar. Há algo de mitolo­gia e magia, mas ape­nas pince­la­dos e muitas vezes uti­liza­dos de maneira bem duvi­dosa. As atu­ações tam­bém são pra lá de duvi­dosas, beiran­do o ridícu­lo muito vezes, onde quase é pos­sív­el imag­i­nar alguém falan­do “tá, pre­ciso que você grite como se você estivesse com muito mais rai­va!” e o (fra­co) ator ape­nas gri­ta mais alto com um olhar de peixe. A úni­ca cena que real­mente chamou atenção foi a luta de Conan com alguns seres de areia, que por sinal foi a que soube mel­hor uti­lizar os efeitos espe­ci­ais no filme inteiro.

    Claro que Conan, O Bár­baro tem o seu públi­co, aque­les que ape­nas — e somente — querem ver tudo aqui­lo que citei no iní­cio do tex­to. Mas, eu ain­da pre­firo ficar com filmes como 300 (EUA, 2007), de Zack Sny­der, ou Glad­i­ador (Glad­i­a­tor, EUA/Reino Unido, 2000), de Rid­ley Scott, que pelo menos são mais divertidos.

    Out­ras críti­cas interessantes:

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=7Ixf5Skf7Mc

  • Crítica: Padre

    Crítica: Padre

    crítica padreBasea­do na famosa HQ core­ana de mes­mo nome, Padre (Priest, USA, 2011), dirigi­do por Scott Charles Stew­art, é mais uma das várias adap­tações de Histórias em Quadrin­hos feitas pelo cin­e­ma amer­i­cano. Pos­suin­do belos efeitos espe­ci­ais para rep­re­sen­tar a já vel­ha luta entre home­ns e vam­piros, temos um filme visual­mente atraente, mas nar­ra­ti­va­mente e cine­tografi­ca­mente pobres.

    Em um mun­do pós-apoc­alíp­ti­co, onde des­de o começo dos tem­pos há guer­ras entre home­ns e vam­piros — que nes­ta ver­são são seres cin­zas e sem olhos- os humanos tin­ham pou­cas chances de vencer esta luta até sur­girem os Padres, exímios exter­mi­nadores de vam­piros. Tem­pos depois, quan­do se acred­i­ta­va que não havia mais peri­go, uma família é suposta­mente ata­ca­da por vam­piros e a sua fil­ha, Lucy (Lily Collins), rap­ta­da. Seu tio, um Padre (Paul Bet­tany), ten­ta aler­tar seus supe­ri­ores des­ta ameaça e vai atrás de vin­gança jun­to com Hicks (Cam Gigan­det), par român­ti­co de Lucy.

    É inegáv­el que o cin­e­ma e as HQs estão estre­i­tan­do seus laços cada vez mais, onde um aca­ba ali­men­tan­do o uni­ver­so do out­ro que, em segui­da, aca­ba servin­do de ali­men­to para o primeiro, um ver­dadeiro ciclo de retro-ali­men­tação. Isto não é nen­hu­ma novi­dade, Osamu Tezu­ka — cri­ador do Astro Boy, Speed Rac­er, … — inovou os mangás na sua época, quan­do inseriu nar­ra­ti­vas mais cin­e­matográ­fi­cas em seu tra­bal­ho, que mais tarde acabaram influ­en­cian­do muitas obras do cin­e­ma. Quan­do uma obra é adap­ta­da para um out­ro meio, é dese­jáv­el que se explore as novas pos­si­bil­i­dades deste e não que sim­ples­mente se faça uma trans­posição de um para o out­ro. Infe­liz­mente, é jus­ta­mente neste pon­to que Padre não soube explorar.

    Antes que você comece a se per­gun­tar, já vou respon­der: não, não sou daque­les chatos que fica procu­ran­do tudo que tem em uma HQ no filme e, neste caso em par­tic­u­lar, até nem teria como faz­er isto pois ain­da não tive ain­da a opor­tu­nidade de ler a obra. Muitas cenas do Padre, havi­am ele­men­tos que pare­ci­am ser niti­da­mente trans­pos­tos de um desen­ho, mas que não fun­cionavam efe­ti­va­mente nas telas, só se a imagem fos­se estáti­ca. A trans­fo­mação na mudança de expressão e gestos dos atores, tril­ha sono­ra, movi­men­tação da câmera de um pon­to ao out­ro, … todos ess­es ele­men­tos impor­tantes para a lin­guagem cin­e­matográ­fi­ca pare­cem não ter tido tan­ta importân­cia quan­to o de ter cenas “fiéis” aos quadrin­hos. Me per­gun­to, de que adi­anta você ver uma cena muito bem pro­duzi­da visual­mente se o ator tem expressão de peixe e movi­men­tos mecânicos?

    Os momen­tos de cli­max das cenas de ação em Padre ficaram sim­ples­mente fra­cos, dev­i­do a fal­ta da uti­liza­ção mais elab­o­ra­da destes ele­men­tos, ficou difí­cil haver aque­le envolvi­men­to com ten­são e emoções que o cin­e­ma per­mite. O roteiro fra­co cer­ta­mente aju­dou neste que­si­to tam­bém, não que seja necessário muitas expli­cações em uma tra­ma de padres matan­do vam­piros, mas um pouco mais de desen­volvi­men­to teria feito grande diferença.

    Padre provavel­mente é daque­las obras que por enquan­to — uma sequên­cia é deix­a­do em aber­to no final — deve fun­cionar mais como HQ do que como filme. Aliás, fiquei bem curioso de ler ela, aqui no Brasil foi pub­li­ca­da pela Lumus Edi­to­ra.

    Out­ras críti­cas interessantes:

    Trail­er Legendado:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=_nOxYl80FDA

  • Crítica: Fora-da-lei

    Crítica: Fora-da-lei

    crítica Fora-da-leiFora-da-lei (Hors-la-Loi, França/Argélia/Bélgica, 2010), com roteiro e direção de Rachid Bouchareb, é bem mais do que ape­nas um filme de ação, ide­ológi­co, ou até históri­co. Além de jun­tar ess­es três ele­men­tos de maneira pri­morosa, é cri­a­do uma atmos­fera de época belís­si­ma que em con­jun­to com um enre­do bem desen­volvi­do torna‑o um lon­ga muito interessante.

    Abdelka­d­er, Mes­saoud e Said são três irmãos argeli­nos que, após serem expul­sos de sua ter­ra natal seguem cam­in­hos sep­a­ra­dos. Depois de alguns anos eles voltam a se reen­con­trar na França para, cada um de sua maneira, lutar pela liber­dade pes­soal e de sua nação.

    Difer­ente de muitas out­ras rep­re­sen­tações de movi­men­tos com luta arma­da, Fora-da-lei não se uti­liza daque­le tom aven­tureiro e, de cer­ta for­ma, van­glo­ri­ador — para não diz­er fan­tás­ti­co ou utópi­co — das ações e vidas dessas pes­soas. Sua visão está mais para um filme de guer­ra, onde o máx­i­mo de glam­our que você pode ter são roupas — ou uni­formes — mais boni­tos e armas mais poderosas, mas não escon­den­do em nen­hum momen­to a situ­ação real dessas pes­soas. Aliás, o esti­lo estéti­co remete bas­tante aos filmes de mafiosos, que ficou uma mis­tu­ra bem inter­es­sante jun­to com o con­tex­to político.

    Aliás, a políti­ca é o tema prin­ci­pal do lon­ga e em cada um dos três per­son­agens prin­ci­pais de Fora-da-lei, temos um pen­sa­men­to bem difer­ente de como faz­er uma rev­olução. Um é o teóri­co ao extremo que não con­segue aplicá-la na práti­ca, out­ro um ex-sol­da­do que ape­nas sabe seguir ordens e usar sua força e por fim, o últi­mo imag­i­na uma meio indi­re­to e com­ple­ta­mente difer­ente dos out­ros dois, e da maio­r­ia destes rev­olu­cionários, de real­mente cos­neguir mudar algo. Este con­fli­to de ideais e cam­in­hos diver­gentes é algo muito per­ti­nente quan­do se dis­cute esta questão tam­bém fora das telas. Mas o filme tam­bém não se propõe a dar uma respos­ta exa­ta para ela, cada um terá uma con­clusão depen­den­do de sua própria visão. Pois não há, nem nun­ca hou­ve, só uma respos­ta “cer­ta”.

    Fora-da-lei é um filme lon­go (2h18min) — em relação à maio­r­ia dos lança­men­tos — mas isso per­mi­tiu tam­bém um desen­volvi­men­to maior da for­mação de seus per­son­agens e da própria história. Mas a tran­sição entre os perío­dos do enre­do, sem­pre exibindo a data ou a estação do ano, infe­liz­mente, acabou sendo meio con­fusa e muitas vezes até desnecessária. Cul­pa talvez de um dese­jo da cri­ação de algo, de cer­ta for­ma, mais doc­u­men­tal. Mas graças a boa estru­tu­ra da história e cenas de ação bem con­struí­das, não ficou cansativo.

    É prin­ci­pal­mente o ques­tion­a­men­to ide­ológi­co que se desta­ca, mes­mo haven­do cenas com mui­ta vio­lên­cia e ação, lev­an­tan­do várias questões não só sobre os atos, mas tam­bém o impacto real que eles causam. Como saber o que real­mente fez a difer­ença? Para con­cluir, Fora-da-lei é um filme que se você tiv­er opor­tu­nidade de ver no cin­e­ma, com certeza vale o ingres­so! Caso o con­trário, sem­pre há a opção de alugá-lo.

    Out­ras críti­cas interessantes:

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=qAljVInNDik

  • Crítica: Invasão do Mundo: A Batalha de Los Angeles

    Crítica: Invasão do Mundo: A Batalha de Los Angeles

    crítica invasao do mundo

    Invasão, ou con­tatos ime­di­atos, com seres extrater­restres é um tema cada vez mais abor­da­do pelo cin­e­ma, prin­ci­pal­mente na ter­ra do tio Sam. Invasão do Mun­do: A Batal­ha de Los Ange­les (Bat­tle: Los Ange­les, USA, 2011), dirigi­do por Jonathan Liebesman, é mais um filme para entrar nes­sa lista onde a sal­vação da humanidade cabe nova­mente aos Esta­dos Unidos.

    Aparições de OVNIs, espec­u­lações sobre extrater­restres, seg­re­dos do gov­er­no em relação a acon­tec­i­men­tos mis­te­riosos, … são histórias já con­heci­das por muitos. Mas, e se essas aparições tivessem sido mis­sões de recon­hec­i­men­to para um imi­nente ataque de aliení­ge­nas ao plan­e­ta Ter­ra? Depois de uma série de ataques em todas as grandes cidades do mun­do, Los Ange­les rep­re­sen­ta a últi­ma resistên­cia da humanidade nes­ta batalha.

    O enre­do é o já con­heci­do e abor­da­do por vários out­ros filmes — impos­sív­el não lem­brar de Inde­pen­dence Day de Roland Emmerich — mas este, difer­ente­mente da maio­r­ia dos out­ros, se foca inteira­mente em como um grupo pequeno de mil­itares viven­cia este fato. Nada de pres­i­dente toman­do decisões, cenas das famílias dos inte­grantes sendo ata­cadas, romance entre os per­son­agens prin­ci­pais, … Este, aliás, é um dos grandes méri­tos de Invasão do Mun­do: A Batal­ha de Los Ange­les, pois ele ten­ta se aprox­i­mar ao máx­i­mo de como seria a exper­iên­cia real de sol­da­dos durante uma invasão alienígena.

    Ape­sar dis­so, Invasão do Mun­do: A Batal­ha de Los Ange­les não dis­pen­sa cenas melo­dramáti­cas e ultra-patri­o­tas, onde sol­da­dos fazem de tudo para ten­tar sal­var alguns civis — alguém ain­da acred­i­ta que isso acon­tece? — para pro­te­ger ess­es inde­fe­sos seres. E a sua tril­ha sono­ra segue o mes­mo padrão, dramáti­ca até não poder mais e total­mente força­da, ou seja, desnecessária na maio­r­ia das vezes.

    Os aliens foram rep­re­sen­ta­dos de uma maneira bem curiosa no filme, ape­sar de não serem muito difer­entes do usu­al, pare­cen­do uma mis­tu­ra de Matrix com Predador. Aliás, há uma cena de batal­ha em Invasão do Mun­do: A Batal­ha de Los Ange­les idên­ti­ca a uma do Matrix Rev­o­lu­tions, veja se você con­segue perce­ber qual é.

    A grande novi­dade em relação ao Invasão do Mun­do: A Batal­ha de Los Ange­les é que ele foi o primeiro filme fil­ma­do em tec­nolo­gia 4K da Sony, que pos­sui uma qual­i­dade de imagem muito supe­ri­or aos dos filmes nor­mais. Arrisco a faz­er uma analo­gia de que o 4K está para o for­ma­to atu­al, assim como o Blue-ray esta­va para o DVD. Ape­sar de haver um grande difer­ença na qual­i­dade, acred­i­to que depois de alguns min­u­tos ven­do o filme, você até esquece que há essa difer­ença, pois o quê e como o lon­ga con­strói a história aca­ba chaman­do mais atenção do que uma mel­hor definição da tex­tu­ra dos ele­men­tos. Mas pela exper­iên­cia, não deixa de valer o ingresso.

    Ape­sar de pre­visív­el, Invasão do Mun­do: A Batal­ha de Los Ange­les fun­ciona como um bom filme de guer­ra, para os que gostam, e prin­ci­pal­mente, para aque­les que ficaram na ânsia por cenas de ação após ter assis­ti­do Sky­line, cujo foco é inteira­mente na exper­iên­cia de pes­soas nor­mais diante da invasão aliení­ge­na. Já quem espera ver algo novo ou tem a curiosi­dade de ver algo difer­ente a respeito dos aliens, não vá esperan­do muito coisa.

    Par­ticipe tam­bém da Pro­moção Invasão do Mun­do: A Batal­ha de Los Ange­les e con­cor­ra a con­vites para ver o filme de graça.

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=IE3hwjLEx68

  • Crítica: Desconhecido

    Crítica: Desconhecido

    Tro­ca de iden­ti­dade é um tema que já ger­ou óti­mas histórias, prin­ci­pal­mente com os recur­sos que a indús­tria cin­e­matográ­fi­ca dis­põe. Descon­heci­do (Unknown, Canadá/França/Japão/Reino Unido/EUA/Alemanha, 2011), dirigi­do por Jaume Col­let-Ser­ra, segue esta mes­ma lin­ha, com mui­ta ação, perseguições e reviravoltas.

    Dr. Mar­tin Har­ris (Liam Nee­son) é um biól­o­go que chega a Berlim, jun­to com sua esposa Eliz­a­beth (Jan­u­ary Jones), para par­tic­i­par de uma con­fer­ên­cia mundi­al de biotec­nolo­gia. Só que, logo após sua chega­da, ele sofre um aci­dente de car­ro e fica em coma por qua­tro dias. Quan­do acor­da, sem qual­quer tipo de doc­u­men­to de iden­ti­dade, desco­bre que sua esposa não o recon­hece mais e que há inclu­sive um out­ro homem (Aidan Quinn) jun­to com ela usan­do sua iden­ti­dade. A úni­ca pes­soa que pode­ria ajudá-lo é Gina (Diane Kruger), a motorista do taxi no qual sofreu o acidente.

    Con­fes­so que quan­do vi o trail­er de Descon­heci­do pela primeira vez, não fiquei muito ani­ma­do, mas algo dizia que o filme pode­ria ter uma ou out­ra coisa de inter­es­sante. Feliz­mente, ele foi muito mel­hor do que esper­a­va. O enre­do do filme, ape­sar de não ter nada de muito orig­i­nal, con­segue ser bem verossímil — algo que não acon­te­ceu, por exem­p­lo, no recente O Tur­ista — além de lidar de for­ma inteligente com questões bem atu­ais, como o ter­ror­is­mo, biotec­nolo­gia, grandes cor­po­rações e política.

    A memória é um dos temas cen­trais de Descon­heci­do, a todo momen­to é ques­tion­a­do se o que lem­bramos, ou con­hece­mos a par­tir dos out­ros, é real ou não. Para quem queira se apro­fun­dar mais na questão de se somos só o que lem­bramos, recomen­do a ani­mação O Fan­tas­ma do Futuro, de Mamoru Oshii. Um dos pon­tos alto do lon­ga é o ator Bruno Ganz, como ex-espião nazista, não só pela sua óti­ma atu­ação, mas tam­bém pelos óti­mos diál­o­gos que o per­son­agem pos­sui. A cena em que ele con­ver­sa com um espião amer­i­cano (Frank Lan­gel­la) é sim­ples­mente memorável.

    As cenas de ação no filme tam­bém mere­cem destaque, prin­ci­pal­mente para quem gos­ta do gênero. Todo momen­to há um jogo de gato e rato, onde qual­quer um é um sus­peito em poten­cial. Há uma perseguição de car­ro, no lon­ga, que foi muito bem mon­ta­da, com cortes rápi­dos entre o motorista, a rua e tro­cas de mar­chas, crian­do um rit­mo bem inten­so. A fotografia em Descon­heci­do tam­bém não é de se descar­tar, com óti­mas sequên­cias (como a do iní­cio do filme) e a imagem mais escure­ci­da, ten­den­do para o azul, tor­nan­do o ambi­ente mais som­brio e melancólico.

    Ape­sar de Descon­heci­do cair em cer­tos absur­dos já con­heci­dos de filmes do gênero, como a super força e resistên­cia fenom­e­nal do per­son­agem prin­ci­pal, além de alguns cômi­cos (uma bati­da na cabeça para esque­cer e out­ra depois para lem­brar), o lon­ga não perde a sua cred­i­bil­i­dade por causa disso.

    Out­ras críti­cas interessantes:

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=GQIUe5tMuMk

  • Crítica: Os Mercenários

    Crítica: Os Mercenários

    Os Mer­cenários (The Expend­ables, EUA, 2010) é o filme que teve cenas gravadas no Brasil e ren­deu tan­ta polêmi­ca entre os politi­ca­mente cor­re­tos daqui, quan­do Stal­lone fez piadas, de for­ma bem estúp­i­da e de gos­to extrema­mente duvi­doso, sobre o Brasil. Não defen­do o que ele fez, pelo con­trário, mas tam­bém não dá pra defend­er a onda de moral­is­mo que seguiu o ocorrido.

    Pre­ciso tomar algu­mas lin­has para expres­sar min­ha opinião sobre o assun­to. O brasileiro acha que é intocáv­el. Nós podemos criticar e apon­tar o dedo para tudo e todos, e tudo bem. Mas quan­do acon­tece o con­trário, somos bom­bardea­d­os com todos os meios de comu­ni­cação pos­síveis noti­cian­do e con­de­nan­do, além da facil­i­dade encon­tra­da para se ‘protes­tar’ pela inter­net. Quem se lem­bra do episó­dio de Os Simp­sons que ‘ridic­u­lar­iza­va’ o Brasil? Por todo lado apare­ce­r­am cam­pan­has de boicote etc., mas tudo bem rir dos episó­dios que ‘ridic­u­lar­izavam’ a Aus­trália, o Japão, a Irlan­da, todos os esta­dos americanos…

    Aliás, aqui den­tro mes­mo, vemos pro­duções que ape­nas ele­vam os clichês region­al­is­tas car­ac­terís­ti­cos do país, e rara­mente vemos qual­quer movi­men­tação a respeito, espe­cial­mente mas­si­va como ness­es casos internacionais.

    Encer­ran­do, Stal­lone foi muito infe­liz, mas isso gan­hou uma dimen­são muito maior do que dev­e­ria. E Stal­lone se retra­tou pub­li­ca­mente, e a dimen­são dada à retratação foi muito menor que aque­la dada ao comen­tário orig­i­nal. E o com­plexo de infe­ri­or­i­dade do povo brasileiro fica ain­da mais evi­dente. Não somos piores que eles, mas não somos mel­hores. Se podemos apon­tar, eles tam­bém podem. Apren­dam a con­viv­er com isso.

    Quan­to ao filme, como já disse no tex­to a respeito de Machete (2010, EUA), Os Mer­cenários é um filme de ação de macho. É um revival de tudo aqui­lo que víamos nas pro­duções dos anos 80, mas repag­i­na­do com as tec­nolo­gias mod­er­nas que tor­nam a ação muito mais frenéti­ca do que era pos­sív­el na época.

    O elen­co de Os Mer­cenários é este­lar para um filme do gênero, mes­mo sendo decep­cio­nante em relação ao que foi ini­cial­mente divulgado/especulado: Van Damme, Steven Sea­gal e Wes­ley Snipes foram con­vi­da­dos para papeis ou par­tic­i­pações no filme, mas ficaram de fora por vari­a­dos motivos (Van Damme e Steven Segal dec­li­naram do con­vite, e Wes­ley Snipes pos­sui uma ordem judi­cial que o impede de deixar os EUA sem aprovação de um côrte). Se tais par­tic­i­pações adi­cionaram qual­i­dade ao filme, é ques­tionáv­el, mas sem dúvi­da seri­am um atra­ti­vo! Sem os atores, o maior foco ficou, em Jason Stathan e, claro, em Sylvester Stal­lone, além de um sur­preen­dente papel impor­tante na mex­i­cana rad­i­ca­da no Brasil (e lim­i­ta­da) Gise­le Itié.

    Itié é San­dra, uma mer­cenária de uma peque­na ilha sulamer­i­cana con­tro­la­da por um dita­dor. Após uma incursão à ilha em uma mis­são, os mer­cenários do títu­lo fogem para sal­var suas vidas, aju­da­dos por ela, mas Bar­ney Ross (Stal­lone) resolve voltar para res­gatá-la, em uma espé­cie de redenção. Os Mer­cenários pos­sui um enre­do raso, mas que não atra­pal­ha um filme cuja real intenção é pren­der o expec­ta­dor pela ação.

    Além dos já cita­dos, o elen­co tam­bém tem Jet Li, Dolph Lund­gren (o tam­bém cita­do gigante soviéti­co de Rocky IVEUA 1985), o campeão mundi­al de UFC Randy Cou­ture, o wrestler Steve Austin e o ex-jogador de fute­bol amer­i­cano Ter­ry Crews. Há tam­bém uma par­tic­i­pação de Mick­ey Rourke, inter­pre­tan­do um ex-mer­cenário e tat­u­ador – par­tic­i­pação que pode­ria ser maior, porque Rourke sem­pre é sensacional.

    Mas o grande momen­to para os fãs de ação dos anos 80 é, sem dúvi­da algu­ma, o encon­tro (pela primeira vez em um filme) de Stal­lone, Arnold Schwarzeneg­ger e Bruce Willis, sem dúvi­da os três maiores expoentes do gênero. Willis é Mr. Church, o homem que con­tra­ta os mer­cenários para a mis­são na ilha, e o Gov­er­na­tor é o mer­cenário a quem o serviço é ofer­e­ci­do, jun­to com Stal­lone. A cena é cur­ta, mas o sufi­ciente para faz­er bril­har os olhos dos fãs de Ram­bo, do Exter­mi­nador do Futuro e de Duro de Matar, além de ter uma exce­lente pia­da de ocasião.

    Sylvester Stal­lone é sem dúvi­da um dos maiores heróis que eu já tive. O cara aju­dou os rebeldes no Afe­gan­istão, res­ga­tou os sol­da­dos no Viet­nã e venceu o gigante soviéti­co em ple­na Moscou. OK, não foi exata­mente ‘ele’, mas con­tin­ua sendo legal pra caramba.

    Então, Os Mer­cenários é um bom filme de ação. Claro que podia ser mel­hor, mas cumpre o prometi­do. Não perde o pique, tem explosões, tiros, brigas e algu­mas cenas engraçadas. E o cin­e­ma pre­cisa dis­so, também.

    Out­ras críti­cas interessantes:

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=ZhrThK3q6BA

  • Crítica: Atração Perigosa

    Crítica: Atração Perigosa

    crítica atração perigosa

    Atração Perigosa (The Town , EUA , 2010) é o segun­do filme dirigi­do pelo ator Ben Affleck, que des­ta vez tam­bém é o pro­tag­o­nista prin­ci­pal e um dos roteiris­tas. Basea­do no livro “O Príncipe dos Ladrões”, de Chuck Hogan, este lon­ga está sendo con­sid­er­a­do um retorno muito bem-suce­di­do, prin­ci­pal­mente como dire­tor, em sua car­reira cinematográfica.

    Doug MacRay (Ben Affleck) é o líder de um grupo de assaltantes de ban­co, da famosa cidade de Charlestown, con­heci­da por abri­gar um grande número desse tipo de ladrão. Durante um assalto, alguém aciona o alarme e eles mudam total­mente os planos decidin­do levar a ger­ente, Claire Keesey (Rebec­ca Hall), como refém. Após lib­ertá-la, desco­brem que ela mora na mes­ma cidade e, como medi­da de segu­rança, Doug começa a segui-la, mas logo em segui­da se vê apaixon­a­do por ela.

    Aqui temos todos os ele­men­tos de um filme de assalto mis­tu­ra­do com romance: o ban­di­do se apaixona por uma mul­her que esta­va envolvi­da num roubo, ele quer largar sua anti­ga vida para começar uma nova com ela, mas para isso pre­cisa praticar um últi­mo ato antes da redenção final. A grande difer­ença de Atração Perigosa é que não há toda aque­la sessão expli­can­do todo o plane­ja­men­to dos assaltos, como em Onze Home­ns e um Seg­re­do e afins, crian­do uma expec­ta­ti­va maior do que poderá acon­te­cer. Além dis­so, o filme tem como méri­to a human­iza­ção dos per­son­agens, os moradores da cidadez­in­ha pare­cem ver­dadeiros caipi­ras mod­er­nos amer­i­canos (será que o dente que­bra­do do Affleck era parte da “maquiagem”?).

    Ape­sar dele se esforçar, é difí­cil se con­vencer com a atu­ação de Ben Afl­leck, prin­ci­pal­mente como um “bru­ta­montes” anti-herói quan­do se está acos­tu­ma­do a ver ele em comé­dias “bonit­in­has”. O mes­mo equiv­ale para o agente do FBI Adam Fraw­ley (Jon Hamm), que parece bem per­di­do em seu papel de poli­cial incan­sáv­el pela ver­dade. Já o resto do elen­co de Atração Perigosa fez um tra­bal­ho muito bom.

    Um pon­to bem inter­es­sante em Atração Perigosa é a enfa­ti­za­ção de que, não impor­ta quão seguro e plane­ja­do seja um sis­tema de segu­rança, o pon­to mais fra­co dele sem­pre será o fator humano. De que adi­anta uma por­ta super espe­cial que só abre com chaves muito especí­fi­cas, se a família de quem tem a chave é ameaça­da e na mes­ma hora o seu deten­tor abre a por­ta? Para quem se inter­es­sa neste tipo de assun­to, recomen­do como leitu­ra o livro A Arte de Enga­nar, de Kevin Mit­nick, que fala jus­ta­mente sobre pes­soas espe­cial­is­tas em tirar van­tagem deste cal­can­har de Aquiles, os engen­heiros soci­ais.

    Ape­sar de Atração Perigosa não pos­suir nada de ino­vador, além de ser bas­tante pre­visív­el, con­segue man­ter a atenção do expec­ta­dor. Para aque­les que gostam de um romance, tam­bém não ficarão de mãos vazias, sendo que boa parte do desen­volvi­men­to da tra­ma é ded­i­ca­do a este gênero.

    Out­ras críti­cas interessantes:

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=xonrn-qqfzw

  • Crítica: Resident Evil 4: Recomeço

    Crítica: Resident Evil 4: Recomeço

    Ape­sar da fran­quia para o cin­e­ma não ter agrada­do muito os fãs do jogo, Res­i­dent Evil 4: Recomeço (Res­i­dent Evil: After­life, EUA/Alemanha/Inglaterra, 2010), de Paul W.S. Ander­son (que foi dire­tor do primeiro e pro­du­tor dos dois out­ros), investe pesa­do nos efeitos espe­ci­ais e refer­ên­cias ao orig­i­nal para final­mente con­seguir agradar aos jogadores e, por que não, ao públi­co que tam­bém gos­tou dos out­ros filmes.

    Nes­ta sequên­cia, Alice (Mil­la Jovovich) vol­ta a ter os poderes de um humano nor­mal (o que é ques­tionáv­el pois ela con­tin­ua sendo um “super humana” em muitos sen­ti­dos) e con­tin­ua a sua bus­ca por out­ras pes­soas não infec­tadas pelo vírus. Ao chegar em uma cidade onde suposta­mente está livre da infecção, reen­con­tra ami­gos e novo ali­a­dos para lhe aju­dar na sua vin­gança con­tra a empre­sa respon­sáv­el por toda esta catástrofe, a Umbrella.

    Não é necessário ter vis­to os out­ros filmes da série para con­seguir acom­pan­har Res­i­dent Evil 4: Recomeço, pois o necessário para enten­der a tra­ma é expli­ca­do durante o lon­ga, ape­sar de que alguns ele­men­tos gan­ham mais sig­nifi­ca­do para quem já viu os out­ros. Alias, o roteiro está bem longe de ser o pon­to forte do filme, os even­tos acon­te­cem quase que sem nen­hum pre­tex­to e os per­son­agens são muito pobres. Não há nen­hum apro­fun­da­men­to e desen­volvi­men­to de suas per­son­al­i­dades, e eles agem de maneira muito automáti­ca. Este vazio e automa­tismo pode ser meio inco­mo­do para algu­mas pes­soas que estão procu­ran­do algo além da ação. Mas de cer­ta for­ma, é jus­ta­mente eles que trazem o lon­ga mais per­to dos jogos (basea­do na min­ha exper­iên­cia pes­soal), prin­ci­pal­mente pela lim­i­tação de se cri­ar expressões faci­ais, movi­men­tos e com­por­ta­men­to mais com­plex­os (o que está grad­ual­mente mudan­do com os avanços tecnológicos).

    Para quem não teve muito con­ta­to, ou nen­hum (que é meu caso), com o jogo, vai sen­tir que muitas vezes está per­den­do algu­ma coisa, pois Res­i­dent Evil 4: Recomeço é cheio de refer­ên­cias á per­son­agens e situ­ações do jogo. O rit­mo do lon­ga é bas­tante de videogame, onde muitas coisas vão acon­te­cen­do, as vezes sem muito propósi­to, ape­nas para traz­er mais ação. A con­dução da história tam­bém segue o mes­mo esti­lo, mas acred­i­to que este esti­lo fun­ciona mel­hor nos jogos do que na tela do cin­e­ma, pois no lon­ga muitas das expli­cações pare­cem care­cer de entu­si­as­mo para se ter con­hec­i­men­to das respostas.

    Um dos pon­tos fortes do Res­i­dent Evil: Recomeço é a sua tril­ha sono­ra, que mis­tu­ra bas­tante ele­men­tos eletrôni­cos, com um rit­mo mais acel­er­a­do, sendo um óti­mo acom­pan­hamen­to den­tro e fora do filme. Pena que a músi­ca usa­da nos crédi­tos, e no trail­er, não está na tril­ha ofi­cial. Para quem gos­tou, o seu títu­lo é “The out­sider” da ban­da “A Per­fect Cir­cle”. Tam­bém, não pos­so deixar de citar a atu­ação da Mil­la Jovovich, que esta cada vez mais con­fortáv­el no papel, sendo bem con­vin­cente, e é um dos grandes atra­tivos do filme.

    E final­mente cheg­amos ao ápice do filme: os efeitos espe­ci­ais. Usan­do e abu­san­do de movi­men­to de câmeras e do bul­let time, temos tomadas muito boas de ação, tan­to em qual­i­dade como em pro­dução, imi­tan­do per­feita­mente os efeitos já onipresentes em muitos jogos do esti­lo. Sem falar tam­bém uma refer­ên­cia clara ao Matrix Rev­o­lu­tions, da famosa cena de luta final na chu­va, só que ago­ra em um ban­heiro (será que foi uma pia­da inten­cional?). É inter­es­sante perce­ber que ini­cial­mente foram os jogos que copi­aram os filmes e ago­ra o con­trário está acon­te­cen­do, não só em relação ao visu­al, mas no roteiro tam­bém. E até ago­ra, este foi o mel­hor lon­ga que soube usar os efeitos em 3D, por­tan­to, sem som­bra de dúvi­das, vale a pena ver Res­i­dent Evil: Recomeço em 3D, espe­cial­mente se for no IMAX.

    Se você não está pre­ocu­pa­do com um roteiro elab­o­ra­do, quer ação e muitos efeitos espe­ci­ais, com certeza vale o ingres­so para o Res­i­dent Evil: Recomeço. Acred­i­to tam­bém que os fãs do jogo não ficarão decep­ciona­dos. Falan­do neles, gostaria de saber a opinião de quem já jogou um dos jogos, a respeito deste últi­mo filme. O que vocês acharam?

    Quan­do o filme acabar, há ain­da uma cena extra após os crédi­tos, que vale a pena esperar.

    Quer assi­s­tir Res­i­dent Evil 4: Recomeço de graça? Então par­ticipe da Pro­moção Res­i­dent Evil 4: Recomeço e con­cor­ra a con­vites para ver o filme em todo o Brasil.

    Out­ra críti­cas interessantes:

    Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=slnfP3p-y0c

  • Crítica: A Origem

    Crítica: A Origem

    Inception

    A Origem (Incep­tion, EUA/Reino Unido, 2010), escrito e dirigi­do por Christo­pher Nolan, é um daque­les poucos filmes que con­segue mesclar o mun­do real com o mun­do imag­inário, cau­san­do aque­la sen­sação de famil­iari­dade e estran­hamen­to ao mes­mo tem­po, mis­tu­ra­do com fasci­nação. E qual o mel­hor tema, senão o mun­do dos sonhos/inconsciente, para abor­dar toda a cria­tivi­dade e ele­men­tos bizarros do ser humano?

    Dom Cobb (Leonar­do DiCaprio, com uma óti­ma atu­ação) é um espe­cial­ista na arte de roubar seg­re­dos durante o sono das pes­soas, quan­do a mente delas está em seu esta­do mais vul­neráv­el. Por usar sua habil­i­dade no mun­do da espi­onagem cor­po­ra­ti­va, se tornou um fugi­ti­vo inter­na­cional ten­do que deixar de lado as pes­soas que mais ama­va. É então ofer­e­ci­do a ele uma chance de voltar á vida nor­mal, mas para isso ele deve faz­er algo que é con­sid­er­a­do prati­ca­mente impos­sív­el: ao invés de roubar idéias de uma pes­soa, inserir uma nova.

    São poucos os filmes que após assistí-los, um novo mun­do se abre. A Origem tem o mes­mo efeito que lon­gas como: Matrix, Clube da Luta e Quero ser John Malkovich. Toda a história foi muito bem elab­o­ra­da e mon­ta­da com ele­men­tos muito inteligentes. É inter­es­sante notar que a própria lóg­i­ca de tem­po con­struí­da no enre­do, a respeito dos son­hos, se apli­ca muito bem a própria exper­iên­cia do filme. Assim como os papéis apre­sen­ta­dos (arquite­to, son­hador, pro­jeções) e o fator de estran­hamen­to (se é muito difer­ente do real, quem son­ha, sabe que algo está erra­do) são noções já muito bem con­heci­das neste mun­do cin­e­matográ­fi­co. Isso sem falar nos ele­men­tos como labir­in­tos e para­dox­os (como por exem­p­lo a recri­ação da esca­da infini­ta) que são apre­sen­ta­dos durante o longa.

    O dire­tor usou o mín­i­mo pos­sív­el de CGI (efeitos espe­ci­ais cri­a­dos pelo com­puta­dor), crian­do assim vários aparatos mecâni­cos para a via­bi­liza­ção dos efeitos dese­ja­dos. Dev­i­do a este moti­vo, a sen­sação de “real” que se tem ao ver A Origem é incrív­el, mes­mo nas cenas mais absur­das cri­adas por com­puta­dor. Out­ro efeito que ficou bem inter­es­sante foi o do “bul­let time”. Em vez de usá-lo ape­nas para cri­ar um visu­al mais impac­tante, havia toda uma lóg­i­ca matemáti­ca (o tem­po dos son­hos que citei aci­ma) por trás. O seu uso tam­bém acabou sendo mais artís­ti­co, assim como Lars Von Tri­er fez em Anti­cristo. Só os flash­backs, em cer­tos momen­tos, que achei desnecessários por serem “enfa­ti­zadores” e repet­i­tivos demais.

    Ape­sar de A Origem ser rel­a­ti­va­mente lon­go (148 min­u­tos), você não para nen­hu­ma vez para olhar o reló­gio de tão envol­vente que é a tra­ma. Nela percebe­mos vários ele­men­tos dos out­ros filmes do Christo­pher Nolan (Amnésia, O grande Truque, O Cav­aleiro das Trevas), mas em vez de ter feito ape­nas uma colagem, cada um foi apri­mora­do, de for­ma a se tornarem total­mente novos.

    A tril­ha sono­ra merece um destaque espe­cial, de tão mar­cante que foi o seu efeito. Pro­duzi­da por Hans Zim­mer, ela foi um catal­izador muito impor­tante para man­ter todo o cli­ma de ten­são e mis­tério (uma músi­ca em par­tic­u­lar lem­bra bas­tante a tril­ha de Ilha do Medo). O filme A Origem ter­mi­na e a tril­ha ain­da con­tin­ua tocan­do na sua cabeça que remete lev­e­mente á paranóia de Cobb.

    Assisti o filme no IMAX e digo: vale a pena! Depois de entrar nesse mun­do com uma qual­i­dade, sem falar no taman­ho, da imagem e som tão boa, você não vai quer­er tro­car a sen­sação des­ta exper­iên­cia por a de uma tela normal.

    A Origem é o tipo de filme que você, após assistí-lo, já quer vê-lo nova­mente, para ten­tar pegar mais detal­h­es e enten­der mais a tra­ma. Com certeza este vale uma ida dupla ao cin­e­ma. E como diria Mor­pheus: “Bem vin­do ao mun­do real dos sonhos!”.

    Antes de ver o filme, recomen­do a leitu­ra de uma intro­dução ao filme A Origem, cri­a­da em for­ma de HQ, para você já assi­s­tir o filme enten­do (e saben­do) de alguns detal­h­es inter­es­santes. Infe­liz­mente ela só está disponív­el em inglês.

    Para quem já viu o filme: você não acha que se jun­tar a ideia dele com o con­ceito de “son­hos lúci­dos” não pode­ria resul­tar em algo muito interessante?

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  • Crítica: Salt

    Crítica: Salt

    Salt

    O anti­go, e já total­mente bati­do, con­fli­to dos EUA con­tra Rús­sia é revivi­do em Salt (Salt, EUA, 2010), de Phillip Noyce. Durante a guer­ra fria, cri­anças foram treinadas na URSS para serem espiãs nos EUA e depois de infil­tra­dos den­tro do sis­tema, atacarem no dia X. Mes­mo com o fim dos gov­er­nos social­is­tas, estes agentes ain­da con­tin­uaram na ati­va e, não queren­do aban­donar todo esforço feito, con­tin­u­am seguin­do o plano orig­i­nal. A pre­mis­sa não chega a ser absur­da, mas toda essa história de mocin­hos amer­i­canos e ban­di­dos rus­sos se matan­do para aper­tar o botão ver­mel­ho e ver o out­ro império ruir para assim se tornar os donos do mun­do, já não emo­ciona mais.

    Salt (Angeli­na Jolie) é uma agente da CIA, que é acu­sa­da por um rus­so de iden­ti­dade descon­heci­da de ser jus­ta­mente uma dessas cri­anças treinadas pela URSS. Pre­ocu­pa­da prin­ci­pal­mente com a segu­rança de seu mari­do, ela decide fugir para ten­tar encon­trá-lo, enquan­to é persegui­da pela polí­cia em bus­ca de esclarec­i­men­tos. Seu par­ceito Ted Win­ter (Liev Schreiber) é o úni­co que acred­i­ta em sua inocên­cia e PeaBody (Chi­we­tel Ejio­for, com uma pés­si­ma atu­ação), da Con­tra Inteligên­cia, quer prendê-la a qual­quer custo.

    Provavel­mente Salt não teria fica­do tão inter­es­sante se não fos­se pela Angeli­na Jolie (Tom Cruise foi orig­i­nal­mente escal­a­do para o papel, mas recu­sou). Além de ela inter­pre­tar muito bem a per­son­agem, o seu olhar e jeito sem­pre mis­te­rioso foram fun­da­men­tais para cri­ar toda uma curiosi­dade e uma espé­cie de envolvi­men­to com a per­son­agem. Você fica sem­pre se per­gun­tan­do: Mas quem é real­mente Salt? O mes­mo sen­ti­men­to de dúvida/paranóia que foi cri­a­do em torno do Jer­ry Fletch­er em Teo­ria da Con­spir­ação, de Richard Don­ner.

    Se por um lado Salt é a típi­ca super-ultra-mega espiã mais forte/rápida/inteligente do mun­do inteiro, ela não chega a ser total­mente apel­a­ti­va. Muitas das suas habil­i­dades vão sendo “expli­cadas” com peque­nas e ráp­i­das refer­ên­cias durante o lon­ga, não cau­san­do aque­le “mas como é que ela sabia faz­er isto?” tão comum em filmes do gênero. E difer­ente de um agente Bourne, Salt parece sem­pre estar sem­pre ciente de suas ações e de sua pos­sív­el missão.

    Salt cumpre bem o papel de entreten­i­men­to, para quem já não se can­sou deste tipo de enre­do, com boas e muitas cenas de ação e perseguição, e algu­mas revi­ra­voltas inter­es­santes. Para quem gos­ta de Angeli­na Jolie, esta é uma óti­ma opor­tu­nidade para vê-la nova­mente dan­do tiros e que­bran­do a cara de alguns marmanjos.

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  • Crítica: Encontro Explosivo

    Crítica: Encontro Explosivo

    encontro explosivo

    Filmes com muitas explosões, car­ros, motos, armas e tiros para todo o lado, sem fal­tar uma boa dose de romance, estão cada vez mais comuns. Encon­tro Explo­si­vo (Knight and Day, EUA , 2010), de James Man­gold, é mais um deles que, ten­tan­do agradar um públi­co maior, se jun­ta a esta macar­rona­da de gêneros, com a super fór­mu­la: ação + comé­dia + romance — sangue + cen­sura = super público.

    June Havens (Cameron Diaz) é uma amer­i­cana sim­ples, boni­ta, de cer­to modo ingênua e medrosa, que tra­bal­ha em uma ofic­i­na restau­ran­do car­ros anti­gos. Roy Miller (Tom Cruise) é um agente secre­to (o mel­hor deles é claro), muito seguro e do tipo bonitão que encan­ta as mul­heres. Ess­es dois per­son­agens, total­mente opos­tos um do out­ro, ao lit­eral­mente se tombarem no aero­por­to, se apaixon­am e acabam se envol­ven­do em uma aven­tu­ra que vai mudar total­mente a vida de ambos. Lin­do não? Os opos­tos se atrain­do, um cara cav­al­heiro e inteligente, sal­van­do a lin­da donzela de sua vida paca­ta e sem aventuras.

    Mis­tu­ran­do sem­pre tomadas de ação com romance e comé­dia, Encon­tro Explo­si­vo não desagra­da nesse aspec­to, mas erra por pos­suir um rit­mo fra­co, difi­cul­tan­do uma imer­são maior nos acon­tec­i­men­tos do filme. E como comé­dia ele tam­bém deixa a dese­jar, não saben­do uti­lizar muito bem cer­tos ele­men­tos da cul­tura ger­al, como foi feito em Esquadrão Classe A de Joe Car­na­han, con­segue ape­nas algu­mas risadas per­di­das ao lon­go dos acon­tec­i­men­tos. Um pon­to de destaque é a tril­ha sono­ra do filme, que ficou muito legal, prin­ci­pal­mente com algu­mas músi­cas da ban­da Gotan Project, que mis­tu­ra tan­go com alguns ele­men­tos mais modernos.

    Prin­ci­palmene depois de Mis­são Impos­sív­el (os três), e mais algum out­ro filme do gênero, Tom Cruise parece que está chegan­do ao modo Deus, onde ele con­segue faz­er o impos­sív­el até com uma bala de men­ta e um clips de papel (Mac­gyver que se cuide) e é prati­ca­mente imor­tal e infalív­el. Encon­tro Explo­si­vo pode­ria ter se saí­do muito bem se tra­bal­has­se ess­es ele­men­tos de herói agente secre­to super ultra bonzão de maneira sat­i­riza­da ou diver­ti­da, como por exem­p­lo o exce­lente Dupla Implacáv­el de Pierre Morel, mas fal­ha jus­ta­mente por levar a sério demais todos ess­es ele­men­tos. James Bond, Jason Bourne e até mes­mo Ethan Hunt, pare­cem meras baratas com­para­das com Roy Miller.

    Encon­tro Explo­si­vo repete todas as fór­mu­las que já foram muito usadas e, por tam­bém ter bas­tante roman­tismo e a vel­ha história do príncipe encan­ta­do e da prince­sa, pode até agradar mui­ta gente jus­ta­mente por essa repetição. O públi­co alvo prin­ci­pal é o fem­i­ni­no, mas acred­i­to que se subes­ti­mou este públi­co, com uma visão as vezes até meio machista. Vocês, mul­heres, tam­bém acharam isso?

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  • Crítica: Kick-Ass — Quebrando Tudo

    Crítica: Kick-Ass — Quebrando Tudo

    Kick-Ass - Quebrando Tudo

    Muito se está falan­do que Kick-Ass — Que­bran­do Tudo (Kick-Ass, EUA/Reino Unido, 2010), Matthew Vaughn, é a grande novi­dade, o últi­mo “como é que eu nun­ca pen­sei nis­so antes?”, mas infe­liz­mente ele está longe de ser isso. Ape­sar de abor­dar vários temas bem inter­es­santes, o faz de maneira bem super­fi­cial e, de cer­ta for­ma, ado­les­cente demais.

    Dave Lizews­ki (Aaron John­son) é um típi­co nerd: sem grandes aptidões físi­cas, nada pop­u­lar na esco­la e vici­a­do em pornografia (para os “politi­ca­mente incor­re­tos”: pun­heteiro) e quadrin­hos. Um dia, con­ver­san­do com seus ami­gos diz: “Por que é nor­mal as pes­soas quer­erem ser uma Paris Hilton e não um Homem Aran­ha? Por que nun­ca ninguém pen­sou em vestir um uni­forme e sair pelas ruas ten­tan­do sal­var o mun­do?”.

    Ini­cial­mente a jor­na­da é muito pare­ci­da, às vezes até idên­ti­ca, com a de Peter Park­er em Homem Aran­ha, do heroi ini­ciante que vai apren­den­do em cima de seus fra­cas­sos e lim­i­tações, com dire­ito até de uma “Mary Jane” para impres­sion­ar. Só que des­ta vez sem a mor­di­da da aran­ha mutante. Tam­bém é impos­sív­el não com­pará-lo com Watch­men, de Zack Sny­der, que pos­sui a mes­ma pre­mis­sa de super heróis sem poderes espe­ci­ais, mas com uma com­plex­i­dade de per­son­agens e um ques­tion­a­men­to pro­fun­do da moral e da sociedade que são abor­da­dos aqui muito super­fi­cial­mente. Assim como os dois casos aci­ma, Kick-Ass — Que­bran­do Tudo tam­bém foi basea­do em uma HQ, neste caso de Mark Mil­lar e John Romi­ta Jr. que foi lança­da aqui no Brasil pela Edi­to­ra Panini.

    Kick-Ass — Que­bran­do Tudo vai por uma ver­tente muito mais de entreten­i­men­to do que pela bus­ca da real­i­dade. Se você procu­ra algo mais real, sugiro assi­s­tir Mirage­man, de Ernesto Díaz Espinoza, que retra­ta um super herói lati­no, que tam­bém não pos­sui nen­hum poder e luta ape­nas com seus con­hec­i­men­tos, e muito treino, de artes mar­ci­ais. Não sei se é coin­cidên­cia, mas ambos os filmes têm vários ele­men­tos em comum e alguns tão pare­ci­dos que chega até a inco­modar. Aliás, dá para falar um monte de várias coisas que estão sendo vis­tas como novi­dades aqui, mas que já foram usadas (e muito) em vários out­ros longas.

    Ain­da não li o quadrin­ho, mas pelo que eu pude acom­pan­har de out­ras pes­soas que já ler­am, várias momen­tos que trazi­am grandes ápices na história foram total­mente reti­ra­dos no filme. Além de trans­for­má-lo em algo muito mais cool, e con­sumív­el, do que real­mente é. Mas uma impressão que ficou é que muitas tomadas de Kick-Ass — Que­bran­do Tudo pare­ci­am que se fos­sem vis­tas em uma HQ iri­am fun­cionar per­feita­mente, mas que no lon­ga acabaram fican­do vazias.

    Difer­ente­mente de vários out­ros filmes do mes­mo gênero, Kick-Ass — Que­bran­do Tudo não se intim­i­da em mostrar toda sua vio­lên­cia e palavrões que tem como per­son­agem mais san­guinário, e que acabou gan­han­do o maior destaque é Hit Girl (Chloe Moretz), uma meni­na de ape­nas 11 anos. Acom­pan­ha­da sem­pre pelo seu pai Big Dad­dy (Nico­las Cage), que de cer­ta for­ma é uma sáti­ra do Bat­man, que já são dois super hero­is ini­ci­a­dos, que acabam aju­dan­do Kick-ass em sua jor­na­da. Dev­i­do prin­ci­pal­mente à ess­es ele­men­tos mais fortes Matthew Vaughn teve que ban­car todo o orça­men­to pois nen­hum grande estú­dio quis inve­stir no filme.

    Kick-Ass — Que­bran­do Tudo é um óti­mo cin­e­ma pipoca para quem gos­ta de mui­ta ação e vio­lên­cia explíci­ta, não se pre­ocu­pan­do com o que é ou não é politi­ca­mente cor­re­to. Mas para quem quer algo a mais, ele deixa a desejar.

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  • Crítica: Esquadrão Classe A

    Crítica: Esquadrão Classe A

    Esquadrão Classe A

    Nos últi­mos tem­pos o que mais tem apare­ci­do, de filmes, são remakes e todos os tipos  de adap­tações, remod­e­ladas para se tornarem grandes block­busters (que muitas vezes fra­cas­saram). Parece até que se está pas­san­do por uma crise grande de cria­tivi­dade entre os roteiris­tas e pro­du­tores. Esquadrão Classe A (The A‑Team, EUA, 2010), de Joe Car­na­han, se encaixa per­feita­mente na descrição ante­ri­or, mas por con­seguir ter óti­mas sacadas e pos­suir um ar meio retrô de anti­gos filmes de ação, con­seguiu se destacar entre eles.

    Logo de iní­cio temos uma bela apre­sen­tação de como se deu a for­mação do Esquadrão Classe A: Han­ni­bal (Liam Nee­son), Face (Bradley Coop­er), Bara­cus (Quin­ton ‘Ram­page’ Jack­son) e Mur­dock (Sharl­to Cop­ley). E difer­ente de out­ros times, o difer­en­cial deste é sua cria­tivi­dade e ousa­dia, total­mente kamikaze, para elab­o­rar e efe­t­u­ar planos mirabolantes nas suas missões.

    Ao con­trário do orig­i­nal, em que eram vet­er­a­nos do Viet­nã, ago­ra eles são do Iraque. E a respeito dis­so há uma toma­da bem inter­es­sante, ape­sar de ser bem sin­gela e ráp­i­da, de quan­do estão no Iraque, mostran­do um com­pan­heiris­mo e frater­nidade entre o exérci­to amer­i­cano e os civis iraquianos. Talvez seja mais uma, das mil­hões, ten­ta­ti­vas sub­lim­inares de ten­tar “ree­scr­ev­er” a história dos EUA, que nos remete a George Orwell, no livro 1984: “Quem con­tro­la o pas­sa­do, con­tro­la o futuro; quem con­tro­la o pre­sente, con­tro­la o pas­sa­do.”. Mas difer­entes de vários out­ros filmes do gênero, os inimi­gos do Esquadrão Classe A não são estrangeiros malu­cos (rus­sos come­dores de cri­anc­in­has, viet­na­mi­tas assus­ta­dores, japone­ses psicóti­cos, …), que tor­na o enre­do bem mais sóli­do e verídico.

    Cenas de ação é que não fal­tam, acred­i­to que a frase que mel­hor resume Esquadrão Classe A é: “se você pode colo­car mais, porque não colo­car ain­da mais”? Ou seja, somos bom­bardea­d­os com uma cena de ação atrás da out­ra, bem mega­lo­manía­cas, mas seguin­do um bom esti­lo como os da série James Bond. Ape­sar de você saber que quase tudo aqui­lo nun­ca pode­ria acon­te­cer no mun­do real, é jus­ta­mente nis­so que se encon­tra a beleza e o encan­ta­men­to. Isso é claro, se deu prin­ci­pal­mente pelo humor muito bem feito, reple­to de citações de ele­men­tos do dia a dia de grande parte do públi­co. As tomadas com tiradas (piad­in­has) sobre os filmes em 3D, o Blue Man Group, e dos jogos de videogames, com a frase “Whoah, it’s just like Call of Duty!” (Nos­sa, é como em Call of Dut­ty!), são inesquecíveis.

    Esquadrão Classe A é para se diver­tir e cur­tir (muitas) boas cenas de ação. Quem con­hecia e gosta­va da séire de TV, na qual foi basea­da, acred­i­to que terá vários flash­backs dela e não dev­erá se desapon­tar com esta nova versão.

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  • Crítica: Homem de Ferro 2

    Crítica: Homem de Ferro 2

    homem de ferro 2

    Homem de Fer­ro 2 (Iron Man 2, EUA, 2010), de Jon Favreau, con­tin­ua exata­mente onde o primeiro ter­mi­nou. Com todo o mun­do saben­do que Tony Stark (Robert Downey Jr.) é o homem por trás do herói, o gov­er­no faz pressão para que ele entregue sua armadu­ra, e toda a tec­nolo­gia rela­ciona­do a ela, como meio de “segu­rança” para os mil­itares. Além dis­so, Tony enfrenta Ivan Vanko (Mick­ey Rourke), um anti­go inimi­go da família, que mostra que ele não é o úni­co capaz de con­stru­ir super armamentos.

    O inves­ti­men­to no mar­ket­ing para Homem de Fer­ro 2 foi estu­pen­do, geran­do uma espec­ta­ti­va muito grande em torno do lança­men­to. Ten­taram repe­tir o mes­mo efeito pro­duzi­do na divul­gação de Bat­man, O Cav­aleiro das Trevas, mas não con­seguiram. No final do filme o que pre­domi­nou foi uma sen­sação de vazio, me per­gun­tan­do “tá, e daí? foi só isso?”. Não sei bem diz­er se foi o(s) trailer(s) que “estragou” várias das sur­pre­sas do filme, que acabou entre­gan­do alguns momen­tos chaves. Sem men­cionar o fato de algu­mas cenas do trail­er final não estão no lon­ga. Mais alguém perce­beu isso? Parece que havia ape­nas mais do mes­mo, ape­nas com efeitos espe­ci­ais mel­hores e com duração maior.

    Algo que havia me chama­do bas­tante atenção no primeiro Homem de Fer­ro foram as inter­faces dos com­puta­dores de Tony, super mod­er­nas e com con­ceitos bem inter­es­santes e ino­vadores, ape­sar das “piad­in­has” com os robôs aux­il­iares desastra­dos ficarem meio forçadas. Nes­ta con­tin­u­ação tudo isso pare­ceu total­mente banal. Não que dev­e­ria ser nova­mente algo total­mente ino­vador, tan­to é que não se pas­sou muito tem­po des­de o primeiro filme, mas ficou fal­tan­do algo. Acred­i­to que isso se deu pelo fato de tudo pare­cer tão sim­ples demais. Para invadir um super com­puta­dor do gov­er­no você ape­nas pre­cisa mex­er um pouco a mão em cima de um tecla­do ou dar uns toques em um “iphone” Stark e tcharam! você inva­diu o sistema.

    Isso sem falar nas cenas de ação. As perseguições, explosões, …, … pare­cem ape­nas aque­les fogos de artifí­cio do ano novo, onde você já sabe prati­ca­mente decor todas as for­mas de explosão que vão acon­te­cer. Sem nen­hu­ma ten­são, expec­ta­ti­va ou medo, você sim­ples­mente fica ven­do as coisas explodin­do. Quan­do o vilão decide atacar, nun­ca ninguém é feri­do, ape­nas obje­tos e con­struções ficam em mil pedaços pelos ares. Não que eu esper­a­va uma carnific­i­na, até porque o filme tem clas­si­fi­cação indi­ca­da de 12 anos, mas cus­ta­va colo­car algu­mas pes­soas (civis) voan­do por causa das explosões e fican­do com arran­hões? Já as lutas ficaram de uma frieza eston­teante, pare­cia ess­es bonequin­hos de plás­ti­co na mão de uma cri­ança que brin­ca fazen­do eles se debaterem. Você sabe que não pode acon­te­cer nada demais com eles, pois eles são “imor­tais”. Homem de Fer­ro 2 lem­brou ness­es aspec­tos o pés­si­mo Homem Aran­ha 3, cau­san­do um cer­to tédio durante a sua exibição.

    A mes­ma decepção ocor­reu com os per­son­agens do filme. Cadê a evolução, trans­for­mações e a human­iza­ção deles? Em um uni­ver­so onde os heróis e os vilões são ape­nas pos­síveis por causa da alta tec­nolo­gia, parece que eles em si se tornaram tam­bém máquinas, para não diz­er sim­ples­mente fun­cionais e sem qual­quer tipo de emoção. Por aca­so alguém ficou min­i­ma­mente comovi­do com o “sofri­men­to” de Tony com o próprio enve­na­men­to por causa da “bate­ria” den­tro de seu peito? Não pre­cisan­do men­cionar Scar­lett Johans­son, que esta­va prati­ca­mente sem sal no papel de Natasha Romanov. Ela está muito mais boni­ta e sen­su­al em filmes como Vicky Cristi­na Barcelona ou até no fra­co Spir­it.

    Faz­er mais do mes­mo não é muito difí­cil, e para quem quer ver ape­nas isto, Homem de Fer­ro 2 não deve decep­cionar. Mas se você espera algo a mais, não acred­i­to que vá encon­trar mui­ta coisa, nes­sas duas horas e pouco, para se entreter.

    Para quem não sabe, no final (após todos os inter­mináveis crédi­tos) tam­bém há uma peque­na toma­da extra.

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