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A criação de Pico do Petróleo, parte 1: minha escolha do tema
Acabo de lançar meu mais recente e maior quadrinho, o Pico do Petróleo.
Mantendo minha tradição de publicar artigos sobre a criação de meus trabalhos, discutirei aqui minhas reflexões sobre o processo criativo do Pico do Petróleo.
Este é o primeiro, de uma série de sete artigos, que abordam vários aspectos do processo de criação dos quadrinhos.
Meu papel como cartunista-comunicador de ciências
Como um cartunista-comunicador de ciências, eu escolho deliberadamente tópicos que são pouco compreendidos pelo público em geral.
Meu objetivo é atrair temporariamente a atenção dos leitores através de quadrinhos profundos e bem desenhados, e depois desviar essa atenção de mim e direcioná-la para especialistas que têm soluções e informações abrangentes.
Flavor Flav e Chuck D., do grupo de hip hop norte-americano Public Enemy
Em outras palavras, sou uma espécie de Flavor Flav, e Hubbert, de Chuck D.
Sou apenas um hype-man para a ‘voz da autoridade’, M. King Hubbert.
Hubbert: “Não acredite no hype sobre o crescimento da produção de petróleo!”
McMillen: “Yo Hub, eles devem estar fumando um, tá ligado?”
Escolhendo um tema sobre o qual o público tem pouco conhecimento
O Pico do Petróleo é um excelente exemplo de um tema importante que é mal compreendido pelo público em geral. Tenho conhecimento do problema há 10 anos e ainda me deparo com uma ignorância gigantesca ao falar com outras pessoas sobre o assunto:
Esses são exemplos do caleidoscópio de respostas mal informadas que ouço sempre que cito o Pico do Petróleo, ou outras questões relacionadas à sustentabilidade energética.
Meu quadrinho não aborda questões mês-a-mês, como a queda do preço de Dezembro de 2014. Também não entra em temas importantes como EROEI (sigla em inglês para Energia Retornada sobre Energia Investida).
Eu queria que meu quadrinho fosse mais “generalizado e atemporal”, em vez de “atual, mas prestes a se tornar obsoleto”.
Meu objetivo: criar a cartilha definitiva sobre o Pico do Petróleo
Eu sabia que não conseguiria produzir um compêndio absoluto sobre o Pico do Petróleo por meio de um quadrinho. Eu não poderia simplesmente incluir todos os fatos, números e nuances do assunto.
Em vez disso, decidi escrever a cartilha definitiva sobre o Pico do Petróleo, que funcionaria para o leitor como um curso básico de 20 minutos sobre o tema.
Meu objetivo era fazer um quadrinho que levasse uma pessoa com nenhum conhecimento sobre o Pico do Petróleo a uma compreensão razoável dentro de 20 minutos.
Mais importante: eu queria que fosse um recurso online gratuito, disponível no maior número possível de idiomas, dependendo apenas de quantos tradutores voluntários eu conseguisse recrutar. Ele está disponível atualmente em francês, alemão, espanhol, chinês, português do Brasil e outros idiomas (clique na ‘bandeira’ no canto direito superior do meu website: ).
Uma plataforma de lançamento para pesquisa independente
Espero que, após lerem meu quadrinho, os leitores sintam o desejo de aprender mais sobre o assunto por meio de suas próprias pesquisas e reflexões.
É através delas que as pessoas entenderão a EROEI (Energia Retornada sobre Energia Investida, em inglês). É através da pesquisa que as pessoas perceberão que a queda de preços em dezembro de 2014 não altera o problema fundamental: de que nós estamos queimando petróleo a uma velocidade muito maior do que o processo geológico da Terra o regenera.
Meu quadrinho leva os leitores à metade do caminho do conhecimento, mas conta que eles completarão a jornada por conta própria.
Pico do Petróleo: o irmão incompreendido do aquecimento global
Na minha experiência, a maioria das pessoas já ouviu falar de aquecimento global, mas nunca ouviu falar do Pico do Petróleo. O que é uma grande vergonha, pois acredito que ambos os fenômenos têm a mesma importância. Além disso, esses dois fenômenos provavelmente acontecerão simultaneamente.
Uma vez que o público já detém um conhecimento sólido sobre o aquecimento global, tratei o Pico do Petróleo como um fenômeno isolado no meu quadrinho.
Na realidade, o Pico do Petróleo e o aquecimento global serão fenômenos politicamente relacionados, com influências de um respingando no outro.
O Pico do Petróleo vai acontecer independente do aquecimento global e vice-versa. Mas seremos forçados a considerá-los como parte de um problema interligado.
Por exemplo, a necessidade de descarbonizar nossas economias pode resultar em uma “bolha de carbono não-utilizável” de combustíveis fósseis cuja queima consideramos inconcebível, dado aos conhecidos efeitos do aumento de gases do efeito-estufa. Isso respingará nos mercados de ações, e então, em economias maiores.
Nessa situação, a inclinação da “montanha-russa” será muito diferente do funcionamento da curva do Pico do Petróleo. Podemos ser obrigados a reduzir rapidamente a nossa utilização de petróleo, construindo uma montanha-russa que cai rapidamente e deixando muitas de nossas ‘treliças’ trancadas no estoque.
Esses são cenários além da minha previsão, e além do escopo do quadrinho. Com o Pico do Petróleo eu quis simplesmente aumentar o conhecimento público sobre o fenômeno de Hubbert, para que discussões bem informadas possam ser feitas sobre as decisões que precisam ser feitas.
Um chamado para apoiadores
Se você desejar, pode contribuir para a sua próxima experiência de leitura de quadrinhos no stuartmcmillen.com
Caso possa, por favor, compre uma cópia de $5 do Pico do Petróleo via PayPal, cartão de crédito ou Bitcoin. Caso deseje fazer uma doação maior, basta editar o valor de $5 no carrinho de compras. Uma outra alternativa é se tornar um apoiador mensal via Patreon.com. Desde já, agradeço!
Outros artigos sobre a ‘criação do Pico do Petróleo’
Este é o primeiro, de uma série de sete artigos, que abordam vários aspectos do processo de criação dos quadrinhos. O próximo da série é A Criação do Pico do Petróleo, parte 2: a filosofia do storytelling.
Tradução: Alana Carvalho
Revisão: Daniel Kossmann Ferraz e Mara Vanessa Torres
O interrogAção é o tradutor oficial do Stuart McMillen. (Texto Original)
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