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Adeus Tristeza — A História dos meus ancestrais, de Belle Yang
Saber a história de seus ancestrais não é apenas uma jornada histórica, mas também uma jornada pessoal de auto-conhecimento e, certas vezes, de cura também. Belle Yang nasceu em Taiwan, passou parte da infância no Japão e depois foi para os Estados Unidos com seus pais e lá cursou biologia. Mas para fugir de um violento ex-namorado, chamado por eles de “ovo podre”, voltou a China (1986), estudou artes plásticas e se deparou também com a luta dos chineses pela democraria e fim da corrupção (1989). Sentiu então pela primeira vez em sua vida o que é estar privada da sua liberdade de expressão e ao voltar no final de 1989 para Califórnia, decide que precisa fazer alguma coisa com essa liberdade, mas ainda não sabia ao certo o que.
De volta na casa dos pais, fica confinada naquelas quatro paredes com medo de que “ovo podre” apareça novamente, enquanto seus amigos, já formados, estão desfrutando de uma carreira promissora no mercado de trabalho. Seu ex-namorado ainda continuava a perseguindo, chegando inclusive disparar tirosno escritório do advogado de Yang, afastando assim também muitas pessoas que a família conhecia. Passava então o tempo praticando caligrafia e em uma noite escura e tempestuosa, quando faltou luz, seu pai narra um pouco a história de sua família na Manchúria e, não conseguindo depois dormir, resolve começar a escrever o que ouviu. Assim nasceu a obra “Adeus Tristeza — A História dos meus ancestrais” (Forget Sorrow), de Belle Yang, com tradução de Érico Assis, lançado pela Quadrinhos na Cia.
Todo o processo da criação da própria HQ é contada paralelamente a história de sua família — por parte de do pai — junto com os pensamentos da autora e de seus pais sobre as várias situações, que enriquece bastante a narrativa e a deixa em certos momentos bem divertida. É possível dizer que esta obra é um verdadeiro mergulho em fragmentos da história da antiga China, abrangendo um período de cerca de cem anos. Mas não é esse aspecto, de certa forma até documental, que chama mais atenção na obra. São as relações entre os familiares, cada pessoa com sua particularidade, que a torna tão interessante.
O estilo de narrativa autobiográfica de Yang, lembra bastante a de Marjane Satrapi (Persépolis), principalmente pelo seu senso de humor, se diferenciando nesse sentido de outros autores como Art Spiegelman (Maus) e Joe Sacco. Já seus desenhos são de uma simplicidade muito poética, com forte influência da caligrafia e do desenho oriental, mas que muitas vezes lembra a técnica de xilogravura.
Apesar de inicialmente parecer que, por se tratar de uma outra cultura e outra época, apenas poucas situações irão soar familiares, você provavelmente irá se espantar com a quantidade de situações e tipos de pessoas que se assimilam com as do seu cotidiano. Certas vezes parece até novela mexicana, tamanha as intrigas e jogos vividos por essas pessoas. Isso, somado a um bocado de filosofia e reflexões taoístas e budistas e cultura popular chinesa. interessante, não?
Essa jornada pela história de seus ancestrais, lembra bastante o livro “Quando Teresa brigou com Deus”, de Alejandro Jodorowsky, que também é repleto de reflexões a respeito das pessoas e da vida, assim como personagens bem curiosos, com “Yuan, o Idiota”, um pedinte taoísta que era o amigo do Bisavô de Yang, que deixa todos intrigados pelos seus costumes e modo de viver.
Quem tem interesse em ver um pouco dos “bastidores” da produção desta obra, segue abaixo um vídeo da produção de umas das páginas.
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