Foi estendida a temporada da peça O Malefício da Mariposa até 17 de junho, com sessões sextas e sábados às 21h, e aos domingos às 19h, na Ave Lola Espaço de Criação, em Curitiba. Com o objetivo de se aproximar do público e incentivar a produção cultural da cidade, a companhia mantém um clima acolhedor antes dos espetáculos, oferecendo opções de sopa e vinho.
A novidade fica por conta do ingresso: O valor da contribuição fica a critério do espectador. Cada pessoa que for ao teatro, recebe um envelope no início do espetáculo e depositará a quantia considerada justa e “paga o quanto vale” pela arte que acabou de presenciar. “O propósito desta ação é engajar a sociedade civil em prol da arte, e assim contribuir com a continuidade de outros projetos desenvolvidos aqui na Ave Lola Espaço de Criação”, explica à coordenadora e diretora do espetáculo, Ana Rosa Tezza.
A peça retrata uma fábula em um inusitado jardim sob a ótica dos insetos que, assim como os seres humanos, têm suas ações e sensações impulsionadas pelo amor. “O espetáculo utiliza a poesia para se aprofundar no imaginário do público, dirigindo-se a pessoas de todas as idades”, revela Tezza.
Cenários, figurinos e bonecos são criações coletivas dos atores e de toda a equipe da Ave Lola. O espetáculo sob direção de arte de Cristine Conde, conta no elenco com Alessandra Flores, Janine de Campos, Val Salles e outros atores.
SERVIÇO:
Espetáculo teatral O Malefício da Mariposa
De 4 a 17 de junho – de sexta a domingo.
Horários: sextas e sábados, às 21h, e domingos, às 19h.
Local: Ave Lola Espaço de Criação – Rua Portugal, 339 São Francisco – Curitiba – PR.
Informações: (41) 2112 9924 — http://avelola.com/
Ingressos: valores pagos a critério do público.
Sinopse O Malefício da Mariposa
“A comédia que vamos apresentar é humilde e inquietante, comédia rota, dos que querem arranhar a lua e arranham o próprio coração.” Assim têm início uma aventura pelos meandros deste sentimento delicado e imenso, grande tema da literatura universal: o amor. Em O Malefício da Mariposa, Federico Garcia Lorca utiliza a fábula para retratar tudo o que envolve as relações afetivas com a originalidade e profundidade de poucos, dentro de um universo inusitado, o mundo dos insetos. Em meio à atmosfera poética de um estranho jardim, besouros, baratas, escorpiões, formigas e mariposas amam e sofrem de maneira muito parecida à nossa, seres humanos.
Para trazer à cena este texto poético, bonecos de diversas técnicas foram criados e desenvolvidos coletivamente durante o processo de montagem do espetáculo, um intenso e diário trabalho de imersão, para descobrir e se aprofundar no universo da obra, no imaginário destes seres do jardim e no encontro entre a linguagem do teatro de formas animadas e o trabalho com atores de carne e osso. Assim, cada personagem/inseto foi criado, interpretado e manipulado de acordo com a forma que corresponde à sua natureza. Um amor impossível é um problema para qualquer coração, seja de um poeta ou de um inseto, ou porque não, de um inseto poeta? Afinal, como diz o autor, “o amor nasce com a mesma intensidade em todos os planos da vida, e o mesmo ritmo da brisa nascida do ar tem a estrela da manhã, tudo é igual na natureza.”
Ficha Técnica O Malefício da Mariposa
Classificação: Livre
Direção: Ana Rosa Genari Tezza
Direção de Arte: Cristine Conde
Composição musical: JJ Lemêtre
Elenco: Alessandra Flores, Janine de Campos e Val Salles
Atriz aprendiz: Tatiana Dias
Cenários e Figurinos: Cristine Conde
Confecção de Bonecos: Alessandra Flores, Cristine Conde, Janine de Campos e Val Salles (aprendiz de feiticeiro: Helena Tezza)
Consultoria de Máscaras: Calu Monteiro
Sonoplastia: Ana Rosa Genari Tezza e Tatiana Dias
Iluminação: Rodrigo Ziolkowski
Assistente de Iluminação e operação de luz: Raul Freitas
Operação de som: Tatiana Dias
Documentação e direção audiovisual: José Tezza
Designer gráfico: Mateus Ferrari
Ilustração: Val Salles
Cenotecnia: Proscenium Cenografia
Costureiras: Sueli Matias e Tissa Muniz
Produção: Ave Lola Espaço de Criação
Federico Garcia Lorca nasceu na região de Granada, na Espanha, em 05 de junho de 1898, e faleceu nos arredores de Granada no dia 19 de agosto de 1936, assassinado pelos “Nacionalistas”. Nessa ocasião o general Franco dava início à guerra civil espanhola. Apesar de nunca ter sido comunista — apenas um socialista convicto que havia tomado posição a favor da República — Lorca, então com 38 anos, foi preso por um deputado católico direitista que justificou sua prisão sob a alegação de que ele era “mais perigoso com a caneta do que outros com o revólver.” Avesso à violência, o poeta, como homossexual que era, sabia muito bem o quanto era doloroso sentir-se ameaçado e perseguido. Nessa época, suas peças teatrais “A casa de Bernarda Alba”, “Yerma”, “Bodas de sangue”, “Dona Rosita, a solteira” e outras, eram encenadas com sucesso. Sua execução, com um tiro na nuca, teve repercussão mundial.
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