Crítica: O Homem do Futuro

Uma óti­ma sur­pre­sa no cin­e­ma nacional, tan­to em pro­dução, efeitos espe­ci­ais e roteiro é O Homem do Futuro (Brasil, 2011), dirigi­do por Clau­dio Tor­res. Ape­sar do enre­do estar longe de ser orig­i­nal, o fato dele fugir das globochan­cadas — ver­dadeiros pastelões de ven­to — que estão sendo lança­dos ulti­ma­mente, aca­ba fazen­do uma grande difer­ença ao traz­er um pouco de raciocínio e piadas mais inteligentes, sem ter que ficar apelando para baixaria. O filme soube faz­er uma boa mescla de ficção cien­tí­fi­ca e comé­dia român­ti­ca, bal­ance­an­do bem os dois, con­seguin­do agradar ambos públi­cos. Além dis­so, ape­sar de em várias coisas ser pre­visív­el — prin­ci­pal­mente para quem já viu filmes no esti­lo — ele ain­da con­segue nos faz­er pen­sar sobre a lóg­i­ca e as várias con­se­quên­cias de uma viagem no tempo.

Falan­do em filmes do mes­mo esti­lo, aos poucos o cin­e­ma brasileiro está fazen­do suas próprias ver­sões, como o Se eu fos­se você (2005), ou remix­es de filmes estrangeiros, algo que Hol­ly­wood faz até não poder mais. Tudo bem, seria bem mais legal se coisas mais “orig­i­nais” des­ti­nadas ao grande públi­co fos­sem feitas por aqui, mas acred­i­to que esta é uma boa maneira de ir se apri­moran­do para no futuro poder cri­ar algo novo com mais qual­i­dade. O Homem do Futuro é um grande remix de filmes estrangeiros, con­seguin­do muito bem abrasileirar a fór­mu­la do De Vol­ta para o Futuro (Back to the Future, EUA, 1958), e faz­er out­ras boas refer­ên­cias, como O Exter­mi­nador do Futuro (The Ter­mi­na­tor, EUA, 1984) e Efeito Bor­bo­le­ta (The But­ter­fly Effect, EUA, 2004), de for­ma inteligente.

Uma coisa é cer­ta, Wag­n­er Moura está cada vez se afir­man­do mais como um óti­mo ator. É incrív­el ver por exem­p­lo a sua trans­for­mação para faz­er o papel de Zero, um per­son­agem total­mente frágil e inse­guro, em O Homem do Futuro, quan­do a sua imagem que ficou mais con­heci­da foi como o duro Capitão Nasci­men­to, do Tropa de Elite (2007).

Ape­nas duas coisas deix­am a dese­jar em O Homem do Futuro. A mais críti­ca são os gri­tantes erros de con­tin­u­ação — se fos­sem peque­nas cois­in­has até que pas­sa­va, mas não… — e a out­ra, de opinião mais pes­soal, é o Wag­n­er Moura can­tan­do. A músi­ca “Tem­po Per­di­do” até que não ficou ruim, mas quan­do ele can­ta um tre­cho da músi­ca “Creep” do Radio­head, em sua própria ver­são, ficou difí­cil não dar umas con­tor­ci­das na poltrona do cinema.

Alguém por aca­so con­seguiu sair do filme sem ficar com a músi­ca “Tem­po Per­di­do” na cabeça durante dias?

Out­ras críti­cas interessantes:

Trail­er:

httpv://www.youtube.com/watch?v=IEEE7qbmYUU

Comments

2 responses to “Crítica: O Homem do Futuro”

  1. Pedro Avatar

    Olá Daniel, agradeço o link! Óti­mas obser­vações sobre o filme. 

    Um abraço,

    Pedro Tavares

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