Porta na Cara: Férias do Barulho, três recomendações de leitura

Olá. Você pode me chama de Bruno, mas o que eu mais quero é que você me chame de ami­go. Esta­mos cer­tos? Eu acred­i­to que sim. Então pegue na min­ha mão e vamos embar­car nes­sa empre­ita­da juntos.

Pen­san­do em você, caro leitor (a) jovem e baladeiro (a), eu vou aqui relatar três livros com selo de qual­i­dade “Que Trem Bão, Sô” para tem­po­ra­da de férias que está por vir. Mas olha só, livros são legais, mas tudo tem lim­ite. Eles não vão deixar você mais inteligente ou algo do tipo. Como diria o sábio Arnal­do Bran­co: se quis­er posar de inteligente, use um cachim­bo. Enfim, segue o baile.


Ruí­do Bran­co, Don DeLil­lo – Um per­son­agem que usa túni­ca e ócu­los escuro para lecionar pre­cisa — mais do que nun­ca — ser ama­do. E como não amar Jack Glad­ney, um pro­fes­sor uni­ver­sitário pio­neiro no estu­do de Hitlerolo­gia (!), mas que não sabe falar uma palavra em alemão? Ruí­do Bran­co é foca­do na vida desse pro­fes­sor excên­tri­co, sua família nada con­ven­cional e a sua fasci­nação por um assun­to pouco queri­do: A morte. Além de tudo, há um aci­dente nuclear em sua cidade e um sujeito extrema­mente engraça­do chama­do Mur­ray. Mais não pos­so con­tar, mas pos­so diz­er que DeLil­lo influ­en­ciou uma ger­ação de escritores como David Fos­ter Wal­lace, Bret Eas­t­on Ellis, Chuck Palah­niuk, entre out­ros. O romance inspirou uma músi­ca do Mog­wai chama­da White Noise (duh), que está no álbum Hard­core Will Nev­er Die (but you will) (2011).


Eu Falar Boni­to um Dia, David Sedaris – As rem­i­nis­cên­cias de David Sedaris são uma das coisas mais engraçadas que já li em anos. Mas não espere um cli­ma Clarah Aver­buck de falar do próprio umbi­go, nada dis­so. Sedaris tra­bal­ha com engen­ho rela­tan­do sua tem­po­ra­da em sube­m­pre­gos, sua fase “artís­ti­ca”, sua família para lá de estran­ha e como seu namora­do, Hugh, o aguen­ta mes­mo David sendo desagradáv­el a todo instante. Seus con­tos tam­bém podem ser vis­tos como pequenos ensaios sobre gente comum, ralan­do para ter uma vida digna, extrema­mente bem escrito. David Sedaris é colab­o­rador fre­quente de revis­tas como New York­er, Esquire e tan­tas out­ras. Bril­ha muito esse rapaz. 


The Alco­holic, Jonathan Ames TREVAS. Assim mes­mo, com caps lock e tudo, é a palavra per­fei­ta para descr­ev­er essa HQ de Jonathan Ames, roteirista do seri­ado Bored to Death, da HBO. Jonathan (o per­son­agem, não o autor) quan­do jovem, era um óti­mo aluno até con­hecer o álcool. Sua vida cai num abis­mo gigan­tesco, mas ele con­segue se safar do prob­le­ma e vira um escritor de romances poli­ci­ais de suces­so – claro que o álcool vol­ta para tornar a vida de nos­so herói um infer­no dos dia­bos nova­mente. Além dis­so, a tra­ma con­ta com sua relação com seu cha­pa, Sal, que não é das mel­hores. Nota 10 de dez estre­las pos­síveis. Con­fi­ra para enten­der porque virei um fã con­strage­dor desse autor. 

Espero que as recomen­dações agra­dem pelo menos um ou out­ro jovem inter­es­sa­do nes­sas coisas. Estou aqui para con­tribuir com seu bem estar. É o mín­i­mo que pos­so faz­er por vocês, lin­dezas. Até a próx­i­ma e evitem serem fla­gra­dos fazen­do besteira. Sabe­mos que assim é fei­ta a juven­tude, mas vamos com calma.

Boas férias a todos.


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Dossiê Daniel Piza
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