Crítica: Água para Elefantes

Mais um lon­ga basea­do em best-sell­er de suces­so, Água para Ele­fantes (Water for Ele­phants, E.U.A., 2011), escrito orig­i­nal­mente por Sara Gru­en e dirigi­do por Fran­cis Lawrence, apos­ta em elen­co de nome mas, dev­i­do ao roteiro fra­co ele se colo­ca na lista de ape­nas mais um dos dra­mas medi­anos nos lança­men­tos do ano.

A vida de Jacob Jankows­ki (Robert Pat­tin­son) tin­ha tudo para ser bem suce­di­da após o tér­mi­no da fac­ul­dade de med­i­c­i­na vet­er­inária. Mas após um grave inci­dente, o jovem aca­ba se jun­tan­do ao Cir­co Ben­zi­ni Bros para poder se sus­ten­tar, em pleno perío­do da Grande Depressão amer­i­cana. Na com­pan­hia do cir­co, Jankows­ki desco­bre muitas coisas, inclu­sive o amor pela artista Mar­lena (Reese With­er­spoon) e não vai poupar esforços para que isso dê certo.

Como não con­heço a obra orig­i­nal fica difí­cil diz­er se Água para Ele­fantes é somente mal adap­ta­do ou se o argu­men­to em ger­al é que é fra­co. Segun­do o dire­tor, a intenção foi reforçar o romance entre Mar­lena e o jovem Jacob, mas a dupla de atores não têm a mín­i­ma quími­ca. O jovem Pat­tin­son ain­da tem um lon­go cam­in­ho den­tro do cin­e­ma para se desven­cil­har do car­i­ca­to vam­piro da saga Crepús­cu­lo. Já Reese é visivel­mente a pior escol­ha para uma artista circense, sendo muito magra e peque­na para as grandes artis­tas do cir­co da déca­da de 30. Claro que o elen­co pos­sui um trun­fo, o inter­es­sante Christo­pher Waltz, que sem­pre se sai muito bem, como August o vilão-dono-de-cir­co e mari­do traí­do. A relação mais inter­es­sante e tra­bal­ha­da de for­ma bacana é entre Jacob e a aliá Rosie, que sem som­bra de dúvi­da arran­ca risos e ale­grias do espec­ta­dor se com­para­da ao resto do elenco.

Todo uni­ver­so do cir­co pode­ria ter sido bem aproveita­do em Água para Ele­fantes se não fos­se o tom romanesco força­do entre Mar­lena e Jacob. Até no polêmi­co Freaks, de 1932, o uni­ver­so do cir­co é mostra­do de for­ma mais autên­ti­ca e inter­es­sante. Mas o lon­ga tem suas qual­i­dades, a fotografia é bem con­trastante e ali­a­da ao fig­uri­no dos atores faz jus ao perío­do em que se pas­sa o filme.

Um dia dess­es brin­quei com a expressão ¨fordis­mo no cin­e­ma¨, por causa da nova moda de atores que estão em alta no mer­ca­do faz­erem papéis em vários filmes, um atrás do out­ro. Numa mes­ma sem­ana estre­ou dois filmes com a With­er­spoon, o espec­ta­dor mal tem tem­po de digerir um per­son­agem e na out­ra sem­ana o ator aparece em um novo papel.Já o Pat­tin­son vem ten­do opor­tu­nidades — mes­mo que ain­da não as aproveite — de se desvin­cu­lar do per­son­agem ado­les­cente. Água para Ele­fantes reforça o sen­ti­men­to mais recor­rente quan­do saio da sala de cin­e­ma atual­mente, que aparenta ser tudo feito muito às pres­sas. Não que os filmes deix­em a dese­jar na pro­dução, fotografia e afins. 

Na ânsia de adap­tar uma boa história e que ela seja ren­táv­el, muito do proces­so artís­ti­co se perde. Água para Ele­fantes é mais um dra­ma foca­do em romance que agra­da com a sen­si­bi­liza­ção de algu­mas situ­ações con­tadas a par­tir do nar­rador, já idoso, Jacob, mas que no restante não preenche o vazio que o cin­e­ma amer­i­cano vem deixan­do com as últi­mas produções.

Trail­er:

httpv://www.youtube.com/watch?v=QVFfESV4Vww


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Dossiê Daniel Piza
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