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“Escrever é ficar sozinha” — A escritora Marina Colasanti em Curitiba
Durante o bate-papo, Marina Colasanti vestia um terninho com saia e ficou em pé, mãos cruzadas à frente, para falar com as crianças. Uma postura bonita, despojada, de desarme e encanto. Falou um pouco sobre ela, incluindo a frase do título. E que escritor é profissão de gente sozinha, mas que nunca está só.
Lembro o primeiro livro que li de Marina Colasanti, Nada na Manga. Descobri na Biblioteca Pública, orgulhosa. Desconhecida pra mim, ela já escrevia crônicas para o Jornal do Brasil e trabalhava na Revista Nova. Ainda não sabia que era casada com o poeta Affonso Romano de Sant´anna. Pelas crônicas, conheci as filhas, Alessandra e Fabiana.
Fique feliz em ler as crônicas de Marina. Que falavam sobre a solidão. Eu, aos 15 anos, me identificava com aquela mulher sozinha, casada e com 2 filhas. E me iniciava na arte de ser sozinha.
Até hoje lembro as primeiras leituras. E também fiquei satisfeita em encontrar Marina Colasanti, ao vivo, sem falar uma palavra com ela. Por que ela gosta de escrever e ensina que ser sozinha pode ser divertido. Ler é uma aventura, um encontro com a alma.
Durante anos busquei quem lesse os mesmos livros que eu. Algumas vezes ainda me iludo quando encontro um leitor. Me emociono, quero prolongar a relação. Mas sei que não conseguirei deixar de ser sozinha. Cada um segue seu caminho. Se tiver talento e persistência, publicará um livro para compartilhar suas leituras em público.
O Dalai Lama diz que existem seis milhões de religiões no planeta para seis milhões de almas. Poucas seguirão sozinhas, escritoras ou leitoras. Marina Colasanti sabe o que é a literatura. A felicidade que provoca, e não é preciso sair de seu silêncio. Também sabe que é bom compartilhar a alma. Por isto, talvez, a postura de menina leviana e comportada, diante dum auditório repleto de borboletas coloridas.
Texto publicado também no blog micropolis, da própria autora Marilia Kubota.
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