Crítica: Rio

crítica RIO

crítica RIOAni­mações sem­pre são muito esper­adas pelo grande públi­co e Rio (Rio, E.U.A., 2011), do já cul­tua­do Car­los Sal­dan­ha, já esta­va no topo da lista dos lança­men­tos do ano. Preparan­do o públi­co para as Olimpíadas 2016, o lon­ga veio como um pra­to cheio para salien­tar a beleza e a cul­tura do Brasil, mais especi­fi­ca­mente da cidade do Rio de Janeiro.

Blu é uma arara azul macho que des­de muito cedo foi tira­da do seu habi­tat nat­ur­al pelos con­tra­ban­dis­tas de aves. Indo parar numa cidadez­in­ha gela­da no esta­do de Min­neso­ta, nos E.U.A., o lin­do pás­saro azul é encon­tra­do por Lin­da, ain­da garot­in­ha, que cui­da e o ensi­na muitas coisas durante 15 lon­gos anos. A vida de Blu era per­fei­ta até apare­cer o biól­o­go brasileiro, Túlio. Saben­do que Blu é o úni­co macho da espé­cie, ele con­vence a sua dona Lin­da a irem até o Rio de Janeiro para que ele com a últi­ma fêmea, Jade, per­petuem a espé­cie. Só não con­tavam que o con­tra­ban­do de aves ain­da estivesse atrás de araras azuis, fazen­do da viagem uma ver­dadeira saga.

Blu é muito além de um pás­saro ¨da família¨, como ele mes­mo diz, é uma arara azul inteligente, cheio de per­for­mances mas que ain­da não sabe voar. A relação dele com Jade, uma arara livre e amante de vôos, faz de Rio uma ani­mação que foca o enre­do em vários pon­tos inter­es­santes. Além de ser a jor­na­da sobre as situ­ações engraçadas de um pás­saro desacos­tu­ma­do ao seu habi­tat, ele traz um Brasil menos cos­tumeiro, mes­mo com car­naval, favela e etc. sem despen­car para nen­hum lado, soan­do sim­ples­mente agradável.

O roteiro de Rio con­ta com um argu­men­to extrema­mente diver­tido e envol­vente. Mes­mo o trio de roteirista terem no cur­rícu­lo filmes extrema­mente fra­cos, a junção deles foi extrema­mente pro­du­ti­va. O lon­ga con­ta com tiradas muito diver­tidas e os per­son­agens tem suas per­son­al­i­dades bem mar­cadas, que se transpõem de somente bichos ani­ma­dos com belas tex­turas. Aliás, a parte téc­ni­ca é inques­tionáv­el. O dire­tor expli­ca que hou­ve meses de obser­vação quan­to ao com­por­ta­men­to das aves para que a ani­mação fos­se real­ista mas ao mes­mo tem­po encan­ta­do­ra aos olhos (leia-se fofin­ha). O 3D da ani­mação é bem sutil mas agradáv­el e as dubla­gens — ain­da bem — são óti­mas, realçan­do o teor das piadas, mas ain­da quero ouvir Jesse Eisen­berg com a voz de Blu.

Não é nen­hu­ma novi­dade que o Brasil — cada vez mais — vem se tor­nan­do um país com mentes extrema­mente cria­ti­vas no genêro da ani­mação, seja para o cin­e­ma ou pub­li­ci­dade. A expor­tação dess­es artis­tas é inevitáv­el já que os estú­dios brazu­cas ain­da depen­dem de mui­ta ver­ba. Car­los Sal­dan­ha tem sido uma bela sur­pre­sa na área des­de que botou no cur­rícu­lo o pro­je­to de A Era do Gelo, seus tra­bal­hos sem­pre resul­tam em pro­duções de altís­si­ma qual­i­dade téc­ni­ca e roteiros sem­pre muito diver­tidos. Com Rio não é difer­ente, um lon­ga que con­segue exal­tar uma cidade tão pop­u­lar mun­do afo­ra sem se focar somente ou no car­naval ou nas maze­las soci­ais vivi­das ali. Vale o ingres­so, com pipoca e muito bom humor!

Par­ticipe tam­bém da Pro­moção Rio e con­cor­ra a con­vites para ver o filme de graça.

Out­ras críti­cas interessantes:

  • Lean­dro Melo, no Pipoca Com­bo
  • Trail­er:

    httpv://www.youtube.com/watch?v=jDAJCc1IkPI

Comments

2 responses to “Crítica: Rio”

  1. Liber Paz Avatar

    Gostei do filme.
    Mas fico pen­san­do sobre essa questão de uma nar­ra­ti­va ter a função de apre­sen­tar a cul­tura de um país como o Brasil. A gente que mora aqui, sem­pre fica com a impressão de que algo tá meio estran­ho. Ain­da assim, o retra­to das pra­ias, ruas do Rio e do des­file das esco­las de sam­ba está muito bacana. Acho que o prin­ci­pal é focar mes­mo na história e deixar a rep­re­sen­tação do lugar/cultura pra um segun­do plano.
    Achei que a história ter­mi­na de for­ma muito abrup­ta. De repente bum: fim. Tam­bém achei que a car­ac­ter­i­za­ção do ornitól­o­go forçou demais as piadas. Ele esta­va mais pra retar­da­do do que pra engraça­do. Nas palavras do papa­gaio Blu: “desnecessário”.
    O que ficou pra mim de Rio é a von­tade de via­jar pro Rio de Janeiro e con­hecer essa cidade de ver­dade e daí com­pará-la com os Rios dos filmes, canções e matérias de jornal.

    1. Emanuela Siqueira Avatar
      Emanuela Siqueira

      Ver­dade, Liber! Bom eu achei bem bacana, fofin­ho e tudo mais, mas no fim eu disse, um dos pon­tos forçadér­ri­mos é isso de engrade­cer demais o Rio de Janeiro, não sei se por con­ta das Olimpiadas, ou o quê. Tiran­do algu­mas forçadas de bar­ra, o filme é fofin­ho, até descom­pro­mis­sa­do. Mas não é mel­hor que os ¨Era do Gelo¨. Fato!

Leave a Reply